A câmara secreta revelada pela abertura da porta era um vasto salão, iluminado por uma luz etérea que parecia emanar das paredes, refletindo o brilho esverdeado dos cristais incrustados nas rochas. O ar estava pesado com a presença de antigas magias, e a sensação de poder era palpável, quase sufocante.
Andrew avançou lentamente pelo salão com um olhar predatório. Suas mãos acariciavam as runas e os símbolos que decoravam as paredes, absorvendo cada fragmento de conhecimento que ele podia. No centro da câmara, sobre um pedestal de mármore negro, estava o Livro do Oráculo do Destino, envolto em uma aura de energia pulsante.
— Finalmente — sussurrou Andrew, seus olhos brilhando de avidez. — O poder de mudar o destino está ao meu alcance.
Ele estendeu a mão, sentindo a energia do livro correr por seus dedos. Mas antes que pudesse tocá-lo, uma figura emergiu das sombras, sua presença emanando uma força imensa.
— Você não devia estar aqui, Andrew — a voz de Dominik ecoou pelo salão, fria e implacável.Andrew recuou, surpreso e alarmado. — Dominik? Como você me encontrou?
Dominik avançou lentamente, seu olhar fixo em Andrew. — Eu sempre estive ciente de suas intenções. Você é uma ameaça que não posso ignorar.
Andrew ergueu o cetro, pronto para se defender. — Você não vai me impedir. Este livro pertence a mim. Eu vou reescrever a história como bem entender!
Dominik levantou a mão, e uma onda de energia sombria emanou dele, envolvendo Andrew. — Você não compreende o poder que está tentando controlar. O Livro do Oráculo do Destino não é uma ferramenta para ambições pessoais. É uma força que exige respeito e sabedoria.
Andrew lutou contra a energia que o envolvia, tentando resistir. — Eu não preciso de sermões, Dominik. Eu tenho o conhecimento e a vontade. Nada vai me deter!
Com um esforço supremo, Andrew quebrou a restrição de Dominik e lançou uma rajada de energia em sua direção. Dominik desviou agilmente, sua expressão se endurecendo.
— Então, será pela força.
A batalha entre eles começou, uma dança de luz e sombras, de magia e poder bruto. A câmara foi preenchida com o estrondo de explosões mágicas e o som de feitiços sendo lançados. Dominik, com sua experiência e habilidade, parecia ter a vantagem, mas Andrew, movido por sua ambição desenfreada, lutava com uma determinação feroz.
Enquanto isso, Madelyn, ainda processando as palavras de Ulisses, sentiu a perturbação mágica que emanava da câmara secreta. — Algo está errado — disse Madelyn, preocupada, enquanto Henry havia desaparecido misteriosamente.
Ela correu de volta para a cripta, seu coração batendo aceleradamente. Ao chegar à câmara, ficou chocada com a cena diante dela. Dominik e Andrew estavam envolvidos em uma luta titânica, o poder de ambos colidindo e reverberando pelo salão.
— Dominik! — gritou Madelyn, tentando se aproximar.
Dominik, vendo Madelyn, ergueu a mão, criando uma barreira protetora ao redor dela. — Fique atrás de mim! Ele não deve tocar no livro!
Andrew, percebendo a presença deles, redobrou seus esforços. — Vocês não vão me deter! Este poder é meu por direito!
Com um esforço final, Dominik pronunciou a palavra "Zalthorim", utilizada anteriormente na Era Zênite, suas palavras ressoando com uma autoridade incontestável. Uma luz dourada envolveu Andrew, e ele gritou de agonia enquanto a magia o consumia, finalmente caindo inconsciente no chão.
Dominik, ofegante, virou-se para Madelyn. — O livro... precisa ser protegido. Não pode cair nas mãos erradas novamente.
Madelyn assentiu, ainda atordoada pela intensidade da batalha. — O que fazemos agora? Dominik olhou para o livro, seu rosto marcado pela preocupação. — Devemos escondê-lo novamente, em um lugar onde nenhum ser, mortal ou imortal, possa encontrá-lo.
A Batalha Interna de Henry.
Ela aproximou-se do livro, sentindo a aura poderosa que emanava dele. — E onde seria esse lugar?
