Chapter 11 - Volta-A-Hogwarts.

Era o entardecer de um dia para ambos dentro da charrete mágica que sobrevoava Hogsmeade, contornando as alas defensivas da mesma, em direção à entrada principal do exuberante castelo de Hogwarts.

Harry e Amélia suspiravam enquanto se levantavam de seus assentos, tendo o Potter se espreguiçando com o estalar audível de suas juntas num gemido sofrido de pura preguiça. Fora uma tarde de folga para Amélia, que apesar de ainda trabalhar delegando funções a seus Aurores, saiu de sua rotina nessa viagem ao castelo no que foi a melhor companhia que vinha tendo em décadas, parecia quando ela ainda era uma estudante e livre de responsabilidades.

O que antes eram conversas e flertes brincalhões de ambos, passou a se tornar uma conversa completa da vida de cada um, como Amélia cresceu como chefe Auror, e como Harry estava relacionado com figuras lendárias da sociedade mágica, tais como o casal Flamel e o progenitor dos Vampiros, que mesmo sob susto da mulher em tal figura ser realmente real, ainda foi tratado por Harry como um amigo próximo que só precisava se manter entretido, do contrário é aí que os pensamentos genocidas contra a humanidade começavam a nublar o pai dos vampiros e nas palavras de Harry, a criatura mais perigosa do mundo, mas que no momento estava trabalhando para ele.

E assim, novamente sorrindo quando a porta da charrete foi aberta, tendo Harry a pegando pela mão fingindo uma cena de príncipe recepcionando sua princesa, foi que o Potter endireitou suas costas abruptamente e se virou para frente com a figura dele se potencializando em um estado de alerta que a mulher só vira em Aurores aposentados no pós-guerra.

 

Com uma música ressoando em seus ouvidos, vindo diretamente do que Harry considerava a primeira camada de defesa mental que tinha, o mesmo estudou como de um lado no campo gramado iluminado pela luz do luar, era lotada de estudantes de todas as idades, e do outro, em respectivo na entrada do castelo, três pessoas caminhavam em direção dele, tendo uma em específico que fez sua mente gritar por ameaça.

 

 

[ ... ]

Minerva McGonagall suspirou audivelmente quando viu uma charrete magica pousar na entrada do castelo e guiar-se por todo o caminho no que deveria ser a entrada de antigos e novos alunos ao castelo. Ela junto a Albus Dumbledore e Severus Snape, aguardavam em alerta o motivo de alguém do ministério estar chegando nesse horário, mas o que foi sua maior surpresa, foi quando Harry Potter auxiliava sua melhor amiga a descer da charrete, e com o ressoar de uma capa esvoaçando em meio a uma figura do seu lado dando passo à frente, foi que ela notou como Severus caminhava apressadamente em direção à charrete, tendo um de seus alunos preferidos se virando no que parecia estado de alerta e suspeita quando mirou o olhar diretamente na direção dela, melhor dizendo, em específico do professor arrogante que estava marchando escada abaixo como se estivesse se preparando para um confronto.

E para piorar a situação, tendo a figura de maior prestígio e poder no mundo mágico ao seu lado, isso deveria significar que outros iriam se comportar perante sua imponente presença, mas não... não era para ser, não quando mais uma vez Minerva via Albus engolir uma dessas gotas de limão, fingir uma careta de dor e então sorrir como se tudo no mundo estivesse certo e equilibrado, quase como se estivesse dopado por alguma droga, mas nunca que ela iria questionar seu mentor assim, não quando era algo tão comum na vida do mesmo.

 

 

[ ... ]

Vendo um homem de olhar sanguinário com uma varinha empunhada na única mão presente do corpo, foi que com a música aumentando ainda mais de volume em sua mente, que Harry não deu nem mesmo chances de isso continuar como o homem bem-queria o ameaçar nessa ideia idiota.

Pois com um pulo para fora da charrete e um forçar de suas pernas ao tocar no solo, que uma pequena cratera no solo explodiu, tendo o mesmo praticamente voando em direção a seu alvo que agora corria em sua direção.

E assim com um pulo de ambos os lados, foi que chocaram o braço direto no ar e se impulsionavam fortemente nessa troca equivalente.

