Na lan house, ela se sentou em um computador e digitou seu currículo com cuidado.
Mesmo sem experiência, sua vontade de trabalhar era maior que qualquer insegurança.
"Pronto! Agora é hora de distribuir!", disse para si mesma, pegando uma pilha de currículos impressos.
Com um último olhar para a tela, saiu para as ruas da cidade.
Ela passou a manhã inteira caminhando e entregando currículos nas lojas e cafés. Era cansativo, mas cada obrigada ou sorriso que recebia a motivava ainda mais.
Após algumas horas sob o sol escaldante, ela finalmente decidiu voltar para casa.
Quando ela chegou em casa, ao entrar na sala de estar, Catherine se surpreendeu ao ver Apolo sentado no sofá, vestido com o seu uniforme de bombeiro.
Ele era realmente um homem lindo; seus músculos bem definidos e o olhar intenso faziam qualquer mulher perder o fôlego.
— Achei que estivesse no trabalho. Já que raramente encontra o caminho de casa. - Disse Catherine hesitante, tentando esconder a confusão que sentia ao vê-lo ali.
— Eu vou depois. Queria conversar com você sobre ontem à noite. - Apolo respondeu, mantendo o olhar firme sobre ela.
Catherine sentiu um frio na barriga ao ouvir isso.
Ela estava constrangida e não sabia como reagir.
— Não se preocupe, nosso casamento não é tão importante pra nós dois. Você casou obrigado comigo e eu por medo de não ter para onde ir. Enfim, ambos nos beneficiamos. - Disse ela com indiferença, tentando disfarçar a dor que suas palavras causavam.
Apolo a olhou com seriedade.
— Você está certa. - Ele confirmou.
A confirmação dele foi como um golpe no estômago dela.
Catherine sentiu seu coração apertar enquanto ele prosseguia:
— Ontem você falou sobre divórcio. Ainda está de pé?
Ela encarou Apolo incrédula, seu peito doendo com a possibilidade do que essas palavras significavam.
A ideia de que ele poderia querer o divórcio para ficar com Kimberly a deixava furiosa.
— Não! Não está de pé. Agora sou eu quem não quer dar o divórcio. - Gritou ela, sua voz cheia de raiva.
Apolo ficou surpreso com sua reação e perguntou:
— Acha que isso é uma brincadeira?
Catherine explodiu:
— Brincadeira é você ficar sentando de mesa em mesa, Apolo!! Porque não me disse que correu até aquela mulher para fazer sexo com ela?
Ofendido, Apolo revidou:
— Você está falando besteiras demais, Cathy! Eu já te dei motivos para pensar que eu te trai?
Ela estava prestes a responder quando ele continuou:
— Desde quando você tem autoridade para julgar meu caráter?
Catherine estava com o coração acelerado, a raiva pulsando em suas veias enquanto encarava Apolo.
A sala estava envolta em um silêncio tenso, quebrado apenas pelo som de suas vozes elevadas. Quando ela disse:
— Se coloque no meu lugar, Apolo. Eu sou a sua esposa!! - Suas palavras saíram como um grito de desespero e frustração.
Ela queria que ele sentisse o peso do que significava estar preso a um compromisso que não valorizava.
— Mesmo que não aceite isso, é meu nome que está na certidão do nosso casamento. Mesmo que você não aceite esse casamento, seja pelo menos homem para honrar esse compromisso. Você acha que é fácil para mim também? Caramba!! Você troca sua família por uma promessa estúpida!
As palavras dela atingiram Apolo como uma flecha.
Ele hesitou por um momento, mas logo respondeu:
— Eu não posso simplesmente deixar a Hazel. - A expressão no seu rosto era de determinação: — Eu sei que pode não parecer para você, mas eu preciso e vou cumprir essa promessa. Aceitar ou não, a escolha é sua. Hazel é a peça mais importante para mim. Ela pode...
Catherine não suportou mais.
Com um movimento rápido e cheio de fúria, ela aproximou-se dele e deu um forte tapa no rosto dele.
— Que seja! Faz o que quiser. - Ela gritou, a voz cheia de desespero: — Mas a nossa filha não vai ser negligenciada por culpa de um pai estúpido!
Apolo encarou-a com uma mistura de surpresa e frustração.
— Quem decidiu desde o início que deveríamos evitar sentimentos? - Ele retrucou, a sua voz parecia uma rocha imutável.
Sua expressão era de resistência, como se estivesse erguendo uma barreira invisível entre eles.
Catherine engoliu em seco, lembrando-se do dia em que se casaram; o amor que sentia por ele era intenso, mas sabia que ele não queria aquele casamento. Com um tom mais frio, ela aproximou-se dele novamente e disse:
"Escuta, eu também não estou feliz com esse casamento."
As suas palavras eram como gelo.
"Então é bom evitarmos desenvolver sentimentos um pelo outro, porque eu não quero ter o desprazer de amar um homem como você também!"
Ela fez uma pausa para enfatizar o seu desdém antes de continuar:
"E nunca me toque, você seria o último homem que eu gostaria de ter dentro de mim."
Com isso, Catherine virou-se abruptamente e saiu do quarto do casal, batendo a porta com força atrás de si.
O som ecoou pela casa como um lamento.
Apolo ficou parado ali por um momento, surpreso e atordoado.
Ele percebeu que Catherine também não o amava e isso lhe deu um certo alívio.
