Já fazia uma noite desde que Arthur recebeu o colar em forma de estrela de seu pai, Darius. O dia anterior havia sido intenso, com o despertar de suas habilidades e todas as informações que ele teve que processar. Decidido a descansar, ele aproveitou a noite para tentar colocar os pensamentos em ordem.
Agora, sentado em sua cama, Arthur segurava o colar na mão, observando atentamente o painel com as informações que surgiam sobre o objeto.
Relíquia: Colar dos Elementais
Descrição: O Colar dos Elementais é uma relíquia rara, forjada a partir de uma pedra impregnada com a energia do mistério e o desejo humano de encontrar Espíritos Elementais. A relíquia é um artefato único, carregado de uma energia antiga que parece vibrar com potencial inexplorado.
Habilidade: O Colar dos Elementais possui a extraordinária capacidade de localizar Espíritos Elementais. Quando ativado, ele transporta o portador para uma distância de até 100 metros da origem do nascimento de um Espírito Elemental. Contudo, essa habilidade só pode ser utilizada uma única vez, pois o colar é destruído imediatamente após o uso.
Arthur tinha um sorriso no rosto enquanto tentava se lembrar de tudo o que sabia sobre os Espíritos Elementais.
Os Espíritos Elementais eram a cobiça de todo Mestre de Bestas, pois eram incrivelmente únicos. Esses seres nasciam puramente da energia elemental concentrada da região onde se formavam. Era necessário um enorme acúmulo de energia elemental para que um Espírito Elemental fosse criado, e o processo de formação levava mais de 400 anos. Essa raridade fazia deles criaturas extremamente desejadas e valiosas no mundo dos Mestres de Bestas.
Até onde Arthur sabia, para ativar uma relíquia ou artefato era necessário pingar uma gota de sangue contendo sua essência espiritual, com a energia do espírito concentrada. Esse processo conectaria a relíquia ao usuário, permitindo seu uso. Contudo, Arthur decidiu não fazer isso no momento.
Ele colocou o colar em volta do pescoço e o escondeu sob a camisa, como se quisesse protegê-lo de qualquer risco. "Ainda não é o momento", pensou ele. Em vez disso, decidiu que deveria focar em compreender melhor suas habilidades recém-descobertas. Afinal, ele precisava se familiarizar com elas e explorar todo o potencial que poderiam oferecer.
Concentrando sua atenção em si mesmo novamente, Arthur ativou sua habilidade Olhos da Verdade, e o painel de informações se manifestou diante de seus olhos como antes.
Nome: Arthur
Caminho de Cultivo: Mestre de Bestas
Nível: Nenhum
Habilidades: Olhos da Verdade (Grau S), Cópia Divina (Grau S).
Arthur tentou concentrar sua atenção nas habilidades, e o painel mudou, exibindo as descrições detalhadas de cada uma. Ele observava atentamente, mas não conseguiu segurar uma risada alta ao ler a descrição de sua segunda habilidade.
Olhos da Verdade (Grau S): Permite ao usuário ver através da verdade dos objetos com energia espiritual, obtendo informações detalhadas sobre criaturas, relíquias, ervas e artefatos.
Cópia Divina (Grau S): Permite criar uma cópia idêntica de qualquer objeto espiritual com perfeição total. O número de cópias possíveis depende do nível do usuário.
Número de cópias atuais: 1 por dia.
"Então, além de identificar, posso literalmente criar cópias perfeitas de itens espirituais? Isso é praticamente um bilhete de ouro!" pensou Arthur, com um misto de incredulidade e entusiasmo.
Sua mente começou a trabalhar a mil, imaginando as inúmeras possibilidades dessa habilidade. Ele sabia que, por enquanto, o número limitado de cópias era uma restrição, mas, conforme aumentasse seu nível, isso poderia se tornar uma vantagem absurda.
"Isso explica por que essa habilidade é Grau S", murmurou ele para si mesmo, ainda rindo.
