Cerella encontrou eles no canil do castelo, após ter procurado em vários locais. Gwayne estava apertando a mão de Mark, e Jacks estava do lado concordando algo, quatro cavaleiros estavam atrás. Mark e Jacks eram dois escudeiros agora, ela os conhecia de vista.
"Apenas fiquem em seus postos e façam tudo que Daeron mandar."
Ela tossiu para anunciar sua presença.
Gwayne a olhou e dispensou os homens, menos um dos cavaleiros.
— Chegou na hora certa, prima. — Gwayne sorriu para ela. — Apresento a você, Sor Belvedere Bell, ele irá onde você for daqui em diante, como seu guarda pessoal.
— As suas ordens, minha senhora. — Sor Belvedere, a reverenciou.
Ele era alto, mas não tanto quanto Gwayne, cabelos cor de areia, igual ao de Mark e olhos cor de mel. — observou ela.
— Eu aceito como minha guarda, Sor. — ela sorriu docemente. — agora eu preciso falar a sós com meu primo, pode ir.
— Como desejar, minha senhora. — disse ele, então saiu para fora.
Gwayne se abaixou e verificou os dentes de um enorme cão de caça.
— Estará mais segura com Sor Belvedere em sua guarda, conheci ele em uma das minhas visitas no acampamento dos soldados — disse ele, enquanto encaminhava-se para outro cachorro. — ele é jovem e ágil com a espada.
— Não duvido de sua perícia com a espada, Gwayne. — exclamou ela. — eu quero saber sobre o que o nosso avô estava falando.
Daeron se afastou e sentou sobre a murada.
— Ele me contou um tempo depois que eu cheguei, ele prometeu a sua mão e um homem da casa Clifton. — disse ele, suspirando de desgosto.
— E você não me contou!
—Não, e não me arrependo disso. — ele se levantou e foi até ela. — eu preferia que você fosse polpada do que está sentindo agora. — Gwayne colocou a mão no rosto dela.
Cerella enrusbeceu.
— Não deixe que isso a aflija, eu irei fazer com que ele cumpra a promessa que me fez. — disse ele, com convicção na voz.
— Eu tinha a esperança de conhecer o homem a quem você foi prometida, antes disso tudo, mas agora terá que ser desse jeito. — ele suspirou.
— Gwayne, eu estou com medo...
Daeron se levantou e colocou a mão no ombro dela.
Gwayne ficou surpreso e Cerella feliz, ela o abraçou rapidamente após isso.
— Não fique com medo, Sor Belvedere vai estar onde você estiver e se for possível, irei encontrar seu prometido em Rochedo Casterly.
— E se ele for feio e mal... — estremeceu ela, nos braços do Daeron.
Gwayne acenou para Daeron com a cabeça.
— Então, minha adorável prima — Gwayne soltou um sorriso sombrio. — ele nunca vai chegar a ver seu rosto.
Cerella correu para ele e o abraçou, Gwayne beijou sua testa.
— Você precisa ir agora, eu tenho coisas a resolver. — disse ele, com a voz agradável.
— Mas se prepare para essa noite, iremos sair.
— Para onde? Indagou ela, com rosto curioso e animado.
— Iremos ao lago.
Cerella deu um gritinho animado e beijou o na bochecha.
— Mal posso esperar. — disse ela, saindo aos pulinhos.
— Você vem? — perguntou Gwayne, a Daeron.
— Sim, claro.
— Então, traga seu arco.
Cerella e Daemon esperavam por Gwayne na porta lateral oeste do vilarejo, ela estava coberta por uma capa de veludo pesada, e Daeron vestindo uma roupa de couro leve. Gwayne dissera a eles que iria no alojamento dos cavaleiros, mas não disse o propósito.
— E você e seu pai? — indagou Cerella.
— Desde que recebi a armadura e fui chamado de fiel escudeiro de Gwayne pelo senhor Lymond, ele mudou. — Daeron sorriu. — até parou de beber.
— Que bom — disse ela, tocando no braço dele. — Gwayne me disse que ele agora te enche de conselhos de guerra, escute-o bem. — Cerella fez um rosto sério.
Eles ficaram conversando enquanto esperavam, a lua estava erguida no alto do céu, iluminando o mundo e a escuridão da floresta.
Eles estavam rindo quando Gwayne chegou, ele estava com Sor Belvedere e outros três cavaleiros e uma dúzia de homens de armas que carregavam tochas, entre eles, Jacks e Mark.
— Estamos prontos para ir. — disse Gwayne.
— por que tantos homens? — disse ela, com rosto curioso. — antes era só nós.
— Eu não queria estar aqui. — disse Jacks, enquanto bocejava. preferia estar na minha cam...
Gwayne deu um tapa na cabeça dele, e os cavaleiros o empurraram de um lado para o outro.
— Não somos mais crianças, Cyre. — disse Gwayne. — precisamos ter cuidado agora.
Ele liderou a marcha pela estrada com a tocha na mão, foram até a praia, caminhando quinhentos metros pela costa até encontrar a entrada para o lago gélido, o que marcava a entrada era uma meia estrada de pedras lisas e úmidas, a muito tempo o lago era ligado ao mar, agora só restou as memórias nas pedras antigas.
— Ouviram isso? — disse Mark, enquanto olhava para o mar com a tocha na mão e com semblante assustado.
— Não seja tolo, Mark. — disse Gwayne em resposta, enquanto entrava na floresta.
Cerella correu atrás dele com medo.
— É uma sereia, Mark. — disse Sor Belvedere.
Jacks gargalhou.
— Estou falando sério. — retrucou Mark.
— Eu também, se afaste do mar. — disse Sor Belvedere. — vamos.
