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Chapter 21 - A Tempestade na Academia Perlasca

O sol nascente pintava o céu com tons de rosa e laranja, refletindo na superfície calma do mar. O navio Vespucci deslizava suavemente, cortando as águas em direção à academia de cavaleiros Perlasca. Lucas, com sua capa esvoaçante, saiu do alojamento e avistou seu amigo Léo, que estava parado à beira do convés, os olhos fixos no horizonte. As gaivotas dançavam no ar, suas asas brancas recortando o céu como notas musicais.

Lucas se aproximou de Léo, cumprimentando-o com um sorriso.

— Bom dia, parceiro. — disse ele. — Qual é a programação para hoje?

Léo virou-se para Lucas, seus olhos ainda brilhando com a beleza da manhã.

— Bom dia. — respondeu ele. — Estamos a apenas duas horas de distância da academia. Quando chegarmos lá, pretendo pedir ao professor Armandus que me ensine a controlar o primeiro estágio da ascensão.

Lucas arqueou as sobrancelhas.

— Ascensão? Bom, só tome cuidado, você sabe dos riscos.

Léo assentiu.

— Sim, quanto antes eu dominar essa habilidade, melhor. Afinal, a reunião com o diretor só acontecerá daqui a dois dias.

Os dois amigos permaneceram lado a lado, observando o sol subir no céu. O futuro estava cheio de possibilidades, e a jornada na academia de cavaleiros estava prestes a começar.

O sol da manhã iluminava a cantina do navio, onde Léo, Lucas e Alex se reuniram para tomar café. Conversas animadas ecoavam pelo ambiente enquanto os alunos exploravam o navio, trocando informações sobre suas habilidades e expectativas para a academia de cavaleiros Perlasca.

Os sinos do navio começaram a soar, anunciando a chegada à academia. As torres imponentes da Perlasca surgiram no horizonte, suas pedras antigas e janelas góticas inspirando respeito e admiração. O grupo desembarcou e seguiu em direção ao salão principal para relatar o sucesso de sua missão em Romagna.

Foi então que Cedric, um aluno com Rank sete e habilidades de pré-ascensão, apareceu. Sua voz ecoou pelo corredor.

— Lucas, espere aí! — Ele se aproximou do grupo, olhando diretamente para eles. — Estava esperando vocês chegarem.

Cedric revelou seu propósito, convidá-los para seu time de tacos mágicos. Lucas, entusiasmado, aceitou imediatamente. No entanto, Alex recusou, afirmando ter outras prioridades. Ela se afastou, deixando Lucas e Léo em uma encruzilhada.

Lucas olhou para Léo, esperando sua decisão. Léo, sempre aberto a aventuras, hesitou.

— Eu quero ficar mais forte. — disse ele. — Preciso treinar com o professor Armandus.

Cedric interveio, lembrando a Léo que ele ainda tinha quatro anos na academia para ganhar experiência. Mas Léo estava determinado a garantir sua força. Com um pedido de desculpas, ele partiu em direção ao salão principal para entregar o pergaminho da missão.

Lucas e Cedric ficaram em silêncio, observando Léo se afastar.

— Ele vai ficar bem? — perguntou Cedric.

Lucas olhou para o amigo, a esperança nos olhos.

— Tomara que sim. — respondeu ele.

A jornada na academia estava apenas começando, e cada escolha moldaria o destino dos três amigos.

O cenário na arena de treinos era austero, com feixes de luz atravessando as janelas altas e iluminando o chão de pedra. Léo se aproximou do professor Armandus, que recolhia espadas de madeira usadas em uma aula recente. A surpresa nos olhos do professor foi evidente quando Léo fez sua pergunta.

— Professor — começou Léo, — posso conversar com você?

Armandus assentiu, curioso.

— Olá Léo, como foi sua missão?

— A missão? Bem, enfrentamos desafios, mas conseguimos cumprir nossos objetivos. — Disse Léo.

Léo desviou o olhar para o chão, reunindo coragem.

— Preciso aprender a usar a primeira forma da ascensão. — As sobrancelhas do professor se arquearam, e ele cruzou os braços.

Olhando para Léo, Armandus questionou.

— Por que agora, no seu primeiro ano na academia?

Léo hesitou, mas então as palavras saíram.

— Na missão em Brisighella, me senti inútil. Não consegui proteger os aldeões como deveria. Quero ficar forte o suficiente para garantir que nunca mais me sinta assim. Para proteger meus amigos.

O professor estudou Léo por um momento, e então suspirou.

— Você é impaciente, Léo. Mas sua motivação é nobre. Aceito treiná-lo nos caminhos da ascensão. Mas saiba que isso não será fácil.

Léo assentiu, grato. A jornada para se tornar um cavaleiro estava prestes a se intensificar, mas ele estava pronto para enfrentar cada desafio.

