{ 10/08/1992 }
Pela primeira vez Harry sentiu estar em um ambiente familiar, a noite transcorreu rapidamente com todos jantando e bebendo, Harry descobriu que os pais de um de seus colegas de classe eram ex-estudante de Hogwarts que abandonaram a sociedade magica e herdaram as empresas dos pais.
Diziam eles sobre as dificuldades que tiveram após seu sétimo ano no castelo, como a promessa de um lugar no mundo mágico, na verdade, era só uma mentira ilusória em Hogwarts, pois após tudo aquilo só sobravam espaço para os puro-sangue, sobrando aos meio sangue retornar a sociedade No-mag e tendo de se virar com dezessete anos, sem estudo e muito menos diplomas que adolescentes de suas idades já deveriam ter.
Ao que Harry entendia, era somente sorte que eles tiveram por serem herdeiros de famílias de classe média, porém que muitos outros, na verdade, ficavam à mercê de empregos braçais e de baixa remuneração.
Foi uma conversa levemente tendenciosa ao lado dos Dursley, que confirmavam não ter boas experiencias com os pais do Potter, mas que Harry soube ignorar enquanto somente refletia em como sua melhor amiga corria o mesmo risco dos outros meio-sangue, e com certeza isso ele não permitiria.
Com o fim do jantar, Justin e Dudley já estavam apagados de sono, e todos concordavam em finalizar a noite. Valter e Petúnia olhavam sem saber como reagir a seu sobrinho, pois com a interferência dele, o que antes era um jantar entediante e de baixas chances de sucesso das duas empresas se aliarem, foi que a interferência dele resultou em não só isso, como também um novo amigo no círculo íntimo de Valter.
Todos riam a respeito das aventuras que Harry tivera no primeiro ano de Hogwarts, no qual seus parentes se surpreendiam pela forma como ele dominava a conversa, até pouco tempo atrás ele explicara de forma brincalhona sobre todos os rumores que Justin tinha sobre ele, e agora os adultos se despediam admirados a respeito do Herói da sociedade bruxa ter defendido o castelo de um professor possuído.
Vendo o carro importado dos Fletchley se dirigir para fora da Rua dos Alfeneiros, Harry enfim suspirou enquanto fechava as portas e se virava para seus parentes, buscando saber como eles reagiriam agora que estavam sozinhos.
O relógio antigo badalava com a chegada da meia-noite, e antes de qualquer um ali dizer algo... foi que a campainha se tocou com Harry se virando estranhamente, e os Dursley acreditando ser os Fletchley de volta.
Indo atendê-la, foi que Harry teve que segurar a respiração com os olhos que ele encarava na figura desconhecida, olhos esse praticamente idênticos ao seu, mas que logo o mesmo abandonou isso e sorriu falsamente como fazia com todos a seu redor.
- Boa noite? Gostaria de alguma coisa? - Harry indagou com a garota nunca deixando de o encarar, mas que ele agora encarava estranhamente a figura grotesca logo atrás da garota, figura essa que ele nunca poderia esquecer por eventos ocorridos quando tinha sete anos.
- Oi, você não me conhece, meu nome é Harriet. - Disse a garota com cativante olhos esmeralda. - Eu preciso de ajuda, eu tenho um problema e você é o único em quem eu possa confiar.
- Por quê? - Indagou ele com os Dursley também surgindo atrás de si, tendo a porta se abrindo mais.
- Porque você é meu pai. - Declarou ela, sob arregalar de olhos de Harry e dos Dursley atrás de si.
- Você o quê? - Harry riu levemente da piada, porém não deixando de sentir uma sensação estranha com base na figura grotesca ligada a garota.
E foi com um piscar de olhos e lembranças nada agradáveis, sob explicação de sua suposta filha, que Harry enfim elevara seu olhar para a cena que ocorria a sua volta: Estavam sentados a uma hora na mesa de jantar;
Era estranho como Petúnia serviu uma xícara de chá amigavelmente como se quisesse ajudá-lo nessa crise, mas na real é que a mulher somente queria saber com veracidade da fofoca em que a aberração de sua casa se meteu.
- Se era prisioneira daquele monstro, pode me dizer como conseguiu escapar? - Harry indagou com uma sensação de ódio como só sentira após ter sido estuprado pela mulher mais nojenta que já conheceu e o traumatizou aos sete anos, com ele sabendo agora que também era pai, sabe-se lá como em idade tão ínfima, mas que parecia verídico com base na alma grotesca da mesma mulher que o traumatizou assombrando a sua suposta filha.
