O dia do banquete passou rapidamente na mente de Serafina. Ela tentou recordar tudo o que tinha dito ao homem com quem teve um apaixonado caso amoroso, seu rosto tornando-se contemplativo.
"Ei, Serafina!" A voz do Conde Alaric cortou seus pensamentos.
"Sim, pai?" Serafina respondeu rapidamente.
"O que você está fazendo?" ele exigiu, a irritação clara em seu tom.
"O que é isso..." ela começou, percebendo que sua pegada na xícara havia afrouxado, derramando chá pela borda. Seu rosto corou de vergonha enquanto ela rapidamente limpava as mãos com um lenço.
"Está tudo bem. Acho que Lady Serafina ficou um pouco surpresa," comentou o Duque de Everwyn, com um olhar casual para ela.
"Bem, eu ouvi que você adoeceu depois de participar do banquete," continuou ele.
"Ah, sim," Serafina respondeu suavemente.
"Me desculpe. Eu deveria ter visitado você assim que soube das notícias, mas algo urgente surgiu," disse o Duque, com um sorriso nos lábios, mas sem calor nos olhos. Era uma mentira óbvia; ele não se importava com ela de forma alguma.
"Está bem. Eu ouvi dizer que um Duque tem muito trabalho para fazer, então é justo que você termine seu trabalho primeiro," disse Serafina, tentando combinar sua insinceridade com educação.
"A consideração de Lady Serafina é muito generosa," respondeu o Duque.
Com isso, ele sentou-se à frente dela. Apesar do amplo espaço, ele esticou os pés, colocando a ponta de seu sapato contra o dela.
"Acho que seremos um casal que se encaixa bem," ele disse.
"Coff!" Um tosse escapou da boca de Serafina com as palavras dele. Ela havia engasgado com um pedaço da comida e continuava a tossir, seu rosto ficando vermelho vivo.
"Serafina!" A voz aguda do Conde Alaric perfurou seus ouvidos, condenando seu comportamento. Ele não apreciava suas ações e rapidamente respondeu por ela. "Sim, eu não poderia concordar mais. Quanto mais olho para vocês dois, mais acredito que formarão um casal maravilhoso."
"É o que o Conde Alaric vê?" perguntou o Duque, com os lábios finos. Enquanto tomava um gole de sua caneca, ao invés de olhar para o chá ou o Conde, ele encarou intensamente Serafina.
Seu dedo indicador deslizava lentamente sobre a alça da xícara lisa. Serafina corou, percebendo seu olhar descarado. Seu olhar era tão intenso que parecia como se ele pudesse ver através de suas roupas.
Ela tinha muitas perguntas para ele, mas essas seriam melhores feitas em particular. Por que ele estava aqui? Por que não havia revelado sua identidade no banquete? E por que ele apenas ouviu suas observações, que poderiam ter sido rudes?
Ainda fraca de sua recente doença, Serafina havia sido forçada a sair da cama para encontrar o Duque. Seu corpo não podia lidar com a súbita elevação da pressão sanguínea e do estresse. O quarto começou a girar, e ela sentiu sua cabeça cair para trás. A cadeira em que estava sentada, mais um banco do que uma cadeira comum, não oferecia apoio, e ela desabou para trás sem forças.
Thud!
"Serafina!" o Conde Alaric gritou.
"Lady Serafina!" o Duque chamou, soando surpreso.
Ouvido a voz irritada do Conde e o choque do Duque, Serafina sabia que teria que pedir desculpas novamente.
Quando ela acordou, a parte de trás de sua cabeça estava dormente.
"Ah..."
Ela deve ter batido a cabeça quando caiu. Colocando as pontas dos dedos na parte de trás da cabeça, ela sentiu um leve inchaço. Mesmo um toque leve era doloroso, e provavelmente levaria mais de uma semana para se recuperar. Lentamente, olhou em volta com o rosto pálido.
Serafina olhou pela janela. Era dia quando desmaiou, mas agora estava escuro lá fora. Suas roupas inalteradas a incomodavam, mas ela não tinha tempo para se importar. Ela tinha que alcançar o Duque, que poderia já ter ido embora. Havia muito o que queria dizer, e nesse ritmo, estava claro que seu casamento prosseguiria com muitos mal-entendidos.