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Chapter 45 - 45

Aleksander Petrov

Como eu pensei no início, Isabella se escondeu por um bom tempo esperando por mim, mas o desgraçado conseguiu tirar ela de seu esconderijo usando a irmã mais nova dela. Que tipo de monstro é Giana Constantine? Ela usou a própria filha para prejudicar a mim e minha esposa, ela nem se importa de deixar Cássia vulnerável. Ygor é totalmente louco, não se importa com quem tiver que matar para alcançar seus objetivos.

— Fala logo o que você quer, não tenho o dia todo — falo sem medo nenhum dele.

Eu fui muito precipitado ao sair de casa sozinho, sem os meus soldados, mas nós temos um código secreto de emergência, se o código fôr recebido por eles, com certeza, eles virão para me ajudar. Eu só tenho que conseguir ganhar tempo para que eles cheguem até mim.

— Aaahm! Você é tão chato! Poxa! Eu só quero me divertir um pouco com vocês dois! — ele grita igual a um louco.

Minha esposa está calma demias, ela não chora, não treme e nem sequer grita por ajuda, ela está totalmente calma. Ela sabe que as coisas não vão terminar assim, ela confia em mim e sabe que tenho uma carta na manga, mesmo que não tenha.

— Ninguém está aqui para brincar filho da puta, fala logo o que quer! — berro irritado, ele está tentando fazer jogos mentais com nós dois, ele acha que consegue me manipular.

Filho da puta desgraçado, quem ele pensa que é? Eu dei tudo o que ele tem e por causa de um ciúme besta, ele vai colocar tudo a perder.

— O que eu quero? Você não pode me dar o que quero, você teve várias chances para isso, mas você nunca percebeu, você até me forçou a casar com aquela vadia desgraçada — Ygor grita transtornado.

Ele está completamente maluco, não sei do que ele está falando, não sei o que ele quer e nem sei do se trata tanto ódio. Onde é que o casamento dele entra na traição dele, se o casamento dele estava infelizmente era só ter me pedido a anulação que eu faria para ele.

— Calma aí, eu não estou entendendo absolutamente nada — Isabella e Cássia reviram os olhos, como se já soubessem do que se trata — Onde é que o seu casamento entra nisso? — indago irritado porque parece que todos sabem menos eu, mas ao menos eu sei que puxando assunto, eu ganho tempo até que os meus soldados cheguem aqui.

Ygor fica mais irritado ainda, parece que o facto de eu não entender ainda a razão de ele estar tão furioso comigo, o está irritando ainda mais. Eu pensei que todo esse tempo, ele estivesse irritado comigo, por causa de Mikhail, afinal de contas, o lugar que Mikhail está ocupando, era dele.

— Você não entendeu Aleksander, ele é... — Isabella tenta falar, mas o desgraçado a interrompe

— Cala boca vadia — ele aperta ainda mais a arma na barriga da minha esposa.

— Não se atreva a chamar a minha esposa de vadia — berro irritado.

Tento me aproximar deles, mas o desgraçado se atreve a apontar uma arma em minha direção. Eu estou disposto a morrer por ela, eu estou disposto a ficar no lugar dela.

— Eu chamo ela do que eu quiser e você não vai fazer nada, agora fica bem quieto que nós vamos conversar como os velhos amigos que somos — ele ainda está com a face transtornada, provavelmente esteja drogado, não sei a razão para tanta loucura, mas seja qual for, ele vai pagar com a vida por isso.

— O que você quer desgraçado?, eu estou disposto a te dar tudo — não estou mais com paciência para joguinhos. E porra! Onde estão os meus soldados que não chegam?

Se Mikhail estivesse aqui, a esta hora ele e os meus soldados estariam aqui e acabariam com esses idiotas em questão de segundos.

— Você vai me dar tudo mesmo? Não está dizendo isso para me distrair né? — parece que ele está começando a cogitar a ideia e a possibilidade de trocar de lugar com a minha esposa.

Vou me aproveitar dessa chance e da distração dele para trocar de lugar com ela, se ele está tão furioso comigo, ele deve punir a mim não a minha esposa.

— Eu vou, me fale, o que você quer? — concordo com calma com um sorriso sincero.

Talvez ao parecer calmo, ele vá se recordar de nós dois juntos, crescendo como dois irmãos gêmeos, talvez o lado emocional dele fale mais alto e ele vá deixar de lado essa loucura de matar a minha esposa.

— Muito bem, mesmo que eu não tenha o que eu quero, eu vou te falar mesmo assim — o desgraçado coça a cabeça com a arma, ele respira alto e fundo demais, como se estivesse buscando coragem para me falar o que quer que seja.

