Eles chegaram após três horas em Solar de Corvarbor. Foram recebidos pelos arqueiros, que apontavam suas flechas na direção deles.
— Quem vem lá? — bradou uma voz das ameias sombrias de madeira.
— Sor Gwayne Vikary, e seu escudeiro. — disse ele, olhando para o alto. — Estávamos com Jaime Lannister na batalha que aconteceu na noite passada... Nós perdemos.
Os homens nas ameias se entreolharam e desviaram os arcos.
— Abrir os portões! — gritou o homem.
Gwayne entrou á cavalo e ajudou Daeron a descer.
O homem desceu das ameias para os receber e se aproximou por trás.
— Precisamos de um Meistre. — disse Gwayne.
— Claro, sigam-me. — o homem fez um sinal com as mãos e os arqueiros voltaram as ameias.
— Você é Sor...? — indagou Gwayne.
Ele lembrará brevemente do homem no dia em que Jaime o colocara como comandante do castelo.
— Sor Jason Lydden. — disse o homem, ainda de costas. — o que aconteceu lá?
— fomos atraídos para uma emboscada, fomos cercados e dizimados, poucos sobreviveram. Eles provavelmente já desfizeram o cerco a Riverrun.
— Que absurdo! — bradou Sor Jason. — Riverrun estava cercada por uma grande tropa, isso é uma loucura!
— Uma loucura afligida pelo Jovem lobo, foi algo inesperado o que aconteceu. — disse Gwayne.
Eles passaram por uma porta que não parecia a principal, mas levava ao interior do castelo mais rapidamente, subiram uma escadaria e caminharam por um longo corredor e finalmente chegaram na sala do Meistre.
Gwayne ajudou seu amigo a chegar na cama.
E o Meistre se aproximou para examinar, enquanto outra pessoa entrava na sala.
Ele olhou para trás para ver quem era, um jovem garoto vestido com estandarte Blackwood na roupa.
Sor Jason Lydden bufou para ele.
— O que você quer? — disse ele, o garoto não respondeu.
— Nada. — disse ele, com um breve sorriso no rosto, depois foi embora.
— Meu escudeiro levou uma flechada no braço e eu fui ferido na perna. — informou Gwayne ao Meistre.
O velho vestia um manto cinza simples com a corrente dos Meistre no pescoço e tinha um cabelo fino e meio calvo.
— Eles são nossos convidados, cuide deles. — disse Sor Jason, enquanto se retirava da sala.
— Quem cuidou dessa ferida? — perguntou o velho.
— uma pessoa bondosa. — disse Gwayne, não querendo informar muitos detalhes.
— Essa pessoa fez um bom trabalho, só precisarei jogar um vinho fervido para não infeccionar.
Ele mostra a perna vermelha do sangue e faz um rosto de dor.
— Isso precisa ser limpo e fechado, não é tão grave. — disse o velho, começando a limpar.
— Vinho fervido? — Disse Daeron, com olhar assustado. — esse pesadelo não termina nunca.
Gwayne se esforçou para soltar um sorriso.
Após terminar a limpeza, o Meistre caminhou até a fogueira e colocou um caldeirão no fogo e despejou vinho. Retornou após um tempo com o líquido borbulhando dentro da panela de ferro velha.
Daeron pegou a mão de Gwayne.
— Não olhe. — Disse Gwayne.
O Meistre transferiu o líquido para uma jarra de ferro e se aproximou para despejar o líquido na ferida.
Daeron berrou de dor e apertou a mão de Gwayne.
— Merda! — bradou ele, após terminar.
Ele jogou o líquido na perna de Gwayne depois, ele não gritou, mas fez uma cara terrível.
O Meistre passou ervas nas feridas deles e os deu unguentos, disse que em alguns dias o incômodo passaria, depois colocou uma coisa molhada por cima.
— O que é isso? — perguntou Daeron.
— Pele de peixe, vai ajudar com a queimadura. — disse o velho, soltando um sorriso sem mostrar os dentes.
Depois foram deixados para descansar na sala dele. Ambos adormeceram no quarto.
Gwayne foi o primeiro a acordar, ao anoitecer. Ele coloca a mão na bochecha de Daeron e o acorda.
— Está melhor?
— Um pouquinho...
— Vou encontrar algo para nós comer e já volto. — disse Gwayne, tirando a mão do rosto dele.
— Não demore, estou morrendo de fome. — murmurou Daeron.