Ele esperou Mark entrar na floresta e foi atrás dele, olhando para trás com olhos estranhos.
Na trilha Sor Belvedere estava com a espada desembainhada sobre o ombro, e conversava com os outros cavaleiros sobre histórias de sereia.
Eles finalmente chegaram, Gwayne mandou os homens fazerem uma fogueira a cinquenta metros do lago, em uma clareira na floresta e prepararem alguns pedaços grossos de carne que ele pegou na despensa, junto com batatas e cebolas.
Enquanto os homens montavam acampamento, eles foram para o lago, que como sempre estava com águas cristalinas e iluminadas.
Gwayne fez uma pequena fogueira perto do lago e depois parou na beirada e olhou para o fundo, as pedrinhas estavam completamente visíveis no fundo.
Daeron e Cerella se aproximavam por trás, enquanto um lobo uivava a distância.
Cerella estremeceu a ouvir e se jogou em Gwayne, o arremessando no lago.
Então, ela e Daeron caíram na gargalhada.
Ela não sabia se ria ou se pedia desculpas.
Gwayne saiu da água com o cenho franzido.
Cerella e Daeron fugiram rindo.
Ele apenas removeu a camisa e enxugou suas roupas. — vocês precisam crescer.
— disse ele, de forma séria e se virou para o lago.
Eles se entreolharam desconfiados, após um momento eles se aproximaram inseguros, Cerella pediu desculpas.
Gwayne puxou a capa de veludo dela, jogando no gramado e empurrando Cerella na água, depois ergueu o Daeron e o arremessou ao lago, enquanto gargalhava.
Os dois submergiram rindo.
— seu desgraçado! — disse Daeron.
— estou congelando — estremeceu ela, enquanto tremia o queixo e gemia.
— por qual motivo acha que eu fiz essa fogueira? — ele riu, e ofereceu a mão para a ajudar a sair. — foi pensando em você.
Ela agarrou a mão dele, em uma tentativa fracassada de jogar ele no lago.
Daeron riu da tentativa fracassada dela.
Ela saiu e se aconchegou perto do fogo, Gwayne a cobriu com a capa de veludo grosso e correu saltando na água.
Após eles se divertirem um pouco, Cerella pulou novamente no lago e após alguns momentos os três saíram e se espremeram ao lado do fogo.
— trouxe o seu arco, Daeron?
— sim, entreguei ele ao Mark.
Cerella os olhou com olhos semicerrados.
— o que estão tramando? — indagou ela.
— Nada — disse Daeron, rapidamente. — não se preocupe com isso.
Sor Belvedere surgiu entre as árvores, atrás dele dava para ver a luz da fogueira a distância.
— Está pronto, meu senhor.
— Estamos indo. — disse Gwayne, eles se levantaram para o seguir, então ouviram um som nos arbustos perto da estrada de pedras lisas que levava ao mar.
Sor Belvedere levou a mão a espada.
— Não é necessário, deve ser apenas um esquilo. — disse Gwayne, indicando para eles ir em frente. — Sor, acompanhe-os até lá, irei verificar o barulho e já os encontro.
Cerella caminhou olhando mais para trás do que para frente, até ele sumir da vista.
Gwayne suspirou e sentiu o coração acelerar um pouco.
Sacou a espada e caminhou até o outro lado do lago, de encontro ao local de onde o som veio.
Abrindo os arbustos com a espada não encontrou nada, mas ouviu um som como se tivesse algo deslizando através das pedras e olhou para a estrada apontando a espada de forma desleixada.
Gwayne pensou ter visto dois olhos luminescentes na escuridão, eles se moveram de forma rápida e sumiram na escuridão. Ele ouviu o som de algo entrar no mar segundos após isso. Ele sentiu um desejo forte de seguir por aquele caminho e ir até o mar após ver os olhos.
Mas um som qualquer na floresta o trouxe de volta, ele guardou a espada...
Gwayne surgiu entre as árvores uma hora depois e se juntou a eles na clareira.
Sentou se ao lado de Cerella e a beijou nos lábios de forma ligeira, e cochichou no ouvido dela. "Confia em mim"
Depois ele ergueu a voz para todos ouvirem.
"Um verme do mar e uma sereia no mesmo dia" ele gargalhou, todos riram com ele.
Cerella deu tapinhas no braço dele, enquanto ele pegava um jarro de água gelada.
Daeron gargalhou se jogando de costas no chão.
— Por que demorou tanto? — indagou Cerella, com olhar curioso.
— Me aventurei na escuridão da floresta — disse ele, então riu.
Mark passou e eles um espeto de carne e batatas, que devoraram em minutos. Cerella até chupou os sucos que escorregavam entre os dedos.
— Foi um bom dia, obrigado... — cochichou ela a Gwayne.
Ele sorriu para ela e voltou a comer.
Os homens gargalhavam com as histórias de guerra dos cavaleiros, já havia passado da hora do lobo quando eles foram se deitar.
Cerella estava com sono, chamou os para a tenda.
Ao entrar, Gwayne observou uma "cama" de lençóis e cobertores sobre uma madeira. Um archote sobre um toco de lenha iluminava a tenda.
— Acho que é o melhor que podemos esperar, mas isso não estragara nossa noite. — ele se deitou no meio. — está bem confortável. — bocejou ele. Cerella deitou-se na ponta ao lado dele, e Daeron no outro lado de Gwayne.
Lá fora o som da lenha a crepitar no fogo, o farfalhar das árvores e risadas de homens de armas abafadas pela carne ou bebida, As vozes baixas dos homens discutindo quem iria pegar o primeiro turno de vigia.
Cerella deitou-se no peito dele e bocejou, Daeron fez o mesmo em seu braço.