Chereads / [ASOIAF] O Leão vermelho e a Criança louca. PT / Chapter 11 - Emboscada na floresta (3)

Chapter 11 - Emboscada na floresta (3)

Gwayne os acordou na hora do morcego, chamando os para fora da tenda.

Eles encontraram Gwayne e alguns dos homens tomando um pequeno desjejum, Jacks preparava ovos e bacon no fogo para eles.

— venham. — disse ele, indicando um lugar para eles se sentar.

— hoje é um dia importante, Cerella.

— Gwayne se levantou. — tome o desjejum e depois me encontre no lago.

Ela assentiu, enquanto preparava um pedaço pão com bacon e ovos.

Cerella mordeu o ovo, fazendo ele explodir em sua boca.

Daeron e Jacks riram.

— Calem a boca. — disse ela, após isso se levantou e Sor Belvedere a acompanhou até o lago.

Gwayne estava sentado na pedra lisa.

— Estou aqui. — indicou ela.

— Preciso te falar algo importante. — disse ele, sem rodeios. — você não pode voltar para ForteOrgulho nos próximos dias, os Sarsfield devem estar chegando.

— E onde eu deveria ficar?

— Aqui. — disse ele.

— Não, eu tenho medo.

— Não iria ficar sozinha, os homens iriam ficar aqui e eu iria aparecer durante a noite.

— ainda não. — disse ela, cruzando os braços.

— Bem, então que seja. — ele suspirou.

— você vai para os Rotherly, nosso primo e tia a receberam.

Cerella pensou por um momento.

— Eu preciso de umas roupas.

Gwayne riu.

— Você vai partir agora, nosso avô não pode saber.

— Nesse exato momento ele já deve ter percebido nossa ausência, primo. — disse ela.

— Sor Belvedere e outros seis homens de armas vão te levar para lá.

— cadê os cavalos?

— Não é tão longe, Cyre. — ele jogou uma pedra no lago. — só seguir pela costa por uma milha e chegaram ao vilarejo de leão do mar.

— tá bom. — ela bufou.

Gwayne se aproximou e beijou sua testa.

— Vamos. — disse ele.

Após isso ele organizou a guarda dela e os enviou para a sede da casa Rotherly.

— Ela estara mais segura lá. — disse ele, a Daeron enquanto olhavam eles partir.

Depois, eles retornam ao vilarejo, Gwayne se despediu dele e se encaminhou ao castelo.

— Onde vocês estavam! — gritou Sor Lymond, procurando por Cerella. — e cadê a sua prima?

— Estávamos no lago, depois ela sentiu vontade de ir visitar nossa tia em Leão do mar e ficou por lá. — disse Gwayne.

Sor Lymond bufou.

— Posso ir? — indagou Gwayne.

Após um silêncio desconfortável.

Gwayne começou a subir as escadas mas ouviu a voz de seu avô baixo.

— Gwayne... Desculpa pelo outro dia, eu não queria dizer aquilo.

— Está tudo bem, não tem o que pedir desculpas. — ele sorriu levemente e voltou a subir.

Gwayne teve que esperar por apenas uma noite até a chegada dos Sarsfield, na manhã do outro dia ele acordou com um som de um exército marchando e correu para a sacada.

Ele notou muitas fileiras passando já pelo castelo em direção a outra saída do vilarejo, e mais fileiras ainda passando pelo portão norte.

Pelo menos trezentos homens montados a cavalo, e o triplo disso desmontado, dividido entre espadachins e arqueiros ostentando as cores da casa Sarsfield.

Gwayne notou uma enorme carruagem verde, cercada por cavaleiros.

— Aí está.

A carruagem parou em frente ao castelo e o exército continuou em marcha para fora das muralhas. Gwayne saiu do quarto e caminhou a passos rápidos até a muralha do castelo, onde assistiu o Lorde Sarsfield sair da carruagem.

Um guarda abriu a porta, deixando sair um homem gordo demais, vestido em vestes finas e portando anéis de ouro.

Sor Lymond estava lá para receber ele, acompanhado de Sor Patrick.

Gwayne observou Daeron surgir no meio da praça, ele estava observando exército passar.

Ele sinalizou do alto da muralha para Daeron vir, então entrou para dentro, tentando encontrar a Septa Lorren.

Ele a encontrou no corredor da entrada, se encaminhando para receber o convidado.

Gwayne a tomou pela mão e a levou até a cozinha.

— O que você está fazendo? — Disse ele.

— indo fazer a recepção, Gwayne. — ela franziu o cenho. — o que tem demais?

— você precisa fica longe do castelo hoje, esse homem é perigoso.

— Os sete estão comigo, além do mais não posso simples sair por aí.

— Faça o que eu mando, Septa.

— Você ainda não é senhor desse castelo, Gwayne. — disse ela, com a voz rigorosa enquanto estudava ele com os olhos.

A Septa nunca tinha visto Gwayne com um olhar tão sombrio em seu rosto, percebeu que o motivo daquilo era o convidado.

— Desculpe, Gwayne, eu tenho que cumprir meu dever com o meu senhor.

— Então, pelo menos não vá os receber agora. — ele suspirou.