Gwayne saiu e perguntou ao primeiro guarda que encontrou onde ficava a cozinha.
— Pode continuar descansando, mandarei os servos trazerem algo para vocês. — disse o guarda, estava com o estandarte da casa Lydden no peito. — O Meistre vai ceder o quarto para vocês por um tempo, mas ele ainda terá que frequentar o quarto por causa de suas tralhas.
— Tudo bem, falando nele, envie o Meistre também, se for possível. — informou Gwayne e retornou para o quarto e sentou na cama.
— Parece que minha oportunidade de explorar o castelo me foi tirada. — disse ele, carrancudo.
Daeron riu.
— E a comida?
— Está a caminho.
Daeron se juntou a ele na beirada da cama e deitou sua cabeça no ombro dele.
— Eu quero voltar para nossa casa...
Quero ver as folhas douradas novamente, Cerella, e até mesmo meu pai... Já demonstramos bravura em campo, você foi consagrado cavaleiro pela próprio Regicida.
Gwayne o olhou após ouvir isso.
— Podemos apenas ir embora? — continuou Daeron.
— Primeiro precisamos ter certeza que o cerco a Riverrun caiu, preciso ter certeza se meus homens realmente morreram. — Disse Gwayne, com a voz firme.
— Depois iremos embora. — ele colocou a mão no rosto de Daeron. — Irá me acompanhar até o fim do mundo, meu amigo?
— Sempre! — disse ele.
— Preciso falar com o Meistre, quero visitar a biblioteca deles e com a ajuda dele descobrirei algo sobre Aerea.
— Você se lembra quando íamos ao anoitecer para aquele lago assombrado? — perguntou Daeron.
— Como da última vez?
— Sim, mas apenas nós dois.
— Eu lembro do seu pai e do meu avô raivosos quando retornamos, como punição meu avô me obrigou a estudar heráldica e você ganhou um presente, dormiu comigo.
Eles sorriram.
— Seu avô é um bom homem, se eu tivesse voltado para casa teria levado uma surra — disse ele, rindo.
— Você nunca viu nada no lago?
Ele não respondeu rapidamente, Gwayne se questionava se ele deveria saber desse tipo de coisa, não que ele tivesse visto algo além daqueles dois olhos luminosos e o som, Gwayne até mesmo procurou pela coisa.
"Uma grande decepção, mas talvez na próxima vez eu a encontre" Ele gostaria de saber sua reação.
"quantos monstros mais na minha vida? Um que tentou me estrangular, outro que eu só ouvi os olhos e outro que me ajudou?"
Ele não queria acreditar naquilo, mas era tão belo.
— Não, nada. — respondeu ele, por fim. — apenas um sentimento de ser observado.
Gwayne riu. — isso só acontecia quando você não ia.
— O que você acha que era? — perguntou Daeron, dando tapinhas no ombro dele e sorrindo.
— Uma sereia se você acreditar nas histórias de Belvedere, eu prefiro acreditar que era uma das garotas do vilarejo.
Eles deitaram um pouco, após um tempo ouviram uma batida na porta, os servos trouxeram comida e a deixaram sobre uma mesa no canto.
Elas informaram que o Meistre viria em minutos.
Eles sentaram e comeram, quando terminaram o Meistre chegou.
— Precisa de mim, Sor? — disse ele.
— Desejo conhecer a biblioteca do castelo e gostaria de sua companhia para me ajudar a encontrar o que preciso.
O velho fez uma cara infeliz e depois falou.
— Me siga.
Eles caminharam lentamente pelos corredores de pedra do castelo, passaram pelo grande salão, onde o jovem Brynden Blackwood estava comendo um ensopado cercado por crianças à mesa.
O garoto olhou carrancudo para ele e as crianças fizeram o mesmo.
Caminharam mais um pouco, chegando a outra ala do castelo e descendo uma escada em espiral, chegando a um local amplo e repleto de fileiras de estantes de madeira abarrotadas de livros velhos.
— Qual livro deseja ler, Sor? — perguntou o velho.
— A história dos reis Targaryen. — Disse Gwayne, friamente.
O Meistre se adiantou lentamente em direção a uma estante.
Voltou trazendo um livro enorme e com um dragão de três cabeças desenhado em sua fronte.
Gwayne agradeceu e sentou junto ao Meistre em uma mesa, começando a folhear o livro.
— O que você sabe sobre Aerea Targaryen?
— perguntou Gwayne.