Harry que ao pousar novamente no solo, sentiu algo vindo quando empunhava sua espada e num corte anulou o que deveria ser um feitiço cortante extremamente afiado do qual afetou o chão ao seu lado, e logo nisso indo em frente foi que ele começou a atacar com sua espada, pondo seu professor mais odiável num estado defensivo perante os inúmeros golpes em uma velocidade e destreza dos quais o mestre de poções nunca viu em alguém, e que claramente não estava preparado para o combate de lâminas aos quais ele não tinha uma consigo.

 

 

- Parem com isso! - Minerva gritou enquanto Amélia vinha correndo em direção à luta frenética desses dois que estavam tentando se cortar até a morte, seja com varinha mágica ou com essa espada linda que ela não acreditava ser realmente aquela das lendas. - Albus! - Minerva se virou para seu diretor, que parecia desfrutar de mais um doce de limão que ele jogava para cima e capturava com a boca.

 

 

- O quê? - Albus indagou após fazer uma careta de dor, e sorrir brincalhão. - É pessoal entre os dois. E se meu papai me ensinou algo quando jovem, é não me meter em assuntos pessoais. - Riu ele, com um olhar enigmático para a espada longa e afiada que Harry estava empunhando.

 

 

- Ah, pelo amor de Merlin! - Minerva praguejou enquanto empunhava sua varinha e apontava para o céu.

 

Bombarda. - Recitou ela, com um efeito sonoro explosivo ressoando por todo o campo, fazendo os pássaros das árvores voarem para longe do castelo, as crianças estremecerem e ambos os briguentos ali na frente pararem em choque como crianças pegos fazendo algo errado.

 

 

Foi com um revirar de olhos que Minerva viu sua melhor amiga segurar Harry, quando o mesmo aproveitou da chance de sentar um soco na boca de seu professor de poções, ao qual ela logo se aproximava e segurava Severus que claramente balbuciava algum palavrão incompreensível devido ao sangue saindo da boca.

 

 

- Castigo para trouxa é pouco. - Harry respondeu à discussão que tinha com Severus quando o mesmo também tentou socá-lo, porém, com o que agora era um braço decepado. - Heh, vai lá... faz de novo. - Harry riu sarcasticamente no olhar furioso de Snape, praguejando quando se sentiu ser levitado e arrastado por um Amélia furiosa que o colocava perto dos alunos mais velhos que se aproximaram para ajudar a segurá-lo. - Me soltem crianças filhas da puta! Foi o merdinha que começou...

 

 

- Tira as mãos de mim! - Severus gritou quando sentiu ser enrolado por cordas mágicas vindas de Minerva. - Eu vou matar esse filho de Potter.

 

 

- Xinga direito seu lixo! - Harry respondeu distante com a música em sua mente enfim se cessando.

 

 

- Ei, crianças... sem briga. - Albus caminhou calmamente no campo onde ambos lutaram. - Minerva, leve nosso querido Severus para dentro, peça para Papoula curar os dentes dele ou não conseguira mastigar direito o jantar... Hagrid e eu iremos recepcionar nossos alunos, junto a querida Amélia que veio nos visitar nessa lindíssima noite. - Estudava ele ao ambiente, as estrelas, o lago, tudo calmamente como se isso fosse normal ao se aproximar de onde Harry estava.

 

- Boa noite, minha querida - Albus sorriu para um de suas antigas alunas. - Espero que esse evento não a tenha incomodado, Harry e Severus ainda tem um longo caminho até se tornarem amigos.

 

 

- Não me torno amigo de merdinhas que tentam invadir minha mente. - Harry retrucou quando Amélia o soltou do feitiço. - Aliás, cadê a Jean? - Harry procurou com os olhos em meio ao tumulto de alunos que conversavam euforicamente, vendo assim uma figura pequenina de cabelos espessos que ele tanto gostava de dar carinho. - Achei, não se esqueça de mandar uma carta sempre que quiser. - Harry se aproximou de Amélia, segurando-a pelo queixo, dando um selinho em seu rosto ao fingir um flerte no meio de todos em choque. - Ficarei de olho em sua sobrinha e talvez faça um guia de campo a ela, mas vou querer que me leve para jantar um dia desses. - Com uma piscada de olho e vendo Severus ser arrastado para longe, foi que o Potter se virou com sua mente mais calma e seguiu em direção a sua melhor amiga, que praticamente deu um abraço de urso nele, tendo o mesmo a agarrando e mantendo ela ali presa a ele feito um filhotinho adotado.

