O silêncio tenso que pairava sobre a sala foi quebrado pelo som das palmas ecoando pelo ambiente. Todos os olhares se voltaram para a figura que acabara de entrar, seu sorriso malicioso iluminando o rosto enquanto batia palmas lentamente.
— Hm, que interessante — , disse ele, sua voz carregada de sarcasmo. — Quem diria que o monstro que todos estavam falando seria nosso pequeno demôniozinho. —
Harumi e os outros presentes na sala olharam para ele, confusos e intrigados. Como esse homem conhecia Harumi? Antes que pudessem questioná-lo, o sorriso desapareceu do rosto do homem, substituído por uma expressão de raiva e seriedade.
Num piscar de olhos, ele estava na frente de Harumi, chamas azuis dançando em seus olhos enquanto ele lançava um ataque poderoso. Com uma destreza incrível, ele desferiu golpes rápidos e precisos, cada um carregado com uma intensidade avassaladora.
Harumi ergueu um escudo de escuridão ao redor de si mesmo, absorvendo os ataques com determinação. A escuridão parecia pulsar com poder, agindo como um portão que sugava toda a energia lançada contra ele. Cada golpe do homem era como uma explosão de força, sacudindo o ar ao redor com sua violência.
Após desferir uma série de golpes, todos defendidos habilmente por Harumi, o homem recuou, sua expressão de raiva intacta. — Ah, eu sempre te odiei, seu demônio desgraçado. —
Harumi olhou ao redor, certificando-se de que Aiko e Ryuji estavam bem. Quando sentiu seu corpo se arrepiar de repente, era como se seus instintos estivessem alertando-o para uma ameaça iminente.
Ele recuou rapidamente e deu o comando para Ryuji, Aiko, Kaito e Yuki se posicionarem atrás dele.
Yuki franziu a testa, confusa. — O que está acontecendo? — perguntou ela, enquanto se preparava para a batalha que se aproximava.
Antes que Harumi pudesse responder, o chão começou a tremer sob seus pés.
Uma sensação de inquietação se espalhou pela sala, anunciando a chegada de algo terrível. Uma mulher de cabelos vermelhos escarlates entrou no saguão, sua presença imponente enchendo o ambiente com uma aura de perigo iminente.
A mulher de cabelos vermelhos se aproximou com uma aura de autoridade, sua presença dominando o espaço ao redor dela. — Akaza, a ordem é levar a Yuki, o que você pensa que está fazendo? — disse ela, sua voz firme e autoritária.
Akaza retrucou com grosseria: — Eu não recebo ordens de você, Anne. —
Anne desviou o olhar de Akaza para Yuki, mas seus olhos encontraram os de Harumi. Sua expressão séria deu lugar a uma expressão de surpresa genuína. — É você, Harumi? —
Antes que Harumi pudesse responder, Aiko se intrometeu, suas palavras carregadas de desconfiança. — Como vocês dois conhecem Harumi? E o que querem com Yuki? —
Anne novamente voltou para sua expressão sombria, lançando um olhar penetrante em Aiko. — Quando eu estiver falando, os primatas não falam — , disse ela com uma voz gelada. Seu olhar foi o suficiente para fazer Aiko desmaiar, caindo nos braços de Ryuji antes de atingir o chão.
Anne voltou seu olhar para Harumi, uma expressão de mistura entre surpresa e reconhecimento em seu rosto. — Sempre acreditei que você tivesse conseguido sobreviver — , disse ela, seu tom carregado de emoção.
Harumi respondeu com voz calma e fria: — Quem é você? —
Anne pareceu confusa com a pergunta, seus olhos examinando o rosto de Harumi. — Você realmente não se lembra de nada? —
Antes que Anne pudesse continuar, Akaza interferiu, sua voz carregada de autoridade. — A doutora não vai gostar de saber que você está alimentando a memória dele. —
A menção da "doutora" fez com que lembranças sombrias ressurgissem na mente de Harumi, imagens fragmentadas de uma figura enigmática conduzindo experimentos cruéis. Ele olhou para Anne e Akaza com renovado interesse e desconfiança, agora convencido de que esses dois estavam de alguma forma ligados ao seu passado obscuro.
Anne concordou com Akaza e, com um tom persuasivo, propôs a Harumi que voltasse com ela. — A doutora ficará muito feliz em ver você de volta. — , disse ela, sua voz suave e tentadora.
Anne, com um olhar penetrante, desviou seus olhos de Harumi para Yuki, falando com uma voz suave, mas firme: —E a doutora também espera pelo seu retorno, minha pequena Yuki. —
Yuki irritada sentiu o poder fluir em suas mãos, determinada a entrar na luta. No entanto, Ryuji se colocou entre ela — Yuki, não se envolva nisso. Cuide da Aiko, por favor. — , insistiu Ryuji, preocupado com a segurança de sua companheira.
Enquanto Yuki se preparava para obedecer, Harumi interrompeu com uma aura sombria, envolvendo seu corpo com uma densa escuridão. Seus olhos, fixos em Anne, irradiavam uma intensidade gélida.
— Eu só me lembro de fugir dessa mulher. Se vocês estão ligados àquela doutora, então vocês também são meus inimigos. — , declarou Harumi, sua voz impregnada de uma determinação sombria.
Anne, inicialmente tremendo, tentou acalmar os ânimos: — Harumi, por favor, se acalme. Confie em mim, vamos para casa. —
Ignorando as palavras de Anne, Harumi aprofundou ainda mais a aura sombria, preparando-se para o confronto.
Akaza, novamente envolto em chamas azuis, se postava para o combate ao lado de Anne. — Se prepare, você sabe que não tem como controlar esse demônio — , alertou Akaza, sua voz carregada de uma tensão palpável.
Ryuji se posicionou ao lado de Harumi, pronto para enfrentar o desafio que se aproximava.