Chapter 19 - Clube-De-Duelos. (PT 03)

Continuação do Capítulo anterior pelo limite de palavras na postagem.

Harry estava contente agora que seu guia de campo estava bem mais completo, coletando informações sobre todas as áreas de estudo em Hogwarts que sua mente havia coletado no último mês, preparando entregar por completo sua lição de casa com o Guia de Campo completo a seus mentores no final de dezembro. No entanto, antes que pudesse começar suas novas anotações e se prender em seu mundinho pessoal no qual muitos se acostumaram a vê-lo, uma voz esnobe o chamou ali perto:

-Ah, Harry, meu discípulo! Que agradável ter sua ilustre presença nos agraciando em anseio por mais de minhas abeis dicas nos ramos da magia. - Disse o professor de DCAT, com seu sorriso brilhante e autossuficiente na pose de peito estufado que faziam as menininhas abaixo suspirarem.

Harry assentiu educadamente, embora um pouco desapontado por não notar que seu cantinho isolado era bem perto da área profissional do salão, querendo somente ficar sentado na dele enquanto se organizava para não ter atrasos em seu avanço do guia de campo e preparo de uma variante semelhante para a sobrinha da Amélia Bones, que estranhamente a Susan Bones veio cobrar que ele não estava respondendo às cartas da chefe dos Aurores, quando na realidade Harry não estava recebendo cartas alguma de ninguém.

- Tenho uma proposta emocionante para você, meu jovem! - Exclamou Gilderoy, com os olhos brilhando de entusiasmo. - Estou prestes a dar uma apresentação surpresa para os alunos da área profissional do clube de duelos, eu poderia me dignar a duelar contra nossos ilustres professores, mas creio que uma encenação do passado seja muito mais educativo, claro, não poderia pensar em ninguém melhor do que você que me auxiliou tanto no passado contra nossos inimigos... uma pena é claro que sua memória foi alterada antes de os derrotarmos, mas eu prometo que não descansarei até conseguir uma cura a sua situação. - Dizia o professor sem parar, com Harry olhando de soslaio para Severus, que ria da história ridícula inventada de última hora. - Uma encenação de combate com um Obscurial. - Continuou Gilderoy, sua voz cheia de emoção. Minerva e Albus, que estavam próximos, observaram a cena com expressões tensas quando Harry afiou o olhar seriamente. - Será uma demonstração incrível de como lidar com uma criatura mágica tão poderosa, perigosa e vil!

- Um Obscurial é uma criatura vil? - Harry indagou seriamente quando se levantou e o ar pareceu pesar, com todos se assustando em como a expressão de Harry mudou tão repentinamente. - Ótimo, gostarei de ver como nosso incrível professor é capaz de dominar tal criatura. - Disse Harry forçando seu passo, assim sumindo velozmente de onde estava, aparecendo acima do pódio com um ar de frieza e um leve tremor da mesa quando algo tão rápido correu para cima dela. - Digo, não sou tão forte quanto um... mas acho que posso ser rápido o suficiente para fingir que estou voando. - Harry fingiu brincadeira como se estivesse encenando.

- Você vê, eu tenho essa magnífica capa obscura aqui. - Disse Gilderoy, tirando uma capa escura e enfeitada de suas vestes. - Ela possui poderes extraordinários que podem esvoaçar e soltar fumaça como se fosse mesmo a criatura das trevas.

- Não. - Disse Harry, com um sorriso educado enquanto empunhava sua varinha e fazia um gesto estravagante. - Eu já sei um feitiço perfeito para nossa cena. - Citou ele por fim não realizando nenhuma feitiçaria, mas sim ativando seu poder obscuro real, que sumiu suas pernas e braços no que era pura fumaça obscura as quais ele começou a levitar. - Viu só, não parece tão real? - Harry riu para o professor surpreso nos quais somente os adultos conseguiam ver um sadismo nas expressões de seu aluno mais educado.

Gilderoy pareceu surpreso, mas recuperou rapidamente a compostura:

- Ah, mas você não pode deixar de experimentar a sensação de usar essa capa obscura feita por mim mesmo. - Insistiu ele, tentando novamente persuadir Harry com uma sensação de perigo aterrorizante se propagando no mesmo.

- Realmente, professor Lockhart, eu aprecio a oferta, mas tenho confiança no meu feitiço. - Harry permaneceu firme em sua recusa. - Afinal, estou aqui para aprender e aprimorar minhas habilidades mágicas de transfiguração e afins... mas me diga, vamos lutar ou não? - Inventou ele uma desculpa esfarrapada de que seu estado obscuro era alguma transfiguração avançada, mas pela sua falta de ânimo na voz, não era como ele estivesse se importando muito caso alguém descobrisse seus segredos, ele nunca escondeu, as pessoas que nunca perguntaram.

