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Chapter 17 - Não me amaldiçoe

Lina piscou. Uma vez. Duas vezes. Três vezes. Esse maldito desgraçado—

"Não me amaldiçoe tanto com seus olhos. Eles vão cair," Kaden a provocou.

Lina teria pensado que ele estava brincando com ela, mas ela estava olhando para ele tão intensamente, que ele poderia muito bem estar falando a verdade.

Lina lançou um olhar para o traje impecável de Kaden, onde sua camisa branca de botões era cegante. As mangas de Kaden estavam arregaçadas, revelando seus antebraços tonificados e as veias salientes.

Kaden era tão lindo que até os Deuses pediriam dicas de beleza para ele.

"E acredite, você não iria querer isso," Kaden arrastou as palavras, sua voz cheia de travessura.

Seus olhos cintilaram para a roupa dela, curta o suficiente para lhe dar um bom acesso a um belo tapa por usar algo tão curto em um museu frio.

"E por que isso?" Lina exigiu.

"Você precisa de olhos para chorar e me encarar, não é?"

Lina ofegou com suas palavras audaciosas. "Eu não choro e não te encaro!"

Em dois longos passos, Kaden estava na frente dela. Sua voz morreu em sua garganta. Lina se viu gaguejando por palavras, olhando para ele.

Kaden a dominava, uma muralha de músculo e aço, mas da melhor maneira possível. Seu coração acelerou quando eles fizeram contato visual.

Seus lábios finos se curvaram levemente, uma faísca de diversão brilhando em seu olhar perigoso. Ele cheirava incrivelmente bem. Calor irradiava de seu corpo, revelando que ele devia estar com raiva.

"O que foi isso?" Kaden cochichou, inclinando a cabeça.

Lina abriu e fechou a boca, de repente esquecendo seu raciocínio perto dele.

Lina respirou pelo nariz para clarear sua mente, mas foi um erro imediato. Seu cheiro masculino e dominador inundou seu interior.

"Eu-Eu—"

"Era o que eu pensava, minha querida pomba," Kaden murmurou.

Kaden nem mesmo estava tocando nela e ela já parecia fraca nas pernas. Um fantasma de sorriso permaneceu em seu rosto.

Para elogiar seu foco nele, ele estendeu a mão e afastou o cabelo dela de seu rosto, revelando seu olhar trêmulo.

Kaden fez questão de não tocar em sua pele, apenas em seu cabelo. Seus cílios tremularam e imediatamente, ele olhou para a boca dela. A respiração dela acelerou.

"Agora, seja uma boneca e saia da frente. Você está bloqueando meu caminho." Kaden não esperou ela se mover.

Kaden simplesmente passou por Everett, sem olhar para trás para ver a bagunça que havia feito dela.

Lina ferveu por dentro. No segundo em que ele saiu, o encanto foi quebrado. Ela se repreendeu por ter caído tão facilmente em sua armadilha. Ela poderia muito bem ter pulado direto para a boca do leão!

"Me desculpe," Lina soltou. Este era um encontro às cegas com Everett. Mais uma vez, interrompido por Kaden. Mais uma vez, ela foi atraída por um homem que não era seu encontro.

"Eu não te culpo," Everett disse.

A cabeça de Lina virou para ele. 'Não me diga... Ele joga no outro time?!'

"Seu perfume era realmente forte, então eu teria a mesma reação tentando não respirá-lo," Everett disse a ela, oferecendo um sorriso gentil.

C-certo… perfume forte.

Algo dizia a Lina que era o cheiro natural de Kaden, como a floresta depois de uma tempestade. Ela retribuiu o sorriso de Everett e juntos, eles entraram no museu.

Lina estava completamente alheia à expressão de Everett, escura e enganosa, enquanto uma pequena multidão de pessoas começava a se aproximar ao longe.

Se outro predador continuasse vindo por sua presa, ele ia acabar encurralando a presa.

- - - - -

Enquanto percorriam o museu, a previsão de Lina se confirmou. Eles haviam fechado a maioria das áreas do museu, exceto pelos pontos mais populares. Isso a fez se perguntar exatamente por que Kaden estava ali.

Curiosamente, as coisas que ela estava aprendendo recentemente eram exatamente os locais que estavam sendo visitados.

"Ah, eu tenho um primo que estuda na sua escola," Everett disse com um sorriso. "Eu ouvi que vocês estão aprendendo sobre a Grande História de Ritan."

