Galera, escrevi esse capítulo em homanagem ao falecimento do meu pai nessa virada de ano, foi algo que me pegou e tentei refletir um pouco do que estou sentindo no capítulo, mesmo que não saiba ainda como reagir a perda da pessoa mais importante da minha vida, só sei que tenho de me manter firme e segurar as pontas para minha família se desesperar e eu cuidar de todos, mesmo que para isso eu pareça um pouco insensivel.
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Pousando em uma aldeiazinha pacata que deveria estar movimentada e com luzes coloridas de natal, foi que as decorações na realidade se apresentaram como as do Halloween em meio a um pouso magico da área oculta do cemitério, as quatro garotas que acompanhavam Harry suspiraram em choque quando o portal rodopiante enfim expulsou todos de seu domínio e os deixou aqui, na famosa vila de Godric's Hollow, porém não no dia 24 de dezembro, mas sim em 31 de outubro, dia do primeiro evento caótico de petrificação em Hogwarts, e aniversário da morte de Lility e James Potter.
- É aqui! - Disse Harry, sua voz baixa e sem nenhuma emoção presente, muito diferente da máscara a qual ele apresentava tanto no castelo.
Victória, que olhou para ele, não conseguindo deixar de reconhecer um ambiente tão famoso, viu como ele caminhava lentamente em direção as lapides central do cemitério de Godric's Hollow, pessoas ao redor que visitavam uma data tão comemorativa olhavam com simpatia e choque de ver pela primeira vez o herói do mundo bruxo.
E assim como suas vestes negras usuais parecendo as de um Lorde das Trevas, foi que elas se transformaram com um haori branco sobrepondo-a, tendo intitulado logo atrás todas as insígnias das casas Potter, Peverell, Pendragon e Black.
- Eu preciso dizer adeus, pela primeira vez... - Harry murmurou quando continuou caminhando, o silêncio apenas quebrado pelo som de seus passos na grama. Quando eles finalmente chegam aos túmulos de James e Lily é que ali fica presente a estátua grandiosa dos dois heróis de guerra, em cada estátua está talhado nomes diferente, nomes de vítimas da última guerra, heróis que sacrificaram suas vidas contra os comensais da morte, todos os que responderam à altura na ameaça de um Lorde das Trevas, e se ajoelhando pela primeira vez na vida é que Harry passou a conversar mentalmente:
- "Oi, mamãe. Oi, papai." - Ele pensa buscando qualquer sensação. - "Já era hora de eu ter vindo... mas as coisas ficaram um pouco loucas desde que descobri que moravam aqui." - Pensava ele em relação ao tumulo central logo ao meio dos de seus pais, aos pés das estátuas que Niklaus e Perenell disseram que iriam criar em homenagem aquela menina.
Enquanto Harry se ajoelha diante dos túmulos de seus pais, Victória, Calíope, Dágon e Morgana olhavam ao redor, notando pela primeira vez um túmulo menor no meio. Nele, gravado o nome desconhecido que nunca viram quando visitaram tal cemitério, assim como todas as crianças do mundo mágico visitavam.
- Harry? - Murmura Dágon com simpatia pelo momento de luto dele, mas surpresa com a novidade do nome no cemitério. - Quem é Harriet Lily Potter?
- Ela era minha filha. - Ele responde, sua voz quase um sussurro, rezando internamente para sentir algo de verdade, qualquer coisa mesmo.
As garotas olharam umas para as outras, surpresas e em choque, vendo como ele não parecia se mover, elas se aproximaram e buscaram as datas de nascimento e falecimento:
- Ela era linda. - Diz Harry. - Ela tinha os olhos de minha mãe, o meu rosto... e com os óculos parecia até uma versão feminina minha. Uma pena que viveu tão pouco, manipulada pela tradição maldita de terceiros. - Harry pela primeira vez na noite sentiu algo, e isso refletiu na primeira borboleta florescente de seu Magoi.