Ele mergulhou profundamente em seu treinamento durante dois dias, determinado a alcançar a primeira forma da ascensão. O professor Armandus havia compartilhado um conhecimento crucial: todas as espadas mágicas possuíam uma alma, um coração pulsante que se conectava ao portador. Era essa conexão que permitiria a entrada nos caminhos da ascensão.

Léo recordou suas conversas com a brasa em seus sonhos, uma presença ardente e misteriosa. Armandus confirmou que aquilo era a alma da espada flamejante de Léo, buscando se ligar a ele. Com treinos intensos e meditação, Léo se preparou para o próximo passo.

Na arena de treinos, Léo segurou sua espada flamejante. Ele fechou os olhos e concentrou-se, mergulhando em um mundo de escuridão. A pressão ao seu redor diminuiu, e então ele a viu: uma fênix flamejante, suas penas irradiando luz como uma estrela em um sistema solar distante.

A fênix parecia esperar por ele, suas asas se movendo em um padrão hipnotizante. Léo respirou fundo e estendeu a mão, buscando a conexão. A alma da espada estava ali, pronta para guiá-lo nos caminhos da ascensão.

Léo sentiu a presença da fênix, suas penas flamejantes dançando como brasas vivas. Ele ousou falar.

— Você é a fênix que emerge da minha espada? A que me curou em momentos críticos?

A voz da fênix ecoou em sua mente, suave e poderosa.

— Sim, jovem cavaleiro. Eu sou aquela que arde dentro da lâmina. Você está no caminho certo, buscando a conexão entre nossas almas.

Léo engoliu em seco, emocionado.

— E você... irá me emprestar suas forças?

A fênix respondeu com uma chama mais intensa.

— Sim. Protegerei você, guiando-o nos caminhos da ascensão. Seja digno, Léo, e juntos alcançaremos alturas inimagináveis.

A arena de treinamento estava imersa em uma atmosfera mágica. Léo, em profunda meditação, buscava a conexão com a Fênix Flamejante. Seu corpo irradiava uma aura vermelha, sinalizando que ele estava no limiar da primeira forma da ascensão.

Foi então que Alex, a garota de cabelos roxos e lisos, entrou. Seus olhos se arregalaram ao ver Léo, e um sorriso rápido cruzou seus lábios. Ela se aproximou, determinada, e chamou o professor Armandus.

— Professor, acorde esse tapado. — disse Alex. — O diretor Lucius está chamando todos no salão principal.

Léo despertou de seu transe, resmungando.

— Essa Fênix, ela sempre diz para eu acordar. — Ele se lembrou que em outras ocasiões quando conversou com a Fênix Flamejante, ela sempre se despede falando para Léo acorda.

Alex, sem entender o contexto, puxou Léo pelos braços, levando-o em direção à saída. O professor Armandus observou-os partir e murmurou.

— Ele aprendeu bem rápido. Impressionante.

Léo e Alex apressaram-se em direção ao salão principal, a urgência no ar. Greg Visley, o primo de Lumina, estava parado junto às grandes portas. Ele conversava e ria com outros alunos, mas Léo captou fragmentos da conversa: um aluno que caíra enquanto cavalgava, o cavalo descontrolado.

Greg, membro da família real, deveria estar preocupado com os recentes eventos na capital. No entanto, sua expressão não denotava ansiedade. Pelo contrário, parecia satisfeito. Léo percebeu que a família Visley estava em uma disputa pelo trono. Greg, talvez, sonhasse com a coroa.

O pensamento fez Léo tremer. O destino da academia estava entrelaçado com intrigas e poder, e ele mal arranhara a superfície.

O salão principal da academia estava repleto de alunos, uma mistura de rostos conhecidos e desconhecidos. Léo e Alex se uniram a Lucas, formando um pequeno grupo no meio da multidão. Todos os anos estavam representados ali, desde os calouros até os veteranos.

O diretor Lucius, imponente em sua vestimenta cerimonial, ergueu a mão e bateu palmas. O som reverberou pelas paredes de pedra, ecoando até que todos os olhares se voltassem para ele. O silêncio se instalou, expectante.

Léo sentiu o peso daquele momento. O destino da academia estava prestes a ser revelado, e ele estava no centro disso tudo.

O diretor Lucius ergueu-se diante dos alunos reunidos no salão principal, sua voz ressoando pelas paredes de pedra. Seus olhos, sérios e determinados, varreram a multidão antes de começar seu discurso.

— Caros alunos da academia de cavaleiros Perlasca. — começou Lucius. — hoje trago notícias que afetarão nosso caminho e nossa missão.

Ele detalhou os acontecimentos recentes na capital real, a destruição do castelo, a morte do rei e a ascensão das sombrias Garras do Dragão. Essa organização, oculta nas sombras, era responsável por toda a devastação. Lucius enfatizou sua periculosidade e a necessidade de cautela.

