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Chapter 19 - Capítulo 19 - Domesticando a Asa Cinza - Parte 2

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"Se eu fosse você," Liu abaixou a voz, "me concentraria em recuperar parte do custo da nossa mensalidade. As taxas são altas, mas com trabalho suficiente nas zonas de coleta, você poderia fazer eles dobrarem seus recursos e recuperar pelo menos um quinto no próximo período de 8 anos."

"Dobrar? Como funciona isso?" perguntou Ren.

"Amanhã virão verificar nossos pertences."

Ren tensionou visivelmente.

"Relaxa," Liu sorriu ao ver sua reação. "Não é o que você está pensando. Eles apenas vão registrar o valor das coisas que você trouxe consigo."

"Por quê?"

"Pelo que você acabou de perguntar. A Academia dobra o valor de tudo o que você consegue por conta própria nas zonas designadas," Liu explicou. "É por meio de um sistema de subsídio governamental."

Os cogumelos no cabelo de Ren brilharam com interesse renovado.

"Tudo o que eu conseguir?"

"Tudo o que você obtiver com suas próprias mãos, sim. Coisas dos seus pais ou riqueza herdada não contam. Apenas o que você coletar ou processar aqui mesmo. É como uma bolsa de desempenho, quanto melhor coletor você for, mais apoio você recebe. O Rei sempre incentivou as pessoas que saem para coletar coisas."

"Então se eu encontrar materiais valiosos..."

"A Academia iguala o valor deles," Liu confirmou. "É por isso que registram o que você traz no início, para saber o que você obteve depois por conta própria."

Liu deitou-se em sua cama, seu morcego esvoaçando inquieto.

"Mas como eu disse, não crie muitas esperanças com aquela criatura," ele murmurou.

Os cogumelos no cabelo de Ren pulsaram suavemente, como se respondessem à sua crescente determinação.

"E se você estiver errado?" ele perguntou. "E se houver mais nos esporos do que todos acreditam?"

Liu olhou para ele por um longo momento.

"Então," ele disse finalmente, "você terá que encontrar uma maneira de provar. Mas eu te aviso, a Academia não desperdiça recursos em esperanças vazias e promessas."

'Não são promessas vazias,' pensou Ren. 'Eu só preciso de uma chance para provar isso.'

E enquanto esse pensamento tomava forma, os cogumelos em seu cabelo pulsaram novamente, lembrando-o do segredo que jazia sob os seus pés.

Talvez houvesse uma maneira de alcançar ambas as coisas: obter os materiais de que precisava e garantir seu lugar na Academia.

♢♢♢♢

"Você ouviu isso?" Min desabou em sua cama, sua serpente d'água materializando-se como uma fita azul em volta de seu pescoço. "Eles dobram o que encontramos e... Cem cristais diários no Posto de Prata! Com isso eu poderia..."

"Não crie tantas esperanças," Taro resmungou. "Primeiro você tem que chegar lá."

"Ah, qual é," Min sorriu, virando-se para Taro que estava quieto organizando suas coisas. "Não me diga que você não sonhou com isso? Imagine o que você poderia fazer com seu besouro nas minas!"

Taro apenas murmurou algo inaudível e continuou arrumando meticulosamente suas ferramentas.

"Min tem um ponto," Ren interveio, notando como os ombros de Taro se tensionavam sempre que alguém mencionava sua besta. "Mesmo as bestas que todos pensam ser fracas poderiam..."

"Exatamente!" Min se sentou de repente, sua serpente ondulando com entusiasmo. "Minha serpente d'água é de Posto de Ferro, mas eu posso estudar pra caramba e quebrar o molde como o diretor disse. A questão é que todos nós temos uma chance, certo?"

Ele se levantou e caminhou até Taro, colocando um braço em torno dos ombros dele.

"Até o Senhor Silencioso aqui! Seu besouro escavador será a sensação quando evoluir, certo Taro?"

Taro corou um pouco, mas um pequeno sorriso apareceu em seus lábios.

"Se evoluir," ele murmurou, mas havia um toque de esperança em sua voz.

"Claro que vai!" Min se voltou para Ren. "E seu esporo... bem, pelo menos brilha bonito."

"Min," Liu suspirou de sua cama, "pare de incomodar todo mundo e termine de desempacotar. Amanhã é a checagem de pertences e sua área parece uma zona de desastre."

"É um desastre organizado!" Min protestou, mas começou a arrumar de qualquer forma, sua serpente ajudando a mover as coisas com a cauda.

Taro voltou a sua organização silenciosa, mas Ren percebeu que seus movimentos estavam mais relaxados agora. O entusiasmo de Min parecia ter esse efeito nas pessoas.

Os cogumelos no cabelo de Ren brilharam suavemente enquanto ele observava seus colegas de quarto. Talvez a Asa Cinza fosse perfeita para ele, afinal.

♢♢♢♢

Naquela noite, enquanto seus colegas dormiam, Ren revisava suas opções na escuridão, os cogumelos em seu cabelo proporcionando um brilho fraco, atenuado para não perturbar seus companheiros.

Conseguir materiais por conta própria seria difícil.

Até sabendo exatamente do que precisava, se eles fossem tão caros quanto Liu disse, obter sem o apoio da Academia poderia levar anos.

"Enquanto isso," ele murmurou para si mesmo, "meus pais continuarão com o ritual dia após dia... Consiga as runas primeiro e depois..."

Não, ele precisava ser mais eficiente.

A Academia tinha um sistema de mérito e, embora todos esperassem que ele falhasse, isso poderia jogar a seu favor. Ninguém esperava nada de um esporo, então qualquer progresso, por menor que fosse, chamaria a atenção.

Se ele pudesse demonstrar até mesmo uma fração do potencial de seu esporo, se pudesse ganhar até mesmo um apoio moderado da Academia com os sistemas mencionados por Liu...

"Recursos limitados são melhores do que nenhum recurso," ele sussurrou, lembrando-se de como seu pai sempre dizia na cozinha que até sobras poderiam se tornar um banquete se você soubesse como usá-las.

Ele teria que fazer as duas coisas: atender às expectativas da Academia para ganhar algum apoio, enquanto procurava por conta própria o resto do que precisava e dobrava.

Seria mais lento do que ter acesso completo aos recursos, mas mais rápido do que tentar fazer tudo sozinho.

Os cogumelos pulsaram suavemente, e Ren sentiu novamente aquela estranha ressonância com algo debaixo do dormitório.

"Um passo de cada vez," ele lembrou a si mesmo. "Primeiro, prove que este estudante vale pelo menos o apoio."

Amanhã serão as primeiras aulas. Sua primeira chance de mostrar que o "Garoto Apodrecido" pode não ser tão inútil quanto todos pensavam.

Ele fechou os olhos, mas sua mente continuou trabalhando, traçando planos, calculando possibilidades. Oito anos é um longo tempo... se você souber exatamente o que fazer com cada dia.

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