O Destino era algo volúvel. Eles torcem e giram seus fios do destino, amarrando e emaranhando linhas vermelhas nos dedinhos, até ficar uma bagunça de nós.
Lina tentou fugir do destino muitas vezes além da conta, mas isso foi em sua primeira vida, onde ela pensava que poderia desafiar um amor predestinado nas suas estrelas. Agora, ela era forçada a pagar pelas consequências de suas ações.
"Imediatamente, Sr. DeHaven," a recepcionista disse devagar, baixando o olhar, cuidadosa para não virar as costas para ele, já que era um sinal de desrespeito.
Lina permaneceu fincada no lugar, segurando forte nas bordas de sua camisa. Ela olhava acusadoramente para Kaden que olhava para baixo em sua direção. Ela esperava arrogância, mas a expressão dele era fria. Ela não conseguia entender seu raciocínio.
"Guie o caminho até o seu amante, minha querida pomba," Kaden murmurou, gesticulando com a mão para frente.
"Você primeiro," Lina respondeu, incapaz de movimentar suas pernas.
"Senhoras primeiro," Kaden corrigiu.
Lina, desgostosa, olhou ao redor. Eles começaram a chamar atenção na entrada, e agora, muitas pessoas observavam cada movimento deles.
Especificamente, Kaden se destacava como um polegar dolorido com seus traços bonitos, estatura alta e a aparência de um figurão. O casaco preto pendurado em seus ombros largos fazia ele parecer um vilão invencível.
"Tá bom," Lina suspirou, caminhando para o restaurante.
Lina começou a procurar ao redor, em busca de um assento vazio. Ela tentava não fazer isso tão obviamente, para que Kaden não seguisse seu olhar.
Completamente alheia a Lina, Kaden observava-a o tempo todo. Kaden olhava enquanto suas sobrancelhas se uniam, como um filhote de cachorro confuso. Então, ela segurou ainda mais forte nas pontas de sua camisa, parecendo uma criança perdida.
Kaden segurou uma risadinha divertida. Se ela precisava de ajuda, que falasse.
"Ele não está aqui," Lina finalmente anunciou, olhando para ele. "Obrigado pela sua ajuda, mas foi desnecessária. Aproveite a sua refeição."
Lina tentou correr, mas ele estendeu a mão, agarrando seu pulso. Ela congelou, o simples toque mandando faíscas pelo seu corpo. Sua respiração acelerou de medo e ela espiou para cima, como se ele fosse louco.
"Senhor, por favor solte—"
"Por que você sempre parece que vai chorar?" Kaden brincou.
Lina tocou seu rosto e percebeu seus olhos se enchendo de lágrimas. Ela não se achava uma chorona.
"Sou tão bonito que te faz chorar?" Kaden perguntou. Parecia uma provocação, mas ele parecia sério como uma estátua.
Lina piscou para ele. Apesar dos anos que passaram, sua arrogância não mudou.
"Não, você é tão feio, que dói meus olhos." Lina desviou o olhar, esperando que ele fosse desencorajado por suas palavras.
Azarenta ela, seus olhos brilharam de diversão. Kaden estava intrigado por ela, mas não porque ela o tratava indiferentemente.
Em toda a sua vida, ele nunca tinha visto alguém ficar tão emocional na sua presença, nem mesmo sua mãe. Ele também achou engraçado que ela estava desesperadamente tentando fugir dele quando a maioria estava desesperada para correr para seus braços.
"Talvez você não esteja olhando para o meu rosto direito," Kaden disse, puxando-a para mais perto—até seu peito roçar nos braços dele.
Os olhos dela se arregalaram. Finalmente, ele tinha sua atenção.
Kaden viu seu reflexo espelhado nos olhos claros dela. Ele viu as partículas individuais de avelã escuro, o anel preto ao redor de suas pupilas, e o quão úmidos eles estavam. Então, uma única lágrima rolou pelo rosto dela. A hilaridade imediatamente se acalmou.
"Quantos anos você tem para ser tão chorona, minha querida pomba?" Kaden zombou, soltando seu pulso, sentindo um estranho impulso no peito para protegê-la.
"Muito mais nova do que você," Lina respondeu, olhando para outro lado e rapidamente criando distância entre eles.
A essa altura, eles tinham a atenção de todos. Ela podia imaginar os pensamentos deles. Comida excelente e entretenimento grátis? Me inscreva!
