A mulher, uma ruiva estonteante com cabelos longos e ondulados, olhou para mim com um brilho nos olhos. Seu rosto ovalado era iluminado por uma pele alabastrina, e seus lábios vermelhos sorriam com confiança.
Seus olhos verde-azulados, quase hipnóticos, pareciam ver além da superfície, me dava a impressão de que pudesse ver minha alma nua, seu nariz reto e fino estava ligeiramente erguido, dando-lhe um ar de autoridade.
Ela usava um tailleur preto elegante, que realçava sua silhueta esbelta e curvilínea. Uma pulseira de prata brilhava em seu pulso, e seus dedos longos e finos estavam adornados com anéis discretos.
— Vamos revisar os relatórios de investimentos — disse ela, sua voz suave e segura.— Precisamos identificar áreas de melhoria.
Sua presença era imponente, não era a primeira vez que meu olhar a tocava, entretanto, a sensação que tive a primeira vez que vi sempre permaneceu a mesma.
— Como desejar — respondi, já com os papéis me dirigindo a pequena mesa ao canto da sala Enquanto eu meus olhos passavam pelos papéis minhas mãos, folheavam em busca de mais, apenas quando estava bastante próximo foi que percebi meu colega de trabalho, ele estava a beira da porta olhando para mim, Evan, se aproximou da minha mesa.
Ele era um homem alto e magro, com cabelos castanhos e olhos azuis. Seu rosto era angular, com uma mandíbula forte e um nariz reto. Ele tinha um estilo descontraído, com uma camisa branca e calças jeans.
— E aí, Desmond! Tem uma bela pilha aí quer uma ajudinha?— perguntou ele, com um sorriso amigável.
— Agradeço, mas não é tão complicado lidar com isso, não vou abusar da sua boa vontade, então tudo bem com você Evan? — continuei, olhando para cima, costumávamos nós ajudarmos sempre quando a situação apertava, não o considerava apenas um colega mas também um amigo, quando chegou na empresa foi ele quem o guiou nas tarefas e facilitou bastante sua adaptação.
— Tudo perfeito… Apenas aguardando o fim de semana, o trabalho não é ruim, o ruim é ter que trabalhar — disse ele, sentando-se na cadeira ao lado da minha mesa.
— hoje ainda é segunda cara, mas realmente nada se compara a fazer algo incrivelmente irrelevante, mas satisfatório —falei
— Realmente, se me perguntasse para escolher entre cinco horas fazendo o relatório de expedição ou dez horas jogando para no final adquirir uma capa que brilha para meu personagem de mmo, a escolha não é difícil — gargalhou Evan
— Simplesmente, realização — concordei sorrindo.
O olhar de Evan afinou por um instante então em seguida continuou; —Desmond, já soube do incidente da rua ali de trás? — perguntou ele, baixando a voz e apontando para a janela ao fundo da sala.— o que aconteceu? — perguntei, curioso, afinal não era uma cidade violenta muito menos o bairro ali, qualquer acontecimento era algo raríssimo.
Evan hesitou um pouco, como se não soubesse se deveria compartilhar a informação.
Em seguida falou:
— Encontraram corpos de três pessoas, todas com feridas de cortes profundos— continuou, em olhos como se as palavras em sua boca o fizesse se perder em pensamentos
— Retalhado? — repeti, sentindo um arrepio na espinha, tem um psicopata na cidade!?
Evan sacudiu a cabeça.
— algumas vítimas tinham até membros separados do corpo — falou Evan suspirando, só soube do ocorrido por meio do seu irmão que é policial e isso era o assunto na delegacia da cidade e foram colocados panos quentes no assunto para evitar deixar o povo em Pânico, pelo menos até encontrarem o culpado, não fizeram grande alarde.
— Isso é simplesmente assustador, coisa de filme de terror — falei
Evan concordou
— A polícia ainda não encontrou nada concreto. Mas há uma coisa estranha... — Ele hesitou novamente.
— O que é? — perguntei.
— As vítimas tinham uma marca em comum em seus corpos, uma espécie de símbolo como um rosto de um lobo — Disse Evan
— Um símbolo? , então certamente um serial killer assumindo a autoria — Falei
— Talvez... — Evan sacudiu a cabeça.
Fiquei em silêncio por um momento, processando a informação. Era como se estivesse ouvindo uma história de terror, não que ele tivesse o costume de sair a noite, mas com certeza agora ele faria o possível para evitar.
Eu continuei em silêncio por um momento, processando a informação. Era como se estivesse ouvindo uma história de terror.
— É melhor eu voltar ao trabalho — disse Evan, quebrando o silêncio.— Sim, é também tenho bastante coisa— concordei.
Evan se levantou da cadeira e olhou para mim.
— Desmond, se cuida, ok? — disse ele.
— Sim, vou tomar cuidado — respondi.
Evan assentiu e começou a se afastar.
— Evan! — chamei.
Ele se virou.
— Sim?— Obrigado por confiar essa informação a mim — falei
Evan sorriu levemente.
— Sem problemas, Desmond. Você é meu amigo.
Ele se virou novamente e começou a se afastar.— Até mais tarde! — disse ele.