 

 

[ ... ]

O Salão Principal estava cheio de energia quando Harry Potter se sentou à mesa da Sonserina sob companhia de Hermione, Fred e George. Harry, observando com curiosidade os outros alunos selecionados para suas respectivas casas, não conseguia tirar os olhos da pequenina garotinha loura de olhos lilás que estudava encantada a tudo do salão. À medida que as conversas animadas ecoavam ao seu redor, ele decidiu compartilhar algumas ideias com seus amigos que estavam sendo censurados por Hermione que praticamente estava tentando conter os gêmeos de fazer bagunça numa mesa de casa que não eram deles.

 

- Vocês já pensaram em direcionar essas pegadinhas para os alunos mais velhos este ano? - Sugeriu Harry. - Os primeiros anos já passaram por muito até aqui na cerimônia de seleção, não seria justo assustá-los logo no início.

 

 

Fred assentiu, enquanto George concordava animado, visando seu olhar maligno dos alunos mais jovens, para os mais velhos ali da mesa Sonserina:

 

- Você tem razão, Harry. Podemos mudar um pouco nossa abordagem e focar nos alunos mais experientes. Seria uma mudança interessante focar nos sétimos anos. - George voltou seu olhar malicioso e malandro para um aluno do sétimo ano que engasgou com seu suco em um calafrio na espinha, se fosse qualquer dia os Sonserinos teriam expulsado esses invasores dali, mas depois do Potter ter batido no chefe de casa deles.

 

 

- Potter tá parecendo meio louco. - Sussurrou um aluno do sétimo ano. - Deixa eles quieto, não vou apanhar igual o Professor Snape.

 

- Mas porque as crianças não percebem? - Indagou um de seus amigos, em sussurro.

 

- Sei lá, mas esse olhar maníaco escondido nessas feições neutras... deixa ele quieto que tem coisa aí. - Outro amigo sussurrou quando viram o olhar de Potter se voltar a eles, e assim se calavam.

 

 

Hermione, sentada ao lado de Harry, olhou para eles com uma sobrancelha levantada.

 

- Vocês dois não vão fazer nenhuma pegadinha na biblioteca, certo? - Indagou ela, sob olhar travessos dos gêmeos.

 

 

- Ah, Hermione, você sempre quer tirar toda a diversão... mas pode ficar tranquila, não mexeremos na sua tão amada biblioteca. - Fred disse de início.

 

- Mas sim em quem está lá. - Finalizou George, rindo misteriosamente.

 

 

Enquanto conversavam, Harry notou uma comoção crescente na mesa da Corvinal. Seu olhar se voltou para o Chapéu Seletor e lá estava Luna Lovegood, sua estranha amiga que passou a adorá-lo como uma divindade nos últimos dias, sendo selecionada para a casa da sabedoria e saltitando animadamente como se o mundo todo fosse algo muito mais belo do que as pessoas realmente enxergavam.

 

 

Hermione franziu a testa com Harry e sua perda de foco nela.

 

- Ela é realmente uma garota interessante, não é? Mas parece perdida em suas próprias fantasias.

 

 

- Está com ciúmes, Hermione? - George disse trocando olhares divertidos das bochechas infladas dela.

 

- Parece que Harry tem uma preferência por garotas excêntricas. - Provocou Fred.

 

- Talvez sejam os olhos mágicos, que parecem constelações. - George supôs para riso de Harry, mal sabendo eles como estavam certos.

 

 

- Eu? Com ciúmes? - Hermione fingiu indignação. - Não seja ridículo. Só porque eu valorizo a racionalidade e o estudo, não significa que eu esteja com ciúmes da atenção que Luna recebe de Harry.

 

 

- Estão sendo bobos. Eu só trato assim quando alguém me reverencia como um deus, da mesma forma que a Luna olha para mim maravilhada. - Disse ele de forma engraçada sobre como na casa dos Weasleys virou rotina todas as manhãs Luna surgir na porta chamando pelo Rei Aslan. - Então, tudo que precisam fazer é se ajoelhar e orar por mim, quem sabe eu jogo uma ou duas bençãos por aí. - Riu ele junto algumas garotas mais velhas ao lado.

 

 

- Pois bem, Harry, já deixamos nosso querido irmãozinho incomodado com nossa visita à mesa das cobras, então que tal voltarmos ao nosso tão colhedor lar dos leões agora que ele com certeza deve ter terminado a carta para nossos pais alegando que somos novos bruxos das trevas? - Fred indagou divertido em como a distância Ron debatia com Dean e Simas sobre Harry estar se tornando escuro.