"Não acho isso difícil de acreditar," Kaden disse secamente para ela.
Poucas pessoas o confrontavam tão ferozmente quanto ela o fez. Ninguém exceto por uma única pessoa em sua juventude. Com os mesmos olhos claros e um olhar determinado.
Lina apertou os lábios. Ela não disse mais nada e tocou sua garganta, sentindo-se deslocada.
"Aproveite a sua refeição," Lina disse prontamente para ele, dessa vez, se afastando de vez.
Lina não conseguia acreditar como esse mundo era pequeno. De todos os hotéis na área, ela tinha que encontrar Kaden novamente. De todos os restaurantes por aqui, ele escolheu este. Era como se sua linha vermelha do destino [1] o estivesse puxando para mais perto dela.
Lina não queria nada com Kaden—dado o passado deles e seu futuro. Ela esfregou seu pescoço. Por que ela estava presente no futuro dele? Por que ela estava vestindo um vestido de casamento? De quem ela estava implorando misericórdia?
"Lina Yang?"
Lina congelou.
Lina devagar se virou ao ouvir seu nome completo. Que azar dos infernos!
Enquanto Lina conversava com Kaden, ela tinha esquecido a possibilidade de seu encontro às cegas também notá-la. Ao longe, ela viu um homem elegante e charmoso se aproximando. Ao mesmo tempo, as sobrancelhas de Kaden também se levantaram.
Quando Lina comparou os dois, era evidente quem venceria essa batalha de espírito. Kaden tinha traços que faziam os deuses invejarem, enquanto seu encontro às cegas era apenas um mero mortal.
"E quem é esse?" Kaden comentou, com um tom de voz cortante.
Kaden girou em volta, curioso para ver quem ousaria cobiçar o que era dele. Ele reconheceu o homem instantaneamente, mas fingiu não o fazer.
"Você se enganou de pessoa," Lina disse ao seu encontro às cegas.
Lina começou a apressar a saída do restaurante, sentindo um olhar ardente colado em suas costas.
Lina lançou um olhar e viu que era Kaden. Ele a observava intensamente, seus olhos a lembravam do abismo mais escuro, o lugar onde as pessoas vão para afogar pensamentos aterrorizantes.
Lina estremeceu quando seus olhares se encontraram. Mesmo de longe, ela podia dizer que suas intenções não eram boas.
Lina gemeu quando esbarrou em outra pessoa. Sua cabeça se voltou para frente e ela viu Sebastian.
"Nossa, sua testa não é só grande, mas também é dura," Sebastian murmurou, esfregando o peito.
Sebastian finalmente alcançou seu Chefe quando percebeu que a cena aqui era estranha. Por que todos olhavam para ele como se ele tivesse interrompido algo?
Lina o ignorou e continuou caminhando para fora do restaurante. Quando ela virou uma esquina, uma mão a agarrou.
Ficando agitada, Lina girou, pronta para dar um pedaço de sua mente a Kaden. Então, ela viu a expressão amistosa de seu encontro às cegas.
"Lina certo?" O homem disse, revelando um sorriso gentil e amigável.
Lina estava surpresa. Geralmente, os homens com quem sua mãe a arranjava eram de má-índole. Esse homem parecia inofensivo, com seus olhos suaves, cabelo bem cuidado, e traços bonitos.
"Minhas desculpas, eu deveria ter esperado por você na porta, em vez de me sentar primeiro," seu encontro às cegas disse, colocando uma mão no peito. "Meu nome é Everett."
"Lina."
O sorriso de Everett imediatamente se ampliou. "O restaurante não é do seu agrado? Que tal darmos uma volta pelo jardim do hotel?"
Lina estava grata que ele não a julgou pela sua roupa. Ela gostou dos modos dele e decidiu agradar sua mãe. Além disso, ela ainda não tinha sacado as armas pesadas, para intimidá-lo e garantir que nenhum outro encontro às cegas fosse arranjado.
"Claro—"
"Então vamos," Kaden declarou, aproximando-se deles.
A expressão amigável de Lina caiu. As feições de Kaden clarearam.
Everett tremeu com a temperatura congelante. Isso era estranho. Ele estava vestindo duas camadas e tremia. Ele virou devagar, sentindo como se um predador estivesse atrás dele. Seus olhos se arregalaram ao ver o Jovem Mestre DeHaven.
O que estava acontecendo aqui?