Os alunos se reuniram em torno do pódio, curiosos para ver o que o professor de DCAT tinha preparado dessa vez quando toda essa sensação pesada se instaurou no salão.

Gilderoy girou sua varinha com um movimento exagerado, criando um círculo brilhante no ar. Ele soltou risinhos encantados, como se estivesse impressionado com sua própria habilidade, brincando com as faíscas e explosões mínimas de luzes ao seu redor.

- Oh, meus queridos alunos, preparem-se para testemunhar uma demonstração de poder e destreza como nunca viram antes, o potencial de um bruxo que alcançou sua última incursão magica e se tornou um feiticeiro em idade tão jovem.

Enquanto os estudantes assistiam com olhos arregalados as luzes que se espalhavam pelo salão, em contraste com o teto que mais pareciam realmente algo astral, Harry observava com uma expressão serena, realmente o feitiço era ótimo, uma variante do Lumos com multicores que transcorriam pelo ambiente lindamente, um espetáculo, porém claramente inofensivo. Harry mesmo desenvolveu uma variante do Lumos tempos atrás, e seu foco foi bem mais hostil do que isso naquele feitiço cegante, mas até que era bonitinho para brincar com essas luzes.

Porém, ele não estava para brincar depois daquele insulto, e inesperadamente, Harry decidiu fazer parte da encenação quando sentiu certo carinho pelas criaturas que o homem vinha menosprezando em nome dele no que eram livros fantasiosos do garoto-que-sobreviveu.

Pois, de repente, Harry se lançou ao ar, voando velozmente em direção a Gilderoy num olhar assassino de intimidação. O professor mal teve tempo de reagir, seus olhos se arregalaram de surpresa quando percebeu a velocidade de Harry que parecia muito com um voo de Obscurial real, mal sabendo a verdade por trás de tudo. Antes que Gilderoy pudesse sequer pronunciar um feitiço, ele foi atingido em cheio por Harry. Os alunos ficaram chocados com Harry voltando a ser ele mesmo e o estado vergonhoso do professor estirado pódio abaixo, tendo assim uma mistura de espanto e risadas ecoando pelo salão.

- Me desculpe, professor Lockhart. Acho que me empolguei um pouco. - Disse Harry, fingindo preocupação, porém que quando puxou o professor, encarou ele diretamente nos olhos, fazendo os mesmo se obscurecer para susto do homem. - Estamos bem, não é? Eu me contive ao máximo para não causar estragos na pele... mas acho que irá precisar de um manto novo.

Gilderoy estava atordoado, tentando recuperar a compostura depois do impacto:

- Bem, isso foi... inesperado. - Murmurou ele, ainda meio atordoado. - Mas como podem ver crianças, nunca cheguem perto levianamente de uma criatura, ela pode lhe explodir totalmente se isso não fosse apenas uma encenação. - Proclamou o homem se virando de forma gloriosa, tendo Harry querendo já descer mata leão nele, ato que ele ia mesmo fazer, porém, parado por uma mão em seu ombro.

- Acho que é minha vez, professor Lockhart. - Severus disse não aguardando uma resposta, puxando Harry que o encarou estranhamente.

- O que está fazendo? - Harry indagou em um sussurro, subindo ao palco com Severus.

- Te impedindo de matar um mero Bardo de taverna. - Severus disse suspirando. - O que eu não faço por esses olhos, pelo menos terei liberdade de bater na cara de James... bom, algo próximo disso. - Severus estudou Harry, podendo concordar consigo mesmo que seu aluno era bem mais alto e forte que o pai arrogante dele.

O salão principal de Hogwarts estava vibrante de expectativa quando Filius, pulou com uma maestria surpreendente ao pódio e anunciou com entusiasmo feito um locutor de duelos:

- Meus queridos alunos, logo em nossa primeira seção do Clube de Duelos temos uma surpresa especial! Um duelo profissional entre dois lados distantes: Harry James Potter e Severus Prince Snape! - Anunciava o homem no ramo que ele amava e duelou durante muito tempo na juventude.

 A plateia irrompeu em aplausos animados ao ouvir os nomes dos duelistas, ignorando assim totalmente Gilderoy, que por mais que tivesse um efeito compulsivo para conseguir atenção das mulheres, não era nada comparado a presença do Garoto-Que-Sobreviveu.

Harry e Severus colocando as varinhas à frente do corpo como vinham fazendo há um tempo em suas aulas particulares, nas detenções que ele sofria toda semana, concentraram seus olhares sérios diretamente um no outro.

