Isabella Petrov
— Isabella! Isaaaa! Sai logo daí, você e eu temos muito que conversar, você não está curiosa para conhecer as minhas razões? Eu tenho um motivo para fazer tudo o que estou fazendo — Ygor anda pela mata.
Os soldados se dividiram em grupos pequenos para me procurar, eles têm lanternas e são muitos, preciso pensar com calma e cautela, qualquer passo em falso, é o meu fim. A minha arma tem um silenciador, ela está carregada e qualquer um que se atrever a vir até mim, vai morrer na hora, não estou com planos de ser uma refém da Yakuza.
— Você sabe muito bem se esconder Isaaaa! Não me espanta que ele tenha se apaixonado por você, você o enfraquece, você o torna humano, ele esquece completamente do legado dele — ele cantarola vindo até mim, eu não posso vacilar.
Ele faz um gesto com a cabeça, um gesto que os soldados dele acatam na hora, eles voltam um pouco mais para perto da estrada e voltam com alguém vendado.
— Isabella Petrov, eu tenho algo que te interessa muito, o que acha que vai acontecer aqui minha cara, não quer ver o seu prêmio — ele faz mais joguinhos mentais.
Seja o que for, ele só está blefando, ele não tem nada que possa usar contra mim, Caterina morreria pela Bratva e não me deixaria sair do meu esconderijo.
— Quer saber qual será o seu prêmio? — ele fala sozinho.
Sem cerimônia, ele tira o capuz da cabeça da vítima e porra! É minha irmã Cássia. Como assim minha irmãzinha? Ele não é aliado de Giana Constantine? Que tipo de monstro é ela, como é que ela vende a própria filha para um louco lunático igual a Ygor. Ele é um psicopata sem princípios, ele não se importa em machucar inocentes para conseguir o que quer, o que lhe impede de fazer o mesmo com a minha irmãzinha? Mesmo que ela seja filha de um aliado, ele não vai descansar enquanto não machucar ela, só para me atingir, ele é totalmente louco.
— O que você quer desgraçado? — saio do meu esconderijo com a cabeça erguida, só porque eu fui encurralada, isso não quer dizer que eu deva me entregar com facilidade, eu ainda sou a primeira dama da Bratva. Minha coroa não caiu ainda.
Minha irmã olha para mim completamente assustada, ela está trémula, não é para menos, ela só tem quinze anos de idade e já está passando por coisas tão tenebrosas como essa. Ela já tem uma arma apontada para a sua cabeça, ela nem sequer debutou e já está sendo tirada o direito de pensar se vai ou não vestir algo novo amanhã.
— Isa! Eu estou com medo — Cássia sussura afastando a cabeça para o lado, com medo da arma.
O desgraçado do Ygor tem um sorriso grande e macabro nos lábios, como se não visse a hora de me fazer passar por isso. Que tipo de animal faz uma mulher grávida passar por esse tipo de coisa? Caramba, ele está passando completamente dos limites aceitáveis para os mafiosos.
— Fica calma irmã, vai dar tudo certo, eu prometo — sussuro desesperada, mesmo eu não sabendo como vou salvar nós duas, eu confio e acredito que Aleksander está vindo para me salvar.
Eu sei que a notícia já chegou até ele, eu sei que ele vai tentar me procurar, ele vai me achar e vai tirar nós três daqui, eu só preciso ganhar tempo até que ele venha até mim.
— Uhmmmm! Você é tão confiante e orgulhosa, acha mesmo que Aleksander vai arriscar a vida dele por você? Por favor, a única coisa que ele quer em você, é só o bebé em seu ventre, na verdade essa criança é a única coisa de valor que você tem no momento, eu também só me interesso nela — o desgraçado fala ainda sorrindo macabramente.
Minhas pernas doem, minha cabeça dói por causa de todo o esforço que fiz e Poxa, eu quero muito ficar sentada, não aguento mais ficar em pé. Mas eu não quero parecer uma louco fraca diante do meu inimigo, eu quero que eles pensem que sou alguma espécie de super mulher. Mesmo grávida, eu consegui fazer eles correm e muito.
— Bom! Enquanto o bebé ainda estiver dentro de mim, eu sou valiosa sim — falo determinada, sem medo dele.
Eu sei que ele não vai me matar, de algum modo, eu sou importante para os planos dele. Enquanto eu estiver grávida, eu vou poder preservar a minha vida. Eu estou de sete meses, eles não podem remover o meu filho de mim a força, será arriscado demais, enquanto eles esperam Os últimos meses da minha gravidez, eu sei que Aleksander vai me salvar antes disso.
