Chereads / [ASOIAF] O Leão vermelho e a Criança louca. PT / Chapter 8 - Desejo de Roxton - parte final

Chapter 8 - Desejo de Roxton - parte final

Daeron fitou os de longe, algo em seu instinto tinha o atraído até eles, ficara maravilhado com o que sentiu ao vê-los... Um sentimento, ódio, raiva, pureza e desejo eterno... "Vingança"

Ele era capaz de sentir no ar.

Lady Olívia levantou.

"DEVO EU CAIR PELOS DARDOS DO INIMIGO" não era a voz de Lady Olívia, mesmo assim, saiu da boca dela.

"VOCÊ DEVE ME VINGAR" Gwayne se ajoelhou diante dela. "EU IREI" bradou ele.

Daeron olhava atentamente.

"EU IREI PAI, MINHA ESPADA NÃO IRÁ DESCANSAR ATÉ BEBER O SANGUE DO PESCOÇO DO MEU INIMIGO" "EU JURO"

De repente, Daeron ficou cego pela luz do Sol, o que o fez desviar o olhar. Quando ele voltou a olhar, notou que corvos emergiram das árvores e debandavam em desespero. Ele notou Lady Olívia se agachando na frente de Gwayne e colocando a mão em seu rosto, parecia estar falando-lhe algo, mas era inaudível para ele.

Daeron correu para dentro do castelo, a caminho de seu quarto, onde ficou preso em pensamentos até a hora do banquete.

Um servo veio lhe chamar para o banquete em honra a Gwayne. Daeron o seguiu até o grande salão, muitos cavaleiros estavam sentados nas mesas, e sobre elas variados pratos, vinhos e cervejas pretas. Ele olhou para o estrado e encontrou seu amigo. Estava sentado ao lado de Lady Olívia e suas irmãs, portava um semblante austero, no meio se erguia sobre todos Lorde Luwyn, todo pomposo e rico em seda, a sua esquerda, Sor Lymond tagarelando com um cavaleiro ao lado. Enquanto Daeron se sentava entre os cavaleiros de Forte Orgulho, seus olhos se cruzaram com os de Gwayne, que estava com um sorriso no rosto, ergueu a taça para o cumprimentar, Daeron não conseguiu responder aquilo, então, Lady Olívia cutucou Gwayne e ele virou sua atenção para ela, ele nunca se sentiu tão sozinho quanto agora, mesmo estando na mesa com os cavaleiros que o acompanharam durante a viagem, eles falavam sobre mulheres e batalhas, Daeron nunca experimentou nenhuma dessas coisas. Não parou de pensar no que tinha visto a tarde, ele não acreditava em gramequins e snarks, ou qualquer outra coisa mágica, mas sabia que aquilo que tinha visto não tinha nada de normal.

Ele estava um pouco assustado, e temia por seu amigo, mas não sabia como proceder, ele só queria que Gwayne batesse em seu ombro e sentasse em sua mesa e tudo voltasse ao normal. Daeron encheu a cara de vinho, ficando cada vez mais barulhento e espalhafatoso, mas isso era nada, os cavaleiros gargalhavam ao redor, e conversavam alto, ninguém o notou.

Ele decidiu encerrar a noite, chacoalhou a cabeça e deu dois tapinhas na bochecha para a retornar um pouco dos sentidos e levantou, caminhando indo de um lado para outro, até chegar a saída e se dirigir a seus aposentos, que ficava com... Gwayne... Pensou ele. Então, decidiu que iria procurar outro, no fim, se jogou nos estábulos e dormiu lá mesmo, não queria falar com seu amigo hoje.

— Amanhã tudo voltará ao normal. — murmurou ele se babando, então adormeceu.

Acordou ao raiar do sol, quando os cavalariços começaram seus serviços, ele ficou passeando o tempo todo fora do castelo, só entrou para comer um pouco entre os servos e depois voltou para fora. Subiu para as muralhas e ficou lá, olhando o vilarejo e o cotidiano do povo comum, muito similar a Bosque D'ouro. Um dos cavaleiros veio o chamar, o informou que iriam partir, e também que o Senhor Gwayne o estava procurando.

Daeron foi com ele até os estábulos preparar seu cavalo, mas não foi até Gwayne. Ele queria evitar até não ter outra escolha, ele sabia que se encontrasse seu amigo tudo poderia acabar.

