Chapter 4 - A-Viagem-de-Pânico.

{ 24/08/1992 - 00:00 }

Com o Ford Anglia pousando estacionado no quintal traseiro da residência dos Dursley, foi que Harry desceu velozmente as escadas em pura planagem a fim de evitar que o barulho de seus passos acordassem a seus tios.

Destrancando a porta traseira da casa, foi que ele enfim deu de cara com dois ruivos gêmeos pouco abaixo de sua estatura.

 

 

- Tudo bem, meu bom senhor? - Perguntou o da esquerda fingindo uma curta reverência, com Harry notando sete sardas abaixo do olho direito. - Eu sou o padre Forje.

 

- E eu sou o padre Gred. - O da direita continuou com Harry notando sete sardas abaixo do olho esquerdo. - Por acaso estaria interessado na palavra de nosso querido senhor Jesus Cristo.

 

 

- Você é um feiticeiro, Fred. Creio que só por isso já é uma ida direto ao inferno. - Harry forçou um sorriso e ironia com o ruivo da esquerda afiando seu olhar para o que via, e seu gêmeo a direita arregalava os olhos.

 

 

- Como sabe? Nem nossa mãe nos diferença. - Fred indagou surpreso, com Harry dando um último olhar para as sardas idênticas, porém de lado opostos que Harry tanto utilizou para diferenciar os idênticos ruivos.

 

 

- Que é que está acontecendo? - Perguntou George dando um passo à frente, tocando ao queixo de Harry enquanto parecia ver algo que seu irmão gêmeo não via. - Por que você não tem respondido às cartas? Convidei-o a vir nos visitar diversas vezes e então papai chegou em casa alarmado dizendo que um segundo terremoto pareceu eclodir, sendo dessa vez perto de onde você mora.

 

 

- Verdade... você tem que ver a loucura que o mundo está entrando, terremotos, tempestades, puro magoi concentrado se expandindo pelo mundo mágico todo. - Fred riu animado, com seu irmão praguejando sob como a única diferença de ambos era a inteligência. No qual só ele conseguia ver que Harry estava forçando um sorriso e seu olhar parecia morto como um daqueles soldados que saiam de uma guerra. - O ministério está alegando o surgimento de um novo Lorde das Trevas em Gringotes, e todos não param de comentar sobre a Rebelião dos Goblins.

 

 

- Desculpe por isso... não queria preocupar ninguém. - Harry disse enquanto olhava o carro estacionado e saia logo da casa, indo em direção ao veículo, sentando-se assim no capô. - Pelo menos essa rebelião é algo mais voltado a liberdade da raça Goblin, do que um confronto com os feiticeiros.

 

 

- Espera, foi você? - Fred perguntou surpreso, com George dando um curto riso.

 

- Só você mesmo, Harry. - George disse quando viu algo diferente com ele. - Espera aí, trocou de espada?

 

 

- É... Ragnok quebrou a minha quando lutamos, então ganhei essa no lugar. - Harry disse enquanto a desembainhava e sentia um aumento de seu poder somente em empunhá-la. - Quer testar?

 

 

- Ah, não valeu. - George negou, quando da primeira vez que foi empunhar uma das espadas de Harry, era quase tão pesada quanto seu corpo.

 

 

- Eu quero! - Fred disse animado enquanto dava um passo à frente, em direção a espada que Harry fincara no chão. Pegando-a pela base, foi que com um puxão forte sua mão simplesmente escapou enquanto o mesmo caia de costas e a espada mal se movia do solo.

 

Vendo Harry e George rindo dele, o mesmo logo se levantou praguejando, e retornava para empunhar a espada. Porém, mesmo com toda sua força, nem se ajeitando ou empurrando, a espada mal se movia.

Onde só com um curto riso de Harry que o mesmo enfim se levantou do capô, fez uma encenação com a mão e puxou a espada com facilidade.

 

 

- Se chama Excalibur. - Harry explicou sob arregalar de olhos de ambos. - E pelo visto minha teoria de que somente eu poderia empunhá-la também se encontra correta. - Harry finalizou sua explicação a embainhando na cintura, e assim voltando a se sentar no capô. - Agora me diga, como estão usando um carro voador se não podem utilizar magia fora de Hogwarts?

 

 

- É só emprestado. É do papai, não fomos nós que o enfeitiçamos. E não fuja do assunto, queremos saber o que nosso novo Lorde das Trevas tem feito para causar tanta comoção no mundo. - Fred explicou com George indo até o banco do motorista.

 

 

- Entre. - Convidou George ainda analítico com o estado sem emoção nos olhos de Harry.

