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Chapter 7 - Capítulo Cinco

Maddison Junez

Dia de mudanças. 

Malas eram arrastadas por um lado de outro pelo parque de estacionamento. Carros. Um ao lado dos outros. Tinha pessoas que estavam ajudando umas ás outras e tinha pessoas que estava fazendo sozinhas. Os estudantes que tinha pais ou alguém de família para ajudar com as mudanças, era coisa de sortudo. Aqueles que eram trabalhadores e independentes que, estiveram matando a sua vida e se destruindo o verão para conseguir dinheiro e sustentar na universidade, foram aqueles que literalmente perderam o melhor verão das suas vidas. 

E eles estavam cientes disso. 

Isso dóia apenas de pensar para falar a verdade. E tinha outros que simplesmente aproveitaram cada segundo do verão da forma mais bizarra que se possa pensar. Ir para a Roménia e fazer maior loucuras, pois ninguém te conhece e fazia maior calor. Ou ficar na cidade que você nasceu e ficou na sua vida inteira, ver novas caras que vão entrar na mesma universidade com você e criar os maiores arrependimentos da sua vida que vão ser carregados meses e meses no primeiro ano de universidade. 

Para aqueles que eram esquecidos no verão eram considerados sortudos e bem vividos, porque sempre que prometiam na cidade que, tudo que aconteceu no verão, fica no verão. Não precisava ser mencionado novamente, não tem necessidade. Exceto uma coisa. Uma simples coisa. 

Se uma cara familiar que a pessoa tinha visto no verão aparecer quando as aulas começeram, reze para as coisas não saírem fora de mão. Adolescentes que estão entrando na fase adulta não conseguem entender que têm que largar alguns hábitos para tornarem adultos, como por exemplo, para de gastar dinheiro com fast food e ficar assistindo Netflix com Tinder no celular para ver qual vai ser a próxima transa no fim de semana. 

Então essa era a vida de um estudante entrando na universidade. No momento que as malas caiam no chão do parque de estacionamento e ter o seu lugar que vai dormir por um ano estiver na sua frente, é real. A vida de estudante na universidade iria começar daí. 

Tinha estudantes que estavam trabalhando para a universidade em vender chapéus, hoodies e malas com o logótipo da universidade para eles conseguirem dinheiro para os primeiros eventos de boas vindas na universidades. Os eventos eram simplesmente ir para um lugar para socializar e era completamente chato, pois tinha professores.

O que os estudantes faziam era simplesmente colocar localização no SnapMaps e colocar aonde iria acontecer a festa. Uns mandavam nos outros e se encontravam na festa e durava no máximo dois dias, pois tinha mais festas para ir. Tinha pessoas que faltavam as aulas e simplesmente dormia o dia todo com ressaca e acordavam na hora de almoço para ver a próxima festa. 

Essa era as primeiras duas semanas de universidade e quando isso passa, eles sabiam que tinham que levar sério com a universidade. Isso seria a vida de estudantes normais que simplesmente poderiam brincar com as suas vidas e simplesmente puder virar a cabeça para baixo, mas mesmo assim iriam conseguir recuperar a vida deles de novo. 

A mesma suspirava de cansaço e saia do Uber completamente exausta, dando o dinheiro extra para o motorista. O motorista simplesmente rejeita várias vezes até a jovem insistir e dar um sorriso como imploração, fazendo o senhor segurar o dinheiro e agradecer. Ela caminha rapidamente para a bagagem do carro e começa a pegar as suas malas onde ela mesma sabia que tinha as suas coisas mais valiosas e que nunca poderia perder elas. 

Eram tantas malas e ela mesma não sabia onde iria colocar e carregar as coisas que tinha buscado e comprado, mas sabia que poderia simplesmente conseguir ter tudo que precisava no seu apartamento. Com o dinheiro passado pela mãe, ela iria conseguir se orientar nos primeiros meses da universidade e conseguir um trabalho. Mas com certeza que não ia ser fácil. 

