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Chapter 4 - Você percebe que isso é loucura, certo?

Por alguns segundos, nós não nos movemos. Eu posso admitir que simplesmente congelei no lugar. Sua expressão zombeteira e humorística desapareceu, dando espaço a um cenho franzido e um lábio torcido. Ela me encarava com um olhar analítico, provavelmente tentando decifrar se eu estava mentindo ou não. Permanecemos assim por alguns segundos — poucos, talvez uns dez ou menos —, que para mim pareceram minutos.

Ela é honestamente linda, parecendo ter por volta da minha idade, 21 anos, seus cabelos são pretos e ondulados, parece estar espalhado ao redor do seu rosto de maneira fluida e caem de maneira suave até passar um pouco de seus ombros. Cada mecha parece brilhar sutilmente, refletindo a luz de uma forma que faz com que seus cachos se movam de maneira quase etérea. Sua pele é clara e natural, sem maquiagem, realçando sua beleza simples e autêntica. O rosto dela tem uma estrutura angular, mas com um toque de suavidade, e seus olhos são de um verde profundo e hipnotizante, como duas poças de água límpida e misteriosa. Eles têm uma cor intensa, quase como se estivessem carregados de segredos e emoções que podem capturar e prender a atenção de quem os encara por mais tempo do que seria confortável, mas, no momento seu olhar é suave e relaxado, transmitindo uma sensação de tranquilidade ou contemplação

Ela veste uma camisa branca sem estampa e uma jaqueta preta com capuz abaixado por cima. A jaqueta tem um estilo casual e prático. Sua calça é azul escura e casual, e ela usa sapatos pretos que parecem ter sido escolhidos para conforto e funcionalidade. Pelo jeito, ela estava correndo pelas ruas antes de parar para invadir meu apartamento.

De repente, sua expressão muda para uma mistura de decepção e resignação. Ela solta um bufo enquanto vira o rosto de lado, murmurando algo que não consigo entender. Após mais alguns momentos, pela minha visão periférica, vejo-a se virar novamente para mim. Eu ainda estou analisando a mancha vermelha no chão, tentando discernir o que é e qual a sua origem, quase rezando para que não seja o que estou pensando.

Meus pensamentos são interrompidos quando ouço alguns estalos. Olho novamente para a mulher desconhecida e a vejo com uma expressão aborrecida. E então, percebo — como sou idiota! Estou aqui me distraindo enquanto há uma estranha que invadiu minha casa. Com esse pensamento, aperto um pouco mais as minhas chaves.

Aparentemente ela notou esse pequeno movimento "Ei, ei não precisa ficar tão nervoso, eu não vou te machucar sabe, olha, eu nem estou segurando nada" ela diz com um toque tranquilizador levantando as mãos até a altura do peito em um gesto de rendição.

Eu ainda estou um pouco hesitante, mas solto um pequeno suspiro, aliviando um pouco a tensão. No entanto, meus olhos continuam fixos nela. "Você... invadiu meu apartamento." digo, com uma mistura de incredulidade e irritação na voz.

Ela dá de ombros, sem demonstrar remorso. "Bom, tecnicamente, eu arrombei a porta," ela admite casualmente, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo.

"Como se isso fosse uma justificativa válida!" minha voz se eleva com a indignação, apontando para a porta agora entreaberta, cuja fechadura claramente foi forçada. "Você realmente acha que isso é normal? Invadir a casa de alguém e agir como se isso estivesse tudo bem?"

Ela ergue as mãos, como se estivesse tentando acalmar a situação. "Eu sei que parece ruim, mas eu juro que não estou aqui para te machucar ou roubar nada."

Eu dou um passo para trás, mantendo a distância. "Então, o que você está fazendo aqui? Por que você invadiu minha casa?"

"E eu gostaria que me respondesse rápido antes que eu chame a polícia" estou blefando, não tem como eu chamar a polícia caso não tenha percebido.

Ela hesita por um momento, escolhendo cuidadosamente as palavras. "Eu estava... te observando, na verdade," ela admite finalmente, olhando de lado. "E, antes que você pense o pior, eu não sou uma perseguidora maluca. É um pouco mais complicado que isso."

Meu coração acelera um pouco, e a mão segurando as chaves fica mais firme. "Observando... como assim?"

Ela suspira, parecendo um pouco frustrada consigo mesma por ter que explicar. "Eu não sei como dizer isso sem parecer estranha, mas... eu precisava saber se você é quem eu penso que é."