- Eu esperei até as luzes se apagarem, as mulheres que nos vigiam trocam de turno as dez da noite. - Harriet aceitou a xícara de chá que Petúnia entregou.
- Hum, e você fugiu por quê? - Harry afiou os olhos sob como a figura grotesca parecia acenar para ele, sabendo que o mesmo podia enxergá-la, mas que estranhamente não agia hostilmente igual as outras figuras sobrenaturais que já vira por aí.
- Elas prendem você lá, te faz confiarem nelas, é tudo o que você tem, você não questiona o que elas querem que faça. - Dizia a menina com amargura. - Coisas terríveis, por isso eu tive que fugir. - Encarou ela nos olhos de seu pai e sentiu uma compreensão ali. - Elas me torturaram, disseram que eu tinha de suportar a dor para ser forte igual a elas. Eu não quero ser igual a elas!
- É, vindo dessa mulher eu sei como é. - Harry disse em respeito a como nas férias de 1987 de seus tios, aos quais o abandonaram para passar fome em casa, que Harry aceitou desesperadamente as ordens dessa mulher em troca de comida, tirando assim a inocência dele e no processo agora o fazendo descobrir que isso resultou em uma gravidez magica maluca.
- Eu quero que me tire daqui. Você é um bom homem, a única coisa que minha mãe disse e que eu sempre acreditei. - Explicou ela, com Harry rindo sarcasticamente.
- É, mas uma coisa não bate... se você é minha filha, como tem dezessete, quase dezoito anos? - Harry indagou seriamente, não querendo parecer mole em uma situação dessas.
- Eu tenho cinco anos... mas pareço que vou fazer dezoito, me disseram que era sua magia, igual ocorreu contigo no passado, o amadurecendo no que é agora. - Explicou ela com Harry suspeitando dessas pessoas saberem sobre magia e a anomalia de seu crescimento acelerado. - Eu sei que não me quer, quem iria querer uma pessoa que surge do nada e alega ser sua filha.
- Olhe, não é bem assim. - Harry cortou qualquer argumento. - Eu somente estou desconfiado. Principalmente vindo de alguém próximo daquele monstro. - Finalizou ele estudando seu semblante, e notando como em meio a dor, amargura e lagrimas da garota, uma única coisa verdadeira se prevaleceu em meio a suas palavras: Ódio.
- Me disseram que você era um bruxo, elas têm conexões mínimas nesse seu mundo e eu pensei que talvez você pudesse entender o que eu sou. Talvez possa me proteger... só o tempo bastante para eu fugir desse lugar e poder me manter. - Explicou ela com o semblante caindo. - E eu o deixo em paz para seguir com sua vida.
- Você sabe que essa é a minha única chance de ser alguém normal, não é? - Indagou ela com lagrimas nos olhos.
- Tá bom... tá bom. - Harry suspirou enquanto via seus parentes com indiferença e levava a menina para o armário embaixo das escadas. - Por um curto período esse será nosso quarto... eu só preciso de silêncio para pensar em tudo isso.
[ ... ]
{ 11/08/1992 }
Após pegar no sono enquanto sua projeção astral saia do corpo, foi que a figura espectral obscura assistia seu corpo dormir abraçado a filha na cama minúscula em que se situavam.
Passou a noite inteira ali, e se surpreendeu quando pela manhã a garota havia se virado e correspondido ao abraço dele.
Harry não sabia o que fazer, mas gostou muito da sensação vinda dela no que antes ele somente abraçara Hermione assim, principalmente em como ela sorriu ao roubar um lápis de olho que Petúnia usava, somente para pedir uma espécie de cicatriz idêntica ao do pai em sua testa, tendo o mesmo não conseguindo negar e desenhando isso nela.
Tendo agora ambos os Potter dormindo com "cicatrizes" idênticas na testa.
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{ 12/08/1992 }
Era mais um dia e Harry estava saindo de casa com sua filha após o ambiente pesado da casa de seus parentes parecer fazer mal a garota, não sabia o que era isso, mas parecia que um calor começava a se predominar em seu peito.
Igual à quando saiu de casa pela indiferença dos tios no passado, mas dessa vez tinha companhia enquanto saiam as compras com a filha, visitaram lojas de roupas para comprar um armário todo a ambos, iam a lanchonetes, sorveterias e parque de jogos no shopping.