 

 

- Na verdade, eu estarei na Sonserina esse ano. - Harry disse para surpresa geral da mesa, no qual os estudantes que estavam próximos a ele ficaram momentaneamente em silêncio, processando a ideia de ter o famoso Harry Potter entre eles durante as aulas. - Pensei que tivessem notado quando minha capa ficou com o brasão e as cores da casa. - Disse ele em relação às cores verde e prata, diferente de seus três amigos que era vermelho e dourado.

 

 

- Você está falando sério, Potter? - Perguntou Draco a distância, que incrivelmente parecia ter largado seu jeito mimado e arrogante, falando o sobrenome dele com um sotaque estranho. - Você quer dizer que vai estudar com a gente?

 

 

- Mudanças de rotina... também me disseram que os Sonserinos tem quartos privados para cada um. - Harry explicou sob atenção de muitos da mesa, que começaram a espalhar a notícia para quem não tinha escutado. Alguns estudantes mais velhos pareciam confusos e trocaram olhares uns com os outros.

 

 

- Você acha que consegue lidar com as nossas maneiras um tanto... controversas? - Perguntou uma Sonserina do sétimo ano, olhando Harry nos olhos, com um leve aceno para o outro lado, onde havia um grupo de outros alunos do sétimo ano que discutiam nada agradados com isso.

 

 

- Irei me arriscar. - Harry sorriu para a garota com uma leve piscada para ela, que achou graça disso, principalmente quando Hermione inflou as bochechas e assim grudou nos braços de Harry quase possessivamente, buscando de volta a atenção perdida. - Mas vão lá pessoal, vão atrás de suas namoradinhas, e Hermione... você pode enfim começar indo conversar com aquelas duas do seu dormitório, elas pareciam morrer de medo de se aproximar de você no passado... só não seja mandona com as crianças, você também é uma. - Despachou ele a seus amigos, que corriam para a mesa da Grifinória, tendo agora um olhar sério quando encarou as figuras hostis que realmente acreditavam que ele não as percebia.

 

 

[ ... ]

Minerva terminou seu jantar na mesa dos professores, acompanhada de suas amigas e colegas professoras. Entre risadas e conversas animadas, elas compartilhavam seus pensamentos sobre o início do novo ano letivo. No entanto, a todo momento, um assunto em particular parecia retornar entre elas sob discurso de Amélia que se mostrava surpresa sob o que conheceu de Harry na charrete essa tarde.

Enquanto Minerva ouvia as vozes sussurrantes ao seu redor, ela captou fragmentos de comentários.

 

- Ele parece tão diferente este ano. - Cochichou uma professora.

 

- Há algo nele que o torna ainda mais confiante e maduro do que ano passado. - Acrescentou outra.

 

 

Madam Pince, a bibliotecária, soltou um pequeno suspiro e declarou:

 

- Ah, se ele quiser ter outro encontro comigo este ano, eu certamente não negaria. - As outras professoras riram, compartilhando um olhar cúmplice feito estudantes adolescentes.

 

Minerva, sentindo-se incomodada com a conversa e um sentimento protetor de seu aluno ali no meio de tantos Sonserinos, decidiu se levantar da mesa e interromper qualquer animosidade que parecia crescer na presença dele com os garotos do sétimo ano. Sabia que era sua responsabilidade como vice-diretora de Hogwarts garantir que os assuntos dos professores fossem tratados com discrição e profissionalismo, mas o que podia fazer quando o contato com adultos era o que fazia um de seus alunos preferidos parecer agir naturalmente, e não oculto naquela máscara que mostrava as crianças de sua idade.

 

 

- Sr. Potter. - Chamou Minerva com sua voz firme, interrompendo a conversa em torno dele. - O diretor deseja falar contigo, em seu escritório.

 

 

- É Harry. - O mesmo corrigiu sua professora. - Vem junto comigo? - Indagou com seus olhos reluzindo fortemente naquele olhar pidão de vítima, sob suspiro dela que não acreditava estar sendo fisgada nesse brilho esmeralda igual a eventos passados de ambos em Hogsmeade.

 

 

Sob aceno de Minerva, Harry logo se levantou da mesa enquanto bagunçava o cabelo de Draco, deixando a cena ainda mais engraçada quando Pansy Parkinson inflou as bochechas e Harry repetiu o ato nela que fingiu um protesto.

Fazendo como pedido, Harry logo seguiu uma Minerva levemente risonha que escondeu com uma tosse quando começou a caminhar.

