- Será que eles já foram? - pergunto a me mesmo, com a voz baixa para ninguém ouvir.
Saio aos poucos, de trás do local em que esconder, olho ao redor e não vejo jeito dos seis homens que me seguiam, tudo que vejo são os operários trabalhando.
" Ótimo!"
Coloco o capuz novamente na cabeça, soco as duas mãos no bolso, abaixo a cabeça e vou andando de volta para a rua que eu estava indo antes.
Ao passar em frente a um poste feito de concreto, no formato quadrado, olho para cima e resolvo fazer uma armadilha para os lacaios do Kleber.
Tiro o meu casaco e a minha bolsa e jogo no chão. Subo em cima do poste e fico esperando lá em cima, por eles.
Os homens retornam, três do outro lado e três do meu lado; ao aproximarem, eles ver o meu casaco e a minha bolsa.
- Esse casaco não é do pirralho?! - diz um dos homens ao pegar o meu casaco
- E a bolsa também! - diz o outro
Eles não olharam para cima, e foi aí que pulei de cima e derrubei um no chão e passei rasteira derrubando o outro.
Peguei a bolsa no chão e girei ela com toda a força na cara do terceiro, os outros três ao ver seus companheiros caídos no chão, veio correndo para me atacar, mas o primeiro que se aproximou foi recepcionionado com um chute no queixo, o segundo também levou um chute giratório no rosto e o terceiro assustou e fugiu correndo ao perceber que eu consegui derrotar os seus companheiros.
...
- Se aqueles babacas dos lacaios do Kleber não estivesse me seguido, eu já estaria aqui a muito tempo.
Subo na árvore e sento no mesmo galho da outra vez, pego o binóculo e começo a vigiar a mansão.
- Esse plano vai ter que funcionar! Eu acredito na Beatriz, ela é muito boa para atuar.
No momento veio em minha mente o que ela disse sobre se aproximar do Kleber.
- Será que ela está certa? - Ao pensar nisso, sentir ciúmes em pensar ela e o Kleber juntos, como um casal.
- Não! Ela é a minha primeira namorada, e se ela for fazer isso, ela vai se apaixonar pelo Kleber e eu vou voltar a ser solteiro como eu sempre fui.
Coloquei o binóculo nos olhos, e voltei a observar dentro da mansão. Dessa vez olhei para o primeiro andar, e no momento que olho, vejo um dos guardas saindo de dentro da casa e parando na frente da porta.
- Esses guardas não tem outro lugar para ficar não?!
...
- Como assim vocês não conseguiram fazer nada com o Juliano?!
Eu estava furioso ao ver os guardas que contratei para me servir, ter sido derrotado pelo Juliano.
- Ele luta alguma arte marcial. A forma como ele nos derrotou, uma pessoa normal não conseguiria.
- Ele é tipo um Jacke Chan!
Olho para os dois guardas, sentados no sofá, com o rosto todo machucado e dizendo que o Juliano é bom para lutar. Ao ouvir essas palavras deles, fico mais irritado ainda, a minha vontade é bater neles.
- Que tipo de arte marcial ele luta? - Levanto-me da cadeira e vou até eles.
- Não sabemos! - Nesse momento eles trocam olhares entre si.
- Ele luta Karatê! - escuto uma voz vindo da porta, olho e vejo o Pietro entrando.
- Então quer dizer que o nerdola é lutador de karatê?! - fico pensando em como derrotá-lo.
- Preciso contratar um lutador de Karatê que seja tão bom quanto ele! - sento novamente em frente ao computador e entro no campo de busca, a procura de academias de karatê.
- Estou saindo! Tenho algo para fazer! - O Pietro sai e os dois guardas, sai também, me deixando só na sala.
Olho as informações de uma das academias, e leio atentamente.
...
- Você tem certeza que vai só para casa?
Débora parece preocupada ao me fazer essa pergunta, mas eu não posso ficar dependendo do Juliano para poder sair de casa.
- Tenho sim!
Sei do perigo que estou passando, mas...
- Tchau! - me despeço
- Tchau!
... O Juliano não está aqui para me acompanhar até a minha casa.
Vou andando na rua, olhando para a rua, assustada, com medo de alguém me seguir, de ser sequestrada ou até morta. O medo está causando um turbilhão de emoções em meus pensamentos.
Atravessei a rua e continuei o meu caminho, dobro a esquina da rua e sigo em frente; ao passar em frente a uma loja, alguém sai de dentro dessa loja, usando um blusão cinza e o rosto encoberto com um capuz, nesse momento sentir um calafrio em meu corpo, mas continuei andando.
Parei, olhei para trás, e a pessoa que me seguia também parou e virou as costas.
- Esse corpo...
Comecei a correr ao perceber que era o Pietro que está me seguindo.
- E agora...eu não sei o que fazer?
Continuei correndo sem olhar para trás. Mas eu sentia que a pessoa também corria atrás de mim.
" Eu estou em perigo!"
A minha crise de ansiedade começou a aparecer.
" Juliano, preciso de você?"
Entrei em um bar e corrir para o banheiro. Me tranquei dentro do banheiro, e comecei a passar a mão na cabeça, e tremer de nervosismo.
" Juliano?"
Peguei o celular em minha bolsa, com a mão tremendo, e pouca firmeza nas mãos. Fui aos contatos, entrei no contato do Juliano e liguei para ele.
...
- Brian? Me fala a verdade, porque o meu irmão está estranho. Não só ele, todos vocês estão estranhos.
- Você é bem esperto!
Juliano saiu e deixou o celular com o Giu, para ele poder ficar jogando e se distrair até ele voltar. E o que penso é se acontecer alguma coisa, e ele não ter como avisar.
- Você vai me falar a verdade?
"Ringring"
O celular de Juliano toca e Giu atende.
- Alô!
...
- Giu? Cadê Juliano está por aí?
" Não. Ele saiu e deixou o celular comigo"
Saio para fora do banheiro, olho ao redor e não vejo o Pietro.
" Beatriz, você quer falar com ele?"
- Não é nada demais! Preciso ir, tchau!
Desligo o celular e guardo na bolsa. Antes de sair pesso um pouco de água ao atendente do bar, que está do outro lado do balcão, ele serve a água para me, recebo, bebo a água apressadamente, para poder sair logo do bar antes que o Pietro retorna. Entrego o copo vazio para o atendente, agradeço-o e saio, sem saber se vou encontrar o Pietro do lado de fora me esperando ou não.