Tudo fazendo com que ele passasse lentamente a sorrir verdadeiramente como poucas vezes fez em vida, pouco se importando que ela tenha sido fruto de algo traumatizante ao mesmo, somente podendo acolhê-la, uma resposta automática de como gostaria de ser acolhido pelos tios, mas que nunca recebeu isso na vida e não falharia com a menina inocente presa a um corpo forçado a amadurecer.
- "Talvez eu possa realmente ser feliz?" - Pensou Harry quando via a menina pular animadamente em um brinquedo de dança, com o mesmo logo indo acompanhar ela. - "Talvez não tenha problema levá-la a Hogwarts, é minha filha." - Pensou ele por fim, onde um estranho símbolo mal cicatrizado no pulso de sua filha era aparente com ela pulando no brinquedo. - "Estranho."
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{ 13/08/1992 }
- "É a variante de um símbolo relacionado ao panteão grego. O templo da Deusa Harmonia, segundo o mito, a união carnal de Harmonia e Ares, o Deus da Guerra, produziu as Amazonas." - Harry recitou mentalmente quando encontrou algo voltado a sociedade grega antiga preso a sua memória fotográfica que explicava sobre tudo o que havia do assunto em Hogwarts. - "Segundo esses mitos, as amazonas se reproduziam rapidamente, após acasalarem davam à luz num mês, os bebês cresciam absurdamente depressa nos primeiros anos e depois o processo de envelhecimento era natural, o que na época era o jeito mais eficaz de criar um exército."
Horas mais tarde, Harry ainda notava como ela escondia a cicatriz do braço, fazendo o mesmo se preocupar:
- Sabe que pode me dizer o que quiser, não é, Harriet? - Harry disse quando ambos se deitaram juntos na cama, localizada no armário embaixo das escadas. - Eu não posso dizer que te amo sem mentir, mas creio que é algo que posso chegar a sentir com o tempo.
- Não se preocupe, papai... só não gosto de me lembrar do que me fizeram. - Harriet respondeu enquanto se virava na cama, sob suspiro profundo do pai. - Sabe, torturas e tudo mais?
- É... eu sei. - Harry respondeu ainda desconfiado.
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{ 14/08/1992 }
Harry não gostava do que estava fazendo, e até mesmo se sentia como um abusador agora... mas é como Hermione sempre o disse, a curiosidade dele era capaz de mudar o mundo.
E agora, com algo que a própria Perenell o ensinou dentro da cúpula temporal, foi que ele não precisou olhar diretamente nos olhos da filha, e sim somente o reflexo no espelho enquanto escovavam os dentes juntos:
- { 60 dias depois do Parto: 1987 } -
- Mamãe, quem é o papai? - Um bebê recém-nascido perguntou com uma inteligência assustadora e capacidade plena de fala. - Onde está o papai. - Indagou ela com o monstro que era a mãe, sussurrando que um dia ela saberia.
- { 2 Anos de Idade: 1989 } -
- Harriet, vem. - Chamou a mãe da porta da casa quando se virou, vendo a filha com aparência de sete anos de idade. - Vamos, tá na hora.
- { 4 Anos de Idade: 1991 } -
- Logo vocês darão o passo final glorioso para fase adulta. - Uma velha disse enquanto queimava com um pedaço de ferro, a carne das garotas ao lado. - Hoje irão aprender a como suportar a dor. - Dizia ela queimando ao pulso de sua filha agora com 14 anos. - E a como infringir ela. - Explicou onde as mães das garotas amarradas ao fundo aguardavam seu "glorioso propósito".
- "Então é por isso que essa coisa está seguindo-a." - Harry pensou enquanto no reflexo do espelho ele podia ver a forma grotesca do monstro que o estuprou, pelo menos a versão dessa mulher degolada era aparente em meio a tanta energia obscura e pútrida.
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{ 15/08/1992 }
Foi com grande surpresa que Albus Dumbledore recebeu uma carta de Harry, sentia que havia agido meio perseguidor e possessivo em seus últimos encontros e correspondência, mas aqui estava o rapaz perguntando algo acadêmico a respeito de lendas gregas, e como um antigo professor não iria deixar um aluno na mão.