 

Salão afora, Minerva rapidamente seguiu em direção às escadarias principais, porém, antes de Harry subir nela, o mesmo virou para esquerda em direção a um quadro grande de dragão.

 

- Harry, sei que o castelo é magico e surpreendente, mas terá tempo para explorar outra hora. - Minerva suspirou com o sorriso no rosto dele.

 

 

- Para quem vive tanto tempo em um castelo magico, deveria explorar um pouco mais. - Respondeu Harry enquanto ia até o quadro e batia com o punho sete vezes consecutivas, e para surpresa de Minerva, o quadro se abriu com uma espécie de véu cristalino se mostrando presente. - Você vem? - Chamou ele com a mão direita, no qual ao aceitar, ambos caminharam para o véu e assim sumiam com o quadro se fechando.

 

 

- É o sétimo andar? - Minerva estudou, onde ao olhar para trás viu o mesmo quadro do térreo presente no final da escadaria superior.

 

 

- Atalho magico de transmissão instantânea. - Harry explicou. - Ou pelo menos é para o que serviu quando queria muito chegar lá embaixo longe dos olhos de monitores.

 

 

- Impressionante. - Minerva disse com graça. - Não tem nenhuma sensação de aparatação.

 

 

- A, sim, o enjoo de ser engolido por um caminho pequeno com seu corpo parecendo se arrastar feito uma cobra. - Harry disse se lembrando de como aparatou ao lado nessa manhã. - Consegui agir naturalmente, mas ainda parece que meu coração mudou para o lado direito.

 

 

- Aliás, mocinho, que história é essa de chegar rápido lá embaixo longe dos olhos de monitores? - Minerva o cobrou, voltando a sua persona rígida.

 

 

- Olha a hora Minerva. - Harry cortou o assunto enquanto se movia em direção à gárgula gigante no final do corredor. - Não podemos deixar nosso estimado diretor esperando.

 

 

- Esse menino. - Minerva suspirou enquanto apressava o passo, não podendo deixar de soltar um sorriso em como ele se parecia com o pai.

 

 

[ ... ]

- Aproximem-se. - Albus disse, com Minerva sentada ao seu lado e Amélia do outro. - Vamos lá, mais perto. - Disse o diretor com Severus e Harry se sentando nas poltronas postas à frente.

 

 

- A gente. - Severus disse quando ele tentou se aproximar com a cadeira e chocou seu joelho no de Harry.

 

- Para onde você quer, esquerda ou direita? - Harry retrucou ao mesmo tempo, com Severus o encarando feio e assim ambos se ajeitando.

 

 

- Tá feliz agora? - Severus indagou com sarcasmo na voz, quando sentiu algo em seu joelho.

 

- É bom afastar essa perna boba do meu saco, ou irei socar sua boca tão fundo que vai ter de colocar a escova de dentes no rabo para poder escovar. - Harry o ameaçou, com Minerva servindo um chá para Amélia e outro para Albus, num riso contido que ela e os outros dois pareciam querer soltar.

 

 

- Tá bom. - Albus disse, mas logo foi interrompido.

 

 

- Ótimo, estamos presos agora. - Severus disse, com Harry se mexendo desconfortavelmente.

 

- Tá perto demais. - Harry praguejou ao mesmo tempo.

 

 

- Rapazes! - Albus elevou um pouco a voz. - Ótimo, agora olhem direto um para o outro. Precisam olhar profundamente nos olhos um do outro.

 

- Pronto, viram... não foi difícil. - Albus sorriu para Minerva, que bebia o chá, escondendo o riso de seus lábios. Vendo o silêncio de ambos durante cinco segundos, foi que Albus logo voltou seu olhar a eles. - Espera, o que estão fazendo?

 

- Sério, uma competição de quem não pisca? - Albus suspirou para os dois. - Quer fazer a bondade de piscar. - O mesmo estalou os dedos na frente para chamar atenção dos dois.

 

- Ah, certo. - Albus suspirou. - Harry, meu garoto. - Albus começou, com seu aluno o encarando. - O que o Severus provoca em você, e não diga algo infantil. - O diretor cortou quando viu Harry querer rir da pergunta.

 

 

- Para alguém tão desprezível... eu não sinto nada. - Harry começou fingindo nojo, enquanto encarava o mestre de poções de cima a baixo. - Não preciso me rebaixar para o nível dele e me incomodar com isso.