— cumpra seu dever depois.

A Septa pensou por um instante.

— Como desejar... Irei voltar para o Septo.

Ela partiu e ele foi para o quarto, esperar por Daeron.

Estava vestindo uma roupa nobre quando ele chegou.

— Estou aqui.

— faça como combinamos, mande Sor Hoot vir, preciso dele ao meu lado. — Gwayne se virou. — estarei contando com sua mira hoje, Daeron.

— Não irei te decepcionar. — ao chegar na porta, Daeron olhou para trás. — vamos realmente fazer isso?

Gwayne não respondeu, então ele saiu.

Ele atou a espada na cintura e desceu para a entrada, Sor Lymond já estava conversando com Lorde Sarsfield dentro do castelo.

Gwayne se aproximou e fez uma reverência fria, Sor Lymond o anunciou.

— Prazer em te conhecer, jovem. — disse o homem gordo. — é um belo jovem.

Gwayne não respondeu, ele estava igualzinho como ele lembrava. Um nariz de porco e olhos pequenos, gordo demais para montar em qualquer coisa, Lorde Wyli Sarsfield.

então, entrou uma criança na sala.

Sor Lymond a anunciou.

— Essa é a Charlotte, filha de lorde Sarsfield.

Uma garotinha que parecia ter onze anos, cabelos loiros presos e rosto cansado e abatido.

"Maldição" pensou ele.

— Lorde Wyli empurrou a garotinha com os pés, e disse para avançarmos para o banquete.

Sor Lymond indicou o caminho, com rosto infeliz.

— não desejo ficar por muito tempo. — riu ele, em tom de zombaria. — ostentava um sorriso satisfeito. — espero que tenham aprendido a cortesia de um senhor.

Gwayne ficou para trás, passaram por ele, pelo menos cinco cavaleiros jovens e pomposos, tirando um deles que exibia cabelos brancos e um rosto duro.

Sor Hoot chegou ao lado de Gwayne, um homem alto e bronzeado, de olhos escuros e cabelos pretos e curtos, ele tinha aparência de um veterano, perto dos trinta e quatro anos. Era o melhor amigo de meu pai, um bastardo da casa Dayne, pelo que eu me lembro e com tanto ódio pelos Sarsfield quanto eu. Foi ele quem liderou a busca pelos culpados do assassinato do Gerard.

— Pequeno Gwayne, não teve tempo para me visitar? — disse Sor Hoot, enquanto se posicionava ao lado dele para olhar os visitantes.

— Pare de se auto flagelar, ficar matando esses homens com os olhos não é o que o seu pai iria querer.

— Meu pai está morto. — Gwayne se virou para ele. — É bom te ver, Hoot.

— É Bom te ver também garoto, como eu posso servir?

— Siga a marcha do exército, quero saber se eles vão seguir em frente ou fazer acampamento.

Sor Hoot ficou em silêncio.

— Eu gostaria de saber o porquê, mas acho que já sei a resposta. — disse ele, saindo para o portão.

— Você é um cavaleiro? — perguntou uma voz de criança.

Gwayne olhou para baixo e encontrou a garotinha.

— Um bom cavaleiro, que protege os fracos e inocentes? — disse ela, com rosto esperançoso. — meu nome é Charlotte, qual o seu?

— Eu não sou um cavaleiro, criança.

Gwayne pensou em mandar ela correr de volta para seu pai, mas achou que seria melhor mandar ela logo para a perdição de Valiria que seria um lugar mais agradável.

— Eu sou Gwayne, apenas isso. — disse ele, de forma agradável.

— Prazer em te conhecer, Gwayne apenas isso. — ela o reverenciou de forma desajeitada.

Ele sorriu ao ver a cena.

— Quer conhecer o castelo? — indagou ele. — Eu quero, mas não quero incomodar o senhor meu pai.

— Não se preocupe com isso.

Ela pensou um pouco.

— Tá bom, eu acho que ele não irá notar minha falta por pouco tempo.

Gwayne apresentou os locais do castelo, cozinha e jardim e depois o lado de fora, passeando por entre o vilarejo.

— Muito legal esse vilarejo de Bosque D'ouro. — disse ela, olhando para ele. — meu irmão me contou sobre.

Gwayne notou que ela já parecia um pouco mais animada, muito diferente de quando chegou.

— O que ele disse sobre?

— Ele disse que em uma época do ano as folhas das árvores mudam de cor, e brilham como ouro polido. — ela suspirou.

— será mesmo verdade?

— Em uma época do ano isso realmente acontece, ele não mentiu. — disse Gwayne.

— Espero um dia ver isso. — disse ela, com a voz um pouco triste.

— Vamos voltar para o castelo, o banquete já deve estar quase pronto.

— tá bem, obrigado por me apresentar o castelo, Sor Gwayne apenas isso.

Eles riram e entraram no castelo.

Os servos já estavam agitados de um lado para o outro, cheiros de carnes e pratos gostosos vinham do grande salão. Eles encontraram Lorde Wyli e Sor Lymond, Sor Patrick no estrado, junto deles outros cavaleiros e a Septa Lorren no canto.