Ela tinha que se aconchegar e se encaixar com os milhares de alunos que estava na universidade. Fazer um currículo e trabalhar enquanto estudava não ia ser algo de um dia para o outro. Tinha muitas coisas para fazer na lista e Maddison esperava conseguir fazer tudo no mesmo dia. Será que iria ser possível? Bem capaz. Se a motivação estava ali, então seria fácil de ter tudo terminado. 

A mesma começou a carregar as grandes malas para dentro do apartamento e o peso apenas a deixava cansada. Maddison não sabia se andava rápido ou devagar. De qualquer forma, ela acabou se sentindo estafada com o peso dos sacos, mas isso não fez ela parar, colocando cada saco dentro do apartamento, ao lado da sua porta. Aquilo era um tamanho de compras enormes, então Maddison esperava que fosse durar algum tempo.

Logo que fechou a porta, a mesma encostou a testa na porta, dando um longo suspiro de alívio após ter terminado a grande tarefa anterior. Ao se ajeitar, Maddison olhou para as compras e simplesmente pensou como que tinha conseguido carregado aquilo tudo. Mesmo assim, ela estava feliz. Ela estava feliz, porque iria se sentir bem agora. Ela estava feliz, porque iria começar a comer bem. Ela estava feliz, porque ela estava em paz. 

Contente e completament vivente, a menina decidiu começar arrumar as coisas da cozinha, como talheres, copos, pratos e outros utensílios que poderia melhorar a decoração do apartamente, para ela sentir que era o lar dela. Ao limpar todos os cômodos, ela foi colocando as decorações no lugar, deixando o aroma confortável, fresco e indulgente percorrer lentamente. 

Ao longo do tempo que ia passando, o apartamento foi ficando mais cheio e mais decorativo. Maddison limpava o banheiro, deixando o condicionador cair. Logo que pegou o objeto, se lembrou da última que aconteceu em outro banheiro, em outro apartamento. Ela mesma não sabia por que raios a pessoa estava percorrendo pela mente dela. Principalmente a imagem não saia da cabeça. Acabava por ser uma flagetação boa. 

Maddison sabia que não deveria pensar naquela pessoa daquela forma, pois mal conhecia. Pior de tudo era quando você sabe que a pessoa te conhece também e é bem capaz de ser a pessoa de novo. Seria isso destino ou castigo? Eis a questão. Uma coisa que ela tinha a certeza era que muita coisa iria acontecer nos próximos dias e ela não estava pronta para isso. Nem um bocadinho. 

Ás vezes a vontade passa, mas quando está na pele, acaba ardendo. 

E era isso que Maddison estava sentindo. Não sabia o motivo, mas talvez seria capaz de saber no momento certo. A mesma continuou arrumando o banheiro, segurando o condicionador, colocando no lugar. 

Ela sabia que agora as coisas iriam mudar. A sua mãe estava longe e perto de quem poderia a proteger, deixando o coração dela ameno e em paz de tudo que tinha passado na sua casa antiga. Ela queria um recomeço e ser uma nova pessoa que não fosse ter medo das pessoas que estão machucando ela, deixando ela calada ou até cortar o brilho dela. Ela não pediu para brilhar, mas ela quer proteger o brilho dela. 

Não era difícil de o fazer, as pessoas em volta é que tornava isso difícil. Em toda a sua vida, ela nunca pensou que fazer decisões pensando nela. Ela sempre pensou nas pessoas que estão cuidando dela, porque ela nunca cuidou de si mesma. Mal ela sabia o que era cuidado próprio. Ao menos sabia o básico. 

Primeiramente, nada de depressão, porque não tem tempo para chorar. Segundo, nunca dependa de ninguém tirando a pessoa que construiu seu teto. Terceiro, nunca responda má negatividade, pois se responder, será contagiado. E último, ame começando por você. Essas eram as regras que a Maddison tinha em mente e sempre levou na sua vida, desde que viu que a sua casa não se sentia um lar como antes. 