Dominik abriu a boca para responder, mas hesitou, seus olhos de repente ficando vidrados. Ele caiu de joelhos, após conseguir distanciar Andrew do púlpito e agarrando a cabeça enquanto uma batalha interna acontecia. Madelyn correu para ajudá-lo, mas foi então que viu seus olhos obscurecidos pela magia que agora dominava seu corpo.
Henry, ou melhor, a presença dentro dele que estava acorrentada, quebrou todos os impedimentos no subconsciente para enfrentar Dominik segurando a espada de Kenji, levantou-se. — Você não pode mais nos guiar — disse com uma voz que não era inteiramente a de Henry. — Eu assumirei o controle.
Madelyn ficou paralisada, reconhecendo a luta interna que estava enfrentando do lado externo. Andrew conseguiu golpear ela no momento oportuno de distração no campo de batalha. Dominik, agora se recompondo, tentou erguer-se, mas a energia que o havia dominado ainda o mantinha fraco.
— Henry, lute contra isso! — ela conseguiu dizer.
A câmara estava tomada por uma aura sinistra, relâmpagos de energia mística iluminavam o ambiente enquanto Henry e Dominik se encaravam. Henry segurava a espada de Kenji com determinação, seus olhos brilhando com uma luz intensa e conflitante.
— Você realmente acha que pode me derrotar, Henry? — perguntou Dominik com voz rouca e distorcida. — Você é apenas uma sombra do que já foi.
Henry não respondeu com palavras. Em vez disso, lançou-se para frente, a espada de Kenji cortando o ar com uma velocidade devastadora. Dominik, mesmo enfraquecido, conseguiu desviar no último segundo, conjurando uma barreira mágica que se despedaçou sob o impacto do golpe.
— Você subestima nossa força! — gritou Henry.
A batalha se intensificou, os dois lutadores se movendo com uma rapidez sobre-humana. Cada golpe de Henry era preciso e poderoso, a espada de Kenji emitindo um brilho azul vibrante a cada contato. Dominik contra-atacava com magia negra, seus feitiços corroendo o chão e deixando um rastro de destruição.
— Henry, não se deixe levar pela escuridão! — gritou Madelyn.Dominik aproveitou uma abertura e lançou um feitiço de paralisia. Henry foi atingido, seu corpo travado por um instante crítico. Dominik avançou, conjurando uma esfera de energia negra, prestes a lançar o ataque final.
Dentro da mente de Henry, uma batalha invisível ocorria. Sua consciência confrontava a força sombria que tentava dominá-lo. Henry visualizou uma versão de si mesmo, envolta em uma aura luminosa, enfrentando uma figura sombria de olhos vermelhos.— Você é meu agora! — riu a figura sombria.
Henry concentrou todo seu poder, criando uma esfera de luz que envolveu a escuridão. — Você subestima nossa força! — Com um grito final, ele lançou a esfera de luz, dissipando a escuridão e libertando-se do domínio sombrio.
De volta à realidade, Henry se libertou da paralisia, seus olhos agora brilhando com uma determinação renovada. Ele desferiu um golpe rápido e decisivo com a espada de Kenji, rompendo a barreira mágica de Dominik e atingindo-o no peito. Dominik caiu de joelhos, a energia negra dissipando-se de seu corpo.
Com um grito final, Henry atacou veementemente, libertando Dominik de seu domínio e recuperando o controle de suas energias. Ficou em um estado de transe e recuperação das partes que foram destruídas de sua fragmentação. No plano de Henry, quando tentou cravar a espada de Kenji no coração de Dominik para selá-lo de vez, acabou sendo repelido de volta à realidade. De volta à câmara, caiu no chão, exausto mas supostamente livre de Dominik. Respirando pesadamente, virou-se para Madelyn. — Devemos nos apressar — disse Henry, agora mais determinado do que nunca. — As forças do caos ainda estão à espreita, e o destino da humanidade depende de nossa ação.
Juntos, decidiram seguir, confiando em sua sabedoria e determinação para proteger o Livro do Oráculo do Destino. A jornada seria longa e perigosa, mas estavam dispostos a enfrentar qualquer desafio para garantir que o poder contido naquele livro nunca fosse usado para outros fins de natureza. Enquanto deixavam a cripta, Madelyn sabia que suas vida estaria exposta ao risco, além de enfrentar dúvidas sobre os recentes conflitos. A profecia ainda estava se cumprindo, e a verdadeira batalha pelo destino do mundo entre Henry e Zaryndor estava apenas começando em Helghard.