Assim que amanheceu, aproximadamente doze soldados entraram em meus aposentos.
Antes que eu pudesse falar, Brianna rapidamente pegou sua espada e gritou. – Como ousam entrar no quarto da princesa herdeira sem serem devidamente anunciados? – Seus olhos estavam furiosos.
– Acalme-se, Bri. – Sorri gentilmente.
Então, uma voz grave soou por trás dos soldados. – Princesa Marina, peço gentilmente que nos acompanhe. – Era Mitchel, comandante das tropas imperiais e braço direito de Maximiliano.
– Bom dia, Mitchel. Eu adoraria segui-los, no entanto, não tenho audácia suficiente para andar sem roupas pelos corredores do palácio imperial. – Respondi sorrindo enquanto segurava o cobertor sobre meus seios.
[Marina costuma dormir nua]
Seus olhos se arregalaram e rapidamente virou-se em direção a parede. – Iremos nos retirar, por favor, avise-nos quando estiver pronta.
– Claro. Respondi zombeteiramente.
Em segundos, todos os homens se retiraram dos meus aposentos.
– Marina, o que foi tudo isso? – Perguntou Brianna, aflita.
– Certamente vieram me prender por tentativa de homicídio. – Respondi sorrindo.
– Entendo, mas não te julgo. Por te conhecer bem, sei que se segurou bastante. Entretanto, acho que estão fazendo uma tempestade em um copo de água. Afinal, briga entre noivos acontece sempre. – Brianna falou.
– Pois é... vamos, me ajude com as roupas. – Respondi apressando-a.
– Oh meu Deus, agora percebi que acabei de dar uma ótima semana para aqueles soldados. – Falei em tom de espanto.
– Como assim? – Brianna me olhou com um olhar ingênuo.
– Coloquei uma de minhas mãos sobre a boca. – Com certeza aqueles homens pensarão em meu corpo quando estiverem a sós. – Pisquei o olho para Brianna.
– Você é louca, Marina. – Brianna resmungou. – Vamos, se apresse, não temos tempo para brincadeiras, e você ainda precisa comer.
– Onde estão as outras servas, Bri? – Perguntei curiosa.
– Não sei. Não apareceram por aqui. Esse lugar está jogado às traças. – Brianna respondeu furiosa.
– Entendo. Traga o vestido preto, o colar e os brincos de rubis que meu pai me deu. – Ah, coloque os melhores perfumes em meu banho.
– O que você está pensando, Marina? – Brianna perguntou curiosa.
– Preciso lembrar a Maximiliano que ainda sou uma Western. – Respondi friamente.
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Os soldados me levaram até Maximiliano, que estava me aguardando em uma sala afastada do palácio imperial.
Antes que eu pudesse entrar, Brianna foi detida. – Sua escudeira não poderá entrar. – Um dos soldados avisou.
– Entendo. Respondi.
Quando as portas se abriram, Maximiliano estava sentado e, em cada lado, havia três homens na casa dos 50 anos. Um deles era o marquês de Vanir, ministro da segurança e uma das figuras mais importantes do império.
Ao chegar na sala, me puseram sentada de frente para Maximiliano e os demais nobres.
– Senhorita Marina. – O marquês de Vanir iniciou.
– Senhorita Western. – Corrigi.
– Certo. Senhorita Western, está ciente das acusações? – O Marquês me olhou friamente.
– De dar sonhos eróticos aos soldados? – Coloquei a mão sobre a boca.
– Quero lembrá-la, senhorita, que esse não é um momento de brincadeiras. – O marquês falou friamente.
– Desculpe, senhor, é que foi tão estranho ver soldados invadindo meus aposentos que, por um breve momento, esqueci que sou filha do Duke de Western. A propósito, meu pai está ciente dessa reunião tão adorável? – Olhei em seus olhos.
O homem desviou o olhar. – A reunião foi marcada em caráter de urgência, mas uma carta foi enviada de manhã cedo ao vosso pai. Ele certamente está a caminho.
– Entendo, então, irei aguardá-lo chegar. – Sorri enquanto o encarava.
Os homens olhavam entre si e sussurravam. Maximiliano, por outro lado, me encarava com uma expressão difícil de desvendar.
– A propósito, marquês, enquanto o duque de Western não chega, peça para as criadas limparem meu quarto. – Falei ironicamente. – Normalmente hóspedes são recebidos com, no mínimo, um quarto organizado. – Encarei Maximiliano.
– Acho que a senhorita não entendeu a situação. – O marquês falou rispidamente.
– Acho que é o senhor quem não está entendendo. – Interrompi.
Uma luz branca começou a brilhar em meus olhos.
Eu estava avisando-os que estava preparada para revidar.
A atmosfera da sala mudou completamente e era possível ouvir o tremor das armaduras dos soldados.
– Basta. Marina, retorne aos seus aposentos. Quando meu sogro chegar, resolveremos. – Maximiliano falou.
– Desculpe, imperador. Quais aposentos? Os que percentem a princesa herdeira ou o de hóspedes que o senhor me colocou? – Encarei-o.
– Siga para os que você foi posta essa semana. Irei ordenar as servas que deixe tudo pronto. – Maximiliano respondeu.
Olhei em seus olhos e virei o rosto. Me retirei da sala sem me despedir.
Uma agitação tomou conta do lugar.
Ao sair, Brianna me aguardava ansiosamente. – Marina, aconteceu algo?
– Nada que eu não esperasse. Vamos, Bri. – Dei uma tapinha em seu ombro.