— Foi a herdeira do Rei Maegor o cruel, filha de Aegon não coroado e Rhaena Targaryen, quase ascendeu ao trono pois Maegor não tinha filhos, morreu muito cedo e... Bem, irei ler algumas citações dos livros, disse ele puxando o livro.
"Aerea era famosa por ser uma criatura tímida e acanhada, muito dada a lágrimas e medos. "Ela tem medo de cavalos, de cachorros, de garotos com vozes altas, de homens de barba e de dançar, e morre de medo de dragões",
escreveu o grande Meistre Benifer quando Aerea foi para a corte pela primeira vez."
— Isso na sua infância — Disse o Meistre, após ter lido. — ela mudou muito na sua mocidade.
Ele continuou a leitura.
"A princesa Aerea tinha sumido. Fugira de Pedra do Dragão ao amanhecer depois de entrar no pátio e reivindicar um dragão para si. — Relatou Meistre Benifer. — E não qualquer dragão.
— Eu sei que o Rei Jaehaerys enviou homens à procura dela em Essos, mas não encontrou sinal da garota.
Foi só no décimo terceiro dia da quarta lua de 56 DC que Balerion, o Terror Negro, voltou, após passar mais de um ano fora. — Murmurou o Meistre, lembrando de cada palavra do livro.
"A sombra de Balerion correu pelos pátios e salões da Fortaleza Vermelha quando ele desceu, soprando o ar com suas asas imensas, até pousar no pátio interno diante da Fortaleza de Maegor. Mal ele tocara o solo, a princesa Aerea caiu de suas costas. Até mesmo para aqueles que melhor a conheceram em seus anos na corte, a menina estava quase irreconhecível.
Ela se encontrava em tal estado de nudez que não chegava a fazer mais diferença, suas roupas meros trapos em farrapos que se dependuravam de seus braços e pernas. Seu cabelo estava embolado e imundo, seus membros, finos como gravetos.
— Por favor! — exclamou ela aos cavaleiros e escudeiros e criados que a viram descer. Depois, quando todos correram em sua direção, ela disse: — Eu nunca..."
— Essas foram suas últimas palavras. — disse ele, seu rosto demonstrava um incômodo enorme ao ler essas partes.
— Você está bem, Sor?
— Continue, por favor.
Septão Barth fez o que pode, mas ela morreu mesmo assim.
Gwayne observou que ele fez silêncio por uns segundos.
— Barth escreveu que saiu criaturas de dentro da princesa e que ela ferveu por dentro.
— Irei buscar o livro do Septão Barth. — disse o Meistre.
Gwayne permaneceu em silêncio, aterrorizado com a história.
O Meistre colocou um livro sobre a mesa, à frente de Gwayne.
"Dragões, Wyrms e Serpes: História Antinatural por Septão Barth".
Sor Lucamore Strong estava em seu posto na ponte sobre o fosso seco que cercava a Fortaleza de Maegor. Afastando os outros curiosos, ele ergueu a princesa nos braços e a levou pelo castelo até o grande meistre Benifer. Mais tarde, ele diria para qualquer um que quisesse escutar que a menina estava corada e ardendo de febre, a pele tão quente que ele conseguia sentir até mesmo pelas placas esmaltadas de sua armadura. O cavaleiro afirmou que ela tinha também sangue nos olhos, e que havia "alguma coisa dentro dela, alguma coisa que se mexia e a fazia tremer e se debater nos meus braços".
— Você quer realmente que eu continue? — gaguejou ele, enquanto observa o rosto aflito do jovem cavaleiro.
Ele não respondeu, mas gesticulou para continuar.
"A princesa foi entregue às chamas no dia seguinte, ao amanhecer, o corpo envolto em linho branco fino dos pés à cabeça..."
"Barth escreveu: "Passaram-se três dias desde que a princesa faleceu, e não dormi ainda. Não sei se algum dia poderei dormir de novo. A Mãe é misericordiosa, sempre acreditei nisso, e o Pai do Céu julga cada homem com justiça… mas não houve misericórdia nem justiça no que acometeu nossa pobre princesa. Como os deuses poderiam ser tão cegos ou indiferentes para permitir tal horror? Ou é possível que existam outras divindades neste universo, deuses malignos e monstruosos como os que os sacerdotes de R'hllor pregam, diante de cuja malícia os reis dos homens e os deuses dos homens nada mais são que moscas?
