Há um ano Maximiliano ascendeu ao trono e tornou-se imperador. Com a morte repentina de seu pai, o imperador Ishkar, muito trabalho precisava ser concluído e, alguns desses, estavam relacionados a acordos diplomáticos entre países vizinhos.
Alguns dias antes de sua última viagem, estávamos sentados na escadaria do palácio real tomando vinho. Maximiliano havia escolhido pessoalmente um vinho antigo para saborearmos.
O dia estava frio e, como de costume, coloquei meus pés embaixo das pernas dele.
"Seus pés vivem gelados". Maximiliano falou enquanto me olhava.
"Ainda bem que tenho um homem quente". Falei sorrindo.
Ele sorriu e me beijou. Seus lábios estavam molhados e levemente azedos.
"Essa viagem vai ser longa, Mari. Vou sentir sua falta". Falou enquanto colocava a cabeça no meu ombro.
"Também vou sentir sua falta. Enquanto estiver em Rotan, não se preocupe com nada. Eu e sua mãe cuidaremos de tudo". Respondi acalmando-o.
"Eu sei que sim". Maximiliano respondeu.
Maximiliano me soltou e olhou em meus olhos.
"Não quero que vá caçar monstros, Marina". Falou seriamente.
"Não irei. Fique tranquilo, Max". Respondi firmemente.
Eu estava mentindo, é claro. Ele também sabia disso. No entanto, fingimos para acalmar um ao outro.
Ele voltou a colocar a cabeça no meu ombro.
"Gosto quando você me chama de Max".
"Quer que eu te chame de amorzinho também?". Falei enquanto fazia cócegas.
Maximiliano sorriu e segurou minhas mãos.
"Não!" Respondeu bravamente. "Quando você fala assim, parece que sou uma criança". Maximiliano murmurou.
"Own, fofinho vem cá". Puxei-o para meu colo.
Ele sorriu e obedeceu.
"Você deveria ir para cama, já está tarde". Falei quase sussurrando.
Ele concordou. "Você não vai para o seu quarto, Mari?".
"Vou ficar aqui mais um pouco. Logo mais subo".
"Ok. Tenha uma boa noite 'amorzinho'." Falou em um tom de deboche enquanto se despedia.
Dei uma gargalhada e me levantei para beijá-lo.
Naquele momento, não imaginava que seria a última vez que estaríamos juntos como um verdadeiro casal.