Pandora estava agitada, latia para as árvores do nada, estávamos há alguns dias ali e minha cachorra nunca esteve assim tão raivosa, estava ficando nervosa, pois poderia ser algum animal da noite, não iria conseguir dormir com seus latidos e também poderia incomodar os demais. Então tirei a guia e a levei para o quarto, e ela de certa forma acalmou-se e então pensei.
"Finalmente vou dormir".
Mas minha mente me pregou uma peça. Começo a lembrar do jantar e daquele homem sentando a minha frente, aqueles olhos negros, aquelas mãos grandes e fortes, seu peito semidesnudo, "meu Deus", o que estou fazendo? Estou excitada, meu copo está em chamas, meu sexo pulsa totalmente umedecido, não tenho outra escolha a não ser sair para respirar, pois o chalé está quente demais, pequeno demais. Não liguei a luz da varanda, e comecei a andar de um lado para o outro apenas sob a claridade da lua.
Mas parece que o ar da noite não vai baixar a febre que toma conta do meu corpo.
Apenas me aconchego na rede que está pendurada na pequena varanda e sinto cada vez mais o pulsar da minha intimidade, e as imagens daquele homem em minha mente cada vez mais fortes, e como há muito tempo que não sentia todo aquele tesão, começo a me tocar, sinto a ânsia de um corpo e minha mente viaja cada vez mais na minha imaginação, enquanto toco meu sexo com uma das mãos em um movimento frenético de vai e vem em pequenas massagens em meu clitóris.
A vontade que sentia era de correr por entre as árvores, nua, para aplacar aquele louco desejo que estava tomando todo o meu corpo.
Nesse momento penso nos lábios de Ulisses. Como não desejar aquela boca na minha, aquelas mãos acariciando e apertando o meu corpo, aquele volume que percebi quando ele levantou da mesa para ir ao banheiro? Nossa, como eu queria sentir ele dentro de mim! Esses pensamentos me fazem continuar a me masturbar até sentir meu corpo estremecer, chegando ao orgasmo, ali sozinha no escuro. Sinto o meu gozo escorrendo, fazia muito tempo que não gozava. Até foi prazeroso sentir toda e excitação daquele momento, me senti viva.
Mesmo após gozar, ainda febril, eu desejava ardentemente sentir aquele homem dentro de mim. Foi quando o vi. Como era possível desejar alguém dessa forma? Além disso, um desconhecido, mas eu iria me entregar a ele, eu iria embora amanhã, e nunca mais o veria, pensei comigo.