"Não sei. Não quero saber. Se com isso eu sou um septão sem fé, então que seja. O grande meistre Benifer e eu decidimos não contar a ninguém tudo o que vimos e vivemos dentro de seus aposentos enquanto aquela pobre criança perecia… nem ao rei, nem à rainha, nem à mãe da criança,
nem mesmo aos arquimeistres da Cidadela… mas as memórias se recusam a me abandonar, então as registrarei aqui. Talvez seja possível que, quando elas forem encontradas e lidas, os homens já tenham adquirido uma compreensão maior de tais males."
""Contamos ao mundo que a princesa Aerea morreu de febre, e isso é vagamente verdadeiro, mas foi uma febre tal qual eu nunca tinha visto antes e espero jamais voltar a ver. A menina estava queimando. Sua pele estava corada, vermelha, e, quando coloquei a mão em sua testa para atestar quão quente ela estava, foi como se eu tivesse tocado uma panela de óleo fervente. Quase não havia carne sobre seus ossos, tal era o estado de esqualidez e fome que ela aparentava, mas pudemos observar certos…
inchaços… dentro dela, conforme sua pele se inflava e voltava a retrair,
como se… não, não como se, pois esta era a verdade… havia coisas dentro dela, coisas vivas, se mexendo e retorcendo, talvez procurando alguma forma de sair, e provocando tanta dor à menina que nem o leite de papoula proporcionava trégua. Dissemos ao rei, tal como certamente diremos à mãe dela, que Aerea nunca falou, mas é mentira. Rezo para que eu não tarde a esquecer algumas das coisas que ela murmurou através de seus lábios rachados e ensanguentados. Não consigo esquecer a frequência com que ela suplicou pela morte.
"Todas as artes do meistre foram impotentes contra sua febre, se de fato podemos atribuir a tal horror um nome tão comum. A maneira mais simples de dizer é que a coitada estava cozinhando por dentro. Sua pele se escureceu mais e mais e começou a rachar, até se tornar algo que lembrava apenas, que os Sete me salvem,"
O Meistre fez um rosto aflito, e olhou suplicante para Gwayne. Mas ele estava impassível.
— Sinto muito... — disse ele, friamente. — Eu tenho que saber.
"torresmo. Finos tentáculos de fumaça emergiram da boca, do nariz e até mesmo, obscenamente, de seus lábios inferiores. A essa altura, ela já havia parado de falar, embora as coisas dentro dela continuassem a se mexer. Seus olhos cozinharam dentro do crânio e finalmente estouraram, como dois ovos esquecidos dentro de uma panela de água fervente.
"Achei que essa foi a visão mais pavorosa que eu jamais contemplaria,
mas logo fui corrigido de tal ideia, pois um horror pior me aguardava. Foi quando Benifer e eu depositamos a coitada dentro de uma banheira e a cobrimos de gelo. Repito para mim mesmo que o choque dessa imersão parou seu coração imediatamente… nesse caso, foi uma misericórdia, pois foi nesse momento que as coisas dentro dela saíram…
"As coisas… a Mãe tenha misericórdia, não sei como falar delas… eram…"
minhocas com rostos… cobras com mãos… coisas retorcidas, viscosas,
impronunciáveis que pareciam se revolver e pulsar e revirar ao irromper da pele dela. Algumas eram menores que meu dedo mindinho, mas uma tinha no mínimo o tamanho do meu braço… ah, o Guerreiro me proteja, os sons que elas faziam…
"Mas elas morreram. Preciso me lembrar disso, me aferrar a isso. O que quer que tenham sido, eram criaturas de calor e fogo e não, elas não apreciavam o gelo. Uma após a outra, elas se debateram e reviraram e morreram diante dos meus olhos, graças aos Sete. Não me aventurarei a lhes dar nomes… eram horrores." A primeira parte do relato do septão Barth termina aqui. Porém, alguns dias mais tarde, ele voltou e continuou:
"A princesa Aerea se foi, mas não foi esquecida. Os fiéis rezam por sua bela alma todas as manhãs e todas as noites. Do lado de fora dos septos, as mesmas perguntas residem em todos os lábios. A princesa passou mais de um ano desaparecida."
Mais tarde, Gwayne estava caminhando lentamente de volta para seu quarto carregando os dois livros. Passou por Brynden e as crianças novamente, mas no lado de fora. O garoto tocava uma harpa tristemente nos pés do represeiro e as crianças em sua volta cantarolavam. Tudo contribuíu ainda mais para a aura de melancolia do lugar.