Enquanto Arthur ria histericamente, sua barriga começou a roncar. Decidiu descer para tomar o café da manhã. Ao descer, notou um bilhete na geladeira, escrito por sua mãe, Helena. O bilhete dizia: "O café está no forno, só esquentar. Vamos trabalhar." Era um bilhete simples, mas Arthur entendeu que sua família já havia ido para a loja.
Arthur tinha três dias de folga do colégio, então decidiu explorar suas habilidades. Pegou o café simples do forno, esquentou e comeu. Depois disso, passou a tarde inteira avaliando suas habilidades e descobriu pontos cruciais sobre elas.
Aparentemente, sua primeira habilidade, Olhos da Verdade, poderia identificar qualquer tipo de criatura, qualquer besta espiritual, ervas e até mesmo pessoas. No entanto, havia uma discrepância: ele não conseguia identificar pessoas comuns ou objetos que não possuíam energia espiritual. Isso significava que indivíduos que ainda não haviam começado um caminho de cultivo eram impossíveis de serem identificados por ele. O mais impressionante era que, mesmo através de fotos ou pela internet, ele conseguia identificar as bestas espirituais. Arthur não sabia como isso funcionava, mas era assim que sua habilidade operava.
Ainda mais impressionante era o fato de que essa habilidade também permitia que ele visse as rotas evolutivas das bestas. Arthur achou isso extremamente importante, pois as rotas para evoluir uma besta eram incrivelmente difíceis de se conseguir, mesmo com toda a tecnologia disponível na atualidade. Muitos pesquisadores estavam empenhados em desvendar essas rotas de evolução. Mas Arthur simplesmente olhava para uma besta e podia ver todas as suas possíveis rotas de evolução.
É claro que Arthur não poderia usar essa habilidade para ganhar dinheiro naquele momento, pois sabia que seu Despertar Olhos da Verdade já havia sido registrado na escola. Se ele começasse a evoluir bestas para obter lucro, as pessoas associariam isso à sua habilidade de grau S, o que chamaria atenção indesejada. Arthur ainda era muito fraco e não podia usar suas habilidades de maneira irresponsável. Ele sabia que isso poderia colocar sua própria vida e a de sua família em perigo. Ele estava muito ciente da natureza humana e de sua cobiça, por isso, se mostrava extremamente cauteloso.
Arthur também descobriu um pouco sobre sua segunda habilidade, Cópia Divina. Embora não tivesse certeza, parecia que sua segunda habilidade também estava diretamente ligada à energia espiritual. Afinal, ele não conseguiu localizar nenhum tipo de objeto em sua casa que pudesse ser copiado. Claro, sua casa era simples, sem relíquias, artefatos ou qualquer coisa que contivesse energia espiritual. Nem mesmo ervas, apenas comida normal e utensílios domésticos.
Foi quando, ao pensar nisso, Arthur teve uma ideia enquanto subia as escadas para seu quarto. E o colar? Será que consigo copiá-lo? pensou ele. Se eu conseguir, isso seria algo incrivelmente roubado, não? refletiu.
Chegando ao seu quarto, Arthur fechou a porta e as janelas, então retirou o colar do pescoço. Olhando para o colar, o mesmo painel apareceu novamente à sua frente.
Relíquia: Colar dos Elementais
Descrição: O Colar dos Elementais é uma relíquia rara, forjada a partir de uma pedra impregnada com a energia do mistério e o desejo humano de encontrar Espíritos Elementais. A relíquia é um artefato único, carregado de uma energia antiga que parece vibrar com potencial inexplorado.
Habilidade: O Colar dos Elementais possui a extraordinária capacidade de localizar Espíritos Elementais. Quando ativado, ele transporta o portador para uma distância de até 100 metros da origem do nascimento de um Espírito Elemental. Contudo, essa habilidade só pode ser utilizada uma única vez, pois o colar é destruído imediatamente após o uso.
