Nos dias que se seguiram, Perséfone começou a sentir uma ligação profunda com Helena. Era como se as dores e desafios da mulher de décadas atrás fossem reflexos dos seus próprios. O diário não era apenas uma história de amor; era um testemunho de escolhas difíceis, de sacrifícios e da força que vem das adversidades.
Inspirada por Helena, Perséfone começou a tomar decisões sobre sua própria vida. Ela finalmente abriu as caixas que havia trazido do apartamento e começou a organizar suas coisas na casa. Era um gesto pequeno, mas simbólico: ela estava se permitindo recomeçar.
Enquanto reorganizava os livros, encontrou um caderno que usava para anotações pessoais. Ao folhear as páginas, percebeu algo que a fez sorrir: em algum momento, antes de tudo desmoronar, ela havia escrito sobre seus próprios sonhos. Não sobre Eduardo, não sobre casamento, mas sobre ela mesma.
"Um dia, quero morar perto do mar, sentir o vento no rosto e encontrar algo que me inspire a viver de verdade."
Naquele momento, Perséfone percebeu que, mesmo em meio ao caos, ela estava exatamente onde deveria estar.
Com o diário de Helena em uma mão e o caderno de anotações na outra, Perséfone sentiu um novo tipo de força emergir dentro dela. Não era apenas a história de Helena que precisava ser concluída; era a sua própria história que estava esperando para ser escrita.
E, assim como o diamante que se forma sob pressão, ela começou a se transformar.