"S-sim…" Lina se prolongou, não querendo pisar nesta parte dolorosa de sua primeira vida.

Tudo aqui estava lhe dando uma sensação de deja-vu, e Lina não suportava isso. Havia um aroma no ar também, que pretendia se assemelhar às ruas da antiga Ritan.

"Eu vou fazer mudanças no vestíbulo do escritório de advocacia, então planejo comprar artefatos de Ritan leiloados. Adoraria ouvir sua opinião," Everett disse. "Como um herdeiro padronizado, sou péssimo com história."

Lina franziu os lábios profundamente. Quantas vezes ele ia mencionar isso? Ela sabia que era para aliviar o clima, mas quando ela foi obrigada a ir nesse encontro às cegas, eles já começaram com o pé errado.

"Vamos lá," Everett sorriu, pensando que ela estava apenas animada e não sabia por onde começar.

Everett estendeu a mão para o pulso dela, mas ela rapidamente desviou arrastando o blazer de seu irmão para baixo.

"Está frio," Lina mentiu, começando a abotoar o blazer de Milo.

Lina estava começando a pensar em uma maneira de escapar deste encontro, na esperança de que isso desencorajasse o interesse de Everett por ela. Ela estava debatendo se seria gentil ou rude em dispensá-lo.

Além disso, Lina estava extremamente preocupada. Esta manhã, ela não havia tocado em ninguém. Sua habilidade de clarividência poderia ser ativada a qualquer momento. E ela preferia não desmaiar na frente de Everett.

"Oh, vou contactar o gerente imediatamente," Everett disse, tirando seu telefone.

"Não precisa," Lina disse, não querendo incomodar mais o museu do que já haviam feito. Eles já estavam começando a atrair olhares curiosos dos pedestres, pois estavam parados na área restrita e reservada.

"Vamos procurar novas peças de decoração," Lina disse. Ela se perguntava exatamente como Everett planejava colocar as mãos nessas antiguidades inestimáveis, mas não estava interessada em descobrir.

À medida que começavam a explorar a seção e ela dando pequenas explicações aqui e ali, eventualmente chegaram a um local que congelou o corpo inteiro de Lina. Seus olhos tremiam com a visão de uma pintura.

"Nossa," Everett murmurou, olhando o retrato da "inimiga" Princesa de Ritan.

Não havia menção ao nome dela em lugar algum, exceto pela simples identificação de "Retrato: Ela, Que Escapou."

"Essa mulher tem traços tão semelhantes aos seus," Everett disse, maravilhado com a beleza desta pintura. As linhas finas de seu cabelo, os traços delicados de seus traços, nunca houve uma Princesa tão bela quanto ela na história. Ele teria certeza disso.

"É quase como se você fosse uma Princesa em sua vida passada, o que não é surpresa dada sua beleza," Everett elogiou.

Lina desviou os olhos do desenho para a plaquinha com o nome da peça.

"Hm, foi desenhado pelo Segundo Rei de Ritan," Everett comentou, olhando para o artista. "Que surpresa. Eu não pensaria que um senhor da guerra tão bárbaro teria habilidades para sequer segurar um pincel, muito menos fazer linhas tão delicadas."

"O Segundo Rei sempre foi bom com os dedos," Lina sussurrou.

"O quê?" Everett estava perplexo com as palavras dela.

Os olhos de Lina se arregalaram de pânico.

"Quero dizer, ele era conhecido por ser um dos cavaleiros mais poderosos que o país já viu. Poetas dedicam suas vidas a escrever sua história, bardos destroem suas gargantas para cantá-la, e contadores de histórias falam até ficarem sem fôlego sobre ele. Com certeza, ele teria boas mãos para desenhar," Lina tagarelou, esperando que ele não percebesse quão nervosa ela soava com o deslize acidental de língua.

"Parece que você admira muito o Segundo Rei de Ritan," Everett notou.

Everett olhou para ela e se perguntou por que ela parecia tão emocional. Era apenas arte. Não precisava ficar tão sentimental. Ele supôs que ver alguém tão apaixonado por seu interesse era algo fascinante de testemunhar.

"Vou ter isso em mente," Everett disse. "São os pequenos detalhes que importam."

Lina não respondeu. Sua garganta apertou com a menção do artista, pois ela se lembrava exatamente desse momento. Era uma memória que ela guardaria pelo resto da vida.

A memória mais dolorosa não é a despedida. É não saber que essa seria a última vez que você os veria, nunca mais.