 

 

- É só isso? É o máximo que consegue com esses músculos? - Severus indicou a forma nova do Potter, que o deixava bem mais forte que no ano letivo anterior. - Muito show e pouca ação, ou devo lembrá-lo que teve de usar uma espada para lutar comigo, sem saber nem empunhar uma varinha como um bruxo de honra deveria.

 

 

- Uma espada foi suficiente para decepar esse seu bracinho amaldiçoado, nem tente imaginar o que eu faria ao apelar com magia. - Harry respondeu seriamente, sob choque de Amélia, que não sabia disso.

 

 

- Como sempre os britânicos reescrevendo a história. - Severus contra respondeu seriamente. - Eu fui pego de surpresa, só isso.

 

 

- Não importa se foi com uma espada enferrujada ou um pedaço de graveto magico... uma derrota é uma derrota. - Harry riu para o braço perdido de Severus. - A prova está bem aí em si.

 

 

- Tu é um babaca, igualzinho ao pai. - Severus resmungou encarando ao diretor, no qual saboreava um chá escondendo o riso em seus lábios, assim como Minerva e Amélia na qual não entendia nada dessa rivalidade e estilo totalmente diferente do Potter.

 

 

- Já parou de reclamar Vampirão-Emo-Trevoso. - Harry fingiu um ar misterioso para seu professor de poções, que sem auxílio de um braço só pode ajeitar o cabelo com um movimento de cabeça, fazendo Harry rir ainda mais do ato de emo.

 

 

- E você parece um bebezão todo tatuado. - Severus disse se ajeitando, puxando a manga dos braços de Harry. - Olha isso, relíquias da morte tatuada no pulso, o que mais? Coruja, Fênix ou algum dragão nas costas?

 

 

- Deixa, eu não vou ficar escutando essa ladainha. - Harry se levantou da cadeira, com ela caindo ao chão logo atrás de si. - Eu tenho mais o que fazer. - Se aproximou do poleiro da fênix do diretor, e assim serviu uma barra de chocolate sabe-se lá de onde ele tirou.

 

- Manda beijinho para tua mãe... - Harry disse vendo Severus se levantar abruptamente da cadeira, com ela também caindo atrás dele. - Na real, deixa que eu mesmo mando.

 

 

- Não se atreva a falar da minha mãe, que eu esfrego essa tua cara no poleiro da fênix. - Severus respondeu com raiva enquanto via Albus, Minerva e Amélia não conseguindo segurar o riso.

 

 

- A é isso! - Harry disse como se lembrasse de algo. - Acabei de lembrar de sua pergunta Albus. É Por isso mesmo que eu odeio estudar com esse cara. - Harry apontou para Severus enquanto se aproximava do mesmo. - É a tua voz, essa vozinha de macho alfa arrependido, com esse sotaque escroto e cabelo oleoso, toda vez que você fala eu imagino comigo rapidinho, que parece que eu esfrego o meu saco em um chão de caco de vidro... e dói.

 

 

- Já para mim. - Severus se aproximou de frente a Harry enquanto encarava para cima a fim dê o olhar nos olhos sem medo. - É a sua cara. Tua cara larga e ridícula, quando eu olho... eu sinto que Deus e a Mãe Magia estão jorrando vomito direto nos meus olhos, e queima... e como queima.

 

 

- É? - Harry afiou seu olhar para Severus enquanto pegava a manga vazia de seu manto e a jogava para mostrar que ali não tinha nada. - E da próxima vez que eu ver você com um braço leproso e amaldiçoado, vou somente deixar a infecção continuar se alastrando até o coração. - Harry o encarou nos olhos. - Vai fazer o que, invadir minha mente por ajudá-lo? Você já fez e apanhou na frente de todo mundo por isso.

 

 

- É isso! - Albus gritou entusiasmado, assustando a todos quando viram o Alter Ego idoso dele cair para sua aparência jovial. - Era aqui que eu queria chegar. - Albus saiu de sua cadeira e se aproximou dos dois. - Severus quando disse que seu braço não podia ser recuperado, foi realmente porque não tinha o que recuperar, não sei como Harry fez... mas o corte realizado não levou só a carne, músculos e ossos... levou o pedaço da alma que estava ali, junto a qualquer maldição tatuada nela.

 

 

- O quê? - Severus indagou seriamente ao Potter.

