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Chapter 17 - Capítulo 17: Despedida Silenciosa

A noite caía suavemente sobre Karakura, envolvida por um manto de estrelas. Dentro da modesta casa de Orihime Inoue, a luz fraca de uma lâmpada iluminava o caderno aberto sobre a mesa. Orihime, de olhos fixos nas linhas que escrevia, preenchia as páginas com instruções cuidadosas.

— "Rangiku-san, por favor, não deixe a louça acumular por mais de dois dias... E Hitsugaya-kun, lembre-se de regar as plantas na varanda às segundas e quintas-feiras," — murmurava para si mesma, sorrindo levemente ao imaginar as reações deles.

Era a maneira dela de deixar algo para trás, um pequeno vestígio de sua presença. Ao lado do caderno, uma pequena carta repousava, endereçada a Ichigo. Ela hesitou por um momento, mas respirou fundo e deixou-a ali. Com uma última olhada em seu lar acolhedor, Orihime se levantou e saiu em silêncio, a mochila nas costas contendo apenas o essencial.

Horas mais tarde, enquanto as ruas de Karakura mergulhavam na quietude, Orihime se aproximou da casa dos Kurosaki. Ela se movia com passos leves, quase como um fantasma. Ao chegar à janela do quarto de Ichigo, parou por um instante, hesitando.

— "Preciso fazer isso..." — pensou, enquanto empurrava a janela cuidadosamente, entrando no quarto.

O brilho suave da lua iluminava o rosto de Ichigo, que dormia profundamente, exausto após o intenso combate contra Grimmjow. Orihime se ajoelhou ao lado da cama, observando-o com olhos cheios de ternura e tristeza.

— "Ichigo-kun... você sempre foi minha força, mesmo quando não sabia disso," — pensou, enquanto uma lágrima solitária deslizava por seu rosto.

Ela estendeu a mão, hesitante, e tocou levemente o cabelo dele. Por um momento, ela quis acordá-lo, contar tudo, mas sabia que isso só tornaria as coisas mais difíceis.

— "Eu preciso ir... para proteger todos vocês," — sussurrou baixinho.

Orihime se inclinou e, com delicadeza, beijou a testa de Ichigo, permitindo-se aquele único momento de proximidade antes de se levantar e sair pela mesma janela por onde entrou.

No limite da cidade, Ulquiorra Cifer aguardava, encostado em uma árvore, sua expressão fria e impassível como sempre. Quando Orihime apareceu, ele a observou silenciosamente, notando a determinação em seus olhos.

— Está pronta? — perguntou, sua voz baixa e direta.

Orihime apenas assentiu, ajustando a alça da mochila. Ela não tinha palavras; qualquer coisa que dissesse seria inútil naquele momento. Ulquiorra abriu um portal negro, o Garganta, que pulsava com energia. Ele deu um passo à frente, mas parou por um momento.

— Você fez a escolha certa, Inoue Orihime. Agora venha, antes que eu mude de ideia sobre deixá-la despedir-se.

Ela não respondeu, apenas seguiu em silêncio, desaparecendo na escuridão do portal.

Na manhã seguinte, o sol entrou no quarto de Ichigo, acordando-o lentamente. Ele se espreguiçou e sentiu algo estranho: uma sensação inquietante em seu peito. Quando olhou ao redor, notou a carta deixada na mesa. Ele a abriu rapidamente, reconhecendo a caligrafia de Orihime.

— "Ichigo-kun,

Desculpe-me por sair sem avisar, mas preciso fazer isso. Não se preocupe comigo. Eu escolhi ir porque acredito que é o melhor para todos. Por favor, cuide de todos enquanto estou fora.

— Orihime."

Ichigo ficou imóvel por um momento, enquanto as palavras se fixavam em sua mente. Um misto de raiva, frustração e desespero começou a tomar conta dele.

— "O que ela está pensando?!" — exclamou, levantando-se apressado.

Mas antes que pudesse agir, uma borboleta infernal pousou em sua janela. A voz autoritária de Genryūsai Shigekuni Yamamoto, o Comandante-Chefe do Gotei 13, ecoou pelo quarto:

— Kurosaki Ichigo, fui informado do desaparecimento de Inoue Orihime. Não tente ir atrás dela. Este é um assunto que não diz respeito a você.

Ichigo cerrou os punhos, furioso.

— "Como assim não me diz respeito?! Orihime é minha amiga!"

A voz de Yamamoto continuou, firme e intransigente:

— Se você desobedecer, estará violando os termos da aliança com o Gotei 13. Não interfira.

A borboleta desapareceu, deixando Ichigo sozinho em sua crescente fúria.

— "Como eles podem simplesmente ignorar isso?!" — pensou, socando a parede. Mas, no fundo, ele sabia que precisava encontrar uma maneira de salvar Orihime, com ou sem a permissão da Soul Society.

Enquanto Ichigo lutava com seus sentimentos, em Soul Society, as notícias do desaparecimento de Orihime e as ordens de Yamamoto se espalharam rapidamente. Keiyon, agora como capitão da Quinta Divisão, sentiu uma inquietação ao ouvir os relatos.

— "Aizen está se movendo, e agora Inoue Orihime está envolvida..." — murmurou para si mesmo, refletindo sobre os próximos passos.

Ele sabia que Ichigo não ficaria parado. E, secretamente, Keiyon também estava decidido a agir, mesmo que isso significasse desafiar as ordens superiores.