- Hm... - Albus murmurou vendo o que o rapaz já sabia, e enviava uma carta resposta ao menino. - Creio que começa com a lenda tradicional, guerreiras amazonas acasalam, os machos são assassinados e bla bla bla... - Ditava ele escrevendo a teoria enquanto recitava o que se lembrava. - Ah, sim, não são as mulheres quem matam, em vez disso seguindo o ritual de iniciação de uma Amazona, tudo exige que a criança concebida do ritual de acasalamento receba a marca no pulso matando a mãe, seguido de caçar o próprio pai. É, acho que é isso que envolva a obtenção do potencial de ambos os pais na criança... mas quem diria que a história da magia do primeiro ano agora abordasse a cultura grega antiga, acho que preciso me atentar mais as matérias lecionadas aqui dentro. - Matutou o diretor pegando duas gotas de limão, comendo-as com um leve desconforto na cabeça, mas que ignorou como vinha fazendo na última década. - Sim, sim... assim está bom. Poderia levar de volta a seu dono, minha querida? - Indagou Albus com a coruja estufando o peito e voando escritório afora.
Uma pena que tal informação não chegasse em tempo necessário para Harry se preparar.
[ ... ]
{ 16/08/1992 - 23:59 }
- Eu tenho que matar você. - Harriet disse com o primeiro sorriso verdadeiro surgindo em sua face, após ver o pai receber uma correspondência e dali entrar em estado de alerta junto aos parentes. - É o que eu sou.
- Então eu tenho que matar você primeiro. - Respondeu Harry, com os Dursley se encolhendo no canto da casa, visando abraçar o filho em proteção.
- Claro, mas deveria ter feito isso a trinta segundos. - Harriet disse o obvio. - Você não irá me matar, pois ainda é fraco o suficiente ao se iludir de que teria uma normalidade e família nessa sua vidinha medíocre.
- É muito difícil, não é? - Harriet dizia de forma sarcástica, sob contenção do Potter. - Mesmo com esse corpo esplêndido e aprimorado, ainda existe um garotinho abusado e traumatizado pelos tios, um menininho estuprado por uma bela Amazona. - Dizia ela para choque ainda maior de seus parentes, que não acreditavam em algo tão horrível ter ocorrido. - Que se iludiu do fato de uma magia acidental tê-lo feito um homem poderoso entre os demais de sua idade... convenhamos, você externamente pode ser um adulto, mas é sua mente fragilizada que importa.
- Harriet, você pode ter matado o monstro que foi sua mãe... mas não precisa seguir nesse caminho que ela a colocou. - Harry explicou com uma sensação interna horrível e os olhos começando a arder levemente em puro incomodo. - Se for embora, eu não farei nada contra você... mas se decidir ficar, eu lhe prometo que te protejo de todas as Amazonas que tentem te capturar.
- Eu não posso... não tenho escolha. - Respondeu ela convicta, enquanto se aproximava lentamente, sabendo que seu pai nada mais era que um garotinho recém formado no primeiro ano de Hogwarts, diferente dela treinada duramente como guerreira nos últimos anos. - Não é nada pessoal, mas eu preciso disso para me provar e convenhamos... essa sua varinha não me assusta em nada, não quando menores de idade são vítimas do sistema burocrático de seu ministério corrupto. - Estava ela a dois passos de Harry. - Adeus, Papai.
- Me perdoe... - Murmurou Harry abaixando seu olhar enquanto sua varinha caia da mão e ela buscava sorrir maleficamente quando mirara um golpe com o punhal feito dos ossos da própria mãe.
E com um movimento extremamente rápido, Harry tocou sua Excalibur com a mão direita que caia, desembainhou-a e com um corte rápido dividiu a cabeça do restante do corpo ao qual pertencia a Harriet Potter, sua filha.
Todos estavam horrorizados e gritaram com a cena brutal em sua frente, Petunia tampava os olhos de seu filho, Válter não acreditava, não podia acreditar que realmente o Potter acabara de matar alguém. Tudo bem que ele já o ameaçara antes em meio a todas as desavenças dos últimos anos, mas ver na sua frente o olhar frio e com respingos de sangue na bochecha, somente podia tremulamente abraçar sua família em defesa dos próprios.
Mas não era necessário, pois Harry estudou a espada lendária ao qual segurava, encarou a poça enorme de sangue que se alastrava pelo chão e sem forças nenhuma caiu de joelhos enquanto sentia o ardor de seus olhos serem lagrimas brotando rapidamente, que escorriam por suas bochechas. Pela primeira vez chorando quando somente fez isso na noite em que foi estuprado por aquela mulher, e agora pela segunda vez no assassinato do fruto de tamanho crime, sua própria filha.
