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Chapter 12 - Suíte Presidencial

O silêncio consumia os três. O farfalhar do vento era mais alto que o jardim. Lina olhava para Kaden como se ele tivesse perdido a mente e Everett parecia que ia perder a mente a qualquer momento.

"Sr. DeHaven, o senhor deve estar enganado," disse Everett, colocando uma mão casta sobre seu peito e revelando um sorriso astuto. "Não sou eu quem está seguindo um casal em seu encontro na esperança de que você apanhe as migalhas."

Kaden simplesmente virou para Everett, um olhar de advertência em seu rosto. Os lábios de Everett tremeram, seus olhos piscando para Lina como se a visão dela pudesse dar ao homem fraco alguma confiança.

"E quem disse que eu estava falando com você?" Kaden refletiu, erguendo uma sobrancelha.

Everett se enrijeceu, sem perceber que acabara de atirar no próprio pé. Ele assumiu automaticamente que o jovem mestre DeHaven estava falando com ele.

Kaden riu baixo, lançou um último olhar em direção de Lina e se afastou.

Lina não pôde deixar de observar Kaden. Sua marcha confiante, postura poderosa e olhar indiferente. Tudo isso era tão familiar. Seus músculos se contraíam sob a camisa, revelando cada linha fina e força.

Finalmente, quando Kaden estava na entrada, ele pausou e olhou para trás para ela. Seus olhos se arregalaram, flagrada olhando fixamente. Um fantasma de um sorriso enfeitava seus lábios.

O coração de Lina acelerou quando seus olhos castanhos encontraram os dela. Como se Kaden a estivesse puxando, ela deu um passo em sua direção. Sua atenção era hipnotizante, como uma sereia seduzindo marinheiros, e ela era sua vítima disposta.

"Senhorita Yang?"

Lina ficou assustada, o transe momentaneamente quebrado. Mesmo de longe, ela podia ouvir o riso suave de Kaden. Seu estômago revirou. Ela se perguntava como ele soaria de perto e pessoalmente, e então seu rosto corou ao perceber quão promíscuo isso soava.

"Você certamente será uma das centenas de encontros às cegas que terei durante minhas férias de inverno," Lina disse, pegando o cartão de visitas de Everett por cortesia. "Então é melhor você me esquecer."

Sem mais uma palavra ou olhar, Lina se viu voltando para a saída do jardim, só para perceber que Kaden tinha ido embora. Ela odiava a decepção que pesava seus ombros. Ela especialmente odiava sua expectativa de que ele estaria esperando por ela.

"Mas eu não esquecerei," disse Everett.

Lina não respondeu. Ela deixou o herdeiro de um grande escritório de advocacia de três grandes encarado ali como um tolo.

Lina percorreu os corredores bem iluminados, com suas pinturas suntuosas e lustres cintilantes, esperando, desejando, que tudo que precisasse fosse virar a esquina para se deparar com Kaden novamente.

Mas ele tinha ido embora. E ela ficou se perguntando se tinha caído em sua armadilha novamente.

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"Ela está procurando por você, Chefe." Sebastian olhou para a distância, onde podia ver a jovem olhando para a esquerda e direita, mas de maneira secreta, como se estivesse procurando a direção certa para caminhar.

"Como deveria." Kaden encostou-se em seu carro, dando uma tragada em seu cigarro.

Seus olhos se enrugaram quando a fumaça entrou em sua visão, o cigarro pendurado perigosamente entre seus dois dedos.

Quando Kaden viu sua expressão doce, ele inspirou o cigarro, e quando viu seu corpo suave se virando como um cordeiro perdido, ele respirou novamente e novamente, tantas vezes quantas fosse necessário para saciar sua sede por ela. Mas quanto mais ele inalava, mais a desejava.

O tremor de seus cílios, a hesitação em seus olhos, sua vontade de fugir, ele a queria como um homem quer água no deserto. Ele queria ver quão longe ela estaria disposta a correr, quão amplo suas asas poderiam se estender, e quão linda ela ficaria em seus braços.

"Devo direcioná-la para a Suíte Presidencial, Chefe?" Sebastian perguntou. Era onde seu Chefe normalmente ficava sempre que vinham a este hotel.

