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Chapter 18 - Capítulo 18: Ecos de Rebelião

A tensão era palpável em Soul Society. O desaparecimento de Orihime Inoue havia colocado o Gotei 13 em estado de alerta, mas as ordens de Yamamoto de não intervir ecoavam como uma sentença fria e calculada. Enquanto muitos obedeciam relutantemente, outros sentiam o peso do dilema moral que se desenrolava. Entre eles, o recém-promovido capitão da Quinta Divisão, Keiyon Arks, encontrava-se dividido entre o dever e o instinto.

Keiyon estava sentado no alto de um penhasco nos arredores de Rukongai, com uma vista ampla das casas simples espalhadas abaixo. O vento soprava suavemente, agitando seu uniforme de capitão e os cabelos longos e negros que desciam por suas costas. Em sua mão, segurava o anel prateado no dedo indicador, girando-o distraidamente enquanto refletia sobre os últimos acontecimentos.

Ele sabia que Aizen estava tramando algo muito maior, algo que ameaçava a própria estrutura de Soul Society. A visão do Hōgyoku dentro de Rukia, as palavras enigmáticas de Kisuke Urahara e agora o desaparecimento de Orihime deixavam uma trilha de pistas desconexas.

— "Se Aizen realmente deseja tomar o lugar do Rei Espiritual, então a Soul Society está correndo um risco maior do que Yamamoto admite," — murmurou Keiyon para si mesmo.

Ao longe, seu subordinado mais próximo, Renji Abarai, aproximava-se com um ar hesitante.

— Capitão Keiyon, notícias importantes do mundo humano. O Comandante Yamamoto ordenou vigilância reforçada, mas... Ichigo Kurosaki parece estar tramando algo, e ele já está reunindo aliados.

Keiyon levantou-se, os olhos escuros fixando-se em Renji com intensidade.

— "Ichigo nunca foi alguém que esperasse ordens para proteger quem ele se importa. E honestamente, não posso culpá-lo," — respondeu Keiyon, cruzando os braços.

Renji hesitou antes de perguntar:

— Então... qual será o nosso papel nisso, capitão?

Keiyon soltou um leve suspiro.

— "Ainda é cedo para dizer, mas algo me diz que não podemos ficar de braços cruzados. Continue de olho no que acontece no mundo humano. Quero relatórios detalhados."

Renji assentiu, mas antes de sair, não pôde deixar de notar algo diferente na postura de Keiyon. Havia uma determinação silenciosa, como se ele já soubesse o que fazer, mesmo que isso desafiasse as ordens.

Enquanto isso, no mundo humano, Ichigo estava reunido com seus aliados em sua casa. Rukia Kuchiki, Chad, e Uryu Ishida estavam sentados ao redor da pequena mesa da sala de estar, o clima pesado com a urgência da situação.

— Orihime foi levada, e eu não vou ficar parado, — disse Ichigo, quebrando o silêncio. Sua voz estava firme, mas o peso da situação era visível em seu rosto.

Rukia cruzou os braços, olhando diretamente para ele.

— "Você sabe que o Comandante Yamamoto proibiu qualquer tentativa de resgate. Se você agir sozinho, estará colocando não apenas a si mesmo, mas todos nós, em perigo."

Ichigo bateu na mesa, seu temperamento entrando em ebulição.

— "E o que eu deveria fazer? Esperar que Aizen use a Orihime para algum plano diabólico? Não posso abandonar ela, Rukia!"

Chad, sempre calado, colocou uma mão no ombro de Ichigo.

— "Estamos com você, Ichigo. Não importa o que aconteça."

Uryu ajustou os óculos, seu olhar sério.

— "Mesmo que isso signifique enfrentar o Gotei 13, eu lutarei ao seu lado. Mas precisamos de um plano. Atacar Hueco Mundo sem informações seria suicídio."

Nesse momento, a borboleta infernal que havia entregado as ordens de Yamamoto pousou novamente no ombro de Ichigo. A mensagem era clara: qualquer interferência seria considerada traição.

Ichigo a esmagou com os dedos, seu olhar queimando de raiva.

— "Traição ou não, eu vou atrás dela."

De volta à Soul Society, Keiyon caminhava pelos corredores da Quinta Divisão, suas botas ecoando no chão de madeira polida. Ele parou diante de uma porta fechada, respirou fundo e abriu-a.

Dentro, Aya Tsubaki estava organizando relatórios. Ela levantou os olhos ao vê-lo entrar, um leve sorriso surgindo em seus lábios.

— "Keiyon, finalmente decidiu tirar uma folga?" — brincou ela, mas o olhar sério dele a fez parar.

— "Aya, preciso que você cuide da divisão por um tempo," — disse ele, fechando a porta atrás de si.

Ela franziu a testa, preocupada.

— "Por quê? O que você está planejando?"

Keiyon caminhou até ela, colocando uma mão em seu ombro.

— "Aizen está anos à frente de todos nós. Se ficarmos apenas reagindo, ele vencerá. Preciso entender o que ele realmente quer e descobrir como impedi-lo. Isso significa que vou tomar algumas ações fora do protocolo."

Aya olhou para ele, surpresa, mas compreendeu a seriedade em suas palavras.

— "Eu confio em você, Keiyon. Só... tome cuidado."

Keiyon assentiu e saiu da sala. Ele já sabia onde precisava ir: Karakura. Alguém precisava guiar Ichigo e seus amigos, mesmo que fosse nas sombras.

Na loja de Urahara, Kisuke estava, como de costume, sentado em sua cadeira, abanando-se com seu leque. Quando Keiyon chegou, o olhar perspicaz de Kisuke pareceu atravessá-lo.

— "Ah, Keiyon-kun. Pensei que demoraria mais para vir me visitar," — disse Kisuke, um sorriso brincando em seus lábios.

— "Corte a conversa, Kisuke. Você sabe o que está acontecendo. Aizen está manipulando tudo, e agora levou Orihime. Preciso saber o que você sabe sobre Hueco Mundo."

Kisuke fechou o leque e o encarou por um momento antes de responder.

— "Hueco Mundo não é apenas o território dos Hollows. É o campo de batalha final. Se você está disposto a desafiar as ordens da Soul Society, posso ajudá-lo a se preparar."

Keiyon cruzou os braços.

— "Já tomei minha decisão."

Kisuke sorriu levemente.

— "Muito bem, então. Vamos trabalhar."

Enquanto a noite avançava, os dois começaram a discutir estratégias, mapas e possíveis aliados. Keiyon sabia que a guerra estava apenas começando, mas no fundo, sentia que estava pronto para enfrentar qualquer coisa.