— Fala logo caramba — falo impaciente.

Isabella está em pé faz muito tempo, isso não é bom para ela nem para o nosso filho, ela precisa se sentar e descansar.

— Eu quero você Aleksander, eu te quero — ele fala com tanta vontade que sorri.

Isabella, Cássia e assim como os soldados dele, parecem surpresos e não é para menos, como assim ele me quer? Ele por acaso nutri uma paixão platónica por mim? Que loucura é essa produção? Desde quando ele vem guardando isso? Caramba que loucura?

— Você me quer? Desde quando isso? — Indago surpreso e curioso.

Eu e Ygor, sempre convivemos como dois irmãos de mães diferentes, sempre nos tratamos com respeito. Eu nunca deixei que ele pensasse que eu gostava dele ou algo parecido, sempre foi um relacionamento de amizade. Como assim ele está apaixonado por mim.

— Sim! Eu quero, sempre quis, eu sempre fui apaixonado por você, desde crianças, mas você nunca olhou para mim — ele parece magoado falando isso para mim.

Todo esse tempo, eu estivesse abrigando alguém que guarda uma paixão platónica por mim, eu dormi no mesmo quarto que ele. Que loucura. Isabella segura a risada, como se estivesse assistindo um episódio muito bom de alguma série mexicana e não é para menos, isso é muito louco. Não que eu tenha algo contra os homossexuais, mas poxa! Eu não sou um e o meu suposto melhor amigo é, e por conta disso, ele sequestrou a minha esposa e quase acabou com a minha máfia.

— Por quê não me contou antes? Por quê guardou isso por tanto tempo? Eu podia muito bem ter impedido seu casamento e pararia de levar você aos bordéis — tento ser racional.

No momento, Ygor se sente vulnerável, pois, acabou de confessar seus sentimentos e provavelmente, qualquer sinal de rejeição da minha parte, vai colocar as vidas da minha esposa, filho e cunhada em risco.

— Você faria isso por mim? Você deixaria eu me casar com um homem? — ele está começando a amolecer.

Se ao menos os meus soldados estivessem aqui para ajudar agora, nos aproveitariamos muito bem da distração dele e todos os soldados, parece que todos estão mais concentrados em ouvir a história do que fazer a guarda.

— Claro que sim Ygor, você é meu irmão, eu faria tudo por você — em outros tempos, eu faria, agora eu quero cortar ele pedacinhos bem pequenos.

— Você está me enganando para que eu deixe essa vadia da sua esposa, a Bratva não aceita esse tipo de coisa, o conselho mandaria me executar — ele grita com os olhos vermelhos.

Talvez o jogo emocional seja o melhor para que todos saiamos vivos dessa, ele está abalado emocionante, não está pensando com clareza, seria o momento perfeito para atacar.

— Claro que não estou te enganando, eu ajudaria você, iria contra todos eles para ver você feliz, você é meu irmão Ygor — mesmo que pareça falso o que eu estou falando, eu realmente faria isso por ele.

A Bratva é bem preconceitosa em se tratando de escolhas sexuais, mas eu estaria disposto a ajudar ele a ser feliz, talvez ele fosse forçado a sair da Bratva, mas não seria morto ou perseguido por ninguém, eu tomaria conta dele. 

— Você é um filho da puta mentiroso, você me enganou uma vez, não vai fazer isso de novo — o humor dele está oscilando de forma assustadora, se eu não fizer nada, seremos mortos na certa.

— Quando que eu traí você? O único que traiu aqui foi você, ao me vender para a Yakuza e Cosa Nostra — se ele quer brincar de quem acusa mais o outro, vamos brincar então.

— Eu não te traí primeiro, foi você quem me trocou quando casou com essa vagabunda Italiana, você parou de falar comigo e sair comigo, todo o seu tempo passou para ela, todas as suas actividades passou a fazer com ela, você esqueceu de mim! — ele está completamente louco, como assim eu passei a dedicar todo o meu tempo a Isabella e não a ele.  Mas é claro que eu passei a me dedicar a ela, ela é a minha esposa.

— Mas Isabella é a minha esposa, o que você esperava? — talvez a minha resposta vá pegar mal, mas pora, o que o desgraçado queria?

Ele se mata de rir, o riso dele sai macabro e grotesco, misturado com as lágrimas dele. Caramba! Isso parece o cenário de um filme de terror psicótico. Parece-mo-nos com um casal gay, tendo uma DR.