Chereads / A Escuridão Depois Do Fim / Chapter 10 - CAPÍTULO 10. FACÍNORA

Chapter 10 - CAPÍTULO 10. FACÍNORA

O grito agudo de Yuki rompeu o ar, ecoando pelos corredores sombrios daquele lugar. O som abrupto interrompeu a tensa conversa entre Harumi e Anne na jaula de eletricidade. Harumi girou rapidamente, seus olhos se fixando no que restava do corpo de Kaito, Anne, aproveitando a distração momentânea, avançou com fúria em direção a Harumi, seus passos rápidos e determinados, mas antes que pudesse alcançá-lo, foi envolvida pela aura escura que emanava do corpo dele, como tentáculos sombrios que a agarravam, sufocando seu avanço.

Quando Harumi voltou sua atenção para Anne, suas palavras carregavam um peso sombrio, um eco do passado ecoando em cada sílaba: — Acho que já perdi muito tempo aqui. — Sua voz ecoou pelo espaço, impregnada com uma determinação fria e inexorável. Sem hesitar, ele lançou Anne para longe, seu corpo sendo arremessado como uma marionete descartada. Anne se levantou com dificuldade, os olhos arregalados de terror e dor enquanto segurava o braço ferido.

Logo após se levantar, diante dela, a lâmina afiada da katana de Harumi brilhava à luz trêmula, cortando o ar com um assobio sinistro. Com um movimento fluido, Anne desviou seu rosto por instinto, mas não conseguiu evitar o golpe que decepou seu braço. O choque e a dor a atingiram como um raio, seu corpo tremendo diante da visão grotesca de seu próprio membro amputado.

Anne recuou em desespero, uma expressão de terror enquanto tomava distância de Harumi, o sangue gotejando de seu ferimento como uma advertência silenciosa do perigo iminente.

Com a voz trêmula e suplicante, Anne implorou: — Harumi, por favor, acalme-se. Eu posso te ajudar, você deve ter muitas perguntas, e eu posso responder a todas. — Mas suas palavras foram ignoradas pelo furor impiedoso de Harumi, que avançou sem hesitação contra ela. Anne envolveu seu corpo com eletricidade, uma barreira frágil contra os golpes frenéticos que se precipitavam sobre ela com uma crueldade desumana.

Ao tentar se esquivar dos ataques implacáveis de Harumi, Anne recuou, sua mente turvada pelo terror e desespero. No entanto, num piscar de olhos, Harumi estava diante dela mais uma vez, sua velocidade sobrenatural desafiando toda lógica. A lâmina afiada de sua katana cortou o ar com um assobio sinistro, encontrando seu alvo no peito indefeso de Anne. Um gemido de dor escapou de seus lábios enquanto ela caía de joelhos diante de Harumi, segurando seu peito ferido.

Harumi se aproximou dela lentamente, seu olhar sombrio perfurando a alma de Anne. Com uma voz gélida, ele sussurrou em seu ouvido: — Onde ela está? — Antes que Anne pudesse formular uma resposta, uma luz intensa inundou o saguão, banhando-o em um brilho cegante.

Uma figura feminina de cabelos brancos como a neve e uma aura radiante, como o próprio sol, irrompeu no espaço, acompanhada por uma criatura mística que flutuava ao seu lado, com suas asas batendo suavemente no ar.

A jaula de eletricidade que aprisionava Anne desfez-se em um instante, e ela foi teletransportada em um piscar de olhos para o lado da misteriosa garota de cabelos brancos.

Ela foi teleportada em um piscar de olhos para o lado da enigmática garota de cabelos brancos. Harumi, com um olhar lateral, fixou seus olhos nos da recém-chegada, uma troca de olhares que parecia estar carregada de significados ocultos e tensão latente.

Anne respirou aliviada. — Obrigada, Yumi. Eu estava em apuros ali —, expressou, aliviada.

Yumi, com uma expressão séria, ordenou que Akaza e Anne retornassem, declarando que a missão estava encerrada. Akaza prontamente se uniu ao lado de Yumi, obedecendo à ordem sem questionamentos.

— Que bagunça desnecessária — , comentou Yumi, observando o caos ao seu redor com desaprovação.

Anne seguiu o olhar de Yumi em direção a Harumi e murmurou: — A gente não sabia que ia encontrar ele aqui. —

Harumi e Yumi trocaram olhares frios e sombrios, indicando uma tensão palpável entre os dois.

Yumi assentiu brevemente às palavras de Anne. — Isso resolveremos depois. A bagunça de vocês foi tão grande que a polícia está chegando em minutos — , declarou, virando-se para partir.

No entanto, antes que Yumi pudesse se afastar, Harumi a interrompeu com um gesto firme da mão. Seu semblante mudou drasticamente, uma aura ainda mais sombria e sinistra parecia emanar dele, como se a escuridão estivesse consumindo-o por completo. Com sua katana firmemente na bainha, ele apontou para o corpo de Kaito caído no chão, sua expressão agora carregada de seriedade e determinação.

— Ainda temos coisas a resolver — , afirmou, sua voz ecoando com um tom grave. — Tivemos uma morte. —

Yumi parou e virou-se, lançando um olhar de canto para trás. Ao perceber a aura sombria e agressiva emanando de Harumi, ela entrou em alerta, sentindo um arrepio por todo seu corpo.

Dragões negros de sombra se formaram atrás de Harumi, adicionando um ar ainda mais ameaçador à cena. Ele apontou sua katana ainda na bainha na direção de Yumi e declarou: — Temos que sair em igualdade. —

Harumi com um olhar sombrio e com uma voz controlada, proferiu: — Akaza e Anne, diante da minha presença só existe uma regra: você não luta ou me ataca, você só tenta fugir. —

Após esse aviso, Harumi partiu com uma velocidade surpreendente em direção a Akaza, que observou, petrificado, seu movimento implacável.

Em questão de instantes, Yumi testemunhou Harumi passar diante de seus olhos com uma velocidade assustadora. Num movimento fluido, ele sacou sua katana e cortou a cabeça de Akaza. O choque estampou-se no rosto de Yumi enquanto ela observava, atônita, a demonstração impressionante do poder de Harumi.

Yumi e Anne ficaram paralisados diante da brutalidade de Harumi. Após cortar a cabeça de Akaza, ele avançou friamente até onde sua cabeça tinha rolado, a segurou e caminhou de volta em direção a Yuki, passando pela Yumi e Anne, que o observavam com uma mistura de choque e temor.

Ao chegar perto de Yuki, que estava chorando junto ao corpo de Kaito, Harumi jogou a cabeça de Akaza perto dela. Com uma voz gélida, ele disse: — Vamos, a morte dele foi honrada. —