- Me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... me perdoe... - Harry estava de joelhos, pegando a cabeça decepada de sua filha, abraçando-a em choque. - Porra... - Sentia uma dor enorme em seu interior. - Porra... porra... porra. - Sentia algo escaldante queimar em seu peito com seus olhos obscurecendo-se. - Eu não queria... - Sentia esse fervor crescer por seu corpo todo. - NÃO!!! - Gritou ele com puro magoi explodindo de seu corpo no formato de milhares de borboletas obscuras aos quais se impregnavam na única coisa que podiam absorver... a própria casa absorvendo massivamente a magia que protegia o Potter e sua família, se fortalecendo em um nível nunca visto, por curtos segundos era como se tornasse visível uma cúpula em volta do terreno da casa, mas que ao absorver tanta magia e sentindo que seria visível aos No-mag, visou se expandir o máximo possível a fim de continuar absorvendo tal energia, elevando-se tão grandemente que alcançou as fronteiras da cidade, tornando cada membro dentro dali, um protegido da magia de sangue familiar que uma vez Lility Potter destinou a seu único filho.
Toda a cidade ao redor da casa passava por um pandemônio quando uma espécie de leve terremoto se instaurou no solo todo. Seu grito não era audível a todos, mas as nuvens de uma tempestade surgindo do nada se instaurou no país, relâmpagos se espalhavam em meio as nuvens e uma forte chuva passava a banhar todo o país, buscando limpar a alma de alguém que pela primeira vez em muitos anos finalmente sentia emoções verdadeiras, sendo dessa vez pura angustia e dor agonizante no assassinato da única esperança que sentia de ter uma família.
[ ... ]
Lility Evans Potter acertou em muitas coisas na vida, estudante mais inteligente de Hogwarts, protegida de Minerva McGonagall, campeã Tri-bruxo mais poderosa, Indizível oculta da sociedade britânica e feiticeira mais poderosa que levou as tropas de Voldemort recuar na última guerra, no que futuramente foi conhecida como a chacina escarlate.
Isso é claro antes da gravidez, pois em meio a seu retiro antissocial com o marido embaixo de alas tão poderosas, tal mulher genial ficou um pouco paranoica com proteção de sua família contra o Lorde das Trevas, levando-a no que somente Albus Dumbledore descobriu serem alas de sangue ligadas a própria magia do filho.
Magia de Sangue é um ramo muito antigo e extremamente proibido, pois no passado quando puro-sangue concebiam filhos abortos, mantinham a criança viva ligando a magia dela quase por completo nas alas de suas mansões, destinando a criança inocente a uma curta vida de servidão, desde que alas de sangue selavam a magia de seus alvos em 70%, sugando principalmente a vida útil até a esgotar, era um preço que puro-sangue não temiam sacrificar pela proteção total que tais alas forneciam, principalmente quando eram meros abortos descartáveis que poderia ser útil a família em alguma coisa.
Em específico, quando Albus Dumbledore se tornou feiticeiro chefe da confederação internacional dos magos, foi que ele aboliu muitas crenças e rituais antigos, obtendo ódio dos puro-sangue e apoio dos meio-sangue com a abolição total desse ramo da magia.
Mas como uma pessoa paranoica e isolada por meses numa casa agiria com racionalidade? Não agiria, e Lility Potter pela primeira vez não agiu racionalmente.
Longe do conhecimento de seu noivo que fugia escondido para o que ele achava ser a secreta Ordem da Fênix, a ruiva oculta que levou a chacina para diversas mansões de comensais da morte, ligou a magia de seu filho a única casa que ela sabia que nenhum bruxo das trevas o encontraria, mas não foi um ato mal pensado, na verdade, a ruiva praticamente reformulou todas as bases a respeito de alas de sangue, buscando obter neutralidade total de sua irmã e o marido para com o filho, pois uma tia neutra que ignorava seu parentesco era muito melhor que uma tia odiosa e abusiva de seus laços mágicos, mas o que ela não esperava era uma Horcrux se apossar de seu bebê, uma Horcrux que com o tempo visou influenciar todos aqueles próximos a ela, trazendo assim à tona o pior dos lados da família Dursley, focados direto em seu bebê.
