Keiyon sabia que a investigação sobre os movimentos de Aizen e os hollows exigia mais do que simples força. Aizen não era apenas um traidor; ele era um estrategista formidável, com planos que certamente iam muito além da compreensão inicial do Gotei 13. Assim, ele decidiu ir pessoalmente ao mundo humano para buscar respostas, mesmo que isso significasse agir sozinho.
No mundo humano, a cidade de Karakura parecia tranquila, mas Keiyon sabia que as aparências podiam ser enganosas. Ele caminhava pelas ruas, sentindo as diferentes pressões espirituais ao seu redor. Quando percebeu um rastro estranho, sua atenção foi atraída para uma pequena loja com letreiros chamativos: Urahara Shoten.
Ao entrar na loja, Keiyon foi recebido por uma atmosfera descontraída. Urahara Kisuke, o ex-capitão da 12ª divisão e conhecido por seu comportamento excêntrico, estava sentado atrás do balcão, abanando-se com um leque e usando seu chapéu característico.
— Ah, se não é o novo capitão da quinta divisão. Que honra! — disse Urahara, com um sorriso enigmático.
Keiyon franziu o cenho.
— Como você sabe?
Urahara riu suavemente.
— Eu tenho meus meios. Então, o que traz um capitão tão ilustre à minha humilde loja?
Keiyon cruzou os braços, observando atentamente o homem à sua frente. Ele sabia que Kisuke era mais do que aparentava ser.
— Estou aqui para buscar informações.
Urahara inclinou a cabeça, curioso.
— Informações sobre o quê?
— Sobre os movimentos de Aizen. Ele enviou Arrankars ao mundo humano recentemente. Quero entender o objetivo dele e o que ele pretende alcançar com o Hōgyoku, — disse Keiyon diretamente, mantendo sua voz baixa para evitar que os assistentes de Urahara ouvissem.
O sorriso de Urahara desapareceu por um momento, substituído por uma expressão mais séria.
— O Hōgyoku... — murmurou ele.
Keiyon assentiu.
— Você o criou, não foi?
Urahara suspirou, afastando-se do balcão. Ele gesticulou para que Keiyon o seguisse até uma sala nos fundos da loja, onde estariam longe de ouvidos curiosos.
Dentro da sala, Urahara fechou a porta e se recostou na parede.
— Sim, fui eu quem criou o Hōgyoku. Mas nunca imaginei que cairia nas mãos de alguém como Aizen.
Keiyon o encarou, seus olhos penetrantes.
— Então, o que ele realmente faz?
Urahara começou a explicar.
— O Hōgyoku é um objeto que pode dissolver a barreira entre shinigamis e hollows. Ele tem o potencial de conceder poderes além da compreensão, mas também é extremamente instável. Aizen provavelmente está tentando usá-lo para criar um exército perfeito — híbridos de hollows e shinigamis.
Keiyon ponderou por um momento.
— E o Hueco Mundo? Qual é o papel dele nisso?
— Hueco Mundo é o lugar ideal para Aizen expandir seu poder sem interferência. Ele já deve ter começado a reunir forças lá. Mas não se engane, capitão. Ele não está apenas criando soldados. Aizen tem algo muito maior em mente.
Keiyon estreitou os olhos.
— Algo maior?
Urahara fez uma pausa antes de responder.
— Ele quer a Royal Key.
O coração de Keiyon acelerou. A chave que levava ao Palácio do Rei Espiritual era algo que poucos sequer ousavam mencionar.
— Isso é loucura, — disse Keiyon, tentando processar a informação.
Urahara balançou a cabeça.
— Aizen não é alguém que age sem propósito. Ele sabe que o Gotei 13 fará de tudo para detê-lo, então ele está criando um exército para garantir que seu plano seja bem-sucedido.
Após a longa conversa, Keiyon olhou fixamente para Urahara.
— Por que está me contando isso?
Urahara sorriu levemente.
— Porque você parece ser diferente dos outros capitães. Você observa antes de agir, e isso é uma qualidade rara. Mas, por favor, mantenha essa conversa em segredo. Nem todos estão prontos para lidar com a verdade.
Keiyon assentiu.
— Tudo bem. Mas se o que você disse for verdade, teremos que agir rápido.
— Concordo. Mas lembre-se, não subestime Aizen. Ele sempre está um passo à frente, — Urahara advertiu.
Keiyon se despediu, saindo da loja com mais perguntas do que respostas. Ele sabia que, eventualmente, teria que compartilhar essas informações com Yamamoto, mas por enquanto, manteria o segredo, tentando entender melhor a extensão dos planos de Aizen.
Enquanto caminhava pelas ruas de Karakura, sentiu uma nova determinação crescer dentro de si. A batalha contra Aizen não seria apenas física, mas também estratégica. E ele estaria pronto.