As coisas começaram a mudar quando Maddison tinha nascido. Não era suposto era nascer, mas sua mãe sempre sonhou em ser mãe e logo que fez os testes e soube que era menina, mas ficou mais que encantada. A mulher pensou que tinha escolhido o pai certo para a sua cria, mas logo que revelou, tudo virou de cabeça para baixo. 

Todas as cartas de castelo foram abaixo e tudo desabou. Escureceu. A casa deixou de ter a iluminidade de antes. O aroma mudou ao longo do tempo e Naira mal conseguiua ver a luz do sol. Ela sabia que se ela pisasse o chão do lado de fora, ela sabia o que esperar no final do dia. A mãe da Maddison não sabia o motivo de tudo ter mudado apenas por amar a própria criança.

Então ela sabia que algo não estava certo e que, na verdade, o próprio pai nunca tinha amado a Maddison como própria filha e isso deixou Naira completamente apavorada e magoada. Ela não sabia como mudar a situação, pois apenas piorava e o medo apenas a comia por dentro. E era isso que ela não queria, ela não queria viver com medo. 

— Ame a sua filha, querido. — dizia Naira com receio, engolindo em seco, tentando se aproximar do seu amado, mas sem sucesso, sendo empurrada pelo mesmo. — O que eu fiz para merecer isso? Sou eu? 

— Você ainda pergunta?

Os olhos de Naira se aumentaram de surpresa após ouvir o que o seu marido tinha acabado de falar. Ela estava imóvel, completamente em choque e sem saber o que falar ou responder de volta. A única resposta que o seu corpo conseguiu dar foi lágrimas encherem em seus olhos e cair em seu rosto. Foi aí que ela percebeu que tudo que ela tinha construído e desenvolvido foi para o chão. 

Todas as peças de puzzles que tinha sido construídas ao longo do tempo, tinha sido desmanchadas ao chão, se transformando em pó. Tudo que ela tinha passado na vida para conseguir convencer que ele era um bom homem e mesmo assim a família não aceitava ele de jeito nenhum. E agora ela sabia o por quê. 

A sua vida tinha mudado completamente, pois sabia que ele queria ela por perto o tempo todo e então, Naira decidiu passar menos tempo com a família e seus amigos para ficar pessoa que ela mais amava nesta vida. E ela se arriscou e deu as costas na família e o defendeu, pois achou que ele era um homem de verdade. A verdade era que ele é apenas queria ela, mas se cansou. 

Ele apenas se cansou e se enjoou. 

E não tinha que a Naira pudesse fazer para mudar isso, pois ela estava grávida e iria ter uma menina. Essa menina poderia perfeitamente mudar a vida dos dois, mas pela reação do Mr.Junez, ele não queria uma menina. Muito menos um menino. Naira percebeu que ele não queria ter filhos com ela. 

Mas por quê? O que eu tinha feito de errado? perguntou ela, completamente confusa. Naira se sentia perdida. Agora que ela não tinha apoio de ninguém, nem da sua família, ou irmãos e muito menos dos amigos dela. Seria capaz dos amigos não lembrar mais da existência dela depois que ela tinha engravidado, pois sabiam que ela ia dedicar o seu tempo com a família que ela tinha formado. 

A família que ela tinha formado. A família que tinha sido uma ilusão. A família que apenas foi criada, mas nunca iria ser amada. E era uma dor que nunca iria ser esquecida pela Naira. Ela pensou que ter um filho no casamento, poderia salvar, mas percebeu que era tarde demais.

 Ela não percebeu que tinha sido tarde demais quando ele começou a mudar completamente quando eles tinham se mudado. Ela não percebeu nem um pouco quando ele saía e chegava tarde. E muito menos quando ele não falava com ela o dia inteiro. Ela se sentia sozinha naquele tempo todo, mas agora seria diferente. Naira não estava sozinha. 