Concentrando-se em sua segunda habilidade, Arthur tentou copiar o colar. Para sua surpresa, uma luz dourada apareceu ao redor do colar, brilhante, seguindo cada contorno como se estivesse desenhando. E então, de repente, uma outra luz dourada, em círculos, apareceu na frente de Arthur. A luz brilhou intensamente e, então, outro colar surgiu dela e caiu no chão.
Completamente impressionado e chocado, Arthur olhou para o novo colar, que exibia o mesmo painel que o original que estava em suas mãos.
Arthur realmente ficou chocado dessa vez. Se sua habilidade podia realmente copiar uma relíquia tão poderosa quanto esse colar, quais seriam os limites de sua habilidade? Essa habilidade deveria ser mantida em segredo a qualquer custo. Arthur decidiu que não contaria a ninguém sobre essa habilidade. Nem mesmo à sua própria família. Era muito perigoso e poderia colocá-los em perigo.
Arthur ainda tinha muito o que descobrir sobre essa habilidade. Ele acreditava que ela ainda tinha um potencial muito grande. Mas, como ainda era muito cedo, Arthur não tinha nenhum tipo de habilidade desenvolvida que lhe permitisse conseguir ervas espirituais, muito menos relíquias.
Depois de testar suas habilidades, Arthur decidiu ir com calma e descobrir mais sobre elas com o tempo. Respirando fundo e suspirando, ele decidiu que era hora de planejar seu futuro. Assim que voltasse para a escola, ele iria para o Reino Secreto. Decidiu que ativaria a relíquia lá. Arthur estava preocupado que, se ativasse a relíquia fora de um Reino Secreto, não saberia onde iria parar. Afinal de contas, Arcanis é um mundo muito grande, e Arthur não possuía nenhuma habilidade de luta ou besta para se proteger.
Depois que decidiu o que fazer, Arthur optou por pesquisar mais sobre os espíritos elementais para aumentar seu conhecimento antes de seus pais chegarem em casa. Depois de algumas pesquisas, Arthur estava ainda mais convencido. Descobriu coisas que o intrigaram, principalmente por causa de sua mãe. A família de Arthur poderia até dizer que sofria de algum tipo de maldição há muito tempo.
Sua mãe e seu pai se conheceram e se apaixonaram ainda na época do colégio. Sua mãe era filha de dois guardas de nível Prata que protegiam a cidade e que morreram em uma maré de bestas.
Já seu pai, Darius, vinha de uma família de renome, uma família abastada de segundo grau. Até onde ele sabia, seu pai só perdeu o nome da família depois que seu avô morreu no Deserto da Morte. Seu avô era um homem forte, de nível Diamante, assim como o diretor do colégio, mas morreu ao se aventurar muito fundo no deserto. Isso mostrava o quão perigoso era esse mundo.
Depois que seu avô faleceu, o tio de seu pai assumiu como líder da família e baniu seu pai, que só conseguia seguir o caminho de um Mestre de Bestas. Arthur não sabia muito sobre a família de seu pai e nunca conheceu esses parentes. Sabia apenas que seu sobrenome era Ironhart e que tinham um pouco de influência na Cidade das Estrelas, onde Arthur vivia. Claro, Arthur não se importava com eles.
Até onde Arthur sabia, depois que seu pai foi expulso da família, eles dificultaram muito a vida dele. Por causa disso, seu pai não conseguiu contratar uma besta guardiã, já que bloquearam qualquer tipo de recurso que ele pudesse acessar.
Sua mãe ainda tinha algumas economias e tentou contratar uma besta guardiã, mas, infelizmente, na época, foi diagnosticada com uma doença muito rara chamada fragmavita. Essa doença enfraquece a energia mental de uma pessoa, tornando-a muito fina e fragilizada.
Embora a fragmavita não causasse grandes implicações em outros caminhos de cultivo, ela era extremamente prejudicial para um Mestre de Bestas. Isso porque a doença impede que ele consiga contratar uma besta guardiã. A resistência necessária durante o momento do contrato pode fazer com que a pessoa entre em coma ou até morra devido ao rebote.