 

 

- Por que eu iria? - Harry indagou seriamente. - Qual o motivo de ir visitar sua casa quando iremos nos encontrar em poucos dias na escola.

 

 

- Porque meu caro... esse lugar de merda parece estar fodendo com sua mente. - George disse apertando firmemente ao volante do carro. - Primeiramente seria só um pedido de visita a nossa casa, conhecer nossos pais e irmãzinha fanática no Garoto-Que-Sobreviveu... mas pelo visto isso agora se tornou uma missão de resgate para salvar sua alma desses trouxas patéticos que não sei o que fizeram, mas parece que algo fudeu com sua mente.

 

 

- Ei! - Harry o censurou. - São meus parentes que você está insultando.

 

 

- E mesmo com você fingindo os defender, não consigo ver amor algum ou carinho em suas palavras. - George contra respondeu ainda seriamente. - Agora entra na porra do carro, pois não vamos sair daqui sem você... e não me olhe feio assim, pois você é forte, mas eu irei sentar você na porrada se continuar querendo voltar para esse lugar de merda.

 

 

- Minha maleta continua lá dentro... e preciso me despedir de meu primo. - Harry disse se levantando do capô, com um suspiro profundo e cansado.

 

 

- Onde está? - Fred indagou seriamente ao notar como seu irmão gêmeo não estava brincando mais, realmente tinha algo obscuro acontecendo ali e ele não iria duvidar da inteligência de seu gêmeo.

 

 

Com mais um suspiro cansado enquanto caminhava para dentro, foi que Harry os estudou por curtos segundos e logo largou mão de qualquer besteira:

 

- Armário de dispensa dos produtos químicos e vassouras embaixo da escada. - Harry explicou onde entrava na casa, flutuava pelas escadas e assim enfim retornava ao quarto de seu priminho. - Oi Duda... - Harry disse se ajoelhando para ficar mais próximo dele a cama. - Terei que sair e provavelmente irá demorar um tempo para nos vermos de novo... talvez eu nem retorne mais... espero que não me culpe pelo que te fiz assistir dias atrás, eu irei resolver isso logo e nada mais perigoso irá invadir essa casa, nem eu... eu prometo. - Finalizou Harry se levantando e abrindo os olhos. - Se cuida, rapaz... Um dia você irá receber um presente que irá ajudar em sua vida, mas para isso terá que estudar, se aperfeiçoar e buscar um futuro com um diploma de verdade, espero que aproveite sua vida... Adeus. - Concluiu ele com um acender luminoso da ponta de seu dedo, que tocou levemente a testa do rapazinho.

 

 

- Se despediu? - George indagou vendo Harry flutuar escada abaixo, e diferente de seu irmão que olhava maravilhado, o mesmo buscava tentar manter sua face estoica igual à que Harry sempre apresentava.

 

 

- Vamos, quero ver como esse carro voador funciona. - Harry disse com ambos sorrindo, seguindo Harry porta afora. Pouco notando eles como um garotinho havia corrido até a porta de sua casa, e assistia com o coração partido seu primo ir embora, e dessa vez parecia que era de vez, tendo mesmo ele sendo uma mera criança, manipulável e tendenciosa a opinião dos pais, compreendendo que errou em alguma coisa com seu primo, mesmo tendo os pais o guiando por esse caminho.

 

 

[ ... ]

{ 24/08/1992 - 01:00 }

- Então deixe me ver se entendi. - Harry disse no banco traseiro, enquanto apontava para o volante. - É um carro No-mag completamente comum que seu pai viu abandonado, recuperou ele e o reformou banhando em puro magoi? E esse botão vermelho da esquerda pode fornecer invisibilidade, enquanto o da direita faz o carro flutuar?

 

 

- Isso! - Fred respondeu animado. - Mostre a ele Fred, papai ficou maluco quando turbinamos o carro. - Riu o gêmeo ruivo, quando seu irmão sorriu e apertou os dois botões vermelho ao mesmo tempo.

 

 

O que antes era um carro voando a uma velocidade de 100 Km/h, simplesmente do nada explodiu em pura combustão dos escapamentos, elevando sua velocidade a 200 Km/h, no qual atravessava toda a cidade em que Harry morava:

 

 

- Olha só... lembra até o meu começo. - Harry riu em referência a ele também conseguir voar a 200 Km/h.

 

 

- Desumilde pra caralho, vai se fuder. - George riu com o olhar sem graça do irmão.

 

 

- Enfim, pousa aqui um minuto... quero fazer uma coisa. - Harry disse quando viu uma loja que conhecia bem abaixo.