Ela tinha alguém esperando por ela e ela garantiu para si mesma que não importa o que aconteça, ela iria ficar com ela até não pisar a terra nunca mais. E era a criança que ela carregava na barriga. A barriga crescia e ela escondia ao mundo. Ela não queria que a criança fosse magoada como ela ficou, então ela decidiu se cobrir por completo até quando era de noite. 

Naira se sentava no sofá e subia a blusa, acarenciando a barriga enorme e falava com a sua filha como se fosse a sua melhor amiga. Tinha vezes que a sua filha chutava e mesmo que ela sentia dor dos fortes chutes, ela se sentia feliz. Ela preferia sentir dor com os chutes do que não sentir nada e nem nenhuma resposta. A cada chute, era um grande júbilo para Naira. E era assim que ela ficava até sentir sono e ir dormir. 

A parte mais díficil do dia era o medo. Não era apenas medo, mas sim, o medo do seu marido. Ela não sabia se o amava, pois ela sentia mais medo do que amor por ele. E isso a assustava. O tempo foi tão curto para transformar os sentimentos daquela forma que, acabou ser confuso e pensar como que chegou a esse ponto. E eis a questão que vinha na mente: será que casamento é sempre assim? 

A resposta seria não. 

Quando você está cega por amor, você não vê os erros ou imperfeições da pessoa. Você apenas consegue ver que a pessoa está te amando do jeito que você gosta, te alimentando e te preenchendo com tudo que você não teve antes e é aí que tudo para. Nesse exato momento, você percebe que a pessoa simplesmente mudou e parou de fazer o que ela costumava fazer. 

Tu acorda na realidade e percebe que a pessoa já não está te amando como antes e você tenta receber de novo. E de novo. Na terceira ou quarta vez, fica claro que você não vai ter aquele preenchimento de novo, aquela ternura e afeto de antes, porque a pessoa simplesmente parou de te amar. Pelo simples fato de parar de te amar. 

E era isso que Naira sentia. Ela sabia que não tinha mais volta e mesmo, ela queria dar um jeito que pudesse fazer com que a família voltasse como antes. Ela até que tentou nas primeiras noites, mas apenas foi piorando. Então, ela desistiu. 

Foi díficil de aceitar que a pessoa que ela mais amava na sua vida estava a rejeitando junto com a criança que futuramente iriam ter. Ela sentia que era injusto demais, porque ela não fez nada de errado. Várias mães acabam por abandonar o filho apenas para ter o seu amado de volta. No caso da Naira, isso estava longe de acontecer. 

Numa certa noite, ela decidiu que iria começar a dormir no sofá e simplesmente ficava falando com a sua filha até adormecer. A cada noite, ela sentia que sua filha estava crescendo cada vez mais e isso apenas a deixava mais feliz que nunca. Naira abraçava a barriga como se estivesse abraçando a sua filha naquele momento e adormecia no sofá. 

O tempo foi passando e ela foi ficando mais feliz, depois de ter aceitado que iria fazer de tudo para a sua filha ser uma menina protegida pela sua própria mãe. Os meses ia passando e a barriga já estava enorme. Era verão e realmente era díficil de caminhar bastante com o calor na estação de verão. 

Naira começou a passar mais tempo em casa, comendo bastante. E ela não fazia questão de comer em frente do seu marido, ela simplesmente fazia o jantar cedo, comia o quanto que ela queria e depois ia dormir até o Mr.Junez chegar. 

Toda a vez que a porta abria, o seu coração palpitava forte. Ela ainda sentia o medo. Não era o medo dele. Era medo de ele querer tirar a filha e isso era o maior medo de Naira. Ela abraçava a barriga forte e toda vez que o seu coração batia forte, ela acabava por sentir chutes. Era como se a sua filha estivesse ali presente mesmo nos momentos inesperados.