Assim, optou por dormir no quarto de hóspedes naquela noite. Aos poucos, passou a evitar voltar para casa; aceitava turnos extras no trabalho e fazia visitas ao hospital com Hazel e Kimberly. Nas raras vezes em que retornava para casa, era apenas para estar com Alyssa.
Depois da noite em que conceberam Alyssa, quando ele estava embriagado, ele nunca mais tocou Catherine ou sequer lhe dirigiu a palavra novamente. Tornaram-se dois estranhos compartilhando o mesmo espaço físico.
Agora, Catherine queria mudar as suas palavras; havia algo dentro dela que desejava reverter essa situação dolorosa.
Mas ela sabia que Apolo recuaria novamente - ele nunca amaria ela, como ela esperava.
— Sobre ontem, eu queria te pedir mais uma chan...
Antes que ele pudesse terminar as suas palavras, o celular dele tocou e Catherine constatou o nome "Kimberly" na tela.
Seu coração disparou enquanto uma onda de emoções conflitantes a invadia: raiva, tristeza e traição.
O silêncio entre eles se tornou insuportável enquanto ela tentava processar tudo aquilo.
Apolo sentou novamente no sofá, os olhos fixos em Catherine, enquanto o celular vibrava incessantemente sobre a mesa. A chamada de Kimberly parecia ecoar pela sala, mas ele ignorou.
Catherine estava à sua frente, a expressão desafiadora, como se esperasse que ele se manifestasse.
— Não vai atender ou está nervoso na minha presença? - Ela perguntou, a voz sarcástica e provocadora.
Sua postura era firme, cruzando os braços como se estivesse se preparando para um confronto.
Apolo a encarou, uma mistura de frustração e exaustão em seu olhar. Ele queria responder, mas as palavras pareciam presas em sua garganta.
Antes que pudesse dizer algo, o celular tocou novamente, a insistência da chamada quebrando o silêncio tenso entre eles.
Ele suspirou fundo e decidiu atender.
"Kim," ele disse com uma voz controlada, mas havia um tom de irritação subjacente. "Estou ocupado agora com minha esposa. Não me ligue novamente."
Catherine o observava atentamente enquanto ele falava, seus olhos brilhando com uma mistura de surpresa e espanto.
A forma como ele se referiu a ela - sua esposa - fez seu coração acelerar.
Após desligar o telefone, Apolo voltou a sua atenção para Catherine, seu olhar desafiador.
— Satisfeita? - Ele perguntou, a ironia em sua voz era palpável.
Catherine abriu a boca para retrucar, para dizer algo que pudesse cortar através daquela tensão pesada, mas nenhuma palavra saiu.
Ela se sentiu paralisada por um turbilhão de emoções - raiva, confusão e uma pontada de esperança.
Em vez disso, apenas ficou ali, sem saber como reagir àquele momento inesperado.
O silêncio se instalou entre eles novamente; era como se o ar estivesse carregado com tudo o que não haviam dito um ao outro.
Apolo parecia esperar por uma resposta dela, mas Catherine estava perdida em seus próprios pensamentos, incapaz de encontrar as palavras certas.
Porém, o celular tocou novamente, Catherine sabia que Kimberly não iria desistir.
Mas, em uma questão de segundos, o medo de perder Apolo foi substituído por uma resolução fria e determinada.
Ela se aproximou de Apolo, seus olhos fixos nos dele, e sem hesitar, agarrou o celular dele e o jogou no sofá. Apolo ficou surpreso, mas antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, Catherine se aproximou ainda mais, sentou no colo dele e o beijou com uma intensidade e paixão renovadas.
Ela queria mostrar a Kimberly que ela não iria se render tão facilmente e, mais importante, queria lembrar a Apolo quem era realmente a esposa dele.
Enquanto o celular continuava tocando, Catherine fez questão de atender a ligação, sem que Apolo percebesse.
Com uma voz sedutora e sensual, enquanto olhava nos olhos de Apolo ela disse alto:
— Você é meu marido, Apolo. Só meu.
Kimberly ouviu tudo, e Catherine não deu brecha, e continuou gemendo alto entre os beijos e sussurros com a voz sensual e dominante.
Apolo, ainda sob o efeito do beijo apaixonado, ficou surpreso com a ousadia e assertividade de Catherine.
Kimberly, no outro lado da linha, ficou furiosa ao perceber que sua tentativa de minar a relação entre Catherine e Apolo não estava funcionando como esperado e desligou furiosa.
Catherine, agora com a provocação de Kimberly respondida, mudou sua atenção de volta para Apolo.
Ela removeu lentamente a blusa dele, revelando a musculatura forte e definida do homem que amava.
Os lábios de Catherine deslizaram suavemente pelo corpo de Apolo, parando em cada marca que ela deixou nele na noite anterior e notou que a foto de Kimberly, era apenas uma provocação, então ela o beijou, reclamando-o como seu próprio.
Kimberly mentiu, e Apolo nunca dormiu com ela.
As marcas no corpo dele feitas por ela, eram a evidência disso.
A temperatura na sala subiu rapidamente, e Catherine e Apolo se entregaram ao desejo e à paixão que os consumiram.
Enquanto Catherine e Apolo faziam amor, Kimberly quebrava as coisas no seu apartamento e jurava que iria destruir tudo o que Kimberly e Apolo mais amavam.
Apolo era dela, e ninguém tiraria ele dela.
Ela enviou uma mensagem para o número desconhecido e depois sorriu.