Os dias na Vila das Pedras começaram a seguir um ritmo tranquilo, quase hipnótico. Perséfone passava a maior parte do tempo explorando a casa e os arredores, mas, inevitavelmente, retornava ao diário de Helena. Cada página lida a envolvia ainda mais, como se as palavras fossem um chamado direto para sua alma.
Na manhã seguinte à visita à biblioteca, Perséfone acordou com a luz suave do sol entrando pela janela. Ainda vestida com as roupas do dia anterior, o diário estava em seu colo, aberto em uma página que ela mal lembrava de ter lido antes de adormecer.
"Ele disse que me ama mais do que qualquer coisa, mas o mundo nos pressiona de todas as maneiras possíveis. Não sei quanto tempo conseguiremos resistir."
Essas palavras fizeram Perséfone pensar no que significava resistir pelo amor. Helena e Arthur tinham enfrentado desafios que ela ainda não compreendia completamente, mas algo naquelas palavras tocava uma ferida aberta em seu coração.
Sem conseguir se conter, ela pegou o diário novamente e foi para a varanda. O ar fresco do mar trouxe clareza enquanto ela continuava a leitura.
"Decidimos nos encontrar amanhã à noite, na praia onde tudo começou. Arthur prometeu trazer algo importante, algo que ele diz que mudará tudo. Não sei o que esperar, mas meu coração está dividido entre a emoção e o medo."
A curiosidade de Perséfone aumentava a cada linha. Ela se imaginou no lugar de Helena, esperando por um amor proibido, cheia de incertezas e esperanças. Mas o que Arthur teria prometido? E por que aquela história parecia tão incompleta?