 

 

- Que foi? - Harry indagou sarcástico enquanto se virava. - Vai dizer que não sabia da maldição? Dava para sentir aquela abominação dando dor de cabeça no momento que os dois aparataram no Caldeirão Furado. - Harry explicou em respeito à briga de bar que realizara contra vários feiticeiros. - Aliás, disponha.

 

 

- Eu deveria agradecer? - Severus indagou cinicamente. - Eu perdi um braço, melhor dizendo, perdi a alma do meu braço ao ponto de nem magia poder recuperá-lo.

 

 

- Melhor um braço do que a vida. - Harry confirmou seriamente. - Não vem com esse melodrama mesquinho, seja lá que merda você fez para obter aquela maldição, tenho quase certeza de que iria te matar em cinco a sete anos, isso se você não morresse antes por fatores externos.

 

 

- É aqui onde queria chegar, meu garoto. - Albus disse enquanto se aproximava e o segurava gentilmente pelos ombros, o mantendo de frente a si. - Como foi capaz disso? - Indicou ele a espada embainhada na cintura, como sabia o que ela era, mas não como essa habilidade foi capaz de um corte tão fundo e místico.

 

 

- Não importa. - Harry disse sem mais delongas. - Pois nem mesmo eu sei, tudo o que sei é que quando empunho essa espada, ela me fortifica e como ocorrido anteriormente, me deixa com a mente clara de que posso realizar coisas que nunca pensaria em fazer sem ela.

 

 

- Como decepar meu braço? - Severus indagou sarcasticamente.

 

 

- Não venha se fingir de vítima. - Harry o censurou. - Tudo o que fiz foi começar aquela briga de bar, pois ofenderam Arthuriana, eu teria feito o mesmo por Albus se algum merdinha chegasse o chamando de bixinha como forma de ofensa. - Explicou ele, com Albus sorrindo a isso. - E justo quando tudo acaba, chegam duas figuras querendo me render, com um braço amaldiçoado que sabe lá qual motivo estava me dando uma dor de cabeça alucinante, e não contente com isso ainda aponta a porra de uma varinha com esse mesmo braço direto na minha nuca. - Harry explicou tudo de forma bem direta e sem se conter sob seu ponto de vista da situação, sob burburinhos de Amélia e Minerva, que nunca viram Harry mudar sua personalidade tão fácil, fazendo elas se esforçarem a se lembrar que ali era ainda um aluno do segundo ano, e não um adulto igual a todos.

 

- É, eu acabei com a ameaça de lá... e se você está vivo aqui na nossa frente, quer dizer que nunca mirei fatalmente em ti... - Harry disse seriamente a Severus. - Pois se fosse iria acertar logo a jugular.

 

 

- Mas se tinha uma espada capaz disso, poderia ter realizado uma cirurgia ou coisa do tipo, não acha Sr. Potter? - Minerva indagou o obvio.

 

 

- Ou contatado os Aurores. - Amélia complementou o obvio.

 

 

- Acho que vocês estão confundindo um pouco o relacionamento aqui. - Harry riu como se achasse graça de todos eles. - Eu não sou nenhum cirurgião médico e muito menos um partidário do ministério magico e suas leis corruptas do Wizengamot. Não sei que figura ilusória e patriota é essa que estão criando de mim, mas sugiro que parem de ler essas porcarias fantasiosas do Garoto-Que-Sobreviveu e encarem a realidade.

 

- Eu obtive acesso a uma arma recente que me permitiu cortar até a raiz de uma maldição das trevas que incomodou muito minha mente só de ter próxima. - Harry estendeu os braços ao lado em sinal de óbvio. - E foi isso que fiz, ponto final... não sou nenhum herói que iria salvar a vidinha do meu professor, chamar o público ao redor e aguardar aplausos e honrarias enquanto tiram fotos nossas abraçados buscando algum reconhecimento ou fama na porra do Profeta Diário.

 

- Entenda uma coisa, Severus. - Harry se aproximou do mestre de poções. - Eu impedi que você morresse dessa maldição, reclame como quiser dos meus métodos, mas não dos resultados.

 

- Agora fique claro uma coisa! - Harry citou para todos ali. - Tente invadir minha mente mais uma vez e pode saber que irei derreter todos seus neurônios antes mesmo de você escapar... eu levo invasão mental como um crime tão sério quanto estupro físico, então não me force a agir de acordo... pois morrer vai ser algo que você estará me implorando com base no que irei fazer contigo caso continue nessa porra de Legilimência. - Citou seriamente para seu professor, que arregalou os olhos sem saber como responder a uma ameaça tão direta.

