Alan entrou em casa, ainda tentando processar tudo o que havia acontecido. Ele estava bastante tenso e precisava de um tempo para se acalmar.
— Ei, irmão! — chamou seu irmão mais novo, que estava sentado no sofá. — O que aconteceu? Você parece ter visto um fantasma!
Alan suspirou e se sentou ao lado do irmão.
— Evan Você não acredita no que acabou de acontecer — disse ele, ainda tentando processar os eventos.
— Tente me contar, aí decido se acredito ou não — incentivou o irmão.
Alan respirou fundo e começou a contar tudo: os lobisomens, o homem careca, a bola que matou o homem, o braço que saiu da boca-de-lobo...
O irmão mais novo olhou para ele com os olhos arregalados.
— É sério ou está ficando mais esquisito a situação dessa cidade? — perguntou.
Alan sacudiu a cabeça.
— Não é normal um lobisomem dar as caras, e só hoje contando com os corpos já foram oito.
O irmão mais novo pensou por um momento.
— E o que seu chefe acha disso? — perguntou .
Após pensar um pouco Alan respondeu.
— Um assassino psicótico ou ataque de animal, McKinley é só um homem comum, não possui conhecimento sobre qualquer coisa que ele não possa ver nos jornais ou na internet
O irmão mais novo olhou para ele com preocupação.
— Seria bastante perigoso se ele se aproximasse da verdade
Alan hesitou.
— Para qualquer um é perigoso, darei um jeito de colocar a investigação num rumo mais crível, do que criaturas fantasiosas que surgiram do nada e espalharam horror.
O irmão mais novo assentiu.
— Entendo. Mas seja cuidadoso, irmão.
Alan sorriu.
— Eu serei.
Eles ficaram em silêncio por um momento, pensando sobre os eventos estranhos que estavam acontecendo naquele bairro.
— E o que a sua chefe acha dessa história toda? — perguntou o irmão mais velho, quebrando o silêncio.
Evan olhou para ele com surpresa.
— Minha chefe não se importa com nada além dos assuntos sobre o "Impermanente", ela nem se quer mencionou
O irmão mais velho sorriu
— Será que ela talvez não saiba?
Evan olhou para seu irmão desamparado.
— Duvido muito, ela é a criatura mais poderosa nessa cidade, não acredito que nada escape a seus olhos, ela com certeza deve ter achado o assunto irrelevante, porque se importaria com algumas formigas se matando?
Alan acenou a cabeça confirmando a opinião de seu irmão.
— E sobre o "Impermanente"? Mesmo com tanto tempo lá ainda nem uma mínima pista de quem ele seja?
Evan coçou a cabeça um pouco envergonhado e respondeu.
— Ela jamais comentou, nem ouso perguntar, se não já soubesse que aconteceu na última guerra celestial e da fundação dessa cidade, temo que ela passaria por alguém que não tem nada a ver, apenas não sei mais do que você, que o lar do "Impermanente" é naquele bairro.
Alan gargalhou afinal era um pouco óbvio, o nome do lugar era Rebirth Reighs.
Não haveria lugar mais óbvio, ainda sim, quem teria coragem para ir até lá? Se você não tivesse a capacidade nem sobreviveria a pisar na calçada de lá.
Ouvi falar que apenas de estar na presença do "Impermanente" pode fazer você ganhar anos de vida, certamente isso é atraente para toda criatura existente. — suspirou Alan
Se eu pudesse apenas o ver, já seria o bastante para mim — gargalhou Evan
Com certeza uma dádiva — ambos concordaram.
— Tem pizza? — perguntou Alan com seu estômago roncando
— Ah! Não, não coma pizza de novo — disse Evan, tentando soar convincente. — Você sabe que não é saudável.
Alan olhou para o irmão com surpresa.
— Você comeu pizza antes de eu chegar, não é? — perguntou Alan, com um sorriso irônico.
Evan corou e olhou para baixo.
— Bem, sim..., mas isso é diferente. Eu estava com fome e não tinha opções melhores.
Alan riu.
— E agora você quer que eu coma salada?
Evan tentou manter uma expressão séria.
— Não, não é isso. É que... bem, você sabe que pizza não é o melhor para você.
Alan sacudiu a cabeça.
— Você é um hipócrita, Evan.
Evan sorriu.
— Talvez um pouco. Mas sério, Alan, vamos encontrar algo melhor.
Alan suspirou.
— Ok, ok. O que você sugere?
Evan pensou por um momento.
— Há um restaurante de sushi ali na esquina. Podemos ir lá.
Alan concordou.
— Sushi soa bem.
Uma moça que aparentava não ter mais que vinte e poucos anos caminhava sobre as ruas da cidade sob a luz noturna, onde estaria Lupir? Seus olhos azuis brilhavam na escuridão, enquanto seu cabelo loiro, sedoso e ondulado, caía até seus ombros. Seu rosto delicado e pálido era iluminado pela luz dos postes de rua, realçando sua beleza etérea.
