A escuridão da noite japonesa era cortada apenas pelos relâmpagos que rasgavam o céu e os trovões que ecoavam ameaçadores, iluminando brevemente as ruas estreitas e escuras. A chuva caía incessante, suas gotas batendo contra o asfalto com um som ritmado e monótono, criando poças de água nas vielas desoladas. O aroma da umidade pairava no ar, misturando-se com o cheiro metálico da eletricidade prestes a se manifestar nos relâmpagos.
No coração dessa tempestade, Akuma Harumi avançava, sua figura envolta em um manto negro que ondulava como sombras vivas. Seu cabelo escuro estava colado ao rosto pela chuva, os pingos d'água escorrendo por suas têmporas enquanto ele avançava determinado pela rua deserta. Em seus olhos, faíscas de um poder desconhecido, varriam o cenário com uma intensidade cruel, iluminando momentaneamente os becos escuros por onde passava. A cada passo, as sombras pareciam se encurtar ao seu redor, como se a própria escuridão o reconhecesse como seu mestre.
O caos se desencadeou, uma explosão de poder que despedaçou a noite com sua intensidade devastadora. Raios cortavam o céu como lâminas afiadas, enquanto chamas dançavam em meio à chuva que caía naquela noite. O som dos trovões era ensurdecedor, ecoando pelas ruas estreitas como o rugido de uma fera faminta.
Corpos jaziam inertes no chão molhado, suas silhuetas obscurecidas pela escuridão. Harumi, com sua aura de poder, avançou impiedosamente. Seus passos ecoavam como batidas de um tambor, marcando o ritmo macabro daquela dança da destruição. E então, no epicentro da carnificina, uma única figura permanecia viva, tremendo de medo sob a tempestade implacável. Uma garota pequena e frágil, seus olhos refletindo o horror da cena diante dela.
O jovem se aproximou lentamente, seus passos ecoando como o prenúncio de uma sentença inexorável. Cada movimento era calculado, cada gesto carregado de uma aura sombria e sinistra. Ele se ajoelhou diante dela, seus olhos se encontrando em um momento de silêncio tenso. Um lampejo de reconhecimento atravessou os olhos de Harumi, seguido por uma expressão de decepção sombria.
— Você não é ela — ele murmurou, sua voz uma mistura de desapontamento e desdém. Antes que a garota pudesse reagir, uma lâmina de energia negra surgiu em sua mão, sua forma sinuosa como se tivesse sido arrancada de um pesadelo. A garota soltou um grito de terror, mas foi abafado pelo som da lâmina cortando o ar. A cabeça dela rolou pelo chão, sua expressão congelada em um último vislumbre de horror.
— Eu lamento — ele sussurrou para o vazio, sua voz carregada de uma tristeza que não se permitia sentir. — Mas se você sabe sobre mim, não posso correr o risco —
E com isso, ele se ergueu, seu manto negro envolvendo-o como as asas de um corvo da noite.
Desvanecendo-se na noite sem deixar vestígios, o jovem sentiu-se consumido pela frustração. Não encontrar quem desejava encontrar para seguir seu plano era como uma ferida aberta em seu peito, uma lacuna escura que o devorava por dentro.
Enquanto a cidade ainda ecoava com os ecos da carnificina deixada para trás, Harumi retornou ao esconderijo do Clan Yami e se encontrou com Ryuji Tanaka, seu fiel colíder. Com uma presença imponente, Ryuji era uma figura respeitada e temida, sua lealdade a Harumi inabalável.
— Harumi — começou Ryuji com uma expressão grave, — não encontramos a garota que você tanto deseja, mas devemos ter mais cuidado em nossas ações para não atrair tanta atenção indesejada. —
Após ouvir as palavras de Ryuji, Harumi permaneceu imóvel, seu olhar sombrio e vazio sem demonstrar nenhuma expressão. Seus pensamentos pareciam distantes, mergulhados em um abismo de reflexão e determinação.
Nesse momento, Aiko Nakamura, a mente estratégica por trás do Clan, entrou na sala. Sua presença era marcante, uma aura de elegância e estilo envolvendo-a enquanto ela adentrava o ambiente. Com passos firmes e um olhar desafiador, Aiko exalava confiança e determinação. Sua postura era de alguém acostumado a liderar e a impor sua vontade sobre os outros.
— Harumi, Ryuji —, disse Aiko com sua voz alta e assertiva — O líder da LufKin, que domina a área de Tokyo, quer se encontrar conosco. —
Após ouvir isso, Harumi lançou um olhar sombrio para Aiko, seu rosto contorcido pela raiva reprimida. Seus olhos, normalmente frios e calculistas, agora brilhavam com uma intensidade feroz, refletindo a tempestade de emoções que se agitava dentro dele.
Harumi sentiu o peso do cansaço se acumular em seus ombros, uma exaustão profunda que vinha não apenas do corpo, mas também da mente. A raiva queimava dentro dele, alimentada pela frustração de não encontrar a garota que tanto procurava.
Mas então, como se fosse uma vela que se apaga lentamente, a energia que sustentava seus poderes começou a desvanecer. Harumi cambaleou, sentindo as pernas fraquejarem sob o peso de sua própria determinação. Se
Peço desculpas pela interrupção! Aqui está a continuação:
Seus olhos se fecharam involuntariamente, a escuridão da inconsciência o envolvendo enquanto seu corpo sucumbia ao cansaço avassalador.
Mesmo depois de desmaiar de exaustão, Harumi permaneceu agitado, sua mente mergulhando em um redemoinho de memórias e emoções. As imagens do passado ressurgiram, vívidas e inescapáveis, enquanto ele lutava para encontrar seu equilíbrio interior.
Aiko e Ryuji observaram com preocupação enquanto Harumi se debatia, sua expressão contorcida refletindo a batalha que se desenrolava dentro dele. Sabiam que ele estava revivendo eventos dolorosos de seu passado, eventos que moldaram o homem que ele se tornou.
Com cuidado, eles o levaram para sua cama, onde ele poderia descansar e recuperar suas forças. Enquanto o silêncio pesava no ar, o passado de Harumi continuava a ecoar em sua mente, lançando luz sobre os mistérios que o cercavam.