Em suas memórias Harumi e uma garota corriam desesperadamente por um beco estreito e sujo, suas mãos se apertando com firmeza enquanto eles tentavam escapar do desconhecido. O beco estava mergulhado na escuridão da noite, apenas a luz de um lampião distante iluminava fracamente o caminho à frente.
Paredes de tijolos quebrados, cobertas de musgo se erguiam dos dois lados, lançando sombras que dançavam ao ritmo dos passos apressados. O ar estava impregnado com o cheiro de lixo e decadência, e o som ecoante de seus passos parecia ecoar pela eternidade.
Harumi liderava o caminho, sua expressão determinada e sua postura alerta, enquanto a garota tremia de medo ao seu lado, seus olhos arregalados de terror refletindo a incerteza do que os esperava além do próximo beco.
Eram apenas crianças, mas estavam sendo forçados a encarar um sofrimento cruel. A menina em seus olhos suplicavam por proteção, com suas lágrimas silenciosas deixando rastros úmidos em suas bochechas. Ela se agarrava a Harumi com desespero, buscando nele o conforto e a segurança que o mundo cruel lhes negava.
Harumi envolveu a garota com seus braços, tentando confortá-la com palavras de tranquilidade e promessas de proteção. Ele jurou a ela que estaria sempre ao seu lado e que jamais a deixaria enfrentar o perigo sozinha.
Enquanto eles se escondiam na escuridão, Harumi olhou nos olhos assustados da garota e fez uma promessa solene: ele criaria um mundo onde ela pudesse viver em paz, longe daquele lugar sombrio e das pessoas que a machucaram.
De repente, uma luz fraca perfurou a escuridão, seguida pelo som de passos se aproximando. Uma voz feminina ecoou pelo beco, chamando por eles. Harumi sabia que precisava agir rápido para proteger a garota, mas antes que pudesse fazer qualquer coisa, ele foi arrancado de sua memória pela realidade presente.
Ao abrir os olhos, Harumi se viu deitado em uma cama no esconderijo do Clan Yami. A luz fraca que filtrava pelas janelas indicava que já era noite lá fora.
Harumi ergueu-se lentamente, sentindo o peso da exaustão ainda pesando sobre seus ombros. Seus olhos encontraram Aiko, que estava ao seu lado, observando-o com uma mistura de preocupação e determinação.
— Você está bem, Harumi? — , perguntou ela, sua voz suave e reconfortante.
Harumi assentiu, forçando um sorriso cansado. — Estou bem, Aiko. O que aconteceu? —
Nesse momento, Ryuji entrou na sala, seu rosto sério revelando a tensão que ainda pairava no ar. — Harumi! Que bom que você acordou! — , exclamou ele, uma mistura de preocupação e entusiasmo em sua voz.
— Você nos assustou lá atrás seu maldito. Já falei pra não usar seus poderes dessa forma —
Harumi abriu um sorriso se alegrando com a preocupação de seu amigo e concordou se desculpando, sabendo que era hora de planejar seus próximos passos.
— Certo, mas primeiro precisamos discutir o que faremos em relação ao convite do líder do Clan de Tokyo. Não sabemos por que ele nos chamou e isso pode representar um risco para nós. —
Aiko interveio rapidamente, com sua expressão séria. — Eu acho que é arriscado demais. Não podemos expor sua identidade sem saber o que ele quer. Sugiro que apenas eu e Ryuji vamos como seus representantes. —
Ryuji concordou com um aceno de cabeça. "
— Aiko tem razão, Harumi. Precisamos pensar com cautela antes de tomar qualquer decisão. —
Harumi concordou, mas sua expressão ficou sombria ao considerar a sugestão de Aiko. — Não podemos nos dar ao luxo de sermos imprudentes — , ele disse com firmeza. — Mas também não podemos ignorar o convite do líder do Clan de Tokyo. Eles têm influência demais para serem subestimados, pode ser perigoso vocês irem sozinhos. —
Aiko arqueou as sobrancelhas, mas antes que pudesse objetar, Ryuji interveio. — Harumi, entendo suas preocupações, mas você deve confiar em nós. Se eu e a Aiko, não pudermos lidar com um Clan medíocre que domina apenas uma cidade, então não temos o direito de acompanhá-lo. —
Harumi olhou entre Aiko e Ryuji, compreendendo a validade do argumento de Ryuji. — Está bem — , ele concordou finalmente. — Mas não vamos baixar a guarda. Estarei pronto para agir se as intenções do Clan de Tokyo forem hostis. —
Enquanto Aiko e Ryuji finalizavam os detalhes do plano com determinação, Harumi observava-os com uma expressão sombria e um olhar profundo, suas preocupações ainda ecoando em sua mente. Apesar de relutante em deixar seus confiáveis companheiros irem sozinhos, ele sabia que a cautela era necessária.