A Bela vestia um casaco preto justo que realçava sua figura esbelta e elegante, e suas pernas longas e finas estavam envoltas em calças jeans justas. Seus pés calçavam tênis de cor branca que estavam um pouco sujos de barro.
Enquanto caminhava, ela olhava em volta, procurando por qualquer sinal de Lupir. Seus olhos varreram as ruas, passando por pessoas que caminhavam apressadas.
O cheiro está fraco, mas certamente o encontrarei — pensou de forma Determinada.
Assim que soube que acontecerá com seu noivo, Elina ficou exasperada.
Como puderam fazer isso? Atacar seu noivo daquele jeito, e por um motivo tão absurdo.
Era a única dona de seu destino e ela escolhera Lupir, independente do que seja seu coração era dele, e isso jamais mudaria.
Assim que soube, em fúria ela veio procurá-lo pessoalmente não apenas para garantir sua segurança, mas para massacrar os malditos que a deixaram tão furiosa, apesar de ter ficado aliviada quando soube que Lupir havia conseguido fugir seu coração não pode se acalmar, então assim que obteve a informação do batedor que transmitiria mensagens para o clã daquele que perseguia seu noivo, ela o matou e deixou seu corpo jogado próximo à floresta.
Ela era uma mulher determinada e perigosa, com um coração que batia apenas por Lupir. Sua fúria era como um incêndio que não podia ser apagado, e ela estava disposta a fazer qualquer coisa para proteger o homem que amava.
Após matar o batedor, ela seguiu em frente, determinada a encontrar e destruir aqueles que haviam ousado atacar. Seu coração ainda estava acelerado, mas sua mente estava clara e focada.
Ela sabia que o clã Darkfang não era para ser subestimado, mas ela não se importava. Ela estava disposta a enfrentar qualquer desafio para proteger seu amado.
Enquanto caminhava, ela pensou em Lupir e em como ele havia conseguido fugir. Ela sorriu, sentindo um orgulho profundo por ele. Ele era forte e corajoso, e ela sabia que ele poderia lidar com qualquer coisa que viesse em seu caminho.
Mas ela também sabia que não podia deixá-lo sozinho. Ela precisava estar ao seu lado, para protegê-lo e ajudá-lo a enfrentar os desafios que estavam por vir.
Ela acelerou o passo, ansiosa para encontrar Lupir e garantir que ele estava seguro. Ela não sabia o que o futuro reservava, mas ela sabia que estaria ao lado dele, sempre.
Em um salão vários homens discutiam em tons exaltados, seus rostos tensos e os olhos brilhando com fúria. Eram os líderes de quatro clãs de lobisomens, cada um com interesses e objetivos diferentes.
À frente da mesa, o líder do clã Silver Claw, Lucian, pai de Lupir, batia o punho na mesa, sua voz ecoando pelo salão.
— Não permitirei que vocês continuem a perseguir meu filho! Ele tem o direito de viver como quiser e com quem ele desejar!
Ao lado dele, o líder do clã Nightwalkers, Harold, pai de Elina, franzia a testa, seu olhar severo.
— Seu filho não é o único que está em perigo. Minha filha Elina também está sendo ameaçada por aqueles que não desejam que nossos clãs se unam.
Do outro lado da mesa, o líder do clã Bloodmoon, Gael, sorria com sarcasmo.
— Seus desgraçados, vocês estão tão preocupados com a segurança de seus filhos? Acha que somos cegos dos seus planos.
E, ao fundo, o líder do clã Darkfang, Viktor, observava a discussão com um olhar calculista.
— Sua união significaria o que para nós? Apenas destruição um dos anciãos do clã Darkfang rugiu
Os humores estavam ficando cada vez piores, até que uma mulher ruiva entrou no salão. Sua presença foi como um raio de luz em uma sala escura. Ela era alta, com cabelos ruivos que caíam em ondas até seus ombros, e olhos verde-azulados que brilhavam como esmeraldas. Seu vestido preto justo realçava sua figura elegante e poderosa.
Assim que ela entrou, todos fizeram silêncio. Os líderes dos clãs se levantaram de suas cadeiras, mostrando respeito e admiração. A mulher ruiva se aproximou da mesa, seus passos firmes e confiantes.
— Senhores — disse ela, sua voz suave e autoritária. — Creio que a hora é ótima para discutirmos sobre uma pequena questão que surgiu.
Os quatro se entreolharam, surpresos com a intervenção da mulher ruiva.
— Por favor senhora Lidia o que aconteceu, para nós sermos agraciados com sua divina presença? — perguntou Gael, seu tom subserviente.
A mulher ruiva sorriu, seus olhos brilhando com um poder interior.