E era a única coisa que estava lhe fazendo feliz. A sua filha estava lhe fazendo feliz do que nunca, mesmo sem a família ou marido por perto. Ela não se importava, porque sabia que iria ter a sua filha com ela para sempre. Com o tempo, isso poderia mudar, mas Naira não se importava, porque sabia que o amor que estava dando no momento, importava. 

Certo dia, Naira levantou do sofá com certa dor das costas. Estava com falta de ar e com tontura. A mesma olhava em seus pés inchados, encolhendo os mesmos, vendo que ela realmente tinha engordado e seu corpo tinha mudado completamente. Ela se apoiou ao sofá e se levantou lentamente. 

Uma dor intensa percorreu das costas até ás portas. Como um choque. Naira gemeu de dor, se encolhendo aos poucos, ainda se apoiando ao sofá. Ela respirou fundo, inspirou e expirou lentamente, contando até dez. Ela pensou que isso iria ajudar, mas a dor ainda estava ali. Pronta para piorar. A sensação de desconforto estava vindo aos poucos, fazendo ela assim, fechar os olhos com força para ficar de pé completamente. 

Logo que ela abriu os olhos, ela percebeu o motivo da dor e do desconforto, era contrações. O sofá estava completamente incharcado e suas pernas ainda estavam molhadas. Não é xixi, ela pensou. Ela caminhou devagar para se aproximar ao sofá para ver se tinha sangue, mas nenhum sinal de sangue. 

A mesma suspirou de alívio, caminhando devagar para as janelas da sala, abrindo as cortinas, aproveitando o dia que estaria sozinha em casa, mesmo que estivesse com dor constante. Dor constante? Poderia ser contrações, mas era cedo demais para a sua filha vir. 

Naira estava com várias emoções naquele momento e não sabia se poderia se preocupar ou não. Naquele momento, a dor estava desapareceu e ela não sentia mais a sensação de desconforto, deixando-a mais tranquila. Mesmo sozinha em casa, ela sabia que iria fazer questão de arrumar a casa e quando era a hora certa, ela poderia fazer o jantar. 

Ela começou por tirar os lençóis molhados do sofá e colocar para lavar, limpando o chão e tirando o pó dos móveis. Logo que terminou, se sentou na cadeira, escrevendo uma lista de coisas que ela tinha que fazer no dia, enquanto acarenciava a sua barriga, como gesto de bom-dia. 

— Deu vontade de comer algo fresco. — dizia, enquanto fazia pequenos desenhos no papel, acarenciando a sua barriga lentamente. — Pickles fresco com maionese ou ketchup em tosta com arroz?

Ela falava, olhando para a barriga, logo sentindo um chute na barriga, soltando leves gargalhadas, se levantando, pronta para comer algo. Do momento que ela simplesmente abriu a geladeira, a dor voltou. Mas mais forte desta vez. Naira gemeu de dor, dando leves suspiros, vendo que algo não batia certo. 

Logo que ela olhou para baixo, ela percebeu que a cadeira estava encharcada, percebendo que era a hora. Naira percebeu que estava se tremendo completamente com as suas mãos se tornando pálidas, tendo a visão fusca e fraqueza nas pernas. Ela não sabia o que poderia fazer naquele momento, mas uma coisa ela tinha certeza. 

Era a hora. 

Lentamente, Naira deixou a porta aberta da casa, caminhando devagar pelo banheiro, se encolhendo de dor, segurando o seu celular, logo começando a encher o banheiro com água quente. A água escorria com força e dava ecoo pela casa vazia, enquanto se ouvia gemidos de dor da Naira. Ela digitava o número das emergências, vendo que foi atendida no momento. 

A mesma quase não conseguia falar, mas tentava descrever o que estava sentindo e sabia que a água tinha quebrado. Ela dizia que estava sentindo muita dor e acreditava que estava com contrações durante o sono e apenas foi piorando logo que ela acordou. Os médicos viram que era a hora, sugerindo que ela entrasse no banheiro e se sentisse comfortável.

