Raji ponderou por um momento, sua mente girando com as possibilidades do que poderia acontecer a seguir.
— Talvez um pouco de café. Respondeu ele, sua voz revelando um pouco de sua ansiedade.
O homem deu-lhe um sorriso e saiu da sala, deixando Raji sozinho com seus pensamentos. Ele olhou ao redor da sala, observando as paredes brancas e a mesa comprida com suas cadeiras alinhadas. A atmosfera parecia ríspida, como se aquela sala fosse usada para reuniões formais.
Seu olhar pousou na grande janela de vidro, estava amanhecendo e ele viu dois carros se aproximando da casa. Antes que pudesse refletir sobre o significado disso, uma batida na porta chamou sua atenção e uma mulher entrou na sala.
— Bom dia, senhor! Trouxe café. Disse ela em italiano. Raji observou-a com curiosidade enquanto ela se afastava, deixando-o sozinho novamente.
Logo depois, Antony apareceu na sala, cumprimentando-o brevemente antes de sugerir que ele tomasse um café.
— Tome um café, vou te deixar à vontade. Disse ele, saindo em seguida.
Raji hesitou por um momento, mas decidiu servir-se de uma xícara de café. Enquanto bebia o líquido quente, ele ponderava sobre o que poderia vir a seguir naquele encontro tenso e imprevisível.
Minutos após o início do encontro tenso, a porta se abriu abruptamente, revelando a entrada de um homem jovem e incrivelmente elegante. Raji imediatamente se ergueu da cadeira, seus olhos se fixando no recém-chegado, enquanto ele se aproximava com uma expressão calma e confiante.
— Bom dia, senhor! É um prazer conhecê-lo pessoalmente. Cumprimentou o homem estendendo a mão em direção a Raji. Este apertou firmemente a mão estendida, seus pensamentos girando enquanto tentava antecipar o que estava por vir.
— Eu sou Mattia Parganno. Continuou o homem, uma nota de autoridade em sua voz. — O homem que você tentou enganar.
Raji engoliu em seco, sua mente turva enquanto tentava formular uma resposta. Antes que pudesse articular uma palavra, Mattia prosseguiu, interrompendo-o com um gesto firme.
— Ainda não terminei. Disse ele, assumindo uma posição relaxada em uma cadeira próxima. — Qualquer pessoa que se atreva a me prejudicar não costuma sobreviver para contar a história. Mas você, meu caro, está tendo a sorte de uma segunda chance. Estou disposto a propor um acordo.
Raji olhou com incredulidade para os dois homens que guardavam a porta, sentindo um calafrio percorrer sua espinha ao ouvir as palavras de Mattia.
— Pietro, traga os papéis. Ordenou Mattia, e o jovem obedeceu, entregando o documento para Raji. Ao analisar o conteúdo do papel, Raji sentiu uma mistura de medo e confusão, incapaz de compreender totalmente a situação em que se encontrava.
Mattia prosseguiu, seu tom de voz frio e calculista.
— Você tem algo que eu quero, senhor Rochetti, e sua dívida será perdoada se assinar esse contrato. Raji fitou-o intensamente, perplexo diante das ameaças veladas.
— Do que se trata senhor? Indagou Raji, buscando desesperadamente entender o que estava em jogo.
A resposta de Mattia foi direta e aterradora.
— Vou lhe dizer as condições primeiro. Começou ele, passando a mão pelos cabelos dourados com um sorriso leve no rosto. — Se você assinar o contrato, sua dívida será quitada e nada acontecerá a você. No entanto, caso não aceite minhas condições, eu matarei sua filha diante de seus olhos e depois acabarei com você.
As palavras de Mattia ecoaram na mente de Raji, um misto de desespero e impotência tomando conta dele.
— Por favor, senhor, eu posso pagar o que lhe devo. Suplicou, aterrorizado com a escolha impossível que tinha diante de si.
Mas Mattia não demonstrou piedade.
— Entenda uma coisa, senhor Rochetti. Disse ele com frieza. — Não se trata mais de dinheiro. Você me deve, e eu cobro como bem entender. Ele deu um leve sorriso. — É simples: sua filha em troca de sua dívida. O olhar desesperado de Raji encontrou o de Mattia, percebendo que não havia escapatória.
Raji sentiu um nó na garganta diante da proposta inesperada de Mattia. Sua mente girava em pânico enquanto tentava processar as palavras do homem à sua frente.
— Minha filha é tudo o que me resta. Murmurou ele em um tom de súplica, os olhos cheios de angústia.
Mattia observou-o com frieza, sua expressão imperturbável enquanto aguardava a resposta do indiano, perguntou:
— Essa é a sua resposta? Pense bem! Disse ele, sua voz dura e cortante.
— O que o senhor fará com ela? Raji questionou, a ansiedade palpável em sua voz.
— Eu quero me casar com sua filha. Declarou Mattia, batendo na mesa com um golpe brusco, sua paciência aparentemente se esgotando. — Assine essa porra de contrato.
Tremendo, Raji riscou o papel rapidamente, seus dedos trêmulos deslizando sobre o documento. Ele olhou para Mattia com uma expressão mista de medo e resignação.
— Eu só peço que não a machuque. Implorou ele.
Mattia pegou o contrato assinado, seu olhar penetrante fixo em Raji.
— Você está com sorte. Hoje estou de bom humor. Disse ele com um sorriso sarcástico. — Eu exijo apenas, que este acordo permaneça entre nós. Qualquer tentativa de me trair, resultará em consequências desagradáveis. Eu sei tudo sobre você, cada passo seu será monitorado, e posso provar isso agora mesmo.
Ele se virou para o primo e ordenou que trouxesse o tablet. Enquanto Pietro entregava o dispositivo a Raji, Mattia continuava a falar, seu tom autoritário ecoando na sala.
— Sabe onde está sua querida Kalie? Ele sorriu vitorioso e respondeu: — Na casa dos Devis, desfrutando de sua primeira refeição. Disse ele de forma calculista. — Ela é adorável, não é?
Em seguida, voltou-se para Pietro e ordenou que levasse Raji para casa.
— Foi um prazer fazer negócios com você. Disse Mattia, suas palavras carregadas de uma ameaça velada.
Raji sentiu-se oprimido pela culpa e pelo desespero quando deixou a sala, a sensação de ter selado um pacto com o diabo pesando em sua consciência enquanto caminhava para o desconhecido.