- Vamos nos sentar primeiro!
Nos sentamos. Beatriz, Jenifer e eu, sentamos no sofá e Débora na cadeira.
- A Jenifer já deve ter lhe contado tudo o que está acontecendo?!
- Ela já me contou, e a sua namorada confirmou! E que jeito horrível de conhecer a sua namorada!
Fico desconfortável diante da expressão de ira e decepção que a Débora faz.
Olho para Beatriz, sentada ao meu lado. - Eu fui atrás do primeiro suspeito. Acho que ele é quem está mandando seus lacaios perseguir a minha mãe, e temo que o Giu pode ser perseguido também.
Débora fixa o seu olhar em me, me passando um certo temor daquele olhar furioso. - Se algo acontecer com o meu filho, a culpa vai ser sua; por ter se envolvido com essas pessoas.
- Eu sei... e é por isso que quero proteger todos vocês, nem que custe a minha vida!
Ao falar dessa forma, Beatriz, apertou a minha mão com força e Jenifer ficou irritada comigo.
- Nem fala uma coisa dessa! Eu não sei o que será de nós se você morrer!
- Eu quero ajudá-lo! Pelo bem do meu filho! - diz Débora interrompendo a Jenifer.
- Eu também quero! Não quero deixar o meu irmão morrer, e nem o meu irmãozinho em perigo.
Olho para as duas, e não hesito em aceita- las.
- Tudo bem! Preciso de mais ajuda, só a Beatriz e o Brian, não é o suficiente.
- O BRIAN! - Elas dizem ao mesmo tempo.
Fico nervoso com a reação delas. - Por favor, não conta para a mãe dele. Se ela souber, a depressão dela pode piorar.
- E como você pode envolver o Brian nessa situação, ele é um adolescente de 14 anos, ele nem é capaz de se defender sozinho. - diz a Débora em estado de fúria.
- Ele quise ajudar, e eu não pude fazer nada. Agora...se vocês realmente vai ajudar, já tenho a primeira missão das duas.
Falei da missão para cada uma delas e elas ficaram em silêncio, ouvindo tudo o que eu dizia.
...
- Para onde a minha mãe e os meus irmãos vão? - Giu pergunta
Pego o outro controle do vídeo game e sento ao lado dele.
- É uma missão secreta! Se eu falar, o seu irmão vai ficar bravo comigo; e você já viu como ele está ultimamente.
- É...! O Juliano virou um bad boy, que veste só preto, parece que tá de luto; e quando ele fala sério, dar até medo.
- Dar mesmo! Mas, agora eu vou ganhar de você!
- Não vai não!
Assim começamos a jogar juntos.
...
Chegando na delegacia, estaciono o carro, desco e entro para dentro. Logo na entrada, encontro um policial.
- Bom dia! Gostaria de falar com o delegado!
- Vem comigo!
- O que você quer falar com o delegado! - uma polícial mulher, vem me encontrar.
- Tenho algo para entregar para ele. E a pessoa que me mandou fazer isso, disse que só posso entregar-lo.
- Beleza então! Anda! - Ela segue na frente e eu vou logo atrás dela.
A mulher era toda cheia de atitude, tipo aquelas mulheres que agem feito homem.
Chegando na sala do delegado, ela abre a porta e fala com o delegado.
- Delegado! Tem uma moça aqui querendo falar com o senhor.
- Pode mandar ela entrar!
Entro, puxo a cadeira e sento em frente ao delegado. O delegado é bem bonito. Corpo malhado, cabelos negros, olhos castanho, barba bem feita, e uma postura bem sedutora, assim que o vejo, fiquei balançada.
- Em que posso ajudar? - pergunta ele.
Abro a bolsa e pego o pen-drive que o Juliano me deu.
- Me mandaram entregar esse pen-drive para o senhor. - Entrego o pen-drive para ele e ele recebe da minha mão.
- Quem mandou?
- Não posso falar o nome da pessoa!
- E qual é o seu nome?
- Jenifer Hernandes.
Ele me encara por alguns segundos, pega o pen-drive e conecta no computador.
...
Débora para o carro afastado da mansão Kalil.
- Você vai descer aqui?!
- Vou! - abro a porta do carro, desco e fecho-a novamente.
Débora sai com o carro e eu vou andando em direção à mansão. Chegando em baixo de uma árvore grande do lado de fora do muro da mansão, subo em cima da árvore. Já em cima, sentado em um galho, pego o binóculo e começo a vigiar dentro da mansão.
Do lado de dentro havia dois guardas andando no quintal, outro parado em pé ao lado da porta de entrada e outro sentado em um banco, mexendo com o celular. Todos os guardas estavam de terno.
- Quatro guardas?! Eles são milionários mesmo!
Olho para cima e em uma janela do lado esquerdo, vejo uma empregada andando.
O meu celular toca, pego para atender, e acabo desequilibrando e deixo o celular cair no chão.
- 'Crap'. Agora como vou conseguir falar com Jenifer e Débora?! - olho para o chão e vejo um mendigo passando, e pega o meu celular todo quebrado, olha, ver que não está funcionando, e carrega com ele.
- Não mano! - desco da árvore correndo e vou atrás do mendingo. - Ei! Espera!
O mendingo para, fica olhando para me, e eu consigo alcançar. - Esse celular é meu! Me devolva, por favor! Peço com educação; o mendingo olha para o celular e me devolver.
- Muito obrigado! - pego uma nota de R$50,00 no bolso e dou para ele. - Aqui! Pode ficar para o senhor!
O mendingo olha aquele dinheiro e sorrir de felicidade.
Retorno em direção a árvore e o mendingo segue o seu caminho, todo feliz pelo o dinheiro que recebeu.
- Se Jenifer estivesse aqui, ela ia me matar por eu ter dado o único dinheiro em espécie que tenho. - parei abruptamente, ao perceber que eu estava sem celular e sem dinheiro.
- Droga! E agora?! Como vou voltar para casa?!
Chutei uma lata de lixo ao lado. Com o barulho do chute, um dos guardas abriu o portão e veio na minha direção.
- E agora o que que eu faço? - fiquei parado olhando o guarda vindo, quanto mais ele aproximava, mais eu ficava sem saber o que fazer e qual desculpa eu poderia dar.