As palavras do Carlos me tiram do meu pequeno baixo-astral, e eu concordo com a cabeça. "Preciso fazer o máximo de dinheiro antes do semestre de verão. Vou precisar de grana para a matrícula, livros, taxas diversas e, quem sabe, um carro. Entre o aluguel e as necessidades básicas da vida, eu realmente preciso fazer hora extra. Tenho sorte de a Dona Elkins até me deixar trabalhar tanto."
Ele concorda, limpando o balcão enquanto eu reabasteço o porta-guardanapos. "Ela tem seu jeitinho. Cuida de todos nós. Às vezes me pergunto se ela está mesmo fazendo dinheiro com a loja. Vendemos muito café, mas nem tantos livros assim."
Ele não está errado; eu pensei o mesmo. Meus ombros sobem num encolher de ombros vago, e começo a limpar as mesas do fundo, tirando jornais, revistas e livros.