As garotas não sabiam o que dizer. Elas apenas ficaram lá, oferecendo a Harry seu silêncio e sua presença, uma sinfonia suave começava a tocar na vila que ressoava calmamente pelo ambiente. Uma melodia triste e bela, que parecia ecoar a dor de Harry, da qual ele não consegue demonstrar. As notas flutuavam pelo ar, cada uma delas um lembrete da filha que Harry perdeu e com isso a esperança de que ele poderia ter uma vida com alguém importante a qual ele poderia amar.
Ele não podia chorar, não podia se desesperar, não podia lamentar... tudo isso porque não sentia mais nada disso, era como uma casca vazia desde a perda da filha, movido somente para que outros ao seu redor não caísse em desespero, sabendo que devia manter uma máscara falsa de sorriso e alegria, mostrar que era mortal como todos os outros e se descontrolava emocionalmente assim como apresentou na biblioteca, mostrar que não julgava os outros pelos erros de terceiros como fez com a filha de Bellatrix Lestrange presente logo atrás de si, na qual tinha uma visão certeira da nuca dele e poderia a qualquer momento pegá-lo de surpresa com um feitiço, mas que o ataque traiçoeiro nunca vinha.
Por que até quem deveria ser seu inimigo não era capaz de só acabar com tudo isso para ele? Seria tão fácil abandonar tudo na desculpa de ter sido atacado ou sofrido de um atentado de bruxas das trevas... mas ali estava ela, a filha da feiticeira mais louca, genocida e sanguinária do mundo, ajoelhada ao seu lado e amparando-o com um toque no ombro.
Victória, Calíope, Dágon e Morgana formavam um círculo de apoio ao redor dele, suas mãos oferecendo um conforto silencioso enquanto davam algum tipo de carinho em suas costas e cabelo, querendo o confortar mesmo que suas expressões não apresentavam nada. Elas não dizem nada, pois nenhuma palavra poderia aliviar a dor que Harry está sentindo, ou melhor dizendo, que havia sentido tanto ao ponto de selar no mais profundo ser existente nele, como se fosse um escape emocional que desligava e ligava feito um interruptor de lâmpada... mas onde é que ele ligava de volta? Por que mesmo de frente ao tumulo dos pais e da filha não conseguia sentir nada? Não conseguia derramar lágrimas e nem quebrar emocionalmente como qualquer pessoa normal faria nessa situação?
Eles ficam assim por um longo tempo, o único som é a sinfonia suave que ainda toca na vila. A música parece entender, parece compartilhar a dor dele, cada nota um eco da tristeza de Harry que ele não conseguia apresentar, que não conseguia superar e enfim seguir com a vida, parecendo que o manteria para sempre ali, preso e estagnado.
E assim, sob a melodia da perda, Harry faz um último apelo, um apelo com a força de toda sua magia, todo seu Magoi presente dentro dele que agora exalava em um enxame enorme de centenas de borboletas obscuras e luminosas no ambiente, um apelo final a seus pais:
- Por favor, me ajude a sentir alguma coisa real. - Harry murmura uma última vez, dessa vez audivelmente e que para choque das quatro garotas um caderno preto caíra na frente deles, caderno esse que elas não viram de onde veio, mas que ao olhar para cima, Harry enxergou, enxergou e sentiu ao ver aquela figura obscura, mas de tamanha semelhança nas suas memórias mais antigas, figura essa sentada na lápide de James Fleamont Potter que concebeu ao herói do mundo bruxo a chance de viver, e vendo o presente recebido, o pegando com as próprias mãos, foi que Harry leu a capa. - Death Note?
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E com isso dou fim a mais um capítulo da Changed Prophecy e a Câmara Secreta.
Espero que gostem, galera... o capítulo foi uma maneira de eu abordar o que estou sentindo ou tentando reagir e cair na real dessa virada de ano.
Meu pai faleceu e isso pegou toda minha família de surpresa, é um choque e eu nem mesmo sei como reagir ou aceitar que nunca mais irei ver a pessoa mais importante de minha vida, e somente consigo sentir alguma coisa quando escuto uma música, essa música em específico deixada logo abaixo.
Espero que tenham gostado, e aguardo todos na seção de comentários. XD
Roupa Cerimonial de Harry é Igual aos Capitães da Gotei 13 de Bleach:
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OST Cerimonial:
https://youtu.be/uzQVAlWJXTU
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