— Até mais tarde! — respondi.
Evan desapareceu na porta da sala e eu fiquei sozinho novamente, com minha pilha de papéis.
Na delegacia de polícia de Darkwood, o delegado McKinley encarava friamente a tela do computador com as fotos dos cadáveres enviados pela perícia. Seus olhos azuis, frios e penetrantes, analisavam cada detalhe, procurando por qualquer pista que pudesse levar ao assassino.
— Um verdadeiro monstro — murmurou, sacudindo a cabeça — ou talvez monstros, nada descarta que não haja vários envolvidos, talvez não fosse apenas um assassino.
O telefone na sua mesa tocou, quebrando o silêncio.— Delegado McKinley — respondeu ele.
— Delegado, é a Dra. Morgan, da perícia — disse a voz do outro lado da linha. — Temos os resultados preliminares da autópsia.
— O que você encontrou? — perguntou McKinley
— Algo muito estranho — disse a Dra. Morgan. — Encontrei um pedaço de garra quebrada na pele de um dos cadáveres.
— Uma garra? — repetiu McKinley, surpreso.
— Sim, e não é qualquer garra — continuou a Dra. Morgan. — ela é simplesmente enorme... Deve pertencer a algo bastante feroz
McKinley franziu a testa.
— Que tipo de animal? — perguntou ele.
— Não sei ao certo — respondeu à Dra. Morgan. — Mas as dimensões da garra sugerem que é algo grande, talvez um urso...
McKinley sentiu um arrepio na espinha.
— Um predador selvagem? No meio da cidade, a floresta ainda esta bem longe, Isso é Logicamente muito estranho —
— Eu sei que parece incrível — disse a Dra. Morgan. — Mas os fatos não mentem, o assassino não é humano.
McKinley sacudiu a cabeça.
— Isso é... No mínimo bizarro de mais — disse ele. — Precisamos reconsiderar a nossa abordagem.
— Sim, delegado — concordou a Dra. Morgan. — Vou continuar trabalhando no caso para descobrir mais sobre esse animal.
— Quanto a identidade das vítimas? — perguntou o delegado — Ainda nada por enquanto, entretanto, sabemos que eles não são da cidade — respondeu à perita
— Obrigado — falou em seguida McKinley desligou o telefone e começou a respassar as informações novamente.
Ele sabia precisar encontrar o assassino, seja lá o que ele for, antes que mais vítimas fossem encontradas.
De repente, a porta da sua sala se abriu e um jovem policial entrou.— Delegado, temos uma nova vítima — disse o policial.
McKinley sentiu o suor frio descer em suas costas.
— Onde? — perguntou ele.— Na estrada da floresta. A vítima está com as mesmas marcas de arranhões — respondeu o policial.
— Isso está ficando mais complicado — murmurouO
O dono da loja. Sr. Davis, estava organizando suas mercadorias quando ouviu um barulho vindo da porta. Ele se virou e viu um cachorro ferido, com uma pata machucada, caminhando mancando até perto da sua loja e se deitando no canto da parede.
O cachorro era um vira-lata de tamanho médio, com uma pelagem marrom-clara e manchas brancas no peito e nas patas. Seus olhos castanhos, normalmente brilhantes, estavam agora opacos e tristes, refletindo a dor e o sofrimento que ele havia passado. A orelha esquerda estava levemente cortada, apesar de sua aparência desgastada, o cachorro ainda tinha um ar de dignidade e coragem. Seu focinho era fino e elegante, e sua cauda, embora ferida, ainda tremia levemente quando ele olhava para Sr. Davis.
O dono do pequeno mercado sentiu um aperto no coração ao ver o cachorro tão ferido e sofrido. Ele sabia precisar ajudá-lo, e rápido.
Sr. Davis sentiu compaixão e se aproximou do cachorro. O animal parecia estar em dor, mas não parecia ter medo.
— Pobre coitado — disse Sr. Silva — continuou dando um suspiro com pena deve ter tido uma baita briga, provavelmente por uma cadela no cio, é realmente bastante complicado a vida nas ruas dos pobres animais.
Olhou por alguns instantes o animal ferido e exausto, voltou para dentro da loja e quando saiu portava dois pratos, o primeiro na mão direita com restos do almoço e o segundo na mão esquerda com água Sr. Davis sorriu enquanto colocava os dois pequenos pratos ao lado do cachorro E logo o animal se levantou com dificuldade e começou a comer avidamente.
O Homem se retirou novamente para dentro da loja.
O cachorro ferido observava as costas do homem que entrava na loja— deixe só saco de estrume, irei lhe perdoar por esse insulto por sua boa ação — por muito menos eu Lupir filho do líder de um orgulhoso Clã de lobisomens matei dezenas, quem ousaria chamar sua linda noiva de cadela no cio? E afinal como esse homem sabia que lhe ocorreu a tempos atrás quando para defender seu direito a se juntar a Elina sua noiva, matou outro jovem filho de líder de outro Clã, com o rancor daquele Clã mais tarde isso resultou numa emboscada que o deixou nessa situação miserável.
Enquanto mastigava, ele pensava incessantemente no que faria a seguir.