— Em vista disso. Cancelaremos momentaneamente as missões. Os alunos terminarão o ano letivo dentro da academia. — A decisão era inevitável, mas também uma proteção para os jovens cavaleiros.

Lucius olhou fixamente para a multidão.

— Os cavaleiros de Lumirian assumirão a responsabilidade de enfrentar essa ameaça. Nenhum aluno deve se aventurar sozinho. Qualquer tentativa resultará em expulsão.

Por fim, ele assegurou.

— As famílias de vocês estão seguras. Agora, mais do que nunca, devemos nos unir e proteger nosso reino.

O silêncio pesou no ar, e Léo sentiu o peso das palavras. O destino da academia estava entrelaçado com o destino de Lumirian, e eles teriam que enfrentar o desconhecido juntos.

Léo estava imerso em um turbilhão de emoções. Seus olhos refletiam a seriedade das palavras do diretor Lucius, mas também havia determinação e uma pitada de medo. O peso da responsabilidade pesava sobre seus ombros, e ele sabia que o destino da academia estava agora mais entrelaçado com o reino do que nunca.

A tensão no salão principal era palpável. Muitos alunos não receberam bem as notícias. Seus olhares se voltaram para Léo, lembrando-se da missão em que avistaram a perigosa organização criminosa. Alguns compreendiam que alunos do primeiro ano não seriam páreo para tamanha ameaça, mas outros, cheios de bravata, culpavam Léo e seu grupo. O peso da responsabilidade pesava sobre os ombros do jovem cavaleiro, e ele sentia os olhos acusadores como lâminas afiadas.

Léo, Lucas e Alex caminhavam em direção aos dormitórios, a tensão ainda pairando no ar. Alex tentava confortá-lo.

— Não se preocupe com esses idiotas. Eles só querem alguém para culpar. Nem mesmo Cedric, um dos alunos mais fortes da academia, conseguiu enfrentar aquele cavaleiro negro. Nós não somos diferentes.

Lucas, sempre otimista, sugeriu.

— Vamos nos animar! Que tal treinar amanhã com o time de tacos mágicos depois das aulas? Isso vai melhorar nosso ânimo.

Mas antes que Léo pudesse concordar, uma voz cortante ecoou pelo corredor. Era Greg, o membro da família real. Sua raiva era palpável.

— Isso é tudo culpa sua. — acusou ele. — Vocês sabem o quanto isso vai interferir nas minhas futuras conquistas?

O peso das palavras de Greg atingiu Léo como uma lâmina. O destino da academia estava mais complexo do que ele jamais imaginara.

A atmosfera no corredor estava carregada de tensão. Alex, com raiva estampada no rosto, soltou palavras afiadas para Greg Visley.

— Cala a boca, Visley. Você pode muito bem comprar suas conquistas.

Lucas, sempre o pacificador, tentou acalmar os ânimos.

— Pessoal, vamos manter a calma.

Mas Greg não se conteve. Ele zombou de Alex.

— Sinceramente, Seraphina, sua família ainda não te vendeu? Ouvi dizer que eles estão precisando de dinheiro. — Seu riso ecoou pelo corredor.

Léo, porém, não ficou em silêncio. Seus olhos faiscaram, e uma aura avermelhada começou a envolvê-lo. Apenas Alex e Lucas perceberam.

— Diga mais uma palavra sobre Alex. — ameaçou Léo. — E cortarei essa sua língua.

Greg não recuou.

— Então que tal amanhã após as aulas? Vou ensinar seu lugar, seu camponês desprezível.

O desafio estava lançado, e o destino dos jovens cavaleiros se tornava cada vez mais incerto.

O corredor estava tenso, mas antes que Léo pudesse responder a Greg, uma figura surgiu. Lumina, a prima de Greg. Ela desferiu um soco forte na cabeça dele, e ele gemeu de dor. Lumina, normalmente determinada e alegre, agora parecia desprovida de emoção. A responsabilidade da família real pesava sobre ela.

— Vamos embora. — disse Lumina, sua voz fria. — Temos uma reunião com nosso tio-avô.

Léo ficou surpreso, mas antes que pudesse dizer algo, ela o interrompeu.

— Desculpe, Léo. Assuntos importantes. — E então ela saiu com Greg, deixando o corredor em silêncio.

Lucas tentou aliviar a tensão.

— Que tal irmos aos dormitórios e tomarmos uma xícara de chocolate quente?

Alex bufou de raiva e saiu na frente em direção aos dormitórios. Léo olhou para Lucas, tristeza nos olhos, e deu um pequeno sorriso.

— Vamos. — disse ele. E juntos, seguiram para o dormitório do primeiro ano.

Enquanto o inverno se aproximava, eles se reuniram no dormitório do primeiro ano, compartilhando histórias e sonhos. O chocolate quente aqueceu seus corações, e a promessa de um novo dia os impulsionava. Juntos, eles enfrentariam o desconhecido, com a esperança de que suas escolhas moldassem o futuro de Lumirian.