 

 

Com o Ford Anglia pousando em seu estado de invisibilidade no que era um beco escuro, Harry saiu dele e não retornou nos próximos cinco minutos, em que George aproveitou para explicar que conseguia ver que Harry estava mal, que era para ambos ajudá-lo de alguma forma, mas não sabia como, e, nem o que havia de errado com ele:

 

- Que tal música? - Fred perguntou enquanto puxava alguns discos pequenos que seu pai sempre escutava antes de chegar ao trabalho.

 

- Pode ser, mas não force o problema a ele, deixe ele se abrir primeiro a nós. - George avisou seriamente.

 

 

- Voltei, cadelas. - Harry disse quando não via o carro, mas sentia a presença magica dos gêmeos. - Trouxe algumas coisas, tem salgadinhos, bebida e esses doces também. - Harry dizia enquanto entrava no carro e esparramava as comidas pelo banco.

 

 

- E nós temos música, a viagem vai demorar um pouco, então abre logo essa barra de chocolate. - Fred disse ajustando o rádio, com seu irmão voltando a dirigir o carro para fora do beco em puro voo que subia velozmente aos céus.

 

 

[ ... ]

{ 24/08/1992 - 03:00 }

- Pare! - Harry disse abruptamente quando viu George o encarar duvidosamente no espelho retrovisor, e Fred se encolher levemente.

 

 

- Ah, desculpe... estou falando demais. - Fred tentou se desculpar de forma envergonhada.

 

 

- Não, gracinha... eu adoro escutar suas teorias da conspiração maluca. - Harry riu fingindo uma cena romântica quando tocara ao queixo do ruivo. - Só pare o maldito carro! Minha magia parece que vai explodir. - Harry praguejou quando sentiu seu tórax arder dolorosamente.

 

 

- Não tem lugar para pousar. - George olhava tudo floresta abaixo, e não via como ajudar seu amigo.

 

 

- Porra! - Harry praguejou abrindo o vidro do carro. - Continua voando que eu já volto. - Pulou assim ele carro afora, sob grito de Fred e George.

 

 

- Cacete, ele tá tentando se matar? - Fred perguntou enquanto pulava ao banco de trás e colocava a cabeça para fora, a fim de ver onde Harry caiu.

 

 

- Nós já o vimos voar para fora de um trem, certeza que está bem. - George disse dando uma volta no céu com o carro, porém que logo arregalou os olhos quando todas as árvores em um raio de cem metros foram arrastadas brutalmente para fora, com uma cratera fumegante no centro. - Que merda é essa?

 

 

- Fred, ele está vindo... e rápido! - Fred gritou voltando velozmente ao banco da frente sem cuidado algum, quando viu seu amigo se elevar velozmente do centro da cratera em puro voo no que mais parecia um anjo assassino de olhos esmeralda.

 

 

{ 24/08/1992 - 05:00 }

Era cinco da manhã quando o Ford Anglia enfim pousava em um terreno gramado marcado pelas rodas de um carro, a distância era notável, um lago, montanhas e uma casa genial aos olhos de Harry.

Fred e George, que estudavam ao estado silencioso de Harry desde as três da manhã quando o mesmo pulou do carro e explodiu parte de uma floresta, se mantiveram preocupados esse tempo inteiro, mas que não encheram ele demais, desde que era notável algo de errado ali.

Onde ao trio sair do carro, e Harry estudar ao ambiente com o reflexo dele refletindo no lago escuro iluminado pela luz do luar, foi que novamente seu peito pareceu arder e doer, sua respiração parecia falhar como quando engasgado e se tornava audível a forma abrupta dele respirar aceleradamente, uma espécie de vertigem e tontura se propagou em seu corpo quando olhara o reflexo de seus olhos, olhos idênticos ao de sua filha recém-assassinada por suas próprias mãos, não sabia que sensação era essa e nem mesmo se era uma sensação, mas não queria em nada perder o controle de sua magia igual ocorreu horas atrás naquela floresta em que ele atomizou tudo com magia acidental, assim caindo de joelhos foi que ele viu suas mãos perto do rosto, tremiam incontrolavelmente enquanto os dois ruivos logo atrás de si se ajoelhavam a seu lado, falando diversas coisas que ele pouco conseguia entender.

Parecia como quando seu tio tentou afogá-lo na banheira antes dos sete anos, em que ele o afogava e falava coisas inaudíveis que eram somente ruídos e barulho de água inundando seus ouvidos.

Mas ele não estava dentro da água, não estava afogando em nada, somente em seu puro Magoi que novamente parecia crescer dentro de si descontroladamente nos selos que ele mesmo criou, é como se sua magia tentasse vazar para fora e consertar algo que fazia mal a ele, mas ele não estava machucado para ser consertado, e quando anteriormente sua magia não encontrou nada de errado no seu corpo, ela explodiu tudo à sua volta buscando atomizar qualquer ameaça que tivesse pressionando seu portador. Isso resultando na destruição parcial de uma floresta as três da madrugada.