"Quem você pensa que eu sou?" eu pergunto, tentando manter minha voz firme, mas sentindo a confusão crescer.

"Temos bastante tempo, sabe?" eu começo a dizer lentamente quando a vejo abrir a boca e fechar parecendo pensar no que falar "então desembucha" eu digo com um pouco mais de força, mas sem levantar minha voz. Infelizmente eu nunca tive muita paciência, mas agora e nessa situação estou com ainda menos.

"Certo, certo, nossa não precisa se irritar" ela diz em um tom apaziguador, eu faço um gesto para ela se sentar em uma das cadeiras que eu tenho na sala, o que ela prontamente faz "Nossa você não tem nenhuma outra cadeira, não? Sinto que estou sentada em algo que pode quebrar a qualquer momento" ela diz com um pequeno estremecimento, ao qual eu respondo a olhando com mais intensidade, "Pare de enrolar", eu não me sento.

"Acho melhor ir logo direto ao ponto então, você por algum acaso já teve um sonho estranho que parecia muito real", "Todo mundo já teve um desses" eu respondo secamente "Não não, o real que eu digo é um tipo diferente, quando eu digo real, quero dizer real mesmo" "Sua explicação é péssima"

Ela parece um pouco chateada com isso, mas um pouco pensativa, finalmente uma expressão de realização toma seu rosto "Quero dizer um sonho em que você acordou em um local familiar, mas modificado de alguma forma, como se dois lugares diferente tivessem se juntado". Ok agora eu sei do que ela está falando e eu disfarço uma expressão de suspeita ameaça tomar meu rosto.

"E se eu tivesse, qual o problema" minha expressão impassiva ameaça escorregar ao pensar nesse sonho, infelizmente não consigo disfarçar um pequeno estremecimento, que ela nota e dá um sorriso de nítida satisfação "Huh então eu estava certa, viu claro que minha explicação funcionaria" ela parecia muito presunçosa para alguém que invadiu meu apartamento e pode ser presa.

"E o que isso tem a ver?", "Bem, tem a ver com basicamente tudo", eu ergo uma sobrancelha em curiosidade e faço um gesto com a cabeça para que ela continue.

"Para simplificar esse sonho que você teve não foi um sonho"

"Tenho certeza que não tem como algo assim não ser um sonho, se você invadiu meu apartamento apenas para cuspir bobagens como essa teremos um problema" não estou mais com vontade de brincar

"Espere espere espere, você não acha muito estranho algo assim? Um sonho desses ocorre em um dia e no mesmo dia várias coisas estranhas começam a acontecer, tenho certeza que aconteceram algumas coisas estranhas com você hoje né, né?" ela parecia um pouco desesperada.

"Posso admitir que algumas coisas estranhas aconteceram hoje" meu celular em particular " mas nada disso tem a ver com esse ""sonho""" eu faço aspas com meus dedos "em particular que você dá tanta atenção" eu nem tentei controlar o sarcasmo em minha voz.

"Eu sei que não foi um sonho porque aconteceu comigo também a alguns anos e como você também deve saber não foi legal" ela deu uma risada seca "Coisas estranhas aconteciam comigo também até eu descobrir o que aconteceu comigo"

"E o que seria isso que aconteceu?" eu não estava comprando nada do que ela disse, mas pelo menos é algo interessante, de alguma forma.

"Eu ganhei poderes!" ela exclamou com os punhos posicionados na cintura.

"Você percebe o quanto isso é idiota, certo?" eu digo em um tom uniforme, talvez ela não seja idiota e sim me ache com cara de idiota, que mulher chata "Não, espere, talvez eu não deve te mandar para a cadeia e sim para um hospício"

"Não! Espere eu posso provar" ela exclama e começa a olhar em volta parecendo procurar algo. Eu cruzo os braços, o único motivo de eu não ter ligado para a polícia ou um hospício é porque o meu celular foi frito.

Ela olhou ao redor do pequeno apartamento, como se procurasse algo. Seus olhos pousaram em uma lata de refrigerante amassada que eu esqueci de jogar fora e ela segurou a lata pensativa. "Veja," ela finalmente disse, e antes que ele pudesse entender o que ela estava fazendo, ela jogou a lata no ar, pegou e jogou uma caneta que estava em cima da mesa e ao lado da lata.

