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A face oculta

miacolluccifranco
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Synopsis
Em uma vida marcada pelo dever e sacrifício, Apolo Harrington, um bombeiro respeitado e corajoso, se vê preso em um casamento sem amor, fruto de uma promessa feita ao pai. Catherine, sua esposa, uma órfã que salvou seu pai, sonha em conquistar seu coração. Anos se passam, e a negligência de Apolo gera uma barreira intransponível. Quando sua filha Alyssa nasce, Catherine vê nela a esperança de fazer com que seu marido se apaixonasse por ela. Mas o destino tem outros planos. Uma tragédia devastadora leva Apolo a assumir um compromisso que mudará sua vida: cuidar da viúva e da filha do melhor amigo falecido. Sem calcular as perdas que teria por essa promessa e o sombrio segredo que alguém tinha sobre uma decisão dele no passado. Alguém estava manipulando vidas. A máscara de alguém vai cair!
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Chapter 1 - Capítulo 1

O clima no quartel de bombeiros estava tranquilo, quase sereno.

O cheiro do café fresco invadia o ar, e o som ocasional de risadas e conversas entre os bombeiros criava uma atmosfera de camaradagem.

Apolo Harrington, o líder da equipe, estava sentado na sua mesa, revisando alguns relatórios. Com o seu porte atlético e sorriso charmoso, ele atraía a atenção de todos ao seu redor.

No entanto, por trás daquela imagem perfeita, havia um peso em seu coração.

Apesar de ser um homem íntegro e honesto, Apolo sentia-se preso em um acordo que não desejava: O casamento com Catherine Ashton não era o que ele havia sonhado; era uma obrigação imposta por seu pai.

Catherine era uma jovem forte e resiliente, a salvadora do idoso que Apolo admirava profundamente.

Mas o amor que deveria existir entre eles nunca foi cultivado.

Em vez disso, haviam se tornado estranhos vivendo sob o mesmo teto.

Enquanto Apolo refletia sobre sua vida, a sirene do quartel soou abruptamente, cortando o clima tranquilo. A luz vermelha piscava freneticamente, e a central de atendimento começou a transmitir as informações.

"Central de Bombeiros para todas as unidades! Chamado para incêndio em supermercado localizado na Avenida Central! Repetindo: incêndio em supermercado! Acionar Ambulância 23, Carro Pipa 34 e Caminhão 18! Todos os disponíveis, compareçam imediatamente!"

A adrenalina começou a correr nas veias de Apolo e de sua equipe. Ele sentiu um misto de excitação e preocupação. Era hora de deixar as questões pessoais de lado e agir. Com rapidez, ele se levantou, pegou seu capacete e chamou Tom.

Vamos lá! Precisamos estar prontos! - Disse Apolo enquanto se dirigia para a garagem.

Tom, seu melhor amigo e conselheiro leal, já estava se preparando ao lado do caminhão. Com um olhar decidido, ele respondeu:

Apolo, você precisa lembrar que a sua filha também precisa de você. Não é só sobre ser bombeiro; é sobre ser pai.

Apolo hesitou por um momento, sentindo o peso das palavras de Tom. Mas a urgência da situação rapidamente tomou conta dele novamente.

Agora não é hora para isso, Tom! Temos vidas em risco!

Tom assentiu com compreensão.

Eu sei, mas não esqueça que você tem uma família esperando por você quando tudo isso acabar.

Com essas palavras ecoando na mente de Apolo, ele subiu no caminhão enquanto Tom seguia logo atrás. O motor rugiu e a equipe se preparou para a corrida até o supermercado incendiado.

Naquele momento crítico, Apolo sabia que precisava enfrentar tanto o fogo no supermercado quanto as chamas que queimavam dentro dele — mas agora era hora de salvar vidas.

O som do motor do Carro 18 ecoava pelo ar enquanto eles chegavam ao supermercado em chamas. Apolo saltou do veículo, a adrenalina pulsando em suas veias.