A mesma se sentou no banheiro cheio de água, deixando o celular aberto sem terminar a ligação, gemendo de dor. Com isso, ela foi massageando a barriga e tentando controlar a respiração. A água quente estava ajudando com a sensação de desconforto e a dor que estava ficando cada vez mais aguda, até ela não aguentar mais. 

Ela estava com medo, mas sabia que tinha que o fazer mesmo que não estivesse com ajuda. Naquele exato momento, ela começou a espremer e fazer força. Naira segurava nas bordas do banheiro e continuava fazendo força, até ver que a cabeça estava se aproximando. A mesma estava em choque ao perceber que realmente estava dando a luz na sua criança. 

Naquele exato momento, ela viu passos apressados pela casa e sabia que era a emergência que veio para ajudar. A sua visão estava fusca, mas deu para perceber que estavam duas mulheres entrando no banheiro, fazendo Naira estender a sua mão como pedido de ajuda, sentindo a sua mãe ser apertada com sucesso. 

A respiração estava a ser difícil de ser controlada, mas mesmo assim Naira acabou por fechar os olhos lentamente e espremer de novo. A dor estava insuportável e ela chorava de desespero, mas mesmo assim ela fazia força. 

E foi aí que ela sentiu um vazio e o choro infantil ecooar. 

Naira sabia que aquela criança iria mudar a vida dela para sempre, pois nunca viu que poderia se sentir forte mesmo que estivesse sozinha. Ela se sacrificou a criança e sabia que isso iria valer ouro, logo que ela sentiu a sua filha em seu peito. Lágrimas de alegria ainda percorriam pelo rosto, misturando com o sour e a visão tinha voltado ao normal. 

— Senhora… Mrs.Junez? Mrs.Junez, o bebé está bem e nasceu saudável. — disse a enfermeira com um sorriso enorme, logo dando atenção aos papéis. — Não se mova, se sinta comfortável. Se precisar de algo, nos avise. Enquanto isso, iremos fazer pequenas perguntas, pode ser?

— Sim, claro… — falou Naira completamente fraca, fechando os olhos de novo, acarenciando o seu bebé.

— Nome da criança? 

— Maddison Godua Junez. 

— Seu marido então é Willson Junez? Ele está presente? 

E foi aí que os olhos de Naira abriram. A mesma engoliu em seco e olhou em volta, segurando a sua filha firmemente. Ela sabia que o seu marido não estava presente e nunca iria estar, o problema era que ela não queria que ele estivesse presente ou machucasse a sua filha do mesmo jeito que ele a machucou. 

— Não, não está. Mas ele sabe da Maddison. 

E essa Maddison era eu. 

Passando anos e anos com tortura da parte do meu pai e sempre quis fazer o máximo para proteger a minha mãe. E considero que tinha colocado um fim quando tinha fugido com a minha mãe e nunca mais olhámos para trás. Confesso que eu não sabia o que estava fazendo, mas funcionou. 

Tinha se passado duas semanas que não ouvia o nome do meu pai, então estava feliz. A minha mãe passou a viver com a sua melhor amiga e sabia que ela estava em segurança, com isso, eu não precisava me preocupar. 

Tive um dia longo. Tinha arrumado o meu apartamento junto com as coisas que tinha comprado. Muita comida, suficiente para dois meses e também muita decoração. A sala estava decorada do jeito que imaginava. Pensava nisso, enquanto estava fazendo o meu jantar. Lasanha. A minha comida preferida. 

Estava pronta para acabar com aquela lasanha por dois dias, mesmo sabendo que não tinha tanto dinheiro para o resto do mês. Segurei o meu prato e caminhei até ao sofá, ligando a TV para ver as notícias. Apercebi que tinha acontecido um crime, sem importar muito. Logo em seguida, aparece a foto da vítima.

O meu pai.