Kaden imaginou seu espírito hesitante quando ela entendesse mal as intenções de Sebastian. Ele podia imaginar o fogo em seus olhos e o frio de suas palavras.

"Não precisa," Kaden refletiu. "Ela virá para mim em breve."

Sebastian não perguntou mais nada. Ele não precisava. As palavras de seu Chefe eram absolutas. Uma vez ditas, não seriam retiradas. Era assim que Kaden sempre lidava com as coisas. Era como o avô de Sebastian tinha lhe dito que o Chefe se comportaria.

"Sim, Chefe," Sebastian respondeu, notando que o cigarro estava rapidamente acabando.

Que estranho. O Chefe raramente fumava e quando o fazia, era porque algo o perturbava. E ele raramente terminava o cigarro tão rapidamente.

Sebastian se perguntava por quê.

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Lina saiu do hotel, procurando inconscientemente pela limusine preta que a tinha deixado nos portões de sua universidade.

Lina animou quando viu um carro preto, mas soltou um suspiro de decepção ao perceber que era seu motorista. Tanto faz para querer manter distância de Kaden…

Lina não entendia por que estava cada vez mais atraída por Kaden. Ela dizia a si mesma, vezes e vezes, que ele não prestava e que seu futuro com ele seria sombrio.

As pessoas estão sempre atraídas pelo que não podem ter, e para ela, era a bandeira vermelha andante.

"Jovem Senhorita…" o motorista a cumprimentou, curvando a cabeça em respeito enquanto abria a porta para ela.

"Obrigada," Lina disse, deslizando para o carro, sem perceber que havia outro estacionado à distância, observando-a.

Lina olhou pela janela enquanto o motorista finalmente manobrava o carro na direção da Segunda Mansão. Ela apertou os dedos juntos, as palavras da Segunda Mansão ecoando sobre ela.

Logo, eles chegaram ao seu destino e as portas foram abertas pelo motorista. Lina saiu do carro sem uma palavra. Ela caminhou pelo longo caminho que levava à entrada principal.

Ninguém para cumprimentá-la, ninguém para recebê-la. Ela deveria ter sabido.

Lina caminhou silenciosamente pela casa, subiu a longa escada que levava ao seu quarto, e então dobrou a esquina no corredor. De repente, uma voz a parou.

"Você não vai ao salão de jantar cumprimentar a mamãe?"

Lina se virou diante da voz hesitante de seu irmão mais novo. Ela lhe ofereceu um sorriso gentil, mas ele a encarou com decepção.

"Você pode dar os meus cumprimentos a ela, Milo," Lina sugeriu.

Milo bufou, cruzando os braços e encarando sua roupa. "E quais são seus cumprimentos?"

"O encontro às cegas foi horrível."

"Bem, quando você está vestida como uma recrutadora de clube universitário, claro que o encontro seria horrível."

Lina riu do tom irritado de seu irmão. Ele sempre foi o reclamão, apesar de ser dois anos mais novo que ela.

"Apenas passe a mensagem," Lina disse. "Se você for o mensageiro, mamãe não atirará em você."

"Não, mas ela vai gritar meus ouvidos, e isso é o mesmo que ser baleado," Milo brincou.

Lina riu, mas não disse mais nada. Ela estava exausta dos eventos de hoje. Ela entrou em seu quarto, onde estava escuro e deprimente. Mantendo as luzes apagadas, Lina desabou na cama, apenas para ouvir a voz alta de sua mãe lá embaixo.

"Que ingrata! Eu a empurrei para fora do meu útero gritando sangue e morte e é assim que ela me retribui? Ela não entende o quanto foi difícil arrumar esse encontro com o herdeiro?!"

Lina fechou os olhos, o sono a dominando. Ela já estava acostumada a adormecer aos gritos de sua mãe.

"Nada que ela faça está certo! Ela é ruim em tudo que faz. A única coisa que eu peço que ela faça uma vez na vida, e ela não consegue fazer direito!"

Lina se sentiu flutuando para o mundo dos sonhos, onde um homem de olhos âmbar familiar estaria esperando por ela.