A caneta voou pelo ar e, sem falhar, atingiu a lata exatamente no centro, com uma precisão que o fez arregalar os olhos. "Isso foi sorte," ele murmurou, tentando esconder o espanto.

Ela apenas sorriu, um brilho nos olhos. "Certo. Vamos ver."

Ela então virou-se para ele e apontou para um ponto na parede, bem ao lado de onde ele estava encostado. "Não se mexa."

Antes que ele pudesse protestar, ela pegou uma agulha que eu utilizo para remendar algumas coisas e, com um movimento rápido e confiante, lançou-a. Eu senti a agulha passar perto de seu rosto, o suficiente para sentir o vento da sua trajetória. Havia um pequeno buraco não remendado na parede exatamente no ponto que ela havia apontado, a agulha o atravessou.

Eu posso admitir que estava agora sem palavras. "Como... como você fez isso?"

"Eu não erro," ela disse simplesmente. "Tudo o que eu tentar acertar, eu acerto. Sempre." Ela então se vira para me olhar "E então? Satisfeito?" eu gostaria de dizer que não mas consigo sentir algo de errado com esse arremesso, algo antinatural com um sentimento familiar, mas não bem-vindo. Além disso ela parecia ligeiramente ansiosa, como se esperasse algo, seus olhos se desviavam para certos locais rapidamente e se voltavam para mim e eu consigo ver pequenas gotas de suor se formando em sua têmpora.

Antes que eu pudesse responder ela olha para um relógio de prata que tinha no pulso e seus olhos se arregalam um pouco "Certo, acabou o tempo" ela corre em minha direção e antes que eu pudesse reagir me arrasta para fora do apartamento e continuou me arrastando pelos corredores.

"Ei, mas que merda você está fazendo? Enlouqueceu do nada?" eu exijo, um pouco da minha fala ficando mais desleixada com a surpresa da ação repentina, ela nem se vira para mim quando responde "Não temos tempo. Eu deixei a conversa se estender demais, precisamos chegar rápido no local", "Local, que local? E por que precisaríamos chegar nesse local? Está tentando passar de invasora para sequestradora também?" mesmo eu tentando fazê-la parar, ela é mais forte do que eu pensava e consegue continuar me arrastando.

Ela consegue me arrastar para as ruas e continua correndo em uma direção aparentemente aleatória, e, como ela disse já está de noite. O céu está salpicado de poucas estrelas com um fraco brilho por causa da cidade. Quase acima de nós a lua se destaca com uma presença majestosa. Sua superfície prateada e texturizada emite uma luz suave e cálida que reflete sobre as nuvens finas, criando um halo delicado ao seu redor. Parecia quase sobrenatural e surgiu um pressentimento semelhante ao que eu tive antes de entrar no apartamento.

Após mais alguns minutos comigo sendo arrastado nós chegamos finalmente a um destino que faz sentido, a praça da cidade.

A praça é um espaço urbano que mistura áreas verdes com infraestrutura voltada para o lazer e a convivência comunitária. No centro da praça, há um grande mastro que exibe a bandeira do Brasil. O pavimento é bem cuidado, com calçadas amplas e algumas áreas de grama. Árvores e arbustos bem podados embelezam o espaço, proporcionando sombra e uma sensação de frescor. Bancos de madeira e metal estão posicionados ao redor, oferecendo lugares para descanso e interação social. A praça também conta com espaços para atividades ao ar livre e eventos comunitários. A iluminação é adequada, garantindo que o local seja seguro e agradável tanto de dia quanto à noite. No centro da praça a também um pequeno palco, onde algumas vezes há shows de alguns artistas ou bandas pequenas.

"Chegamos, dois minutos adiantados" ela solta um suspiro de alívio e se vira para mim, "Olha, eu sei que você tem perguntas e não acredita em mim direito, mas espere só um pouco e algumas coisas vão fazer muito mais sentido, ou ainda menos na verdade".

Eu não respondo a princípio, principalmente porque estou tentando me orientar novamente, não é divertido ser arrastado por várias ruas contra a sua vontade, não recomendo nem um pouco.

"Como é que você tem tanta força?" foi a primeira coisa que consegui pensar em falar, "Posso não estar em boa forma, mas pelo menos conseguiria resistir um pouco" ela solta uma leve risada "Não se preocupe com isso"

"Sabe como essa resposta te torna mais suspeita ainda, certo?" eu dou algumas tapinhas em minhas roupas para desamassá-las um pouco e tirar alguma sujeira que ficou, "Então quando é que o que quer que você esteja esperando vá acontecer?"

