A câmara secreta, com suas luzes etéreas e cristais brilhantes, ficou para trás enquanto Henry e Madelyn, ainda ofegantes e cobertos de poeira, emergiram da cripta. O peso da batalha e a intensidade das últimas horas ainda pairavam sobre eles como uma sombra.
Henry olhou para Madelyn, seu rosto marcado pela preocupação e pelo cansaço. — Temos que voltar para casa. Precisamos planejar nosso próximo passo com cuidado.
Madelyn assentiu, mas seus olhos estavam fixos na entrada da cripta, como se esperasse que alguma outra ameaça surgisse das sombras. — Sim, mas... será que estaremos seguros em Solstice Haven? Com tudo o que aconteceu, parece que estamos constantemente sendo vigiados.
Henry colocou uma mão reconfortante no ombro dela. — Sei que está assustada. Mas precisamos nos reagrupar, reunir forças. Não podemos permitir que o medo nos paralise para podermos enfrentar Zaryndor. Enquanto caminhavam de volta para a cidade, o silêncio da noite era quebrado apenas pelo farfalhar das folhas e pelo som distante de animais noturnos. A tensão entre eles era palpável, cada um perdido em seus próprios pensamentos sobre o que haviam testemunhado e o que ainda estava por vir.
Quando finalmente chegaram, um antigo casarão no fim de uma rua tranquila, Henry sentiu uma leve sensação de alívio. Mas essa sensação foi rapidamente substituída por uma inquietação crescente. Ele sabia que a paz que sentiam agora era apenas temporária.
Madelyn abriu a porta e acendeu a luz do corredor, revelando um interior acolhedor, com móveis antigos e estantes repletas de livros. — Venha, Henry. Precisamos falar sobre o que aconteceu naquela cripta e o que faremos a seguir.
Eles se sentaram na sala de estar, a luz suave das lâmpadas criando um contraste reconfortante com a escuridão lá fora. Henry suspirou, passando a mão pelos cabelos. — Dominik está em algum lugar aqui dentro e não tive capacidade suficiente de promover sua execução conforme solicitado por Kenji, e Andrew... não sei o que aconteceu com ele. Ele era nosso melhor amigo, entre aqueles momentos celebres na infância desde a adolescência que consequentemente fora suspensa normalidade do nosso mundo mediante manifestação de Dominik. Precisamos nos preparar para a próxima investida.
Madelyn balançou a cabeça, ainda processando tudo. — E o Livro do Oráculo do Destino? Onde podemos escondê-lo? Dominik mencionou um lugar onde nenhum ser, mortal ou imortal, poderia encontrá-lo. Mas onde seria esse lugar?
Antes que Henry pudesse responder, um som súbito e abafado veio do andar de cima. Ambos se entreolharam, o medo e a adrenalina voltando rapidamente. — Fique aqui — disse Henry, pegando uma pequena adaga que estava escondida no cinto. — Vou verificar.
Ele subiu as escadas com cuidado, cada passo ecoando no silêncio da casa. Madelyn ficou na sala de estar, seu coração batendo acelerado. Ela sabia que o perigo ainda não havia passado, e que estavam longe de estar seguros.
Quando Henry chegou ao topo das escadas, percebeu que a porta do quarto estava entreaberta. Ele se aproximou lentamente, a adaga firme em sua mão. Ao empurrar a porta, viu uma figura encapuzada junto à janela. A figura se virou lentamente, revelando um rosto coberto por uma máscara de metal, os olhos brilhando com uma luz sinistra.
— Quem é você? — demandou Henry, a voz firme mas carregada de tensão.
A figura deu um passo à frente, a máscara refletindo a luz suave do quarto. — Eu sou apenas um mensageiro, Henry. Um aviso para vocês. O poder que vocês possuem agora não deve ser subestimado. Existem forças que farão de tudo para tomá-lo de vocês, a chave entre nossas realidades está comprometida desde seu julgamento no Tribunal intergaláctico Cósmico e ataque de Laniakea. Em que pese morte do segundo recepiente e criação de Bellmare entre os planos existentes nesta rachadura eivada de falhas...
Henry manteve a adaga apontada, mas sua mente estava girando com perguntas. — Quem enviou você? O que você quer de nós?
O mensageiro deu uma risada baixa, quase sem emoção. — Eu não estou aqui para feri-los, apenas para entregar uma mensagem. Protejam o livro, escondam-no onde nenhum ser, mortal ou imortal, possa encontrá-lo. Ou enfrentem as consequências.
Antes que Henry pudesse reagir, a figura deu um passo para trás e desapareceu em um redemoinho de sombras. Ele correu até a janela, mas não viu nada além da noite escura. Respirando pesadamente, voltou para a sala de estar onde Madelyn esperava ansiosa.
— O que aconteceu? — perguntou ela, vendo a expressão sombria de Henry.
— Recebemos um aviso — respondeu Henry, ainda segurando a adaga com força. — Precisamos encontrar um lugar para esconder o livro. Um lugar onde ninguém possa encontrá-lo.
Madelyn assentiu, mas a inquietação em seu olhar não desapareceu. — Mas onde? E como podemos garantir que estaremos seguros?
Henry suspirou, sabendo que a jornada que tinham pela frente seria perigosa e cheia de desafios. — Vamos encontrar um lugar, Madelyn. E faremos tudo o que for necessário para proteger o livro e o destino que ele guarda.
Enquanto a noite avançava, ambos sabiam que o verdadeiro perigo ainda estava à espreita. E que a batalha pelo destino do mundo estava apenas começando.
Ao chegarem em Solstice Haven, a cidade parecia mergulhada em uma aura sombria e silenciosa. As ruas estavam desertas e uma sensação de opressão pairava no ar. Henry e Madelyn trocaram olhares preocupados, sabendo que algo terrível havia acontecido ali. Quando entraram na cidade, foram recebidos por uma visão horripilante. Vários corpos estavam espalhados pelas ruas, todos com as características da terrível doença de Laurent: manchas negras se espalhando por suas peles e olhos vazios de vida. Uma sensação de desespero os envolveu enquanto observavam a devastação diante deles entre neblinas que ocultavam a visão num estado caótico de medo e desespero.
Mas antes que pudessem reagir, uma figura conhecida surgiu diante deles. Era Katrina, a adversária implacável que haviam enfrentado antes. Seus olhos brilhavam com uma malícia sádica enquanto ela se preparava para atacar Henry mais uma vez.
Com o coração pesado e determinação renovada, Henry largou sua adaga e solicitando espada de Kenji através da palavra "Enkishtútum", pronto para enfrentar o desafio que se apresentava que seria das batalhas mais intensas em razão de ter sido uma pessoa próxima e muito querida. Madelyn ao seu lado, pronta para lutar ao seu lado, mesmo diante do terror que se desdobrava em Solstice Haven. E assim, os dois se prepararam para enfrentar mais uma batalha em sua jornada para proteger o destino do mundo.