— Não seja por isso, eu posso te poupar da dor de parto — ele fala com um sorriso terrivelmente macabro.
Ele está cogitando arrancar o bebé de mim, como se fosse alguma coisa mais simples do mundo, ele é completamente louco.
— Você vai arder no inferno seu desgraçado — Cássia grita tentado se soltar de um dos seguranças.
O desgraçado aperta ela ainda mais, a arma mais próxima da cabeça dela, para assustar minha irmã. Cássia se encolhe por causa disso, ela se afasta ainda mais e fica mais amedrontada que nunca. Ela fica quieta e de cabeça baixa.
— Sua irmã é engraçada Isabella, ela acha mesmo que vai entrar no céu sendo irmã da esposa do diabo — o desgraçado do Ygor ri de forma macabra. Ele coça a cabeça usando a arma, ele está completamente louco e transtornado.
— Bom! Neste caso, vamos nos encontrar todos lá — entro na onda dele, se ele acha que está lidando com um amador, ele está muito enganado.
Ele não me conhece e nem sabe do que eu sou capaz, eu sou a esposa do diabo, fiz ele se submeter a mim, ele acha mesmo que uma arma vai me assustar? Eu já fui fodida com uma arma, não tem nada em uma arma que me assuste.
— Com certeza, vamos todos nos encontrar lá, venha cá Isabella, caso não, sua irmã será a primeira a visitar o inferno — o desgraçado aponta a arma na cabeça da minha irmã.
Cássia se encolhe ainda mais. Não sei o que devo fazer agora, eu esperava que Aleksander fosse chegar a tempo de me salvar, eu pensei que ganhando tempo para ele, nós dois seríamos salvas, mas parece que eu me enganei. Como é que ele saberia onde me encontrar? Eu não deixei pistas, está muito escuro e Caty e o motorista, provavelmente estão sendo feitos de reféns.
— Tudo bem Ygor, eu vou até aí, fico no Lugar dela, mas você precisa me prometer que ela vai ficar bem — eu sei que é burrice negociar com um psicopata, mas eu preciso fazer tudo ao meu alcance para salvar a minha irmã, preciso tentar.
Mesmo que a esperança de sair daqui sans e salvas, seja só uma ilusão grotesca e sem fundamento, eu preciso crer no meu marido e crer na intuição dele. Ele virá salvar nós três.
— Está tentando negociar comigo Isabella? Você não foi ensinada na catequese que é pecado negociar com o diabo? — o desgraçado acha mesmo que me assusta.
Ele não passa de um demónio de classe baixa, ele acha mesmo que eu me importo de ir ao inferno por negociar com ele? Eu fodo todas as noites com o diabo, acha mesmo que eu serei salva? Eu vou arder no inferno junto do meu marido.
— Bom! Eu não vejo de qual diabo você está falando, mas só para você saber, eu fodo todas as noites com o diabo, acha que não fui ensinada que fornicar é pecado — murmura com a minha melhor cara de inocente.
Os soldados dele engasgam por conta das minhas palavras sujas, ele parece surpreso com a minha audácia, ele estava esperando uma pessoa assustada e trémula. Eu sou a esposa do diabo, não sinto medo de nada.
— Não me surpreende que ele tenha escolhido você — o desgraçado ri de forma macabra, ele parece enciumado por isso, como se ele tivesse que o escolher.
— Ah! Você sabe, cada um tem o que merece, o diabo merecia alguém a altura dele, sabe como é — provoco sem medo nenhum, eu sei que estou colocando a minha vida e a vida dos meus em risco, mas é impossível, não testar a paciência dele.
É algo natural, veio junto com as minhas características melhores, eu adoro provocar as pessoas. Adoro tirar as pessoas do sério.
— Chega de brincadeira Isabella, venha até mim e isso acaba — o desgraçado parece chateado com as minhas palavras, como se eu tivesse provocado em uma ferida antiga.
Será que é loucura da minha cabeça? Eu não sou louca, eu posso sentir a inveja e os ciúmes vindo dele, ele queria estar no meu lugar, será que isso tudo foi movido a base dos ciúmes dele por mim? Será que ele guarda alguma espécie de paixão platónico por mim?
Antes de poder pensar em mais algo, o desgraçado me imobiliza através de um dos seus soldados. Ele coloca a arma na minha cabeça e ri de forma macabra e alto demais.
— Seu marido está vindo se juntar a nós na festa — ele declara de forma satisfeita.
Eu sabia que ele viria para me salvar, eu sabia que ele não deixaria os desgraçados me fazerem mal nenhum.