Então, o som de um corvo grasnar o trouxe de volta do lugar sombrio onde sua mente se encontrava.
De relance, Gwayne pensou ter visto um corvo com um olho a mais, mas após olhar novamento o corvo tinha se virado e apenas um corvo normal no seu lugar.
As últimas palavras do Meistre reverberavam em sua cabeça.
"Para onde ela foi?"
"O que a trouxe de volta?"
"O que fez aquilo com ela?"
A cabeça de Gwayne estava tão perdida que ele mal conseguiu ver a garota caminhando á sua frente, olhava para trás e retornava a frente. "É uma alucinação, tem que ser."
Então, ela retornou e pegou sua mão e caminhou ao seu lado. "É a vontade dos sete."
"Por que eu?" — murmurou ele á ela.
"Porque o guerreiro está irritado e quer vingança, é a vontade dele e minha" — disse ela, em resposta. "Eu conheço o leão destruído, e você conhece o dragão destronado."
Gwayne apertou a mão dela mais forte, para sentir seu toque.
"Isso não é uma alucinação, eu a sinto."
Ela parou de frente a porta do quarto e se virou. Agora sua aparência estava um pouco translúcida, seu rosto começou a ficar destruído e sua mão na mão de Gwayne era algo esquelético.
"Por favor! O futuro é tão belo com você, mas..." Um estrondo como um raio rompendo o céu fez sumir o silêncio da noite. Ela correu para um abraço, mas seu corpo desapareceu quando se chocou contra ele. Gwayne cedeu uns centímetros para trás e então, a chuva despencou do céu e ele sentiu um mau agouro no luar.
Após um tempo, ele entrou no quarto e fechou a porta atrás de si.
Daeron estava nas pontas dos pés sobre a mesa olhando a janela, vestia apenas sua camisa.
— O tempo mudou de repente, por que demorou tanto? — disse ele, sentando se na cama. — está bem?
Gwayne colocou os livros sobre a mesa e sentou se. — Estou bem, pode ir dormir. Me juntarei a você mais tarde.
Daeron murmurou algo baixinho e foi deitar.
Gwayne folheou as páginas novamente, tentando encontrar algo que tivesse passado despercebido.
"O Pai do Céu julga cada homem com justiça… mas não houve misericórdia nem justiça no que acometeu nossa pobre princesa. Como os deuses poderiam ser tão cegos ou indiferentes para permitir tal horror? Ou é possível que existam outras divindades neste universo, deuses malignos e monstruosos como os que os sacerdotes de R'hllor pregam, diante de cuja malícia os reis dos homens e os deuses dos homens nada mais são que moscas?"
"R'hllor" murmurou ele.
Já havia passado da hora do lobo, Gwayne continuava acordado pensando nos horrores que ela passou.
Daeron se moveu na cama, fazendo as cobertas caírem para o lado e revelando seu corpo desnudo.
Ele retirou sua camisa e sentou se pensativo por mais um tempo, seu corpo estava ficando desconfortávelmente quente e começou a suar um pouco.
"Merda" murmurou.
Lá fora os raios caiam loucamente, um atrás do outro rasgando a noite.
"R,hllor" murmurou novamente.
— Preciso encontrar um desses sacerdotes do Deus vermelho.
O estrondo alto dos trovões quase acordaram Daeron, ele murmurou algumas palavras, Gwayne conseguia ouvir o som molhado que sua saliva fazia no meio dos murmúrios sem sentido, parecia estar em um belo sonho e depois voltou a dormir, movendo se para o lado e sua bunda o acompanhou.
Gwayne removeu sua última peça de roupa e foi para a cama, abraçando ele por trás.
O acordando por fim, ele levantou a cabeça para o olhar.
"Gwayne..." Murmurou ele.
O membro de Gwayne se enrijeceu rapidamente e entrou pelas coxas dele, atravessando até o outro lado e encostando no próprio membro de Daeron que começou a enrijecer lentamente, ele o olhou com rosto vermelho.
— O que você está fazendo...? — disse baixinho.
Gwayne colocou sua mão por trás do pescoço dele e segurou sua cabeça, o beijando com olhos fechados, Daeron estava com olhos arregalados e parecendo surpreso. Ele retribuiu o beijo, quando Gwayne recuou.
Seu rosto estava vermelho.
Eles se beijaram novamente, um beijo molhado e demorado.