 

- Bom, se já acabamos, eu irei dormir. - Harry disse enquanto se aproximava novamente da fênix e plantava um beijo nela, sob um trinado feliz da mesma que parecia rolar em busca de carinho na barriga. - Tudo o que tinha de ser dito, foi dito... algo mais? - Indagou ele a todos, principalmente a Amélia, a chefe dos Aurores que teve diretamente o depoimento de que foi Harry quem espancou aqueles partidários nobres do Wizengamot, esfaqueou Lúcius Malfoy quando o mesmo surgiu estrunchado em sua mansão, e que também decapitou o braço de um professor de Hogwarts.

 

 

- Não. - Amélia disse receosa de tudo que escutou, não conseguindo deixar de achar atraente esse lado dominante e poderoso de Harry.

 

 

- Acho que estamos bem, por hora. - Albus disse encarando Severus que parecia ter um choque de realidade.

 

 

- Ah, sim... detenção comigo, Sr. Potter. - Minerva disse a Harry que a encarou nos olhos, sob piscadela da mesma. - Amanhã as 20:00.

 

 

- Certo. - Harry bocejou enquanto ia em direção à porta, e ao passar por Severus, deu uma trombada gentil de ombro. - Se anima Severus, você não vai mais morrer. É só com isso que tem de pensar. - Nisso Harry abriu as portas, e pensou por curtos segundos, antes de suspirar pesadamente.

 

- Aliás, esqueça essa merda de Lorde das Trevas em ascensão. - Harry disse quando se virou, e encarou Amélia. - Tudo que vem ocorrendo foram meros acidentes e reações magicas acidentais de algo que fiz... não tem nenhum bruxo acendendo como inimigo nem nada do tipo... essa confusão toda generalizada pela aquela mulher com cara de sapo tem que parar logo, fui eu quem comprei as ações de Gringotes. - Citou ele sob surpresa de todos. - Se sua população entra em estado de alerta máximo por essa rebelião dos Goblins que, aliás, não é nenhum pouco agressiva, e sim só uma liberdade da raça deles, então realmente são mais patéticos do que eu imaginava e merecem se esconder na moita como covardes. Mas não venham alegar que um Lorde das Trevas está surgindo, que um inimigo está a solta, isso é só uma besteira generalizada que aquela mulher com cara de sapo começou pelo simples fato de que ela queria impor as regras do ministério dentro de Gringotes, e eles não aceitaram, preferindo a minha proposta da de seu ministério. Se isso nos torna Lorde das Trevas, então que assim seja, mas essa besteira toda começou só no lado de vocês, o resto do mundo não está nem aí para essas paranoias. - Finalizou ele, logo saindo com as portas se fechando automaticamente, deixando para trás todos ali imersos nesse desabafo todo.

 

 

- Ele não é o que eu esperava. - Amélia comentou com um riso, e certo alívio pelo escritório do diretor parecer ter perdido toda a sensação de sufoco que os manteve em defensiva.

 

 

- Nenhum de nós esperava isso. - Minerva disse sorrindo. - Ele sabe bem como se esconder perto das crianças, mas perto dos adultos parece mostrar quem verdadeiramente é, bom... ao menos quando está bêbado e agora quando luta. - Minerva disse pensativa sobre como anteriormente viu um lado do Potter bêbado que a atraiu muito, mal notando como seu Alter Ego idoso se desativou e ela se tornou tão jovem quanto todos da sala.

 

 

- Não é o herói que esperávamos. - Albus disse com um brilho nos olhos. - Isso é muito melhor. - Riu ele enquanto comia uma gota de limão, tendo um leve incomodo em sua cabeça, mas que ignorara novamente como vinha fazendo na última década.

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E com isso dou fim ao décimo primeiro capítulo de Changed Prophecy e a Câmara Secreta.

Espero que tenham gostado do capítulo e não se esqueçam de dar aquele apoio fera na seção de comentários. XD

Música que Tocou na Mente de Harry (1ª Defesa Mental de Alerta Invasivo):

https://youtu.be/PeXduJQH7-Q

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Albus Dumbledore (Alter Ego):

Albus Dumbledore:

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Minerva McGonagall (Alter Ego):

Minerva McGonagall:

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Amélia Bones (Alter Ego):

Amélia Bones:

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Severus Prince Snape:

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Harry James Potter:

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