"Ele continua o mesmo", murmurou para si. Bufou, então pegou o seu cavalo pelas rédeas e o levou até o pátio do castelo, junto dos outros cavaleiros. Gwayne e Sor Lymond apareceram na porta do castelo, com eles vinha Lorde Luwyn e Lady Olívia.

Daeron fitou Gwayne, ele estava se despedindo de Lady Olívia. Então, desceu. Daeron se virou imediatamente fingindo estar arrumando algo na sela do cavalo, mas não iria ser o suficiente para o evitar.

— Pelos sete infernos, onde você estava Daeron? Indagou Gwayne, com rosto carrancudo.

— Eu... — gaguejou Daeron. — Eu bebi demais, quando acordei estava no estábulo, só isso... — disse vacilante.

— Você mente para mim agora, Daeron? — Gwayne estava com o rosto duro, mas tinha um olhar perplexo, ele se virou e foi até seu cavalo.

Daeron se sentiu terrível ao ver seu amigo assim, sentindo que estava mentindo para ele. Ele foi rapidamente até ele e o chamou, tocando em seu ombro.

— Me perdoe, não é isso... Podemos conversar sobre isso outra hora?

— Sim, mas saiba que se a explicação não envolver uma garota, eu não irei entender. — Gwayne deu um breve sorriso seco, depois montou em seu grande garanhão vermelho e foi para o lado de Sor Lymond.

Eles partiram na hora da enguia, caia uma chuva leve, eles aceleraram o passo por medo do rio na travessia encher demais e bloquear a passagem deles para o ocidente, bom, o rio estava cheio de mais quando eles o alcançaram, então voltaram a estalagem e cervejaria que havia adiante, chegaram encharcados. Sor Lymond esperava não estar lotado, eram uma companhia grande, de vinte e nove contando com eles três. Tinha sete cavalos do lado de fora, cavalos de castelo e de torneios, um deles era um enorme garanhão malhado.

— Tem cavaleiros aqui. — Disse Sor Lymond.

Sor Lymond entrou primeiro, seguido por sete de seus cavaleiros. Então entrou Gwayne e Daeron, com o restante da companhia. Foram recebidos pelo mesmo cervejeiro de antes, sua filha estava acuada atrás dele. Gwayne passou a frente, ele notou um olhar de medo no rosto da garota e uma felicidade exagerada do pai ao ver eles chegarem. Sor Lymond pediu por comida e cervejas para todos seus homens, o cervejeiro e a filha apontaram para mesas onde eles poderiam se sentar. "tantos homens" disse o cervejeiro, com o suor a escorrer pela testa e alívio na voz.

Gwayne ao ir se sentar em uma mesa notou o motivo do medo do cervejeiro, aquele deveria ser o maior homem que Gwayne já vira, estava acompanhado por outros seis beberrões silenciosos. Ele se sentou ao lado do avô e indagou-o.

— Conhece aquele monstro?

— Gostaria de nao conhecer, eu o vi no torneio, Sor Gregor Clegane, conhecido como...

— A Montanha que cavalga. — completou um dos cavaleiros a mesa.

"A montanha que calvaga" murmurou Daeron.

— Esqueça-o Gwayne, vamos esperar a chuva passar e ir embora. — disse o avô.

Eles beberam a cerveja preta, estava aguada, mesmo assim até Daeron e Gwayne aceitaram.

Até que um dos homens de Sor Gregor enfiou a mão embaixo da saia da garota, ela derrubou a jarra de cerveja que carregava, as lágrimas corriam pelos olhos dela.

Gwayne se levantou, levando a mão ao punho da espada.

Sor Lymond o segurou pelo braço.

— Deixe para lá, Gwayne. Disse o avô. Não é da nossa conta. — Ele tirou a mão de Sor Lymond violentamente de seu braço, e voltou a olhar para os homens do montanha. A garota já não estava lá, voltara correndo para a cozinha, então ele sentou se novamente e virou a caneca de cerveja. Os cavaleiros já estavam inquietos, estavam sentindo a tensão subir, já não estavam gargalhando, mas bebendo em silêncio com olhos atentos para aquele lado onde estava Clegane. O único som que ouviam era o crepitar das lenhas queimando, até que o cervejeiro foi lá tirar satisfação com Sor Gregor.

— Aposto que ele não teria coragem de fazer isso se não estivéssemos aqui. — disse um dos homens do avô.

Gwayne escutou atentamente.