Agora, mais de uma década depois de tais alas serem criadas, elas enfim perderam o laço que as mantinha em pé, pois Harry Potter destruiu os selos em seu magoi impostos de tamanho ritual, ele se libertou disso quando se chocara contra as alas dos Flamel, porém... ele retornou ao local de origem.
E um local sem ponto fixo de bateria, acabou por novamente buscar o maior ponto de abastecimento, isso quando Harry Potter perdeu o controle de seu magoi no assassinato de sua filha, que toda a ala de sangue visou absorver sua magia quase por completo, e com ele ainda dentro da casa, ela continuou buscando mais e mais para absorver, desde que agora não só tinha que manter uma casa protegida, como também uma cidade toda pela alta potência que o magoi extremamente grande de Harry Potter alcançava.
E com isso, foram dias de processo e dreno magico emocional que as alas visaram se focar, dias que serviriam para Harry nunca mais precisar voltar a esse lugar a fim de reabastecer tais alas, porém que custariam muito caro a ele como humano:
- { 17/08/1992 - Alegria } -
A primeira coisa que Harry sentiu esquecer, igual à quando massivamente selava suas emoções, foi aquele calor de quando abriu a carta de Hogwarts em que Rubeus Hagrid e Martha Abbot o entregaram, fornecendo-o todo um mundo novo de liberdade parental.
- { 18/08/1992 - Tristeza } -
A segunda coisa que Harry sentiu esquecer, foi aquele frio de quando escutou Petúnia dizendo que seu pai era um bêbado e a mãe uma prostituta, aos quais foram mortos em um acidente de carro.
- { 19/08/1992 - Raiva } -
A terceira coisa que Harry sentiu esquecer, foi aquela fúria que sentira quando seu tio tentou bater nele pela última vez, e ele chegou a poucos passos de degolar a garganta do mesmo com uma espada recém comprada.
- { 20/08/1992 - Aversão } -
A quarta coisa que Harry sentiu esquecer, foi quando se dignou a aceitar as ordens de uma mulher quando tinha sete anos de idade, que lhe prometera comida em troca de uma surpresa, surpresa essa que ele se sentiu horrível do estômago pelo olhar malicioso dela em suas regiões intimas.
- { 21/08/1992 - Desprezo } -
A quinta coisa que Harry sentiu esquecer, foi aquela quando vira o assassino de seus pais furioso pela descoberta dele ter criado uma Horcrux, sabe lá o que seja isso, mas a sensação em ver alguém tão grande em tal estado era viciante e o desprezo que ele apresentava só afetava ainda mais o inimigo.
- { 22/08/1992 - Surpresa } -
A sexta coisa que Harry sentiu esquecer, foi aquela quando na manhã seguinte acordado, tinha sua filha abraçada a ele o chamando de papai.
- { 23/08/1992 - Medo } -
A sétima coisa que Harry sentiu esquecer, foi aquela quando viu o cadáver decapitado da filha, quando segurara sua cabeça e abraçara não acreditando que acabara de matar a sua única chance de ter uma família.
[ ... ]
{ 24/08/1992 - 00:00 }
Alguém o espiava pela janela do quarto de Dudley, quando Harry mais uma vez a noite tentou se aproximar do mesmo, mas que ele já se encontrava apagado após mais um dia de indiferença.
E esse alguém, de rosto sardento, cabelos vermelhos e nariz comprido, sorriu alegremente quando o viu cobrir seu primo.
Gêmeos Weasley se encontravam do lado de fora da janela e logo sussurraram:
- O Vagabunda, por que não está respondendo nossas sete cartas? - Riram ambos.
- Desce essa caralha de carro daí, seus porra. - Harry olhou para todos os cantos e deu graças aos deuses que ninguém estava acordado e nem na rua essa hora, com base nas luzes apagadas e silencio que só era atrapalhado pelo motor de um carro, mas que se abrissem a janela de suas casas, iriam ver que o mesmo não se encontrava percorrendo a rua e sim flutuando em meio a duas casas.
E com isso dou fim ao terceiro capítulo do livro 03 da Changed Prophecy.
Espero que tenham gostado do capítulo, na verdade, não, espero que tenham odiado a maldade que fiz a nosso Harry, juro para você me senti muito um Chuck de supernatural agora.
Enfim, realmente espero que tenham sido interessante, aguardo geral na seção de comentários. XD
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Harry Potter:
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Harriet Potter:
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Petunia Dursley:
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Válter Dursley:
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Dudley Dursley:
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