- Este será um duelo amistoso, mas com a seriedade de uma verdadeira demonstração de poder. - Disse Filius, sorrindo de orelha a orelha, pois era maçante a quantidade de magoi que ele sentia no rapaz. - Sem mais delongas! Comecem.

Os dois bruxos se mantiveram posicionados, varinhas erguidas, prontos para o início do duelo e com um olhar recebido do professor, foi que Harry deu o segundo golpe nesse embate:

- Protego! - Entoou Harry, lançando um escudo que ninguém entendeu, mas que os adultos notaram ser uma invasão mental do professor de poções atacando primeiro com sua troca de olhares.

O Professor Snape, por sua vez, pegou um frasco de poção e lançou em direção a Harry, que pulou quando ela incinerou velozmente o solo abaixo de si.

- Descendo! - Harry proclamou com um "P" sendo desenhado com a varinha, e assim Severus se defendendo, porém, o feitiço não foi em si, e sim no próprio conjurador que desceu ao solo fortemente, tendo o efeito disso soprando todas chamas para fora da arena. - Expelliarmus. - Mirou ele na varinha de Severus, a qual já girava em um corte.

- Commoror Virga! - Severus usou o contra feitiço de desarmamento. - Desequilibrum. - Mirou ele em Harry, que já lançava algo milésimos antes de ser desequilibrado.

- Kadabrus! - Harry anunciou antes de cair, com Severus sendo impactado dois metros para trás, também caindo nessa troca equivalente do duelo.

Os urro eufórico da plateia continuavam a ecoar pela queda dos dois, Harry e Severus se levantaram do chão com agilidade, ao mesmo tempo. Ambos exibiam sorrisos divertidos, indicando que o duelo não havia terminado, mas apenas mudado de forma.

Em um gesto inesperado, Harry e Severus guardaram suas varinhas quando correram em direção ao outro, começando assim uma trocação de socos, ninguém ali sabia que os dois entendiam de artes marciais, somente Albus com algumas suspeitas devido à criação de Severus na sociedade No-mag, mas isso... isso estava realmente parecendo um combate daqueles televisionados pelos humanos. Os estudantes assistiam com entusiasmo e surpresa, pois não estavam acostumados a ver luta física na sociedade deles.

Os socos eram rápidos e precisos, refletindo anos de treinamento e experiência aos dois. Ambos se esquivavam dos golpes do outro com graça e agilidade, demonstrando um uma compreensão compartilhada de habilidades que buscavam ler e superar nessas duas áreas de luta distintas em que cada um acertava e levava golpes de mesmo modo.

Vendo que as coisas estavam esquentando quando ambos puxaram seu uniforme para ter mais agilidade, cada um deu um salto para trás empunharam suas varinhas e proclamando:

- Trevus! - Ambos recitaram em conjunto com um lampejo negro voando de ambas as varinhas, dos quais se ligaram mutualmente em força igual.

Alunos mais velhos e o corpo docente de Hogwarts arregalaram os olhos com o uso de magia negra flagrante, mesmo que tudo fosse só uma desculpa do ministério para conter sua população, um aluno usando magia nesse nível era preocupantemente surpreendente.

E não contente com isso, o núcleo magico de ambos os feixes negros com chamas faiscantes parecia se manter em pura força no centro da arena com nenhum dos dois querendo largar mão. Harry estava extasiado com isso, o choque de feitiços estava muito semelhante aquele golpe da luta do Goku e Vegeta que ele assistiu, e mesmo com esforço para manter o núcleo afastado de si, Harry já pensava em como criar algo semelhante, algo parecido com o que ele tanto se viciara em Dragon Ball, daria um puta trabalho, mas só de ver isso ser possível sua mente já estava trabalhando a mil em maneiras de ser possível trazer algo da ficção para realidade.

E assim, foi que Albus com seus olhos reluzentes viu que era o fim quando Harry sorriu ainda mais nessa euforia e adrenalina que mais o fazia sentir-se vivo com o coração palpitando, as mãos tremendo, o suor, calor, tremor e excitação por batalha... sendo um infortúnio para seu professor que não parecia carregar o mesmo animo do Potter.

Pois com um olhar e força do braço que conjurava o feitiço, foi que Harry forçou os feixes conectados para o teto, e numa velocidade surpreendente que só o diretor e poucos puderam notar, que Harry surgiu a frente do mestre de poções, levando ambas as mãos à frente do rosto enquanto fechava os olhos.

- Solar Flare! - Harry gritou com um enorme feixe reluzente explodindo ao seu redor, cegando muitos momentaneamente e deixando vários desnorteados, principalmente o alvo mais próximo que gritou ao receber isso bem na cara.