"É um cavaleiro ungido, diga os para que a deixem em paz" disse ele.

Sor Gregor deu-lhe um olhar sombrio e ordenou que trouxesse a garota a sua presença.

"Ele não vai fazer isso" murmurou Daeron.

O velho se virou e voltou arrastando a garota chorosa da cozinha.

"Estúpido" murmurou Gwayne virando mais uma caneca de cerveja.

"Então é esta a puta com que está tão preocupado" disse Gregor.

"Minha Layna não é puta, Sor" retrucou o velho.

"Agora é" disse Gregor, atirando uma moeda de prata ao velho.

Ele levantou.

A altura da garota mal alcançava a cintura de Gregor, ele arrancou o vestido dela com a mão de forma rude, deixando marcas rosas e revelando sua nudez.

O Velho cervejeiro correu na direção da mesa deles, como se para pedir por socorro.

Mas Gwayne já estava a par da situação e sentiu seu sangue ferver, ele se levantou e empunhou a espada. Gregor o olhou imediatamente assim que ouviu o tilintar do aço.

Gwayne avançou.

Sor Lymond levantou-se com um trovão em sua voz "retorne agora" tentou alcançar o ombro dele mas ele já não estava no alcance de sua mão, os cavaleiros levantaram e sacaram suas espadas, Sor Lymond se prostou logo atrás de Gwayne.

— Deixe-a ir, Sor. — Disse Gwayne, bem a frente de Gregor, seu rosto estava austero e a voz brusca.

Gregor e seus homens sacaram as espadas, o cervejeiro correu e puxou a filha pelo braço, tirando-a de perto da dança de espadas que estava prestes a ocorrer, levou-a para trás de Gwayne e dos cavaleiros.

O rosto de Gregor se tornou terrível de se contemplar, fúria era sentida no ar, mas Gwayne não vacilou e se manteve firme como aço.

Um dos homens de Gregor, encostou em seu braço e disse.

— Eles são muitos, meu senhor. — disse gaguejando.

Gregor se virou violentamente e o cortou ao meio com sua espada.

Causando espanto entre os cavaleiros e um guincho vindo da garota.

Sor Gregor avançou e Gwayne aceitou seu desafio, Sor Lymond logo puxou ele pelo braço e ficou ao seu lado.

— Somos cavaleiros do ocidente, Sor.

Disse ele, rapidamente. — Somos homens de Tywin, nos atacar é cavar a sepultura de sua própria casa.

Daeron notou o montanha mugir, e também que ele conseguia olhar Gwayne de cima, ele era um homem extremamente alto e bruto.

Sor Gregor se virou e jogou a mesa que antes estava sentado na parede e saiu da estalagem trovejando maldições, seus homens foram logo atrás, os homens de Sor Lymond so abaixaram suas espadas quando os ouviram cavalgar para longe.

— O que você estava pensando? — trovejou Sor Lymond.

— Não fiz o que era certo, Sor? Indagou Gwayne em resposta.

— Fez, maldito idiota. — disse furioso. — estamos partindo agora mesmo, sete infernos. Bradou ele. Os cavaleiros o seguiram, um jovem garoto veio correndo do andar de cima. Indagando sobre o barulho ao cervejeiro e sua filha.

Gwayne pensou ser outro filho dele.

Ele suspirou.

Daeron correu para ele, se jogando em seus braços e então dando um pequeno beijo em sua bochecha.

— Você continua o mesmo.... Murmurou ele.

— E você está cada vez mais estranho, temos que ter aquela conversa quando tivermos um pouco de paz. — Disse Gwayne, voltando a suspirar.

— Eu preciso de uma cama confortável e uma boa noite de sono, meus ossos ainda estão frios por causa dessa chuva — disse ele, então suspirou e foi até o cervejeiro. — Vocês não podem continuar aqui — disse brevemente.

Ele com certeza vai regressar após a nossa partida, e terminará o que queria fazer.

— Mas para onde iremos, Sor? Indagou o velho.

"Isso de novo, quantas vezes vão me chamar por Sor...."

Por fim, disse. — Qual o nome de vocês?

Eu sou Will e essa é minha filha Layna e aquele é meu garoto Scott.

— Bem, vocês podem ficar aqui ou ir conosco. — Disse ele. A escolha é de vocês.

O Will olhou para seus filhos, que estavam abraçados e assustados, então disse.

— Nos iremos.