Ela olha novamente para seu relógio "Em dez segundos", "Espera, mas já?" enquanto eu ainda estou raciocinando sinto uma espécie de puxão e tudo fica escuro.

Uma luz forte em meus olhos é o que tente me forçar a abri-los a contragosto, eu sinto que estou deitado em grama? Eu abro os olhos rapidamente e me arrependo, os raios de sol me fazem fechá-los até que eles se acostumem direito com a nova claridade. Mas como pode estar Sol no meio da noite?

Assim que eu abro meus olhos, desta vez com mais calma eu percebo que a praça mudou assim como o meu apartamento naquele sonho. A Praça antes com uma boa base de vegetação, agora parece ter se fundido com uma floresta com um toque sobrenatural. O grande mastro com a bandeira do Brasil, ainda de pé no centro, é envolto por uma aura brilhante e flutuante com vinhas escalando-o, enquanto a bandeira parece ser iluminada por uma luz mágica que resplandece de maneira sobrenatural.

O pavimento meticulosamente cuidado foi invadido por um manto de musgo verdejante que cresce de maneira quase selvagem, cobrindo as calçadas amplas e dando-lhes um aspecto de terra encantada. As áreas de grama, antes bem tratadas, estão agora repletas de flores etéreas que emitem um brilho suave em tons de azul e prata, e as pedras do caminho brilham como cristais sob a luz sobrenatural.

As árvores, anteriormente podadas e organizadas, agora têm troncos torcidos e cobertos de uma casca cintilante que emite uma luz suave e misteriosa. Seus galhos, antes simétricos, se estendem de forma intrincada e parecem quase vivos, com folhas que piscam em diferentes tonalidades e fazem pequenas sombras dançantes no chão. Arbustos exuberantes, com flores luminosas e folhas que refletem a luz da lua, se entrelaçam de maneira quase mágica, criando um cenário onde a natureza urbana e a floresta encantada se fundem.

Os bancos de madeira e metal estão cobertos de vinhas que brilham e flores que mudam de cor, oferecendo um lugar de descanso imerso na magia da fusão. O pequeno palco central, antes simples, agora é uma estrutura mágica com luzes que parecem flutuar e criar padrões etéreos no ar, tornando qualquer evento um espetáculo encantado.

A iluminação tradicional da praça se mistura com a luz sobrenatural, criando um ambiente que é ao mesmo tempo familiar e profundamente enigmático.

"Uoah" admirar é a única coisa que eu posso fazer quando olho essa cena em minha frente, meus olhos saltando por cada detalhe tentando gravar tudo o que posso em minha memória. "O que é esse lugar e como eu vim para aqui?"

"É isso que eu queria te mostrar" a mulher anda em minha direção "É como o seu sonho, certo? Uma junção de um lugar com outro lugar que parece ter vindo de outro mundo" ele vira o seu olhar para a paisagem "Eu já passei por isso diversas vezes".

"Aquele sonho, não, a primeira vez que isso aconteceu comigo não foi nem de perto tão . . . místico quanto isso eu acho" meu sonho, entre algumas aspas, tinha um sentimento diferente, mas nada comparado a isso, "Meu apartamento apenas parecia ter se fundido com um castelo medieval" o mais místico atrelado aquele sonho, não sei seu nome oficial então continuarei chamando assim, foram as velas.

"Vamos, não temos tempo a perder, assim que sairmos daqui eu explico tudo melhor, mas antes temos que nos concentrar em achar algo" ela puxa um pequeno dispositivo de um bolso de dentro de sua jaqueta.

O dispositivo tem uma forma retangular com bordas arredondadas, mede cerca de 15 cm de comprimento por 8 cm de largura e 1,5 cm de espessura. O corpo parece ser feito de um material plástico de alta qualidade, com um acabamento texturizado que é agradável ao toque e proporciona uma aderência confortável. O dispositivo possui alguns botões físicos localizados ao redor da tela, incluindo um botão de energia, botões de navegação, para cima, para baixo, para esquerda e para direita, e um botão que eu presumo que seja de confirmação.

