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Chapter 7 - 7. UMA GRANDE PERDA - PARTE 1

Mais de uma semana depois, quando Kalie e Rani regressaram, receberam a devastadora notícia de que Aruna estava no hospital em estado grave. Sem perder tempo, elas seguiram imediatamente para lá. Raji estava ao lado dela no quarto quando as amigas chegaram, e a atmosfera era carregada de tristeza e preocupação. Quando Kalie entrou no quarto, aproximou-se do pai com angústia evidente em seu rosto.

— Como ela está? Perguntou, buscando alguma esperança nos olhos de seu pai.

Raji olhou para a filha com ternura, mas sua expressão refletia a dor que estava sentindo.

— Mal. Nem sei se passará desta noite. Sua voz estava embargada, carregada de emoção.

Foi um momento extremamente triste para aquela família, enquanto Kalie segurava a mão do pai em um gesto de solidariedade. Nesse instante, um enfermeiro entrou na sala, interrompendo o momento de intimidade.

— Senhor Rochetti, o doutor Miguel quer vê-lo. Me acompanhe, por favor. O profissional fez a sua solicitação com seriedade, indicando que a situação era grave.

Raji saiu da sala acompanhando o enfermeiro, deixando Kalie e Rani ali, lado a lado, envolvidas em um abraço reconfortante. As duas amigas compartilhavam o peso da tristeza e da incerteza sobre o que o futuro reservava para a família Rochetti.

Conforme o diagnóstico médico, Aruna não sobreviveria àquela noite, e infelizmente, foi o que aconteceu.

Na manhã seguinte, enquanto aquela família enfrentava o luto pela perda daquele familiar, o corpo de Aruna foi levado para o necrotério. Após toda a papelada burocrática ser finalizada, o corpo foi preparado para o enterro, marcando o fim de uma vida e o início de um período de luto e saudade para aqueles que a amavam. Naquele mesmo dia, a cerimônia fúnebre foi realizada em um ambiente de profunda tristeza e poucas pessoas estavam presentes. Apenas familiares e alguns amigos íntimos se fizeram presentes para prestar suas últimas homenagens a Aruna. Após a cerimônia, quando retornaram para casa, o clima era de pesar e desolação. Raji, especialmente, estava profundamente abalado pela perda da esposa.

No entanto, enquanto a noite avançava, um telefonema misterioso interrompeu o silêncio sombrio que envolvia a casa. Raji, sentindo-se compelido a atender, saiu em meio à escuridão da noite, deixando Rani para confortar Kalie naquela difícil noite.

Rani permaneceu ao lado da amiga, oferecendo apoio e conforto durante aquele momento de dor intensa. Juntas, compartilharam memórias preciosas de Aruna, lembrando-se dos momentos felizes que passaram ao lado dela. Enquanto relembravam esses momentos, encontravam um consolo temporário na companhia uma da outra, compartilhando a carga emocional da perda e encontrando forças para seguir adiante na jornada do luto.

Já haviam se passado três meses desde a partida de Aruna, e a vida de Kalie estava gradualmente retomando seu curso. Cada dia trazia consigo novas oportunidades e desafios, e Kalie estava determinada a aproveitar ao máximo cada uma delas. Após conseguir expor suas obras através da galerista, ela viu sua carreira artística ganhar impulso, e em breve estaria se formando na Universidade de Nova Iorque, consolidando sua independência e realizando seus sonhos. Além disso, Kalie e Rani deram um passo importante ao entrarem em sociedade com um amigo da família Devis, que já possuía algumas galerias renomadas. Juntas, elas estavam construindo um caminho promissor no mundo das artes, compartilhando não apenas uma amizade sólida, mas também uma visão comum para o futuro.

No entanto, apesar de todas as conquistas e perspectivas positivas, havia um aspecto de sua vida que ainda a perturbava profundamente: a relação com seu pai, Raji. Desde a morte de Aruna, ele se isolou emocionalmente, mergulhando completamente em seu trabalho como médico. No hospital, ele dedicava todas as suas energias aos pacientes, realizando cirurgias e assumindo longas jornadas de trabalho, trocando o dia pela noite.

Kalie ansiava por um momento de proximidade e conversa com seu pai, buscando apoio e conforto em meio à sua jornada de crescimento e desafios. No entanto, a barreira emocional que se ergueu entre eles após a perda de Aruna tornava essa aproximação cada vez mais difícil. Apesar disso, ela mantinha a esperança de que, com o tempo, seu pai encontrasse uma maneira de lidar com sua dor e abrir seu coração para ela novamente.

Enquanto o final de novembro se aproximava, trazendo consigo os primeiros sinais do inverno iminente, Kalie e Raji mantinham sua rotina agitada na cidade. Mesmo morando na mesma casa, a vida ocupada de cada um muitas vezes os mantinha distantes, tornando raras as oportunidades de se encontrarem.

Em uma tarde fria e chuvosa, Rani estacionou o carro em frente ao prédio onde moravam, olhando para Kalie com ternura antes de falar:

— Me liga mais tarde. Kalie correspondeu ao gesto com um sorriso, assentindo levemente com a cabeça. Ela saiu do carro lentamente, carregando uma bolsa no ombro e o jantar na mão. Trocaram um último olhar afetuoso antes que Rani partisse, deixando Kalie para enfrentar sozinha o restante do caminho até em casa.

Com passos deliberadamente calmos, Kalie subiu as escadas do prédio, sentindo o vento frio da noite acariciar seu rosto. Ao atravessar a porta de vidro e entrar no elevador, ela deixou escapar um suspiro, sentindo-se grata pela amizade de Rani e pelo conforto que sua presença sempre trazia. Enquanto o elevador subia lentamente até o terceiro andar, Kalie ponderava sobre como iniciar a conversa tão necessária com seu pai. Cada dia que passava parecia afastá-los ainda mais, transformando-o em um estranho aos seus olhos. Determinada a mudar essa situação, ela planejava cuidadosamente suas palavras. Assim que a porta do elevador se abriu no terceiro andar, Kalie respirou fundo e entrou em casa. Ela observou os cantos familiares da casa, mas seu pai não estava à vista.