— Bom. — Disse Gwayne.

— Não acha melhor falar com Sor Lymond... Murmurou Daeron.

— Ele vai entender. — retrucou Gwayne. Olhou por último ao cervejeiro Will e disse para ele preparar suas coisas, partiriam ao amanhecer.

— Seu avô não vai gostar disso. — Disse Daeron.

— Eu não sairei nessa chuva, estamos em maior número, não tem motivos para esse escarcéu. — ele olhou para Daeron.

— Ache um quarto confortável para nós, irei falar com meu avô. — deu um tapinha no rosto de Daeron e saiu para fora.

"Maldita chuva" murmurou ao sair

Seu avô estava em um casebre de madeira ao lado da estalagem, conversando com os homens.

Gwayne chamou por ele.

Quando ele chegou ele foi direto.

— Eles vão conosco, você sabe que não é seguro para eles aqui, Sor.

Sor Lymond o olhou carrancudo.

— Gwayne, não da para salvar a todos. Disse ele de forma exaustiva.

— Mas podemos salvar esses aqui, vamos para dentro, não tem como continuarmos a viagem com essa chuva... E estou muito bêbado para correr a cavalo durante a chuva.

Sor Lymond bufou e aceitou o trato.

— Os homens vão te agradecer de certa forma. — Sor Lymond deu a ordem para eles entrarem.

Gwayne entrou, a garota Layna, que agora já estava vestida novamente, veio o agradecer, se ajoelhou na frente dele e agarrou sua mão.

Muito obrigado, dizia ela aos choros.

Gwayne só queria que aquilo acabasse para ele poder ir logo para a cama, mas era muito gentil para fazer algo tão rude.

— Por favor, levante-se. — disse ele, ajudando-a a se levantar. — Não precisa me agradecer, apenas fiz o que qualquer um deveria fazer nessa situação... — ele limpou as lágrimas dela com os dedos.

— Bom, agora vá dormir e esquecer que isso tudo aconteceu. — disse ele, gastando as últimas energias para fazer um sorriso convincente. Funcionou, ela voltou a sorrir e correu para seu pai. Scott guiou Gwayne até seu quarto no andar de cima, Quando abriu a porta, Daeron estava pelado se aquecendo na lareira. — Gwayne dera um olhar demorado.

— Estou secando minhas roupas no calor da lareira, você deveria fazer o mesmo... —Disse Daeron, se aconchegando perto do fogo.

— Irei, minhas roupas estão encharcadas e até meus ossos doem com esse frio... Mas algo incomoda meus pensamentos.

— Você se lembra do meu pai? Indagou Gwayne, enquanto atravessava o quarto, afastando as tapeçarias e entre abrindo uma pesada janela.

— Claro, Gwayne, era um homem forte como você e respeitado, embora para alguns parecesse severo, era um bom homem e espadachim. — Retrucou Daeron com a voz espessa de dúvidas.

— Sim, ele era muito bom realmente... — disse ele, olhando para a chuva que caia leve.

— Por que a pergunta? — Disse Daeron, se levantando e se enfiando embaixo das cobertas da cama.

— Meu pai nunca se preocupou em me treinar... Mas meu avô nunca deixou passar nem um dia de treino sequer... Ele riu, um sorriso amargo. — Esquece, é um ótimo quarto. — disse Gwayne, enquanto desatava o cinto da espada e a colocava escorada na lareira, depois removeu as roupas molhadas e as colocou perto da lareira.

— É o melhor quarto, disse o velho Will, um presente por ter protegido eles.— Disse Daeron, enquanto puxava as peles até o queixo e o observava.

Ele estava em pé em frente a lareira, observando o crepitar da madeira queimando.

— Esquente a cama, estou quase seco. Disse Gwayne. — que os sete abençoem esse velho, sem essa lareira teriamos uma noite ruim.

— Sim, farei isso. — Respondeu Daeron, enquanto olhava para seu corpo, Gwayne tinha a virilidade de um homem forte e saudável, seus músculos bem definidos e sua pele é clara e sem muitos pelos, apenas alguns em seu membro, a qual ele reparava com interesse e curiosidade enquanto olhava por um momento a mais do que deveria. "Gwayne teria chance contra aquele monstro...." Pensou ele.

— Venha para a cama, você parece bem seco para mim. — Disse Daeron com a voz suave.

