Isabella Petrov
Eu sabia que a bonança antes da tempestade, não era uma boa coisa, eu sempre soube disso. Mas o que está acontecendo é pior do que pensei, é mil vezes pior. Assim que chegamos perto da nossa propriedade, é possível ver o cenário de guerra, as ruas estão bloqueadas por excesso de soldados e na porta de casa parece a muralha da China, os homens estão adequadamente posicionados. Eu sei que Aleksander não quer me contar, para não me deixar preocupada, mas ele não me contando, só está piorando a minha curiosidade, o que de tão grave aconteceu, eu sei que a guerra começou, mas qual foi o gatilho para o começo dessa guerra.
— Aleksander o que está acontecendo? — insisto mais uma vez, não estou me aguentando de curiosidade, quem em sã consciência ignora um cenário desses? Impossível ignorar algo assim.
— Eu conto quando estivermos dentro de casa, relaxa — Aleksander tenta parecer tranquilo para me deixar tranquila também, mas a verdade é que eu quero gritar, porque o que está acontecendo é uma verdadeira bagunça.
Eu sou uma pessoa treinada para situações como essas, é impossível ficar tranquila sabendo que uma granada gigante explodiu no nosso território, eles estão nos provocando, eles já deram o primeiro passo de todos, eles esperam que nós demos o segundo passo, mas como vamos fazer isso? Se a ajuda não chegou ainda? Do meu lado, Aleksander expuma, igual a um lobo raivoso, acho que a ideia de me perder na guerra o está assustando.
Quando finalmente chegamos nos portões de casa, os guardas abrem espaço e nós podemos entrar. Com a ajuda do meu marido, desço do carro. Minhas mãos estão trémulas e poxa! Acho que no fundo, eu não sei o que aconteceu. Com passos calmos e vacilantes, nós dois entramos no interior da casa. O cheiro de morte e sangue fresco é totalmente tenebroso. O cheiro fresco de sangue é tão nojento que sinto vontade de vomitar. Alguém morreu nessa casa, eu sei que sim, o cheiro de sangue não está aqui por acaso.
— O que aconteceu Aleksander? — Indago mais uma vez, tapo o meu nariz porque não estou suportando sentir o cheiro de morte eminente.
Me afasto um pouco dele, para vomitar, eu não quero parecer fraca mas a ânsia de vómito e tão forte que é preciso de um instante muito grande para recuperar a minha alma, que saiu junto com as tripas.
— Fica calma amor, isso não vai te fazer bem, nem ao nosso bebé, relaxa, eu vou cuidar disso para você — Aleksander tenta me acalmar, mas ele está falhando miseravelmente em sua função de me acalmar, ele está assustadoramente calmo, o que não é bom, isso significa que nada está bem.
Na pressa para voltar para casa, eu não me recordei do meu pai, se a casa está nesse todo caus, talvez ele esteja assustado também. Me solto de Aleksander e corro até o andar de cima, procuro pelo quarto do meu pai.
— Isabella não corre você está grávida — Aleksander grita correndo a minha atrás, ele sabe de algo e está tentando me impedir de ver essa coisa.
Corro mais rápido, Aleksander também aumenta seu passo, mas sou mais rápida que ele, corro mais forte até que finalmente chego a porta do quarto do meu pai, o cheiro de morte e sangue é mais forte aqui, como se ele estivesse vindo do quarto do meu pai. Abro a porta com medo e rezando, para que só seja coisa da minha cabeça, mas não é coisa da minha cabeça e nunca foi. A cena diante dos meus olhos, é a pior que eu já vi em todos os anos de vida que eu tenho, eu já vi muita coisa nojenta, mas nenhuma delas se iguala ao facto de ver o meu pai morto e banhado em seu próprio sangue. Meus joelhos cedem e porra, eu não consigo me segurar em pé. Meus olhos enchem de água automaticamente, ele está morto. A cena a minha frente é vibrante e assustadora. O corpo do meu pai está sem vida na cama, com o pescoço totalmente degolado, o sangue está por toda a parte, eles usaram o sangue do meu pai para escrever palavras ameaçadoras para nós dois.
— Quem fez isso, por quê fizeram isso com ele? — Aleksander vem até mim e me abraça, mesmo estando em seus braços, eu não acho suficiente, eu quero justiça para a morte do meu pai.
