Dentro do quarto a sós com o Brian, converso com ele. Durante a conversa, eu senti um certo temor por tudo que estávamos vivenciando.
- Eu não sei o que o Pietro queria com Beatriz ao perseguir pela rua, mas ela está correndo muito perigo e isso me causa um rancor enorme deles mais ainda, ao mesmo tempo sinto medo de perder mais alguém que amo e que seja próximo de mim! - com a cabeça baixa, o corpo erguido para frente, desabafo com o Brian.
- Também estou sentindo medo não só de perder mais alguém, mas, medo de morrer.
Olho para o Brian, e vejo-o com o olhar distante, sereno e uma postura introvertida.
- Vamos sair dessa! - digo olhando- o e sorrindo com lábios fechados, embora por dentro, eu também compartilhava o mesmo sentimento que ele.
Brian ergue a cabeça e olha para me sem dizer absolutamente nada.
...
Estou trancado nesse esconderijo já faz umas 2 horas, pesquisando sobre academias de Karatê, procurando uma que possa oferecer o melhor treinamento e que tenha os melhores alunos.
- Deve ter alguma que possa ter algum aluno que supere o Juliano!
Continuei pesquisando, até encontrar uma cinco estrelas, com oito conquistas de campeonatos de karatê.
- Finalmente encontrei! - paro de pesquisar e giro a cadeira velozmente em comemoração por ter encontrado a academia ideal para vencer o Juliano.
...
Desde que cheguei da rua, estou trancada aqui dentro do meu quarto, não sair para nenhum lugar, estou apenas deitada na cama, olhando a foto do Juliano, com muita vontade de abraçá-lo e sentir o seu calor e o seu carinho.
"Toc toc"
Olho para a porta e vejo os meus pais em pé na porta, olhando para me depressiva em cima da cama.
- Podemos entrar? - pergunta o meu pai.
- Claro! - levanto e sento na cama, coloco o celular em cima da cama, com a tela ligada na foto do Juliano, o meu pai olha a foto dele e olha novamente para mim.
- Vocês brigaram? - pergunta a minha mãe.
- Não, o Juliano e eu estamos bem!
Ela senta do meu lado, me puxa para perto dela e me abraça.
- Se vocês não brigaram, então porque você está assim tão triste e trancada dentro desse quarto? - pergunta o meu pai, com uma voz um pouco severa.
- São coisas pessoais, que não tem nada a ver com o meu namorado.
O meu pai olha a foto em cima da cama novamente e sai de dentro do quarto.
- Relaxa! O seu pai só está preocupado! - a minha mãe acaricia o meu ombro, enquanto descanso em seu colo.
- Eu sei!
Levanto da cama e vou falar com o meu pai, ao aproximar me da sala o vejo conversando com alguém pelo celular, paro e fico ouvindo a sua conversa.
- A minha filha precisa de você! Ela está muito depressiva, e eu estou preocupado com ela...
Não consegui ouvir a voz da outra pessoa do outro lado da ligação, mas deduzir quem era a pessoa através das palavras do meu pai.
- Talvez eu não dei uma boa recepção na primeira vez que nos encontramos, mas eu reconheço o quão bem você faz para a Beatriz. Pesso que você venha aqui em casa agora, por favor, Juliano!
Ao ouvir o nome do Juliano, o meu coração palpitou mais forte, e meus lábios abriram em um leve sorriso. Voltei para o meu quarto correndo para ele não me ver, entro já mais animada, pego uma roupa no guarda-roupa e vou tomar banho.
- O que aconteceu?! Melhorou o humor rapidamente assim?! - pergunta minha mãe surpresa em me ver mais feliz e indo tomar banho.
- Bernardo?! - O que aconteceu?! - Ela pergunta para o meu pai, assim que ele entra no meu quarto.
- Você ouviu a minha conversa com o seu namorado?! Não foi?! - diz o meu pai, olhando para me e cruzando os seus braços.
- Te amo pai! - abraço-o e vou para o banheiro.
...
Dentro do elevador, o Giu me enchia de perguntas que eu já não sabia mais como responder.
- Aonde você estava?
- Fui resolver alguns assuntos pessoais.
- Que tipo de assunto pessoal você foi resolver? E porque eu não posso saber o que você anda fazendo escondido?
Escorei na parede do elevador, e revirei o olho.
- Assim você vai me deixar louco!
- Mas eu quero saber o que você e o Brian estão escondendo de me e talvez até da Beatriz, vocês escondem.
O elevador para e a porta abre, o Giu sai na minha frente, e atrás dele, agradeço silenciosamente, porque eu não aguentava mais o interrogatório que ele fazia para mim.
Pego a chave do apartamento na bolsa, abro a porta, entro com o Giu e ele vai diretamente para o seu quarto.
Entro no meu quarto, pego outra roupa no guarda-roupa, tomo banho, pego a mesma bolsa que eu estava e saio.
Antes de sair para a casa da Beatriz, passei no escritório da Débora para confirmar se ela realmente já estava em casa, para eu não deixar o Giu só.
- Você já está em casa?! - pergunto.
- Cheguei faz umas duas horas! Cadê o Giu?
- Ele foi para o quarto dele.
- E para aonde você vai sair novamente, todo arrumado desse jeito.
- O pai de Beatriz me pediu para ir lá, e assim estou obedecendo ao pedido do meu sogro.
- Tá bom!
- Tchau! - despeço dela e saio.
...
Olho o Pietro sentado no sofá segurando um revolve na mão, recarregando-o.
- Você vai usar esse revolve para cumprir a missão que mandei? - pergunto em desdém ao ver que o revolve era calibre fraco.
- É o único que tenho! - diz ele sem olhar em para mim.
Vou em um canto da sala, pego um case com uma arma de tiro a distância e entrego para o Pietro.
- Comprei essa arma há algumas semanas. - Ele recebe o case da minha mão e abre. - Ela ainda é nova.
- Uhauu! - diz ele admirado com a arma.
Olho para o entusiasmo dele e fico em silêncio, apenas deixo os meus olhos brilharem com o desejo de ver a missão ser cumprida.