— Sim, já tive o suficiente de fogo essa noite. — assim que Gwayne se moveu para longe da lareira sentiu o frio chegar sorrateiramente e bruscamente.

— É, claro... — Disse Daeron, com certa animação na voz. — Foi a única coisa que conseguia dizer enquanto Gwayne se deitava de costas para a cama, ele ocupou a maior parte da cama, era pequena mas confortável, ele puxou as pesadas cobertas e deitou nos braços de Gwayne, se aninhando sobre ele e se espreguiçando como um gato enquanto sorria, sentido o calor do corpo dele e também o frio das extremidades de seus membros, grande e endurecido por batalhas.

— Você está fervendo, Gwayne. — Confessou Daeron, baixinho.

Gwayne sentia a pele macia e suave de Daeron a encostar em seu corpo, seu cabelo ainda estavam umidos por causa da chuva.

Não demorou muito para Daeron adormecer em seu peito, e ele logo o acompanhou adormecendo profundamente.

Acordou na hora do rouxinol com as luzes fracas do amanhecer penetrando pelas frestas da janela. Ele levantou e checou se as roupas penduradas perto do fogo teriam secado, estava bom o suficiente, ele se vestiu e atou de volta o cinto da espada, depois acordou Daeron carinhosamente, ele se ergueu na cama e se espreguiçou.

— Se vista e me encontre lá embaixo, meu avô já deve ter acordado. — preveniu Gwayne, se adiantando para a porta.

Ao sair encontrou um dos cavaleiros se espreguiçando a caminho da escada, Gwayne ordenou que ele fosse avisar o dono da estalagem, pois iriam partir em breve.

Gwayne desceu e encontrou seu avô já sentado na mesa.

— Sempre o primeiro. — disse Gwayne, sentando se na frente de seu avô. — achei que o velho Will ainda não tinha acordado, mas já fez até o desjejum para nós.

— E não acordou mesmo, tive que ir a despensa buscar. — disse Sor Lymond.

Gwayne riu.

— Estou ansioso para chegar logo em Forte Orgulho.

— Eu também, saudades da minha neta e do meu povo. — disse Lymond, bebericando um vinho. Eles conversaram um pouco até os homens começarem a descer.

Gwayne observou Daeron descer as escadas e com ele Will e seus filhos.

Ele se aproximou.

— Novamente quero agradecer a vocês meus senhores...

— Não somos senhores, pode me chamar por Sor e será o suficiente. — disse Lymond.

— Claro... sor, tem meus agradecimentos... — disse ele fazendo uma reverência e saindo.

Daeron sentou se ao lado de Gwayne.

— Tomem o desjejum rapidamente, jovens, partiremos em breve.

Eles assentiram, e Sor Lymond se levantou para ajeitar as coisas para a viagem.

— Meu avô disse ter escutado rumores de guerra em Porto Real, o que você acha? — indagou Gwayne, a Daeron.

Daeron o olhou confuso e pensativo. E murmurou — Guerra?

— Sor Lymond foi ao torneio e disse que os ânimos não eram bons, sentiu que o Leão e o lobo, logo pulariam um na garganta do outro.

— Pode até existir uma tensão entre o leão de Lannister com o Lobo Stark, mas uma guerra aberta, com Rei Robert no poder... Acho improvável. — exclamou Daeron.

— Acho que teremos mais notícias sobre isso quando chegarmos em Forte Orgulho.

— Disse Gwayne, olhando de relance para a porta.

— Você acha que devemos nos preocupar? — perguntou Daeron, um pouco confuso enquanto se mexia tentando pensar no que faria se isso acontecesse, iria onde você fosse, disse rapidamente. Era meu dever como seu futuro escudeiro...

— Não se preocupe, nos temos um exército forte estacionado no Bosque D'ouro, além do mais o ocidente é forte o suficiente e, eu sempre farei o máximo para manter todos vocês seguros.

— Eu sei que irá... — disse Daeron, o abraçando.

Sor Lymond chama-os lá de fora, dizendo que já era hora de ir. Os cavaleiros foram os primeiros a sair, agitando-se para arrumar tudo rapidamente.

Gwayne deu um beijo na testa de Daeron e o ajudou a levantar. Daeron observou ele ir até o velho Will e seus dois filhos e, perguntando se eles já estavam prontos, que partiriam imediatamente, ele escutou os três falarem sim.

Partiram na hora do morcego, foram quase três luas até chegarem as bordas de Bosque D'ouro.