- E por fim, o golpe derradeiro. - Albus disse interessado no que era toda essa concentração de magoi num único ponto de seu aluno.

- Shinra Tensei! - Recitou por fim o Potter, com Albus arregalando os olhos quando escutou tal som pela segunda vez, vendo seu mestre de poções ser repelido brutalmente para longe no que era uma esfera translucida verde-escura gravitacional ao redor de Harry.

Todo o pódio de duelo foi destruído com detritos e o próprio Severus se chocando na barreira mágica em volta da antiga mesa, e nisso com a fumaça e detritos de madeira se abaixando foi que viram Harry de pé com um olhar sanguinário no rosto, encarando diretamente o professor Gilderoy Jaskier Lockhart, a criaturinha patética que decidiu hostilizar criaturas magicas como se fossem monstros, tendo a audácia de usar o nome famoso de Harry para isso.

Não sabiam o que havia ali, mas até mesmo os alunos mais jovens e inocentes entenderam que isso foi um aviso direto ao professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

- M-Meus caros alunos, o duelo que acabamos de presenciar foi verdadeiramente excepcional! - Começou Filius, sua voz vibrando de emoção ao ver Harry ir até Severus e o pegar em seus braços, apresentando que o professor de poções perdeu a consciência. - Ambos os bruxos demonstraram um domínio incrível de magia e um respeito mútuo por suas habilidades nesse duelo de iguais. - Ele fez uma pausa, olhando para Harry e Severus apagado. - Mas, conforme costume em nossos duelos, um vencedor deve ser declarado quando se apresenta como superior no embate. - Continuou Filius. - E hoje, declaro Harry James Potter como o vencedor deste duelo.

A plateia explodiu em aplausos e gritos de comemoração. Harry recebeu os aplausos com modéstia, e, sem dizer uma palavra, saiu silenciosamente do salão, caminhando com o professor acabado amparado em seus braços, visando a ala hospitalar no qual ao chegar perto, sentiu seu professor se remexer:

- Você foi incrível lá dentro, Harry. - Disse Severus, com uma pitada de admiração em sua voz.

- Você também, Severus. - Respondeu Harry, com um sorriso sincero. - Aliás, valeu pelo feitiço das trevas, até que é bem útil. - Disse ele em referência ao Priori Incatatem realizado a força pelo mesmo núcleo dos feitiços gêmeos. - Mas agora entendi do que falava, vamos ter que dar um jeito nisso, pois foi só utilizar uma magia das trevas que já senti esse resquício malévolo querendo me induzir de novo a usar mais e forçar o núcleo até você e explodir tudo de vez, isso é viciante demais pro meu gosto.

- É como um vício de drogas que cresce aceleradamente, quanto mais poderoso for o feitiço, mais você irá querer usar, mais sua mente vai se entorpecer, e isso nunca para sem auxílio, se um mero feitiço desses já te causou tanta raiva, imagine só o estrago que feitiços de maior escala te causariam. - Severus explicou pensativo. - Foi a maior força de Lily quando criou o maior genocídio de comensais da morte naquele estado louco que ela estava no fim da guerra. - Severus disse sem forças, para surpresa de seu aluno. - Você não faz nem ideia da magnitude de coisas que rondam sua mãe como a maior ceifadora das trevas... ela levou quase todas as tropas do Lorde das Trevas para o tumulo antes de ficar reclusa na gravidez, e isso mexeu muito com quem ela era e os limites morais do que fazia ou deixava de fazer, foi por isso que decidi mudar... não porque me arrependo do que eu disse para ela quando era jovem, mas porque ela estava certa, a magia das trevas estava me viciando e me tornando um monstro, eu não via isso e afastei ela... só fui perceber de verdade quando eu vi com meus próprios olhos ela realizando uma chacina, ela mesma sucumbir a isso e se tornar tão poderosa que nenhum comensal da morte conseguia tocar, tão louca e sádica que atraia a atenção de Bellatrix, outra louca viciada, que até mesmo o Lorde das Trevas temia encarar quando ambas batalhavam uma contra a outra no campo de batalha.

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E com isso dou fim ao décimo sétimo capítulo da Changed Prophecy e a Câmara Secreta.

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar.

Deixarei abaixo a lista de feitiços usados no duelo, e se estiverem interessados no Guia de Campo que me inspirei de Hogwarts Legacy, mas que trouxe para o que precisava aqui, deem uma voltada no capítulo e estudem ele certinho, pois pelo capítulo a formatação de texto é melhor que nas notas finais.

Enfim, perguntem suas dúvidas, ou o que quiserem sobre a obra, isso é o que mais me inspira a continuar.