Por essa razão, Arthur estava ainda mais interessado nos espíritos elementais. O que ele descobriu foi que, no processo de formação de um espírito elemental, o espírito não possui consciência inicialmente. Ele é uma energia, um vaso de energia solidificada, em forma de cristal. Quando esse cristal atinge seu potencial máximo, o restante da energia é utilizado para formar sua consciência.
Por isso, se esse cristal for retirado antes da consciência do elemental ser formada, e não for ligado a um mestre de bestas, ele morrerá em algumas horas ou dias — ainda há muitas controvérsias sobre isso. Nesse caso, ele se transforma em um cristal elemental.
Um cristal elemental é uma coisa extremamente rara, que pode ser vendido por bilhões. Afinal, um cristal elemental é um cristal puro de energia elemental e pode ser utilizado em todas as três formas de cultivo: para mestres marciais, magos elementais, e bestas guardiãs dos mestres de bestas.
Mas o melhor de tudo é que, quando um mestre de bestas tem a possibilidade de contratar um espírito elemental, não há resistência, pois sua consciência ainda não está formada. Quando o mestre de bestas consegue contratar um elemental, sua energia mental ajuda a construir a mente do elemental, tornando-o mais apegado ao seu mestre. Por isso, os espíritos elementais são conhecidos por serem extremamente protetores com seus mestres de bestas.
Por causa disso, Arthur acreditava que as bestas espirituais elementais eram o melhor tipo de besta para fortalecer sua família. Pelo que ele descobriu, uma besta espiritual elemental, depois de formar sua consciência, escolheria uma forma para tomar. Essa forma poderia ser desde uma humanoide até um animal espiritual. Porém, de qualquer forma, ela seria extremamente mais poderosa do que as bestas comuns.
Embora uma besta elemental espiritual precise de 10 vezes mais energia para evoluir de nível, elas são muito mais fortes e habilidosas na manipulação de seus respectivos elementos. Além disso, um fator que Arthur achou interessante era que, ao atingir o nível ouro, uma besta espiritual consegue solidificar seu cristal elemental no espaço de bestas de seu mestre, tornando-a praticamente imortal. Quando uma besta elemental espiritual com seu próprio cristal solidificado é morta, ela reviverá após alguns dias, dependendo do nível da besta e de sua habilidade elemental.
É claro, o mestre ainda sofrerá algum impacto com a morte de sua besta, mas isso não é um grande problema. Afinal, as bestas espirituais são os tesouros mais preciosos para um mestre de bestas. Se uma besta espiritual morrer, o mestre muitas vezes pode acabar ficando aleijado, caso não consiga adquirir tesouros espirituais que ajudem a fortalecer sua alma. Isso acontece porque a ligação entre um mestre de bestas e suas bestas guardiãs é feita com a alma, sendo irreversível. Portanto, se o mestre morrer, todas as suas bestas também morrerão.
Depois de descobrir todos esses fatos sobre os espíritos elementais, Arthur estava decidido a fazer dos espíritos elementais as bestas características de sua família.
Mas é claro, Arthur não poderia apressar as coisas. Ele sabia que no mundo de Arcanis, o poder era tudo. Aqueles que fossem fortes poderiam fazer o que quisessem, enquanto os fracos só Restariam lamentar. Por isso, ele tinha que agir com muita cautela, pois ainda era muito fraco. Não poderia expor sua capacidade de conseguir espíritos elementais.
Com sua decisão já tomada, Arthur concluiu que o melhor a se fazer agora era aproveitar esses dias restantes para estudar sobre os Reinos Secretos. Embora tivesse aberto seu espaço de bestas, como não contratou nenhuma besta guardiã, ainda era considerado um humano normal. Sendo assim, ele entraria totalmente desprotegido no Reino Secreto, então quanto mais soubesse, melhor. Durante esses dias, Arthur se dedicou intensamente aos estudos, e logo, os três dias se passaram. Chegou a hora de Arthur se aventurar no Reino Secreto.