Decidida a saber mais, Perséfone resolveu explorar a praia próxima à casa. Helena mencionava repetidamente aquele lugar em suas anotações, descrevendo-o como um refúgio secreto onde ela e Arthur podiam ser eles mesmos, longe dos julgamentos do mundo.
A praia era ainda mais bonita do que Perséfone imaginava. Cercada por penhascos, era um lugar isolado, onde as ondas quebravam com força contra as rochas. Ela caminhou pela areia, sentindo-se pequena diante da imensidão do mar.
Enquanto andava, seus olhos foram atraídos por algo brilhando entre as pedras. Era uma pequena caixa de metal, desgastada pelo tempo, mas ainda intacta. Perséfone a pegou com cuidado, a curiosidade crescendo.
De volta à casa, ela abriu a caixa. Dentro, havia uma carta envelhecida e uma foto em preto e branco de um homem e uma mulher sorrindo, abraçados na mesma praia que ela acabara de visitar. A mulher tinha um rosto delicado e um olhar determinado – Helena, sem dúvida.
A carta estava assinada por Arthur. As palavras eram poucas, mas intensas:
"Helena,
Se algum dia encontrar isso, saiba que cada escolha que fiz foi por você. Não importa o que aconteça, meu amor por você será eterno."
Perséfone sentiu o peso da carta como um soco no peito. Havia algo de trágico e belo naquelas palavras, como se fossem um adeus. Mas a história ainda parecia incompleta.