Então, Gwayne começou a empurrar seu pau contra as coxas de Daeron, que respondendo aos estímulos agora estava completamente rígido.
Gwayne ajudou ele a retirar a camisa rapidamente.
Daeron olhou para frente e agarrou a mão de Gwayne e a pressionou contra sua própria barriga e abaixou o olhar, enquanto Gwayne socava seu pau entre as coxas dele até o suor do atrito começar a ficar fazendo sons molhados.
Daeron olhou para trás, com a boca entreaberta e seus olhares se cruzaram, isso os fez quererem mais.
Gwayne não resistiu a boca dele e o beijou novamente, enquanto socava ele deslizou sua mão para o peito de Daeron.
Ele poderia ter rido sobre isso, com a aparência feminina de Daeron, o desejo de elevar suas mãos ao seio inexistente era algo impossível de não acontecer.
Ele respondeu soltando gemidinhos com a boca.
O som molhado aumentou a cada investida de Gwayne, o suor fez suas estocadas ficarem mais escorregadias e prazerosas.
Daeron o beijou novamente, enquanto empinou a própria bunda e a pressionou contra a parte inferior do abdômen de Gwayne.
Então, ele agarrou o pau de Gwayne com as mãos e o juntou com o seu próprio membro e começou a se mover para trás, batendo com a bunda contra Gwayne e fazendo sons escorregadios.
— Eu quero você dentro de mim... — disse ele, aos gemidinhos e olhando nos olhos de seu amigo. — eu quero que seja você.
Gwayne o beijou rapidamente na boca e desceu em um outro beijo em sua bochecha. Depois, pegou seu pau e pressionou contra a bunda de Daeron.
Eles estavam molhados de suor, o que ajudou a entrar. Mas, Gwayne entrou devagar esperando por Daeron e sua resposta a cada avanço.
Ele estava muito apertado e começou a gemar alto quando a metade do comprimento de Gwayne estava dentro.
Então, Daeron gritou e ele gostou de ouvir.
Ele enfiou por completo e Daeron deu um gemido bonito, mas avançou um pouco para frente, tirando um pouco do comprimento de dentro.
Gwayne colocou a mão na boca de Daeron para ele não gemer tão alto e começou a socar lentamente até a medida em que Daeron recuou, fazendo sons molhados a cada choque.
Daeron lambeu os dedos dele e gemidinhos escapavam por entre os dedos.
Ele começou a se empurrar para trás, colocando todo comprimento de Gwayne dentro de si a cada estocada.
Daeron puxou a mão de Gwayne.
— Eu quero montar em você, no meu cavaleiro... — disse ele, com a voz tomada pelo prazer e sem se importar se alguém ouviria.
Gwayne sorriu para ele.
Tirando seu pau para fora e sentando se na cama, Daeron logo o acompanhou.
Ele segurou o pau de Gwayne forte e deitou se sobre Gwayne, o beijando.
Então, sentou sobre ele e sorriu, enquanto segurava o membro enrijecido de Gwayne com uma mão e posicionava contra sua bunda, então, sentou nele até ter todo comprimento dele dentro de si.
Daeron começou a cavalgar e gemer alto, fazendo Gwayne se apaixonar pelo rosto que Daeron fazia a cada sentada.
Depois, Gwayne o pegou pela cintura e o colocou deitado contra a cama. Ele olhou para trás com um rosto prazeroso e soltou um gemido, Daeron empinou a bunda para cima e se segurou contra a cama.
Gwayne colocou suas mãos sobre as dele e começou a o foder até ele gritar de prazer, Daeron não aguentou e gozou contra a cama, enquanto Gwayne continuava o fodendo.
— Estou perto... — disse ele, ofegante.
Eles voltaram à posição inicial, enquanto ele continuava dentro.
Gwayne contínuou a socar dentro de Daeron, que gritou de prazer e Gwayne finalmente gozou dentro dele.
Gwayne respirava ofegante contra o cabelo de Daeron, que fazia o mesmo agora sobre a mão dele.
Daeron, por fim, avançou para a frente fazendo o comprimento de Gwayne deslizar para fora. Então, retornou para trás deixando seus paus descansarem juntos entre suas coxas.
Daeron segurou o pau de Gwayne e o massageou, dando tapinhas com as pontas dos dedos e soltou risinhos sem dizer nada, ambos adormeceram nessa posição com o som da chuva lá fora, agora calma.