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A mesiricórdia da Morte

SaraSim06
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Synopsis
Elvira tem uma vida calma desde que chegou ao novo mundo, abraçando a sua natureza insensível e sombria. O mundo onde ela está agora é harmonioso, embora seja bastante hierarquizado. Múltiplas espécies habitam este mundo e todas a conhecem, ou pelo menos, conhecem o seu nome. A única coisa com que todos concordam para além dos seus muitos nomes é com a quantidade de poder que ela exerce. Novo e antigo, vasto, luminoso e sombrio , o poder da mulher prateada não é nada que alguém tenha visto antes. Lúcios é um jovem pai solteiro de uma linda bruxinha que sofre constantes ameaças graças à natureza incomum do seu poder. Encurralado com uma ameaça por parte da família da falecida mãe da sua filha, Lúcios decide que procurar refugio na floresta é a melhor opção, já que, sendo um ômega com nenhum poder ofensivo, ele não tem como os defender. Já na floresta , Lúcios e a pequena Lília encontram um castelo antigo. Lúcios conhece a lenda por trás do habitante do castelo, a mulher prateada, e decide pedir a sua ajuda para manter a sua filha segura. Elvira concorda, por um preço. Também presente no Wattpad no meu perfil @SaraSimes765. Esta história é de minha autoria e todos os seus direitos estão reservados.
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Chapter 1 - A Origem da Morte

Era uma vez, num reino criado pelos Deuses Primoridiais, um ser feminino e de grande poder deitado na margem de um rio. O rio corria com força e pressa e o barulho do arrasto das suas águas negras pelas pequenas pedras perdidas nas margens quase conseguia abafar os murmúrios da curiosa criatura. A noite agarrava-se à mulher, escondendo a sua pele prateada da vista e misturando-se com os seus cabelos negros. Apenas pequenas pontos prateados eram visíveis por entre a escuridão, pintando a mulher numa imagem de trevas e estrelas. Ela tinha os braços abraçados ao redor da cintura alargada e do ventre inchado e os seus murmúrios estavam cada vez mais desesperados, chamando e esperando, chamando e esperando, chamando e esperando, chamando e esperando... Quase como numa reza.

Um estrondo respondeu, a luz de um relâmpago anunciando a chegada de um ser sombrio. Trevas respondiam a cada movimento do ser, movendo-se ao seu redor enquanto ele caminhava para a mulher com pressa. Ao perceber a sua chegada a mulher respirou fundo, e permitiu-se relaxar na sua áurea sombria enquanto ele a aconchegava no seu peito. O ser então apertou a mulher, encorajando-a e beijando a sua testa, a sua bochecha e o seu cabelo, enquanto sussurrava garantias e confortos.

Eles ficaram assim, abraçados, enquanto a mulher gritava e empurrava e o suor escorria pela sua pele e pelo seu cabelo. O esforço foi demorado e a escuridão parecia agarrar-se cada vez mais à mulher, em busca de a proteger da dor causada pelo parto.

Enfim, depois de míseros segundos e longos séculos, um novo ser nasceu. A pequena e nova criatura não chorou, olhando calmamente para os pais com grandes e redondos olhos negros que reluziam com a magia sombria e brilhante dentro do ser. A menina partilhava a pele prateada e os cabelos da mãe, enquanto também alguma das características do pai, como o nariz reto e as sobrancelhas, que de alguma forma já traduziam a indiferença do seu comportamento. Os seus lábios de coração mexerqm-se então, trazendo uma nova inocência ao jovem rostinho. A jovem menina foi nomeada de Mortícia, filha de Nyz, a deusa da noite e de Morgal, o deus das trevas.

Os pais apenas olharam para ela por um tempo, observando a criança habituar-se à energia do submundo, antes de a banharem no rio Styx, o rio dos mortos, para que a sua água pudesse abençoar a jovem deusa com a sua magia e a sua energia.

Começou assim a história de uma Deusa que cresceu rapidamente, a sua mente nada abalada pelas emoções sentidas por outros seres. Afinal, Deuses não tinham luxo para tais coisas, pelo menos, não no início.

O raciocínio comandava todas suas ações e o seu próprio ser era condenado pela natureza escura da sua magia. Ela era a morte, era ela quem tinha o poder de tirar a vida e de a transportar, ela absorvia e manipulava energia à sua vontade. Ela comandava os exercítos dos Deuses e massacrava os restantes, sozinha se sentia que seria uma forma boa de aprimorar as sua habilidades, outras vezes, com os seus soldados nas suas costas. Todos sabiam que ir contra ela era uma sentença de morte e passaram a teme-la, tanto no seu mundo como nos mundos mais tarde criados.

Milénios passaram, e Mortícia ficou cansada da batalha, do sangue e da dor. Ela refugiou -se do Universo, deixando seres criados por ela para batalhar e reinar a morte em seu nome. Ela vagou por todo o Universo, encontrando novas formas de vida, aprendendo como viviam as mais antigas e acompanhado, assistindo. A certa altura, Mortícia encontrou um mundo muito parecido com o Reino Primordial, o reino onde ela nascera e a magia reinava. Inúmeras espécies habitavam nele em harmonia, abençoados com vários dons pela magia. Encantada e talvez curiosa pela primeira vez na sua longa vida, Mortícia estabeleceu-se nesse mundo e colocou-o sobre a sua proteção. Ninguém a conhecia lá e Mortícia não fez questão de se misturar. Ela dotou um novo nome, construiu a sua moradia com magia numa floresta verdejante e escondeu-se do resto do mundo. Ela saia por vezes, para aprender sobre as diversas espécies que habitavam este mundo e como elas eram diversas, mas na maior parte do tempo, ela deixou- estar no seu canto.

Ela, é claro, não podia passar completamente despercebida, nem mesmo se quisesse. Todos viam a mulher que visitava as aldeias e sentiam o seu poder ao seu redor. Era bem sabido que ela era perigosa, embora ninguém tivesse visto nada para provar que ela fosse tal coisa. Dama das Sombras, Tocada pelo Luar, Morte era como a chamavam e lá abraçou os nomes durante um tempo, até que partilhou o seu novo nome com uma comerciante e a notícia se espalhou como uma fogueira.

" Elvira" sussurravam, " Elvira é o nome da mulher prateada!"...

Continua...