Levanto e sento no chão, sentindo um pouco de tontura e sangue correndo pela cabeça. Passo a mão atrás da cabeça e sinto uma espessura fina e líquida em minha mão, olho a minha mão e vejo que é sangue que está saindo da minha cabeça.
- Me ajuda! - olho para o guarda, deitado no chão todo ensaguentado.
- Seu guarda!
Nesse momento esqueci do meu sangramento e corrir para socorrer o guarda. Tiro o meu casaco e enrolo o local do sangramento, pego o meu celular na bolsa.
- Calma! Vou chamar a ambulância! - ligo para o meu pai.
- Pai, tem um homem ferido aqui na rua...
...
- Posso saber o que foi isso que acabei de ver você fazendo?
Ao ouvir a voz da minha mãe, viro de vez assustado com a presença dela no meu quarto, bem no momento em que eu tinha hakeado o Kleber.
- Há quantas horas a senhora está aqui? - pergunto ela, desligando o computador.
- Desde o início em que você hakeou a rede social do outro menino.
Fiquei em silêncio por alguns segundos. - Ele é um colega da escola, e eu tinha apostado com ele que conseguia hakear ele, e ele duvidou, então, tudo isso que a senhora viu não passou de uma brincadeira entre amigos.
Fiquei um pouco nervoso ao mentir para a minha mãe, mas eu estava totalmente sem saída, e o único jeito nesse momento foi inventar qualquer desculpa. Agora é só aguardar para ver se deu certo.
- Da próxima vez inventa uma mentira melhor! - diz ela saindo do meu quarto.
" Ela não acreditou! E agora...? O que ela vai fazer?"
Penso com um olhar disperso, olhando do chão para a tela do computador novamente, ao mesmo tempo que giro a cadeira.
...
Abro a porta da minha sala, entro, coloco as chaves em cima da mesa e olho o meu celular para ver se o haker ainda está na minha rede social.
Se eu não estivesse online no momento através do meu celular, quase tudo ia dar errado.
- Esse é o seu esconderijo?! - Miguel pergunta ao entrar dentro da sala.
- Exato! É aqui que comando minhas operações secretas.
Puxo a cadeira, sento-me e ligo o computador.
- Cara! Quanto computador você tem. Parece até uma sala de vigilância!
Miguel escora perto de me, encantado com os meus computadore.
- É uma sala de vigilância! - digo ao mesmo tempo que abro as telas de acesso as câmeras.
Nesse momento Pietro entra na sala, todo enfurecido, coloca o case da arma em cima do sofá e se senta abaixando a cabeça e encobrindo ela com as mãos.
- Não me diga que você não cumpriu uma simples missão que mandei fazer?! - giro a cadeira e olho para o Pietro.
- Acho que o tiro acertou a pessoa errada! - Ele ergue a cabeça e olha para mim.
Miguel fica parado sem demonstrar nenhuma expressão, é como se ele não se importasse em estar envolvido com bandidos.
- Quem foi a pessoa que você atirou?
- Não sei! Eu não vir quem é a pessoa e muito menos o momento que ela chegou lá.
A minha vontade nesse momento foi pegar a sniper e atirar em Pietro, mas eu não fazia isso porque ele é um dos meus melhores homens.
...
A ambulância para ao nosso lado, o meu pai desce ao lado de uma enfermeira e o motorista e vem correndo em nossa direção, chamando por mim.
- Juliano? Como você está?
- Estou bem pai, mas socorre logo esse homem.
Eles colocam o homem na maca e o leva para dentro da ambulância. A enfermeira limpa o sangue da minha cabeça e coloca um curativo.
- Volta par casa! - diz o meu pai segurando em meu braço e olhando fixamente dentro dos meus olhos.
- Certo!
Ele volta para a ambulância, entra no fundo, fecha a porta e o motorista sai com a ambulância em alta velocidade e com a sirene ligada.
Fico parado olhando a ambulância virar a esquina, pego a minha bolsa no chão e coloco nas costas. Dou alguns passos para o lado, pego o meu casaco jogado no chão todo encharcado de sangue. Olho aquele sangue no meu casaco,viro e olho para cima do prédio de quatro andares, onde eu suspeitava de que o tiro veio daquele lugar. Não vejo ninguém lá em cima, entro no beco novamente e vou embora.
...
Sentado no sofá, olho às notícias do dia para ver se há alguma notícia de algum ferido de tiro.
