Acordar e ter que lidar com uma carta de Maximiliano não é algo fácil.
Briana estava parada em minha frente com um olhar de preocupação.
"Está tudo bem, Bri. Pode se retirar".
Ela assentiu com a cabeça e se retirou do quarto.
Fiquei um tempo olhando a carta sobre a cama. Faltava-me coragem para ler o conteúdo.
Respirei fundo e abri o envelope.
"Prezada Marina,
venho compartilhar com antecedência meu interesse em estabelecer Irene como minha concubina. Meu apreço e interesse por ela são maiores do que imaginava e, me parte o coração, pensar em deixá-la voltar para Rotan. Então, diante das circunstâncias, a nomeação ocorrerá no baile anual. Espero que você, como minha noiva e aliada, entenda minha situação e me apoie como sempre apoiou.
Com amor,
Maximiliano".
Filho da puta! Como você pode fazer isso comigo?
Prontamente me levantei e chamei por Briana.
"Arrume minhas coisas, iremos partir para capital antes no entardecer".
"Sim, Marina".
********************
A capital estava um caos. Todos falavam sobre o caso do imperador.
Quando desci da carruagem, Nerissa, governanta do palácio me aguardava com alguns servos.
"Senhorita Western, seja bem-vinda de volta".
"Obrigada, Nerissa".
"Por favor, siga-me". Falou friamente.
"Conheço o caminho, posso seguir sozinha". Respondi rapidamente.
"O imperador pediu para trocar os aposentos da senhorita".
"Entendo".
"Por favor, siga-me". Repetiu.
Silenciosamente segui os passos de Nerissa.
Maximiliano ordenou que eu fosse posta no palácio dos hóspedes.
Meu coração se apertou. Pouco a pouco eu estava perdendo Maximiliano.
Durante o caminho, escutei uma voz familiar.
"Olá, Marina". Irene falou docemente.
Todos pararam. Os guardas e servos que nos seguiam pareciam se preparar para um grande espetáculo. Eu estava ciente que qualquer atitude poderia fazer de mim uma vilã e dar a Maximiliano direitos de extorquir minha família.
"Olá, Irene". Respondi friamente.
"Não esperava que você chegasse tão cedo. Max me falou que te mandou uma mensagem. Deve ter sido difícil para você digerir o conteúdo". Falou em um tom irônico.
Olhei firmemente em seus olhos e sorri.
"Terminou, querida?" respondi.
Continuei encarando fixamente.
"Você não tem mais nada a dizer?" Irene perguntou assustada.
"Você espera que eu diga o que? Ofensas? Já sei, você espera que eu segure seus cabelos? Por favor, não me faça perder tempo. Respondi rispidamente.
"Marina, você é uma mulher interessante". Irene falou enquanto dava um tapinha em minhas costas.
Meu sangue ferveu.
"Irene, tenho uma pergunta para te fazer". Falei educadamente.
Irene voltou-se para mim e olhou em meus olhos.
"Vá em frente. Pergunte o que quiser".
"Irene se, nesse exato momento, eu resolver cortar sua cabeça, quem no Império de Mansur é capaz de me parar?".
Os olhos de Irene se arregalaram e seu corpo estremeceu.
Aproximei de Irene com os olhos brilhando. Nesse momento, notei que alguns cavaleiros colocaram as mãos em suas espadas.
"Se algum cavaleiro mover um único dedo, eu encontrarei cada um de seus familiares e descarregarei neles a minha fúria". Falei rispidamente.
Me aproximei dos ouvidos de Irene e sussurrei: "você está brincando com a mulher errada. Quer roer o osso, faça-o, mas faça em silêncio".
Olhei firmemente em seus olhos e, mais uma vez, sorri.
"Nerissa, por gentileza, me mostre o caminho".
"S-Sim, senhora". Respondeu trêmula.
Quando cheguei no quarto, me faltavam forças. Foi difícil me controlar.
Pouco tempo depois, Maximiliano entrou em fúria.
"Como você ousa falar desse jeito com Irene! Ela já tem tão pouco e você ainda quer tirar o que lhe resta". Disse Maximiliano bravejando.
"Maximiliano, você me ama?" Interrompi.
Maximiliano ficou em silêncio me olhando.
"Entendo". Murmurei. "Se você não tem mais nada a me dizer, retire-se". Falei com a voz trêmula.
"Marina, eu-eu.."
De repente soltei uma grande explosão de luz no quarto. Meu corpo começou a brilhar como se tivesse se tornado o próprio sol.
"Retire-se agora!".
Maximiliano caiu surpreso.
"Não me faça repetir!".
Maximiliano rapidamente se retirou do quarto.
Respirei fundo e controlei o meu poder.
"Marina!". Briana entrou desesperada no quarto e me segurou forte.
Enquanto Briana tentava me acalmar, as lagrimas brotaram incontrolavelmente.