Gwayne não gostou disso.

Lorde Wyli não notou os até estarem bem próximos do estrado, estava com o rosto afundado na comida.

Ele levantou a cabeça e deu um olhar irritado a criança.

— Onde você estava? — gritou ele, com partes da comida pulando da boca dele para a mesa.

A garotinha gaguejou e segurou na calça de Gwayne de forma insegura.

Então ele respondeu.

— Estava comigo, Lorde Wyli. — disse Gwayne, tentando não expressar raiva em sua voz. — apresentei a sua adorável filha o castelo.

Ele bufou.

— Chama isso de castelo? — ele riu. — não é muito grande para vocês terem demorado tanto, iremos conversar mais tarde Charlotte!

Ela estremeceu.

Sor Lymond atraiu a atenção de Lorde Sarsfield.

— E temos que falar sobre o dinheiro que eu não recebi! — gritou ele, para Sor Lymond.

Gwayne ajudou a garota a encontrar seu lugar e se sentou ao lado da Septa.

— Eu entendo agora. — disse ela, baixinho.

— desculpe.

— Não se preocupe, logo isso acabara.

O banquete durou pouco mais de duas horas, todos começaram a se retirar.

Gwayne olhou para a Septa e pediu para ela convidar Charlotte para visitar o septo.

Ela o fez rapidamente, saíram juntas do salão.

— Ficará sobre meu teto, Lorde Wyli? — indagou Sor Lymond de forma fria.

— a falsa cortesia de sua casa me enoja, irei acampar não muito longe daqui, irei para lá depois que resolver a questão do tributo.

Sor Lymond permaneceu em silêncio e Gwayne se aproximou.

— Vocês tem uma Septa muito gostosa, deixem me levar ela para o acampamento e eu esqueço o tributo.

Gwayne puxou a espada até a metade, até seu avô falar algo.

— Gwayne, você deve ir — disse Sor Lymond

Gwayne permaneceu e fixou os olhos no Lorde Sarsfield.

— Vocês podem ser fortes, mas ainda são meus vassalos. — disse, olhando para Gwayne. — vão obedecer minhas ordens, ou Lorde Tywin ficará sabendo disso.

— disse ele, em tom repugnante.

— Você receberá o seu tributo, mas Irá partir agora — começou Sor Lymond, sem cortesia na voz.

— Eu quero meu tributo antes de partir desse castelinho. — disse o homem gordo.

Sor Lymond chamou o intendente e pediu para ele trazer o tributo.

Ao ouvir isso, Lorde Wyli se levantou e começou a sair.

Sor Lymond e Patrick o acompanharam até o lado de fora, Gwayne foi um tempo depois.

Ele avistou Sor Hoot a cavalo e indicou para ele o encontrar no outro lado do castelo.

Gwayne entrou e caminhou pelo corredor principal, virando a esquerda após passar pelo grande salão e indo em direção a uma saida por uma porta lateral.

Sor Hoot já estava desmontado, quando chegou.

— Eles continuaram a marcha para o Rochedo, apenas uma centena ficou para trás.

Gwayne colocou a mão no queixo.

— Eles montaram acampamento em um local... — Sor Hoot fez uma pausa estranha.

— Eu imagino onde.

— completou Gwayne, com a voz fria como uma navalha.

— Como você...

— Não é difícil deduzir.

Gwayne entrou no castelo e foi em direção a muralha, Sor Hoot o seguiu.

Cinco cavaleiros Sarsfield estavam ajeitando os cavalos para partir e dois homens de armas estavam guiando a carruagem.

Sor Lymond entregou uma pequena bolsa de moedas para Lorde Wyli.

— Está na hora, vamos.

Eles foram até o quarto dele.

— Me ajude a colocar a minha armadura.

— disse Gwayne.

— O que você planeja fazer, garoto? — perguntou Sor Hoot sem rodeios. — quem você planeja matar?

Ele não respondeu.

— Gwayne, você não pode controlar quem é atingido e quem não, quem cai, quem sobe ou o porquê, não depende de você.

Gwayne ostentava uma expressão austera.

— Isso é apenas guerra.

— E agora ela termina. — Gwayne estava com um sorriso afiado, mas seus olhos estavam tristes.

— Eu irei com você então, se tem que ser assim. — Sor Hoot começou a ajudar com a armadura.

— Não, você não pode desobedecer meu avô, ele cortaria sua cabeça.

— Eu farei isso. — terminou Gwayne.

Sor Hoot terminou de o ajudar com a armadura, alcançou o capacete para ele por fim e beijou sua testa.

— Não morra, seu pai iria atrás de mim nos sete infernos.

— Eu não irei, desça e informe meu avô que a Charlotte está com a Septa Lorren no Septo do castelo. — Gwayne atou um escudo nas costas. — É crucial que ela não entre na carruagem, diga que ela irá depois com uma escolta.

— Meu avô irá convencer o gordo a aceitar isso.

— E se o Sor Lymond não aceitar?

— Diga que é importante para mim que ela fique.

— Gwayne suspirou. — Se não for o suficiente, diga para ele fazer isso por Gerard e sua família.