Aleksander não fala absolutamente nada, ele me abraça e fica me consolando. Mas o que ele pode dizer? O inimigo dele está finalmente morto, o homem que deixou o rosto dele desfigurado, o homem que deixou o pai dele em coma por dois anos, ele tem todo o direito de festejar, mesmo que eu esteja sofrendo, eu não vou recriminar ele por isso, ele tem todo o direito do mundo de fazer isso.
— Eu não sei minha diabinha, eu não sei — Aleksander sussura em meu ouvido, ele está tentando me acalmar, mas a vontade que tenho agora é de gritar e matar a pessoa que fez isso.
Sem muitas forças para lutar, meu marido me tira de perto do quarto do meu pai. Mas mesmo que eu fique a cem quilómetros de distância do quarto, eu nunca vou me esquecer da cena que vi diante de mim e nem da frase que claramente é para o meu marido.
Isso é só o começo, você vai perder tudo e todos que ama.
Ela foi escrita com o sangue do meu pai, que tipo de animal faz isso? Quem em sã consciência mata alguém e não respeita o corpo da pessoa morta?
— Preparem tudo, escoltem os meus pais até a fortaleza, nada está seguro aqui, rápido! — Meu marido dá as ordens para os nossos soldados que estão afobados correndo de um lado para o outro.
É uma realidade, a guerra está vindo, não, ela não está vindo, ela já chegou, é questão de minutos até que os desgraçados venham até a nossa casa e comecem a explodir tudo e todas as coisas.
— Amor, eu preciso que preste atenção, as coisas estão péssimas para o nosso lado, eu preciso que você seja forte está bem? Eu preciso que me obedeça sem questionar — Aleksander fala andando se um lado para o outro, organizando uma bolsa para mim.
Ele não via fazer o que estou pensando né? Ele não vai me mandar para fortaleza, ele não vai me deixar fora da minha vingança né? Ele vai mesmo matar os idiotas sem a minha ajuda? Eu quero participar também, não é justo que só ele se divirta com isso.
— O que está pensando em fazer? Me mandar para a fortaleza? — Indago irritada tentando parar ele.
— Me escuta, a fortaleza é o lugar mais seguro no momento, você estará segura lá, não complica coelhinha — ele está tentando parecer tranquilo mas eu sei que ele quer explodir, eu sei que a qualquer momento, ele vai invocar o diabo e isso será péssimo para os desgraçados que mataram o meu pai.
— Mas eu não quero ficar longe de você Aleksander! Eu quero ficar aqui, do seu lado, com você! — insisto batendo o pé no chão.
Os olhos de Aleksander se esbulham e pará de fazer as malas para mim, ele me pega de surpresa me jogando na cama e se colocando entre as minhas pernas. Mesmo estando totalmente assustada, o meu corpo logo reage a sua aproximação.
— Escuta de uma vez por todas coelhinha, eu não vou ficar tranquilo enquanto souber que você está desprotegida, eu preciso me concentrar na guerra e não farei isso se você não estiver em segurança, eu preciso que você fique segura, para que eu fique concentrado, entendeu? — Aleksander sussura enquanto seus dedos passam de forma descarada na minha boceta.
Ele está jogando baixo, sabe muito bem que eu não consigo pensar direito com ele brincando com o meu corpo. Ele nem se dá ao trabalho de tirar as minhas roupas, ele puxa o meu vestido até a cintura, bota a minha calcinha de lado e se enfia dentro de mim numa estocada forte e crua. Sua entrada nada simpática, parece que era tudo que eu estava precisando no momento para pensar direito. Seu pau entra e sai dentro de mim sem nenhuma cerimônia, os nossos gemidos preenchem o quarto e poxa! Está bom demais, parece que todo o cenário de caus de minutos atrás não existe mais, parece que tudo não passa de um sonho, só o que importa são os nossos corpos se encontrando sem nenhuma cerimônia ou delicadeza. Seu piercing bate num ponto dentro de mim e isso é o suficiente para que eu atinja o meu ápice e Aleksander vem logo em seguida.
— Desculpa coelhinha, não quis ser muito bruto com você — Aleksander se recrimina quando finalmente recuperamos o fôlego e ele finalmente consegue me convencer a partir para a fortaleza.
— Está tudo bem, eu estava precisando disso também — retruco pegando na minha mala já pronta.
Com a ajuda do meu marido, nós descemos até o andar de baixo e junto de Catarina, entro no carro para a fortaleza.