- Então quer dizer que vocês são tipo "gangsters"?
Miguel pergunta zombanteiro.
- É isso aí! Somos gangsters que vingam daqueles que se acham melhor que os outros e nos humilha. E o próximo da nossa lista, é o Juliano Hernandes.
- Quero fazer parte da gangue de vocês.
Erguo a cabeça e olho para Miguel. - Se é o que você quer, você está dentro da nossa gangue. Preciso de alguém como você, os que tenho aqui são péssimos para lutar, outro nem sabe. - Olho para o Pietro, sentado em uma cadeira mais afastada, também verificando as notícias com a mesma intenção minha.
- Entre esses que não sabe lutar, você é um deles. - diz ele concentrado o seu olhar na tela do celular sem olhar para mim.
- Não sei lutar, mas eu sou o chefe de vocês. Sou eu que coloco dinheiro aqui, eu que monitor os alvos, eu que hakeio os sistemas para descobrir coisas sobre nossos alvos e você... você é apenas o assassino da equipe.
- Eu sou o que executa as missões!
- E qual será a minha função na gangue? - olho novamente para Miguel e vejo que ele realmente quer ser um dos nossos membros.
- Você será o nosso artista marcial, aquele que vai lidar com pessoas como o Juliano.
- Perfeito! Quero acabar com o Juliano, como ele sempre fazia comigo nas competições.
Ele sorrir, um sorriso maléfico de vingança.
...
- O George não voltou do hospital ainda e nem me ligou! Acho que deve ter acontecido alguma coisa grave para ele fazer isso, porque ele nunca fez isso.
Ando ao lado da cozinheira, ajudando ela a organizar o cardápio do dia para eu poder me distrair e não ficar preocupada.
- Mãe, o Juliano já chegou? - diz o Giu entrando na cozinha, ainda usando pijama.
- Você ainda não trocou de roupa Giu?! Vai trocar o pijama e vista outra roupa.
- Eu quero ver o meu irmão para poder jogarmos juntos.
- O Juliano já está para chegar, vai trocar de roupa.
- Tá bom! - Ele sai e eu fico preocupada com o Juliano que também não chegou ainda.
- É dona Débora...! O Juliano é outro que está atrasado.
- É verdade! Vou ligar para a casa da mãe dele para saber se ele foi para lá.
Assim eu faço. Pego o meu celular em cima da mesa, saio para a sala, entro no contato da mãe do Juliano e ligo para ela.
-Oi Jasmim!
"Oi Débora! Aconteceu alguma coisa?"
Eu andava silenciosamente na sala, nervosa com o atraso tanto do George quanto do Juliano.
- O Juliano está aí com vocês?
"Não. El não dormiu aí com vocês?"
- Não! Ele dormiu na casa da Beatriz.
"Eu vou ligar para ele e você tenta ligar para a Beatriz!"
Sua voz era de uma mãe preocupada com o seu filho.
Aperto o botão do elevador, escoro na parede e o elevador sobe.
O meu pensamento está somente no ocorrido de hoje, eu refletia desde o local, quem está por taz disso e o porquê está querendo tirar a vida do guarda.
" Será que o guarda está envolvido com criminosos ou é o próprio Kleber que está querendo eliminar o guarda por algum motivo?"
O elevador para e eu saio de dentro. Abro a porta do apartamento, entro e encontro Débora andando de um lado para o outro na sala, com o celular no ouvido, nesse mesmo momento, o meu celular toca eu pego para atender, olho para Débora e digo.
- Já estou em casa. - falo cancelando a ligação da minha mãe, porque eu não queria falar com ela naquele estado e também por eu estar perto da Débora.
Ela virá, olha para me e entra em estado de choque ao me ver com o corpo todo ensaguentado.
- Juliano? O que acon...
Ela desmaia antes de terminar de falar, corro para socorrê-la e ouço a voz de Beatriz vindo do celular.
"Dona Débora? A senhora está aí?"
Agacho, ao lado dela e grito para alguém me ajudar.
" Juliano é você?"
Olho para o celular, cancelo a ligação. Pego a Débora no colo e levo ela para o sofá.
- Juliano? - Giu chega correndo, gritando por me e para abruptamente ao ver a sua mãe desmaiada e eu todo ensaguentado.
Troco olhares com o Giu sem saber o que fazer, ao mesmo tempo que a empregada chega correndo para me ajudar.