BERENICE VOLUME 01 - vendida
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...VENDIDA...
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Eu queria voltar para a época onde Zuzu, o meu gato preto era meu príncipe encantado que sempre me salvava das terríveis ameaças do mundo, como a grande besta celestial voadora, a barata. E o terrível monstro do esgoto invasor de castelos, o senhor rato. Porém, estes dias estavam prestes a acabar.
Eu era a rainha no meu imponente castelo junto com a minha irmã que reinava ao meu lado, juntas fazíamos muitas guerras, especialmente as de travesseiros, nós aventuramos pelo grandioso mundo, o nosso quintal, e descobrimos monstros terríveis habitando nas sombras, como a senhorita joaninha e o senhor besouro. No fim dos dias, tomávamos chá, e Zuzu meu Zuzu o meu querido trazendo a sua caça já boca para comer ao nosso lado.
Eram dias tão bons, não parecia que uma guerra havia lá fora, muito menos que pessoas brigavam por coisas idiotas como a vasta terra que sumia diante dos nossos olhos no horizonte.
Quando aceitamos o serviço, estavamos abandonando a nossa infância, o tempo que tinhamos para brincar, era chato no início, mas depois fomos a esquecer, e a nossa diversão não era mais correr atrás do Zuzu, muito menos temer a pequena barata. A nossa diversão era ficar a olhar para o teto e pensando.
"O que será que vamos comer amanhã?"
"Será que eu compro aquele sapato?"
"Você viu aqueles vestidos, eles são lindos, quero poder ganhar mais dinheiro e viajar pelo mundo descobrindo novas lojas de roupas!"
"Será que fazem roupas para gatos! Eu acredito que Zuzu vai ficar lindo de roupinha!"
Num dia qualquer, a dona pediu para ficar até mais tarde havia muito trabalho, enquanto eu olhava no corredor, percebia homens me olhando de forma estranha.
A serva pediu para evitar passar por lá, havia corredores secretos na casa, onde andávamos e também servia de fuga.
Mas tinha pontos na casa onde esses corredores não eram acessíveis, e ao passar pelo numa sala vipe, um velho sentado sozinho no lugar começou a falar comigo.
"Você trabalha muito aqui?"
"não!"
"Sua mãe trabalha aqui! Deve ser filha da dona?"
"não! Eu preciso trabalhar, não posso falar com vocês!"
"Ei garota, já pensou em ganhar o dobro que ganha aqui?"
Eu sai correndo, com medo, apesar da proposta eu sabia o que ele queria..
Então o velho começou a frequentar o lugar mais assíduo diariamente, e logo descobriu quem era minha mãe, sempre pedindo pelos serviço dela, o problema e que eles evitavam que eu limpasse o quarto, mas depois que o velho frequentava lá minha mãe bebia mais, pois, ele bancava os whisky, por um lado foi bom pois ela ja não gastava com bebidas em casa, mas eu nunca via ela como uma pessoa normal, ela parecia doente e boba, nunca respondendo direito o que eu perguntava.
Num certo dia, minha mãe saiu do quarto dele indo embora bêbada com um whisky na mão de alto valor, ela perambulava pelos corredores se apoiando, o homem foi pagar as contas para ir embora, já habia conversas estranhas.