 

Sentindo seu corpo ser virado no chão, com ele agora vendo a lua e o céu estrelado, e não os olhos esmeraldas idênticos ao de sua filha decapitada por suas próprias mãos, foi que com sua respiração pesada Harry enfim sentiu os dois ruivos pararem de falar, o som de grilos e animais da floresta se propagou com remexer leve da água no rio ao lado, e assim dois pesos confortáveis deitaram em seu tórax que agora parecia se normalizar pouco a pouco no cantarolar de um assovio rítmico que somente escutava em seus pesadelos, foi que ele enfim olhou para baixo e viu seus dois amigos deitados no chão lamacento com os olhos fechados em pura preocupação do que viam ser um ataque de pânico em Harry.

Colocando ambas as mãos na cabeça deles, foi que Harry fez leves carinhos iguais ao que fazia com seus animais na maleta engana trouxa, sabendo que isso os acalmava.

 

- Obrigado... - Harry suspirou profundamente, com ele vendo ambos olharem agora a ele. - Estou melhor agora, tudo bem, só um pouco de magia acidental querendo explodir.

 

 

- O que tem de errado com você, Harry? - George perguntou preocupado. - O que seus tios fizeram naquela casa para te deixar assim.

 

 

- Não foram eles... - Harry fechou os olhos suspirando em uma busca de normalizar sua respiração. - Mas esqueça, não quero saber mais disso, vamos levantar. - Forçou ele um sorriso. - Quero ver se sua mãe cozinha tão bem quanto disseram. - Trocou ele de assunto enquanto se virava de costas, e assim via novamente seus olhos esmeraldas, olhos refletidos em si, mas que pareciam ilusoriamente se alterar nos de Harriet Potter.

 

 

- "Você viu aquilo antes onde guardam as vassouras não é?"- George indagou mentalmente no que eles guardavam em segredo de suas habilidades telepáticas de gêmeos.

 

- "Sim, aquele armário de produtos químicos... tinha escrito em vermelho no canto: Quarto da Aberração." - Fred explicou sem dizer realmente que aquela cor vermelha não parecia tinta e sim sangue seco ressecado.

 

- "Será que as coisas foram mesmo tão ruins?" - George continuou indagando, quando viram Harry seguir andando a frente deles, estudando o caminho para estranha casa.

 

- "Se for verdade e não uma brincadeira... então Harry foi abusado pelos parentes a infância toda." - Fred concluiu com George assentindo.

 

- "Mas não parece que esse é o problema com ele, parece algo diferente que está o afetando, não é?" - George indagou seriamente, quando viram como Harry parecia se hipnotizar por seus próprios olhos a qualquer reflexo que via durante sua viagem.

 

- "O que podemos fazer se a maior figura de autoridade do mundo é seu guardião e ainda permite uma coisa dessas acontecer?" - Fred perguntou sem saber como ajudar.

 

- "Eu não sei, mas vamos ter que ficar perto dele e protegê-lo... talvez chamar a ajuda do time para cuidar dele em Hogwarts." - George disse já pensando em Angelina, Alicia e Katie, que praticamente viam Harry como um irmãozinho bombado e bem desenvolvido.

 

- "É, mas vai ser difícil." - Fred concluiu suspirando profundamente igual a seu irmão, que prontamente abriram a porta da casa e forçavam um sorriso onde enfim apresentavam seu lar ao melhor amigo de ambos.

 

 

Mal notando eles quando entraram na casa, que uma figura oculta no último quarto superior da casa tinha assistido toda a cena, e suspirava buscando saber como reagir a isso agora, antes ela simplesmente os castigaria por fugir no meio da noite e voltar só no início da manhã feito alguma aventura dos gêmeos, mas agora parecia que isso não era só uma aventura de adolescentes rebeldes e sim algum resgate do melhor amigo deles.

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E com isso dou fim ao quarto capítulo da Changed Prophecy e a Câmara Secreta.

Espero que tenham gostado e não se esqueçam de comentar. Logo trarei mais. XD

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Fred Weasley:

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George Weasley:

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Ford Anglia (1980):

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Música que Fred colocou no Ford (ONLAP - Out Of My Way):

https://youtu.be/9LHb6Nt2kLk

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Cena Inspirada na Magia Acidental de Harry:

https://youtu.be/1kbOdI08Ct4

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Assovio que Harry sempre escutou em seus pesadelos e agora o acalmou nessa crise de pânico:

https://youtu.be/N-zqQ-518Mg

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