Quando ela liga o dispositivo e aperta alguns botões ele forma um mapa da região em sua tela, após ela apertar mais alguns botões esse mapa parece ser projetado para fora da tela como se fosse um holograma 3D. É algo incrível de se ver sinceramente, faz minha criança interior jorrar com a vontade de mexer nisso.

Ela parece analisar algumas informações no holograma, existem diversos pontos de várias cores diferentes, ela franze a testa em concentração procurando por algo, "Achei" ela sorri de satisfação e aponta para uma direção e diz "É para lá que devemos ir, vamos vai ser uma pequena caminhada" e começa a andar sem nem esperar uma confirmação minha.

Eu logo sigo atrás da única pessoa que parece ter uma remota ideia de para onde ir.

Enquanto caminhamos pela floresta, eu acho, eu vejo outra paisagem incrível, o que era para ser a fonte da praça foi fundida com uma espécie de lago. A água da fonte parecia ter se misturado com as águas do lago, criando uma camada de brilho etéreo e cores cintilantes. As bordas do lago foram parcialmente preenchidas pela pedra da fonte, que agora parecia estar se tornando uma extensão natural do ambiente ao redor. A piscina original da fonte desapareceu, substituída por um lago expandido que refletia a luz da lua em padrões mágicos e deslumbrantes.

O lago agora não era apenas um corpo d'água, mas um espelho encantado que refletia não apenas a luz do Sol, mas também tudo que passava por cima ou perto dela.

Dentro deste lago eu posso ver alguns peixes, que não são normais. Sua principal característica, suas escamas que parecem feitas de névoa sólida, mudando de forma e cor conforme se movem. Ao nadar, elas deixam um rastro de neblina mágica que pode se transformar em formas efêmeras de flores, folhas ou até pequenas criaturas. Elas têm barbatanas longas e fluídas, semelhantes a véus, que criam um efeito hipnotizante enquanto nadam. Seus olhos são de um azul profundo e parecem conter um mar de estrelas. Eles parecem ter inteligência, pois nos olham como se soubessem que não pertencemos a este lugar, eu consigo ver a inteligência em seus olhares.

"Então, para onde vamos?" eu pergunto enquanto me viro para ela que também parece estar observando o ambiente melhor agora que tem uma direção para nosso destino, ela levanta sua mão livre e aponta para o céu "Para lá".

Imagine uma ilha flutuante, que repousa como um sonho suspenso entre as nuvens. A ilha parece uma massa monumental de terra coberta de vegetação exuberante, que paira serenamente no ar, desafiando todas as leis da natureza. Ela flutua a uma altura que parece ao mesmo tempo inalcançável e surpreendentemente próxima, envolta em uma névoa suave que dança ao redor de suas bordas, quase como se estivesse protegida por uma aura mística.

Abaixo da ilha, várias cachoeiras de água prateada caem em cascatas intermináveis, despejando rios reluzentes que parecem desaparecer em direção a um ponto invisível no horizonte. A água brilha à luz do sol, como fios de prata que desaparecem no mar de nuvens abaixo. As cascatas criam uma névoa densa que se mistura com as nuvens, dando a impressão de que a ilha está suspensa em uma camada de algodão. De baixo, é como ver um pedaço do céu caindo em câmera lenta

O céu acima da ilha é um espetáculo à parte. É um gradiente de cores vibrantes, ele muda de cor, começando com tons suaves de rosa e laranja ao amanhecer e se transformando em um azul profundo com toques de roxo. Essa mistura de cores deixa a ilha dá à ilha um contorno divino, onde a luz muda e se mistura com a névoa ao redor, fazendo parecer que a ilha está constantemente se transformando, como uma miragem viva.

As árvores que crescem nas bordas da ilha se projetam para fora como mãos estendidas, balançando suavemente ao vento. Seus galhos cobertos de folhas verdes escuras e azuladas parecem querer me alcançar, como se estivessem me chamando. De vez em quando, criaturas pequenas e brilhantes, como pássaros com penas cintilantes ou libélulas de asas iridescentes, podem ser vistas dançando ao redor das copas das árvores, revelando que a ilha é mais do que apenas um pedaço de terra, é um mundo próprio e cheio de vida.

Enquanto olho essa visão eu sento uma mistura de admiração e reverência. Há uma sensação de que esse lugar não pertence completamente a este mundo, mas sim a uma dimensão onde o misticismo e a realidade se encontram.

E enquanto eu endo em direção a esta ilha eu só posso me perguntar o que me espera em seu topo.