Equipe, vamos lá! Tom, você e Sarah façam a ventilação na entrada! O resto de vocês, comigo! - Ele apontou para a entrada do supermercado, onde as chamas devoravam prateleiras e produtos.

Com a equipe seguindo suas ordens, Apolo e os bombeiros começaram a trabalhar rapidamente. A fumaça era densa, mas eles conseguiram abrir uma passagem que permitisse a entrada de ar fresco. Assim que a ventilação foi feita, Apolo gritou:

Vamos entrar e retirar os civis! Fiquem atentos!

Assim que eles adentraram o supermercado, o caos se desenrolava diante deles. Pessoas desesperadas tentavam escapar da fumaça e das chamas. Enquanto Apolo coordenava a equipe, Tom se afastou um pouco mais, seus instintos o guiando.

Foi então que ele ouviu um choro fraco vindo de um frigorífico entreaberto.

Espere! - Ele gritou para os colegas que já estavam longe e seguiu na direção do som.

Ao se aproximar, ele viu uma jovem presa ali dentro, tossindo com dificuldade.

Capitão! Preciso do marreligan! Tem uma jovem aqui! - Ele chamou pelo rádio.

Tom, espere! Não entre em ação sem apoio! - Apolo respondeu rapidamente pela comunicação.

Mas Tom não podia ficar parado.

Ele olhou pelo pequeno buraco da porta do frigorífico e viu o desespero nos olhos da jovem.

Ei! Está tudo bem? Meu nome é Tom! Como você se chama? - Ele perguntou com uma voz suave, tentando acalmá-la.

— É... É Lara. - Ela respondeu entre tosses: Estou tão assustada...

Eu sei, Lara! Você precisa ficar comigo, tá? Tente respirar devagar. - Disse Tom, mantendo o olhar fixo nela.

Mas a situação estava crítica; cada segundo contava.

Enquanto esperava pela ajuda, os minutos pareciam se arrastar. Tom não podia mais esperar. Ele pegou um pedaço de madeira próximo e começou a forçar a porta de ferro do frigorífico.

Lara, estou quase lá! Aguente firme!

Finalmente, com um último esforço, ele conseguiu abrir a porta com um estrondo. A jovem caiu nos braços dele e começou a desmaiar. Tom rapidamente acionou o rádio novamente:

Capitão! Consegui! Estou saindo com ela!

Nesse momento crítico, Apolo e sua equipe chegaram correndo ao local. Com agilidade, eles pegaram Lara dos braços de Tom e começaram a evacuá-la para fora do supermercado em chamas.

Mas no meio da confusão, enquanto Apolo carregava a jovem no colo para segurança, um pedaço de ferro despendeu do teto em queda livre.

Apolo! - Gritou Tom ao constatar o perigo iminente.

Em um ato instintivo, ele atirou-se na direção do seu amigo e empurrou-o para o lado junto com Lara.

Mas não conseguiu desviar-se a tempo; o ferro atravessou seu corpo.

Apolo ficou paralisado por um momento ao ver seu melhor amigo ferido gravemente. O pânico tomou conta dele enquanto as paramédicas tentavam estabilizar Lara e os outros feridos.

Tom! Não! Paramédicas!!! - Ele gritou desesperadamente.

Tom segurou a mão de Apolo com força enquanto o sangue escorria de sua boca.

Prometa...cuidar...da...Kimberly e da minha filha! - Tom disse com esforço.

As lágrimas começaram a escorregar pelo rosto de Apolo enquanto ele balançava a cabeça em negação.

Não! Não faça isso comigo! Você vai ficar bem!

Mas à medida que as paramédicas trabalhavam freneticamente para salvar Tom, ele sentiu sua força diminuindo. Quando finalmente Apolo conseguiu prometer que cuidaria da esposa e da filha de Tom, as palavras foram suficientes para permitir que Tom desse seu último suspiro.

O silêncio tomou conta do lugar enquanto Apolo segurava seu amigo nos seus braços, totalmente devastado pela perda.

A dor daquela promessa ressoaria dentro dele para sempre — um lembrete constante do preço heróico que seu amigo pagou para salvar a sua vida.